ASSUMIREI EU A COMUNICAÇÃO DA PMA?

Por David Leite | 18/12/2012 | 17h45
Muitos são os telefonemas que tenho recebido sobre a possibilidade de o prefeito eleito João Alves Filho ter me consultado/indicado para assumir o cargo de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Aracaju. Minutos atrás, por exemplo, recebi idêntico questionamento do jornalista Diógenes Brayner. Por esta razão, resolvi esclarecer:
1 – Creio haver no grupo de João Alves Filho / José Carlos Machado – e até nas cercanias dele – profissionais com melhor qualificação técnica e mais gabarito político do que eu para a função. Mesmo como assessor do Negão nos últimos 17 anos, uma coisa necessariamente não avaliza a outra. Assim é a política e nada a faria ser diferente, porquanto tal indicação é de caráter unicamente pessoal.
2 – Creio que minha ação na internet (Blog, Twitter, Facebook) defendendo a visão de gestão pública do DEM/PSDB (que sempre me pareceu correta) e comentando assuntos nem sempre gratos aos colegas da imprensa, políticos outros e pessoas ligadas à política, logrou trazer-me muita indisposição pessoal – apesar de sempre buscar fazer minhas críticas dentro de um espírito ético (no tocante à verdade), mesmo que naturalmente jocoso, irônico, sem muito “deixa disso”! Portanto, admito, não seria eu o assessor com melhor perfil para a função. Creio até que poderia atrapalhar o projeto administrativo de João Alves Filho, a depender de como tal indicação fosse recebida pelo público e pela imprensa.
3 – Na vida – agora estou aos 45 anos (minha flor da idade) –, aprendi que tudo tem seu tempo e lugar... Neste momento, a hora é de ajudar João Alves Filho a realizar a grande administração que sonha fazer e que tem sido alvo dos seus estudos e pesquisas nos últimos meses. E a melhor forma de ajudá-lo é sendo e agindo como sempre fui/agi: leal profissionalmente, honesto nas opiniões e grato – muito grato, aliás – pela paciência e carinho do Negão no trato para comigo, independente de cargos (seus ou para mim).
Portanto, a título de esclarecimento público, informo que não fui e tenho plena convicção de que não serei convidado a qualquer posto na gestão do Democratas/PSDB, que se inicia a 1º de janeiro de 2013 – menos ainda para a Secretaria de Comunicação.
Grato a todos... Abraços!


* * * Mensalão, o livro * * *
A história contada nos mínimos detalhes – sem firulas

Por David Leite | Domingo, 16/12/2012 | 10h55 | Livros
Conforme prometi, após três dias de rápida leitura – uma prova de que o livro que resenho agora tem o mérito de entreter e informar, sem ser chato –, trago minha visão sobre “Mensalão – O julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira”, do professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (SP) Marco Antônio Villa.
Lá pelas tantas, para começar, diante dos constantes entreveros entre o ministro relator Joaquim Barbosa e o ministro revisor Ricardo Lewandowski, o sergipano Carlos Ayres Britto, então presidente do Supremo Tribunal Federal, a fim de apaziguar os ânimos e evitar que o Plenário virasse uma Torre de Babel, saiu-se com esta: “Da nascente à foz, um rio é o mesmo rio.”
Eis uma boa analogia para definir o que quase ocorreu entre o início e o final do julgamento do Mensalão. Por pouco, de tanta atrapalhação sem nexo, aquilo lá não virou uma Torre de Babel escorrendo ao rio, com as inevitáveis consequências para o País. É neste ponto, aliás, que o livro do professor Marco Antônio Villa brilha: de forma sucinta (para os padrões dos historiadores), didática, ele relata cada fase do caso, opinando aqui e ali acerca dos acontecimentos...
Os advogados, sobretudo os mais estrelados, tiveram um tratamento “VIP” no livro – ganharam milhões e mostraram-se inábeis, então fizeram por merecer a derrota. Já os personagens como José Dirceu, José Genuíno e Delúbio Soares são eviscerados, expondo que não seriam mais que vassalos do presidente da República – aquele para quem o Mensalão nunca existiu. Ricardo Lewandowski, “um advogado de defesa disfarçado de juiz”, é massacrado. Marco Antônio Villa não poupa sequer os ministros que agiram para condenar as malandragens do PT, como Celso de Mello, que não escapa de observações irônicas sobre o rebuscamento dos votos...
Dividido em etapas – começando pelo assalto, indo até as condenações –, o livro permite ao leitor um entendimento global do Mensalão, as razões para que houvesse o julgamento, o julgamento em si e a justeza das punições aplicadas, como forma de evitar que o Brasil continue a ser o país da impunidade, onde rico e poderoso nunca vai à cadeia, para cumprir penas por delitos cometidos – e que delitos: a gravidade do Mensalão é exposta como num roteiro de cinema, onde ao final do filme, faz-se justiça, com 25 réus condenados, muitos em regime fechado.
Marco Antônio Villa encerra louvando a independência do Judiciário e a liberdade de imprensa, “que acabaram se tornando, mesmo sem querer, os maiores obstáculos à ditadura de novo tipo que almejam (o PT, claro) criar”. Mas adverte: “As decisões do STF permitem imaginar uma república onde os valores predominantes não sejam o da malandragem e o da corrupção... contudo, para que isso aconteça é preciso refundar a República”.
Eis, então, uma boa razão para que o livro seja lido: informação é poder e quando o leitor/eleitor conhece os políticos que querem representá-lo, errar fica mais difícil. Como diz o jornalista Augusto Nunes (Veja), “o pai de todos os escândalos encontrou seu historiador” – sim, um historiador danado... Recomendo!

