Quarta-feira, 20.02.2008 - Ano II - Edição Número 227

DISCURSO VAZIO
O canto da sereia parece não ter cativado os ouvidos calejados do líder da oposição Venâncio Fonseca. Disse ele que o “discurso bonito não é novidade”, ao comentar a mensagem lida pelo governador Marcelo Déda na abertura do ano legislativo. Para o deputado, o governador sabe produzir um texto com frases de efeito, mas o desejo dele é ver o pronunciamento transformado em prática, em ações. Um dos temas da fala de Marcelo Déda veementemente repudiado por Venâncio é quando ele diz ter recebido o Banese quase moribundo, a beira de um colapso financeiro. O líder oposicionista fez um alerta ao governador e chamou para um desafio: “Enganaram ele. Para tirar dúvidas, basta chamar o ex-presidente da instituição Jair Oliveira e o atual João Andrade para virem à Assembléia e esclarecer o assunto. Cada um faz sua explanação e vamos tirar nossas dúvidas”. São as primeiras querelas de um debate que promete ser longo e exaustivo, afinal 2008 está apenas começando... .
ADEUS, FIDEL CASTRO!
Não, ele ainda não desencarnou. Mas o mundo ficou muito mais leve ontem com a renúncia de Fidel Castro, um dos mais sanguinários assassinos seriais da história das Américas, à Presidência da Ditadura de Cuba. Não foi por desapego ao cargo, ao poder! Na carta do “adios camaradas”, o senil comunista fala sobre limitações causadas pelos problemas de saúde e diz que trairia sua consciência assumir uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, o que não estaria em condições físicas de oferecer. Fidel Castro será para sempre lembrado pelo “trote” aplicado no povo cubano. O historiador argentino Jose García Hamilton, estudioso da História Cubana, vê semelhanças entre a trajetória política dele e a dos líderes latino-americanos do século 19, José de San Martín e Símon Bolívar: “Como os dois ‘libertadores da América’, o ex-líder cubano tentou se eternizar no poder depois de ter liderado uma campanha de libertação. Virou um ditador pior do que seu principal inimigo, Fulgêncio Batista (líder do regime derrubado pela Revolução Cubana). A diferença é que Fidel bateu recorde de tempo no poder”. O detalhe sórdido desse poder absoluto e perene é o custo em vidas humanas e tragédias familiares imposto a um povo secularmente explorado. Os opositores do regime criado por Fidel Castro com o apoio do rebelde terrorista Che Guevara foram quase totalmente aniquilados. Escapou quem conseguiu fugir, deixando para trás o legado de várias gerações. Quem não teve a mesma sorte foi fuzilado após um julgamento fajuto ou mofa nas prisões. Com a agravante de tais ações terem o “respaldo” de gente de alto calibre da esquerda internacional. Fidel Castro se aposenta tarde. Há muito deveria ter vestido o pijama. Ninguém – perdão, só o escritor colombiano, ganhador do prêmio Nobel em 1982, Gabriel García Márquez – agüentava mais aqueles intermináveis discursos, hoje agregados por Hugo Chávez, outro desses mártires que cativam os cabeças-ocas. Também cansaram as farsas montadas pelo governo para dar respaldo eleitoral ao único partido de Cuba, o Comunista. A tristeza advém apenas de uma constatação: mesmo com a saída de Fidel Castro de cena, isso não significa o fim da sua influência. Para o lugar dele já está devidamente nomeado o irmão, general Raul Castro. Espécie de Fidel moderado, Raul assumiu o comando da Nação desde 2003, quando o ditador caiu enfermo, vítima de um suposto câncer de estômago. De lá para cá, nada mudou na pequena ilha. Alguns, como o atravancado presidente dos EUA George Bush, prevêem que nada mudará em Cuba até que Fidel Castro desencarne. Daqui até lá, o povo daquele belo país terá que suportar o melancólico definhar do governo de esquerda mais atrasado da galáxia! . O Outro Lado – Nem tudo é miséria em Cuba. O economista Gustavo Ioschpe, especialista em educação, comenta sobre o sistema educacional cubano, “certamente o legado mais duradouro e positivo que a passagem de Fidel deixará sobre o país. Estudo da Unesco do final da década de 90 coloca o ensino cubano com grande folga em relação aos demais países latinos”. Leia o texto completo em http://veja.abril.com.br/gustavo_ioschpe/index_190208.shtml

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