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Assista entrevista de Augusto Nunes (Veja) com o professor Marco Antônio Villa, falando sobre o livro “Mensalão – O julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira”: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/videos-veja-entrevista/marco-antonio-villa-fala-sobre-o-livro-que-o-transformou-no-historiador-do-mensalao/

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Serviço
Mensalão - o Julgamento do Maior Caso de Corrupção da História Política Brasileira
Editora: Leya Brasil

Sinopse
O desenrolar do escândalo e o julgamento dos envolvidos no maior caso de corrupção da história política brasileira
O ano era 2005. E o governo de Luis Inácio Lula da Silva. No dia 15 de maio, o povo brasileiro descobriu um novo jargão: “mensalão”. Um vídeo amador vazou na mídia mostrando Mauricio Marinho, um alto funcionário dos Correios, recebendo propina em troca de favorecimento político, que segundo ele, era coordenado pelo até então deputado federal, pelo PTB, Roberto Jefferson. Este, um show man de primeira linha, conseguiu reverter o quadro, e de facilitador do esquema, virou um defensor da justiça e denunciou os envolvidos numa rede de pagamentos de mesadas em troca de apoio político, que segundo ele, partia de homens fortes ligados ao presidente Lula. Entravam na dança José Dirceu, ministro da Casa Civil e braço direito do presidente, José Genuíno, presidente nacional do PT, Delúbio Soares, tesoureiro do partido e Marcos Valério, um publicitário que aparentemente era o homem do dinheiro do esquema.
Depois de anos de discursos inflamados, discussões, cassações, choro e desabafo, finalmente essa história chegou ao fim. Os principais envolvidos no “projeto criminoso de poder” de “macrodelinquência governamental”, nas palavras do decano do STF , o ministro Celso de Mello, foram condenados. Venceu a ética e a democracia. E perderam os mensaleiros e corruptos.

** Mensalão & Cia **
O PT tem seu “Garganta Profunda”, quem diria...


Por David Leite | 12/12/2012 | 06h45
Anotem: o que já está péssimo, pode piorar ainda muito mais...
Em sua edição de ontem, o Estado de S. Paulo trouxe reportagem na qual Marcos Valério diz que fez repasses para pagar despesas pessoais de Mula da Silva (veja detalhes na reportagem exibida ontem pelo Jornal Hoje, com link publicado abaixo). O operador do mensalão teria decidido abrir o bico com o objetivo de diminuir a pena aplicada pelo STF – mais de 40 anos de reclusão.
No finalzinho da quente tarde de verão, foi a vez de Carlos Cachoeira abrir a boca. Ao deixar o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, após obter na Justiça um habeas corpus (veja link abaixo), o requintado bicheiro afirmou que o PT sabe que ele é o “Garganta Profunda daquele partido, referência ao fato de deter muitas, imensas, tremendas, desconcertantes... informações.
Para quem não sabe, apesar de ser título de um famoso filme pornô de 1972 – agora até considerado cult, aliás! –, Garganta Profunda (ou Deep Throat, em inglês) vem a ser o codinome pelo qual ficou conhecido o dedo-duro que provocou a renúncia de Richard Nixon. Agente da CIA, ele repassava informações aos jornalistas do diário Washington Post sobre os planos do então presidente dos EUA para destruir, sem pejo, os rivais do Partido Democrata. Escândalo que ficou conhecido mundialmente como “Caso Watergate”.
Por plagas de Macunaíma, a sina das estrelas do PT parece ser resplandecer sempre de modo escandaloso...
Como se não bastasse Madame Rosemary Nóvoa Noronha, a Rose (amante, rapariga, nêga ou quenga de Mula da Silva – fica a nominação ao critério do distinto público) ter sido recentemente indiciada na operação Porto Seguro da Polícia Federal por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica, após ter sido pega agindo (direta e descaradamente) no escritório da Presidência da República em São Paulo, agora vêm esses ex-cupinchas exibindo-se aos holofotes da “imprensa golpista”.
Claro está que Marcos Valério e Carlos Cachoeira, após as brutas condenações judiciais – o segundo, a 39 anos de cadeia –, tentam trazer à ribalda midiática suas mágoas com petista nutridos e bem cevados, essa turma que os abandonou à própria sorte, em busca de reduzir suas penas e desconfortos. Coisa de gente canalha, que quer melar o docinho de quem se deu bem? Talvez! Mas convenhamos, nada como assistir excrementos sendo atirados ao ventilador para ver em qual ponto da parede eles vão respingar...
Mula da Silva que dê seus pulos, pois a sujeira se acumula em entulhos!
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VAMOS COMPARTILHAR, GENTE...
Amigas e amigos, VAMOS COMPARTILHAR este material... Quanto mais gente souber desta história, melhor será para o Brasil! O país precisa se recompor e reencontra-se com a moralidade no serviço público e com os bons costumes na política: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=289866867801516&set=a.257253954396141.60341.257247247730145&type=1&theater

** Polêmica do ProInveste **
Bomba de efeito retardado – e choro, muito choro

Por David Leite | 11/12/2012 | 12h05
O tal do ProInveste ainda embrulha o bucho de certos articulistas políticos. Ontem mesmo, choroso nas cantilenas pró-governo do PT, o jornalista Gilvan Manoel (Jornal do Dia, em 9/12) fez queixas ao modo como a Assembleia Legislativa sergipana conduziu a votação dos projetos de obtenção do financiamento.
Para Gilvan Manoel, "o discurso de que os projetos provocariam um maior endividamento do Estado, podendo inviabilizar futuras administrações, é meramente político". Rápida pausa para comentar: e o jornalista queria o quê? Que a discussão na Alese fosse movida por que outros intentos, que não os "meramente políticos"?
Oposição serve para se opor, quando acha que haverá prejuízos para a maioria do povo. E no caso do ProInveste, apenas um dos projetos – aquele que financiava R$ 167 milhões para a redução da dívida do Estado com a União – teria, de fato, o mérito de ajustar as falidas contas da gestão de Marcelo Déda. Os demais, serviriam como auxílio luxuoso a um governo preguiçoso e leniente, disposto a mover-se apenas se as facilidades o empurram à frente...
Foi um erro não aprovar esse item? Sim, talvez! Mas essa desculpa forjada por Gilvan Manoel de que, "na verdade, o objetivo (da oposição, com as recentes investidas) é asfixiar o governo Marcelo Déda em tudo que for possível, apenas de olho em 2014", soa como grande patifaria jornalística.
Não consta que Gilvan Manoel tenha tido o mesmo comportamento (em defesa da "causa"), criticando Mula da Silva e Marcelo Déda, quando, com vistas a "foder" – foi esta a palavra usada pelo então presidente da República para definir o que pretendia – a gestão de João Alves Filho (2003/2006), estes honrados camaradas impediram que o Governo de Sergipe realizasse empréstimos dentro e fora do Brasil, não obstante serem todos eles legais e estarem dentro da capacidade de endividamento.
Qual era a intenção meritória de Mula da Silva e Marcelo Déda à época? Bem, a eleição (2006) e reeleição (2010) do atual governador são pontos eloquentes a confirmar a máxima de que, "os fins justificam os meios". Mas percebam: trata-se do tipo de atitude apenas aceitável se deflagrada pela turma do PT. Ao menos, é o que me faz crer Gilvan Manoel com sua lamúria jornalística.
Mas quem imagina que Gilvan Manoel parou por aí, tem a madorrenta chance de vê-lo escrever outra aberração: "A decisão da Assembleia Legislativa de Sergipe sobre o ProInveste, seguindo orientações do senador Eduardo Amorim, surpreendeu políticos de outros Estados que admiravam a capacidade dos políticos sergipanos em se somarem sempre que os interesses de Sergipe estavam em jogo." Que políticos foram estes? Gilvan Manoel não diz...
Mas aposto uma rodada de Seleta com caju doce que o cabra bom não mente. Gilvan Manoel só não teve a devida coragem de dizer quem são os tais cabras, pois devem ser todos ligados ao governo do PT – aqui e em Brasília! Até porque, verificando a história, como já afiancei, foi o PT, por meio de Mula da Silva e Marcelo Déda, que iniciou esta fase de "Terra Arrasada", de "foder" a gestão de políticos de oposição, em função de interesses eleitorais – João Alves Filho e tantos outros oposicionistas que o digam...
Assim, melhor faria o jornalista Gilvan Manoel se voltasse o jeitoso choro para outras plagas. Quem sabe, poderia ele derramar suas muitas lágrimas para cobrar a finalização das obras ainda não concluídas em Sergipe pela gestão de Dilma Rousseff – velha e surrada promessa de campanha de todos os petistas caras-pálidas.
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PS: Não é apenas Gilvan Manoel que se lamuria por conta da não aprovação do ProInveste. Contraditoriamente, Jozailto Lima, que durante os últimos 60 dias escreveu quatro artigos tingindo de dúvidas a real necessidade do financiamento, hoje resolveu bandear-se para o lírico...
O poeta-jornalista sergipanizado afirma na Cinformando desta semana que "a política errou". Então, por osmose, errou ele também em todas as suas querelas anteriores, porquanto punham a população (e os deputados) a pensar sobre as vantagens do ProInveste. Ou seria, de fato, um falso arrependimento? Solerte na busca de ficar bem na foto, faria o cujo um debute de bom-moço, num momento em que Marcelo Déda e cia choram – muito, aliás! – com a perda da boquinha?
Bem, o camarada Jozailto Lima é mais que jeitoso. Porém, até onde me consta, tem ele vergonha na cara – ou tinha, ao menos!

Aos amigos, minha gratidão...
Clique na foto para ampliar.

Domingo, 09 de Dezembro de 2012 | 13h15 | Livros
Futuro, o amanhã – O que a ciência nos reserva?

Por David Leite
Fascinante... assim pode ser resumido o livro do professor estadunidense da Universidade de Nova Iorque Michio Kaku, físico teórico e cocriador da Teoria das Cordas. Em “A Física do Futuro – Como a ciência moldará o destino humano e o nosso cotidiano em 2100”, ele trata menos de ciência e mais de comportamento, o que vem a ser algo incomum para alguém do seu status...
A eloquência simples, porém embasada de Michio Kaku, instiga a não parar de ler o livro, sobretudo pela inteligente forma como foi concebido, a partir da relação entre filosofia – devemos lembrar que até o século XVIII, filosofia era assunto para físicos, matemáticos e científicos em geral – e tecnologia: usos e costumes associados...
Quem imagina ler um livro chato, verá o professor Michio Kaku (mais conhecido pelas constantes aparições em programas de TV da BBC, Discovery e History channel) num exercício sensato de futurologia, tendo como base o que está em estudo, em desenvolvimento ou já sendo aplicado – ainda que de modo insipiente – nos maiores e mais sofisticados laboratórios mundo afora.
O futuro do computador, a inteligência artificial, a interação homem-máquina, a biogenética, a conquista do espaço, o fim da eletricidade em oposição ao magnetismo, novas fontes de energia com ênfase na fusão de partículas, o futuro da educação... esses, dentre outros, são os temas tratados de modo, por vezes, irônico, mas com a elegância dos grandes mestres.
Um passeio pela ciência do século XX e suas consequências para daqui a 50 anos, 100 e até mais. Michio Kaku mostra que os avanços científicos podem dar ao homem mais tempo de vida, com aparência jovem. Por outro lado, ao mesmo tempo questiona como usar esses novos poderes de maneira a evitar que a preguiça e a leniência impeçam o surgimento da “sociedade planetária”.
Este, aliás, é o ponto que mais me chamou a atenção para a visão de futuro de Michio Kaku: como os novos poderes tecnológicos influenciarão para que a nossa “perfeição” não resida no aprimoramento genético, mas no aprimoramento do caráter. O objetivo final seria encerrar o ciclo de selvageria que tanta violência tem deflagrado, seja por conta do fundamentalismo religioso, do preconceito ante à diversidade, do sectarismo, da intolerância...
Como bem lembra o professor Michio Kaku, “A natureza humana não mudou muito nos últimos 100 mil anos, mas agora temos armas nucleares, químicas e biológicas para acertarmos velhas contas”.
Por fim, diz Michio Kaku que esta é mais importante geração humana que já pisou sobre a Terra, porquanto tem a importante tarefa de decidir que rumo tomaremos: se vamos nos destruir, numa hecatombe nuclear, ao persistir no modelo de sociedade primitiva, dividida entre pobres e (abastadamente) ricos; ou se vamos avançar, para construir um mundo melhor para a maioria absoluta dos seres humanos, valorizando sobretudo o conceito de democracia, no mais extremado dos seus significados: a convivência com o contraditório, com o diferente de nós!
E para haver o culto aos valores democráticos, ensina Michio Kaku, devemos cultivar a educação de qualidade, a fim de preparar a humanidade visando este novo ciclo de mudança social e política. Diz ele: “A forma mais garantida de intensificar o debate democrático, vigoroso é a educação, pois somente um eleitorado educado pode tomar decisões a respeito de tecnologias que determinarão o destino da nossa civilização”.
Podemos resumir numa palavra todo o discurso de Michio Kaku: sabedoria! A humanidade vai precisar dela, se quiser chegar às estrelas um dia... e se quiser manter-se viva. Reformar o sistema educacional decadente, para enfrentar os desafios do futuro, deve ser a meta de todos os governos. A chave para a verdadeira democracia – um sistema imperfeito, certamente, mas até agora o menos pior dentre os já experimentados – é um eleitor esclarecido, dotado de sabedoria, informado e bem preparado para enfrentar um debate que se dará ao longo deste século, chegando até o longínquo ano de 2100, quando já seremos parte humanos, parte frutos da tecnologia – que avança a passos largos!
Uma leitura que vale a pena...

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Veja palestra com o físico Michio Kaku no Museum of Science, em Boston / Massachusetts, proferida em 23 de março de 2011, tratando sobre o livro – material em inglês, ainda sem tradução (legendas)... 


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Serviço

A Física do Futuro
Autor: Kaku, Michio
Editora: Rocco
Categoria: Ciência Exatas / Física
Páginas: 415
Preço: R$ 59,50

Resumo: Um dos principais autores de divulgação científica atualmente, o físico Michio Kaku prevê o progresso científico da humanidade até 2100 em A física do futuro. Sustentado por mais de 300 entrevistas com os mais importantes cientistas do mundo, o livro derruba os mitos e confirma as previsões futurísticas que têm chances de se tornarem reais. Os relatos são divididos por períodos e em campos distintos do avanço científico e tecnológico – como a computação, a inteligência artificial e a medicina. Além de revelar o que o futuro nos reserva nessas áreas, Kaku tece uma importante reflexão sobre as perdas e ganhos dessa aventura.


** Polêmica do ProInveste **
Da política rasteira ao “Onde está o dinheiro”, mosfios?

Por David Leite* | 06/12/2012 | 13h55 | Política
Destemperado, acusatório e incapaz de admitir que o contraditem, o deputado Francisco Gualberto (PT) atribuiu ao senador Eduardo Amorim (PSC) a responsabilidade direta pela derrota do Governo na questão do ProInveste. Ontem à noite, Eduardo Amorim lamentou que o Cabra do Facão não tenha entendido a democracia do Poder Legislativo e tente encontrar supostos culpados para justificar os problemas do governo que representa. Penso porém, que Eduardo Amorim errou ao não classificar Francisco Gualberto de ingrato e mal-agradecido.
Mais afeito ao meu estilo de deixar tudo em pratos limpos, o sempre espirituoso líder da oposição na Alese, Venâncio Fonseca, disse via Twitter que todos os governos passados (eleitos no período democrático, a partir de 1986) tomaram juntos 890 milhões de reais. Já o governo de Marcelo Déda, sozinho, obteve mais de R$ 1 bilhão. Ou seja, a mesma Assembleia Legislativa que barrou o empréstimo de R$ 727 milhões na quarta-feira, já havia assegurado outros financiamentos ao gestor do PT, ainda mais vultosos!
De volta a Eduardo Amorim, um sujeito elegante no trato e dotado de um tom de voz apaziguador... O senador disse que não vai entrar nesta de agredir por agredir, no que está certíssimo. No entanto, questionou o fato de o governador não ter sentado com os deputados, para mostrar a real realidade do Estado. Fato que, confesso, não me espanta, posto que Marcelo Déda se acha o Rei da Cocada Preta. Então, ele iria conversar sobre o quê?
Disse Eduardo Amorim: “Fui estudar a dívida do Estado e me assustei. Em 2008, era de R$ 800 milhões. Hoje, soma R$ 2,5 bilhões. Isso em (apenas) três anos. E a garantia para o empréstimo do Proinveste? O servidor concorda?” O senador lembra que cinco governos seriam comprometidos com o pagamento do empréstimo. Na opinião dele – e na minha também, reafirmo –, aprovar o ProInveste seria jogar para debaixo do tapete os problemas da gestão atual, deixando que outros governos paguem pela incompetência de Marcelo Déda até 2033 – isso mesmo, até 2033! Convenhamos, o argumento pertine – muito, aliás...
Essa história de quebradeira embute também a preguiça estabelecida neste governo – e aqui vai a minha estrita opinião, sem nada a ver com a do senador. Marcelo Déda, bem afiançou Eduardo Amorim, poderia tentar a liberação de recursos das emendas de bancada (Orçamento da União). O senador afirmou que, nos últimos dias, esteve em quatro ministérios buscando recursos para Sergipe. Por que peste, então, Marcelo Déda – ou quem de direito! – não levanta a bunda da cadeira e corre atrás desses recursos em Brasília, onde quem reina faceiro é o PT?
Em mãos competentes e preparadas para gerir um Estado abarrotado com tanta grana, Sergipe já estaria em voo de cruzeiro há muito tempo. No entanto, graças à preguiça mental, a incapacidade administrativa do PT e à falta de liderança, corre-se o risco de os servidores estaduais ficarem sem o 13º salário neste ano. Que vergonha, para quem prometeu mudança...
Por fim, a pergunta que não quer calar: onde entocaram – ou torraram – tanto dinheiro? Fazer propaganda, ateste-se, não basta...
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PS – Através das redes sociais, ratos de internet supostamente ligados ao governo criaram um meme para atacar o senador Eduardo Amorim. Trabalho que, claro, teria o incentivo de gente ligada à Vice-Governadoria de Sergipe, comandada pelo probo Jackson Barreto. Veja a foto da gandaia petralha logo abaixo; e veja também a vacina preparada por mim, e já encaminhada, via Facebook, Twitter e Twitpic, para o devido compartilhamento. Afinal, guerra é guerra... (Clique nas fotos para ampliar)
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(*) Com informações de Universo Político.com



Quinta-feira, 06 de Dezembro de 2012 | Política
Das piadas que o chefe Marcelo Déda conta


Por David Leite
Ao atribuir à gestão calamitosa da saúde pública estadual no primeiro governo o motivo para ter sido derrotado na Grande Aracaju por João Alves Filho no pleito de outubro de 2010, quando conquistou a reeleição, Marcelo Déda – sempre em busca de vantagens à imagem pessoal, frise-se – saiu-se com uma frase que vista em retrospecto virou piada de salão: “Serei eu mesmo, pessoalmente, secretário de Saúde.” Todos sabemos o resultado da pomposa investida...
Agora, derrotado mais uma vez pela oposição na Assembleia Legislativa, desta feita no embate do projeto do ProInveste – pelas contas, são três batalhas consecutivas perdidas –, a estrela do PT sergipano resolveu criar um tal de “Núcleo de Governança”, cuja missão precípua seria “avaliar as contas do Estado”.
De duas, uma: ou o governador não se tocou que, ao instituir publicamente um grupo destinado à governança, confessa Ele que esta, de fato, não existe – ou mesmo, que jamais existiu; ou o corolário de exímio marqueteiro, decantado ao longo dos últimos anos como divino, seria apenas falação de puxa-sacos!
Ao que parece, o que Marcelo Déda tem de melhor, aquilo que Ele faz com maestria hors concours (vejam quadro abaixo; clique para ampliar), é o pendor à comédia stand up... Oremos!


ATENÇÃO: FALHA GRAVE MINHA!
Foto com Mula da Silva, Madame Rose e Marisa Letícia é montagem descarada e grosseira

A foto original, de autoria de Ricardo Stuckert (Presidência da República), com a qual se realizou a falsa foto produto de montagem, é esta publicada abaixo. E foi feita no dia 22 de fevereiro de 2009, no Sambódromo, no Rio, e mostra Mula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o cantor Neguinho da Beija-Flor e sua mulher, a sambista Elaine Reis.
Portanto, como tenho compromisso com a verdade unicamente, é meu dever informar que a suposta foto que ilustra a publicação anterior (QUANTO PUDOR COM OS DESPUDORADOS) é na verdade uma montagem descarada. Pelo que peço desculpas aos leitores e aos envolvidos na foto...
PS - A foto anterior havia sido colhida no site da revista Veja, no blog do colunista Ricardo Setti, jornalista sério e acreditado, que também acabou sendo enganado. Coisas da internet... Afora a foto, as demais informações publicadas no texto são mantidas, porquanto factuais. Abraços.



Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2012 | 11h10 | Política e Sociedade
Quanto pudor com os despudorados
(Ou de amantes, raparigas e nêgas)

Por David Leite
A cambada da esquerda – ademais, a turma violenta e voluntariosa do PT – agride o que chama de “mídia” e “imprensa golpista” de... golpista, por divulgar as estripulias despudoradas que tornaram-se lugar comum no Governo Federal desde a ascensão de Mula da Silva ao poder. Mas o faz de pança bem regada! Em verdade, a imprensa nativa é até boazinha com o ex-presidente...
Madame Rosemary Nóvoa Noronha, a Rose, recentemente indiciada na operação Porto Seguro da Polícia Federal por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica, agindo no escritório da Presidência da República em São Paulo, havia 20 anos mantinha uma “amizade íntima” com Mula da Silva – isso mesmo, gente, a moça (de acordo com a imprensa nativa) era apenas “amiga íntima” do cobra-criada... e só! Santa esculhambação...
Vejam, então, o eufemismo descarado. Fosse Madame Rose amante, rapariga ou nêga de algum ex-presidente da direita ou de um não-petista casado, seria tratada com o substantivo adequado ao que de fato é: amante, rapariga ou nêga! Mas, com Mula da Silva é diferente... O homem é amado pelo povo, fez muito pela Nação e aqui no Brasil a vida privada dos políticos não interessa a ninguém – bem, ao menos até quando a (vida) privada não goza... nas entranhas da (vida) pública!
Nos EUA, Europa e até no Japão, se um político é pego em alguma danação fora do casamento, o assunto é tratado sem delongas, com as palavras devidas: amante, rapariga ou nêga do sujeito, a forma honesta de tratar a questão. Viram como a imprensa no Brasil protege os poderosos de vexames com as respectivas senhoras? Então, não cabe reclamar...
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PS: Abrindo a boca para tirar chacota diante da bruta seriedade da questão a envolver sua amante, rapariga ou nêga – fica a nominação ao critério do(a) leitor(a) –, Mula da Silva teria dito, numa referência ao fato de Madame Rose estar hoje aos 57 anos de vida: “Se eu fosse político de direita, iam inventar namorada mais jovem, 18 anos. Como sou de esquerda, sobrou uma mais velha.”
Ele (Mula da Silva) só não disse que – aliás, ele não dizer nada sério é lugar comum – conheceu Madame Rose quando ela era uma moça bem vistosa e arrumadinha, no frescor dos 20 aninhos de idade. Que ela cuidava de suas contas pessoais e da agenda de trabalho. Hoje, apesar da danação que a transformou na mais nova “celebridade” petista nacional a chafurdar a imagem do Governo, ainda é uma mulher nada mequetrefe... Ao contrário, pode até posar para a Playboy.
Haja cinismo! Eta Braziu sem-vergonha...


Terça-feira, 04 de Dezembro de 2012 | 12h10 | Gestão pública

A arte de saber escolher bons auxiliares
(Mensagem aos novos prefeitos sobre a juventude)

Por David Leite
Saber escolher equipes é fundamental a quem lidera processos, sobretudo quando estes envolvem a gestão pública (governos, prefeituras, secretarias, órgãos etc) – elementar à vida em sociedade.
Sem firulas, vamos ao que interessa: Henry Ford, empreendedor estadunidense, fundador da Ford Motor Company e o primeiro a aplicar a montagem em série para produzir, em massa, automóveis a um preço acessível, dizia que o "gerente profissional – no nosso caso, o prefeito – não tem que gostar de gente (dos que com ele trabalham), não tem que tentar mudar as pessoas (seu jeito de ser), tem é de mobilizar o melhor das pessoas para obter resultados".
Outro empreendedor brilhante, Steve Jobs, fundador da Apple Computers e da empresa de animação Pixar, famosa pelos filmes da série Toy Story, dizia: "Algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que irá se focar. Mas não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente."
Dois conceitos, duas formas de abordagem ligadas pelo mesmo interesse: acertar. E onde entra a turma que faz tal engrenagem funcionar? Basta olhar para o lado e ver o imenso número de jovens dedicados, estudiosos, atualmente afastados da vida pública por conta do caráter nada meritório que hoje a permeia (corrupção) e também pela falta de oportunidade de exibir seus talentos.
Henry Ford e Steve Jobs deram vazão ao espírito empreendedor e criativo de um número incalculável de jovens engenheiros, designers e devotados criativos (publicitários, relações públicas, vendedores etc). Em Sergipe, um político profissional deu crédito aos jovens de sua época, de forma desabrida: José Rollemberg Leite.
Governador de Sergipe em duas ocasiões (de 1947 a 1951 e de 1975 a 1979), ao assumir o governo pela segunda vez, José Rollemberg Leite ousou. Levou à Prefeitura de Aracaju – nequele período, cabia ao governador indicar o prefeito da capital – um jovem engenheiro de apenas 34 anos de idade, que arrebanhou ao seu lado um time de outros jovens espetaculares, dispostos a promover inovação criativa, a fazer uma verdadeira "revolução" – a modernidade os perseguia...
Não é preciso dizer que aqueles jovens – tendo à frente o engenheiro João Alves Filho – idealistas e dotados de espírito público tomaram gosto pela coisa e agora, tanto o Negão quanto o mais destacado dos seus auxiliares daquele primeiro instante, o também engenheiro José Carlos Machado, estão de volta ao comando da Prefeitura de Aracaju. Eles tiveram suas chances. Agora terão a oportunidade ímpar de retribuir, apostando na juventude...
Os exemplos dados servem para todos os novos prefeitos: aproveitar o talento dos jovens (empreendedores e criativos) de Sergipe pode ser o grande diferencial das novas gestões que se iniciam em janeiro de 2013. Gente sem os vícios do poder, com gás e sangue novos, com ideias boas – e alguns até com visões excepcionais. Basta saber escolher bem, tirar de cada um melhor de si sem querer moldar a personalidade de ninguém, focar no que é de fato fundamental e ousar – ousar muito!
É isso que tem faltado à gestão das nossas prefeituras faz tempo...


Segunda-feira, 26 de Novembro | 16h35 | Sociedade
Para nossa tristeza, sim! O Brasil é um país racista

Por David Leite*
Minha intenção era não comentar a posse como presidente do STF do ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, pois a vi como fato normal, típico de uma democracia que busca amadurecer, caso da brasileira. No entanto, forçado pela afobação de negros, pardos, amarelos, brancos e descoloridos, resolvi escrever...
Em fins de 2007, li um livro memorável do cientista político e escritor consagrado Alberto Carlos Almeida. “A Cabeça do Brasileiro” traçava um perfil gigante sobre nosso povo, com profundidade jamais vista – radiografia de como pensava e agia. O dado mais triste: era balela aquela história de “preconceito social”, de que o brasileiro não gostava era de pobre, fosse de qualquer cor.
A psicanálise ensina que, para combater determinada propensão psicológica, o caminho ideal é tornar-se consciente dela. Então, lá vai: o brasileiro tem, sim, preconceito contra “pardos” e “negros”. Pouca gente poderia admiti-lo, pois é complicado dizer algo que nos envergonha. Todavia, o preconceito existe e se mostra mais deletério no tratamento baseado apenas pela cor da pele.
O regime de cotas, por exemplo, como toda política de afirmação social, tenta equiparar em igualdade de condição a trajetória de vida produtiva para “pardos” e “negros”. Um fato, contudo, escapa à razão simplista: ser “pardo” ou “preto” no Brasil, não importa a condição social, impõe a peculiaridade do “racismo” à brasileira. Vejamos...
No sábado, o ainda deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, disse o que realmente pensa o PT, ainda inconformado com a atuação do ministro Joaquim Barbosa como relator do Mensalão, empossado agora na presidência do STF: “Ele (Joaquim Barbosa) chegou ao Supremo porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros.” Por trás do racismo asqueroso e primitivo, uma mentira...
O filho negro de uma faxineira e um pedreiro está hoje no STF pois estudou arduamente, nunca precisou de cotas (sociais/raciais) nem favores de políticos para galgar qualquer posto, nem se curvou aos apóstolos ou ao comandante-em-chefe do petismo. Pelo contrário, agiu como manda a lei, único dispositivo que faz iguais os iguais – mesmo aqueles que se julgam supostamente “desiguais” ou “diferentes”.
Mas veio do próprio Joaquim Benedito Barbosa Gomes – contraditoriamente, apoiador do regime de cotas (um assunto que prefiro não comentar, pois essa discussão acabaria em Saturno) – a mais infame peculiaridade do “racismo” à brasileira. É fato, por exemplo, que o ministro não é o primeiro negro a integrar o Supremo Tribunal Federal. Antes dele, houve Pedro Augusto Carneiro Lessa e Hermenegildo Rodrigues de Barros – respectivamente, em 1907 e em 1919.
Também é do conhecimento até dos micos do Condomínio Morada das Mangueiras, paraíso em Aracaju, o comportamento arredio do cujo, sobretudo com os colegas a quem agora vai presidir. Pois bem, descontente com uma pergunta feita por um repórter negro – o jornalista Luiz Fara Monteiro, da TV Record –, o novo presidente do STF disse na quarta-feira que o questionamento reproduzia “estereótipos repetidos por jornalistas brancos”.
A pergunta, muito pertinente aliás, inqueria se o ministro negão estava “mais tranquilo, mais sereno”, após a primeira sessão presidindo a corte. “Eles (os demais jornalistas brancos presentes no momento da frase) foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos (supostamente embutidos na pergunta). Mas você, meu amigo?”, disse Joaquim Benedito Barbosa Gomes.
De duas, uma: ou o ministro achou que falava ao repórter de “negro pra negro”, porquanto censurou seu “brother de cor” pelo “inconveniente” questionamento; ou esqueceu que Luiz Fara Monteiro, antes de ser um negro presente à entrevista, estava ali na condição de repórter. Ele poderia ser branco, mestiço, amarelo – e até, carambolas,  vermelho. Cabia ao ministro respeitá-lo como profissional de imprensa, sobretudo diante de uma pergunta que interessa a todos...
Fico triste de precisar comentar um assunto tão infame. Mas é nestas horas que me sinto mais a vontade para expor minha indignação ante o preconceito – venha donde vier! O Brasil deve muito aos “pardos” e “pretos”, sim. Não pelo passado – pois passado! Mas pelo futuro auspicioso (com educação de qualidade, único caminho) ainda negado a tantos jovens que sofrem preconceito e desdita porque nasceram “pardos” e “pretos”.
A dolorosa verdade, uma envergonha à Nação, é que nascer “pardo” ou “preto” no Brasil impõe o malabarismo diário de ter de vencer atitudes hipócritas e desavergonhadas como a do ainda deputado João Paulo Cunha e do ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes. Que nos sirvam de lição...

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Com informações da Folha de S.Paulo, Época, Veja e Correio Braziliense.


Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012 | 11h35 | Polícia
Morte de radialista: desfecho inusitado


Por David Leite
O assassinato do radialista Edmilson dos Cachinhos, morto a tiros no domingo 28/10, nos estúdios da Rádio Princesa FM de Itabaiana, no momento em que trabalhava, pode ter um desfecho inesperado. Há informações sobre possíveis suspeitos e até acerca da prisão de duas pessoas, entre as quais um menor de idade.
De acordo com a família de Edmilson dos Cachinhos, ele não se queixou de ameaças em nenhum momento, não teria dívidas nem realizava investigações que lhe pudessem por em risco a vida. Mas há um fato que a família e amigos omitiram: homossexual, o radialista teria a perigosa tendência de "cantar" garotos pré-adolescentes através da internet havia anos.
Edmilson dos Cachinhos, por exemplo, teria sido demitido da Ilha FM há dois anos, onde era operador de áudio do programa de Gilmar Carvalho desde os tempos em que este trabalhava na FM Sergipe, após um colega descobrir mensagens num computador, encaminhadas ao seu filho de apenas 11 anos de idade pelo falecido, através do MSN. O bafafá só não veio à público porque a figura é um importante repórter, com atuação na política.
Na ocasião, é bom que se frise, as preferências de Edmilson dos Cachinhos já eram bastante conhecidas por muitos colegas radialistas e jornalistas, e o alarmado pai teria chegado, inclusive, a ameaçá-lo de morte, caso não fosse posto no olho da rua.
No domingo fatídico, quando Edmilson dos Cachinhos encontrou-se com a morte, ele supostamente teclava via "in box" do Facebook com um garoto pré-adolescente. A polícia teve acesso ao conteúdo da caixa de mensagens do radialista e nela encontrou indícios de uma vida ligada ao submundo da pedofilia. O assassinato, portanto, teria viés de vingança, praticado por alguém que descobriu, quem sabe, as cantadas de Edmilson dos Cachinhos contra um parente?
Outras questões ainda (também) em aberto: por que Gilmar Carvalho manteve esta história, ligando dois dos seus auxiliares diretos, em completo silêncio? Teria o CãoCão agido como fizeram os diretores da BBC, no acobertamento de um marginal que abusava (ou pelo menos tentava abusar) de menores?
Por que a Polícia Civil, mesmo já tendo prendido duas pessoas, ainda se mantém em silêncio sobre o caso? Haveria gente graúda envolvida no assassinato de Edmilson dos Cachinhos? Por que, mesmo sabendo previamente do comportamento de Edmilson dos Cachinhos, o Sindicato dos Radialistas tentou atribuir ao crime uma suposta causa ligada ao exercício da profissão no rádio, em vez de aguardar o resultado final das investigações?
Muita água ainda vai rolar neste caso...

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Leia mais:
SSP CONFIRMA PRISÃO DE ENVOLVIDO COM A MORTE DE RADIALISTA E MANTÉM INVESTIGAÇÕES


Segunda-feira, 05 de Novembro de 2012 | 18h35 | ProInvest
Posso ser “abestalhado”, mas estou com Mendonça Prado

Por David Leite
Parece piada, mas como a base de sustentação do governo Marcelo Déda é ineficiente às escâncaras, ironicamente, tem sido do deputado federal Mendonça Prado a mais aguerrida e bem formatada defesa do ProElege – ops, ProInvest... Atuação aliás, que pasmem, amoleceu até mesmo o narcisismo patológico da estrela petista.
Através do twitter, escreveu Marcelo Déda: “Liguei pessoalmente para os deputados Mendonça Prado e Laércio Oliveira parabenizando-os pelo espírito público demonstrado na defesa do ProInvest”. Quem diria... Marcelo Déda saudando com lúrias Mendonça Prado? É, a necessidade é mesmo mãe de todas as invenções, percebe-se...
Hoje pela manhã, num périplo por emissoras de rádio, o democrata afirmou ser o ProInveste fundamental para o desenvolvimento de Sergipe e que a morosidade para sua aprovação pela Assembleia decorreria de picuinha política. Disse Mendonça Prado: “Barrar o ProIveste é praticar ato violento contra a população. Estamos vendo que, quanto mais distância houver dos Amorim, melhor para o poder público, melhor para a sociedade.”
Trocando em miúdos: a querela criada em torno da aprovação do ProInvest deve ser creditada aos irmãos Amorim – o empresário Edvan e o senador Eduardo –, que querem impedir o uso da grana em benefício político do governo, agora e em 2014.
Provocado, Mendonça Prado também cutucou Jackson Barreto, candidato (já quase declarado) à sucessão de Marcelo Déda. O deputado disse que, caso o vice-governador venha a usar o dinheiro do ProInveste para fazer campanha eleitoral (ou eleitoreira, se preferir), ele tem que ir para cadeia – no que concordo inteiramente!
A questão incômoda é que, detentor de inúmeros processos por peculato, improbidade administrativa etc, Jackson Barreto continua a viver livre, leve e faceiro. Prefiro acreditar que sim. Que o danado vai usar descaradamente o Erário para fazer politicagem – posso ser “abestalhado”, mas não sou indigente mental...
Como é um destacado membro da oposição, para escapar das más línguas, Mendonça Prado antecipa: defende, sim, o ProInvest; mas isso não sinaliza apoio ao governo Marcelo Déda. Fá-lo por acreditar ser o financiamento muito importante para Sergipe.
Por seu turno, aguerrido combatente antigoverno, o líder da oposição na Assembleia, Venâncio Fonseca, lembra que o governo não pode reclamar daquela Casa (a Assembleia), pois teve aprovado um empréstimo de R$ 1,2 bilhão em 2009.
Caso se some o R$ 1,2 bilhão já entregue aos R$ 720 milhões agora solicitados, caberia questionar: o que se fez com tanto dinheiro (já que não se vê obra por aí) e por que exige-se, justo agora, ao pé da mudança de governo, um bom bocado a mais? Talvez o deputado Mendonça Prado, com sua clarividente argumentação, possa compilar uma resposta conclusiva/definitiva.
Línguas satânicas comentam por aí que Mendonça Prado estaria a favor do ProElege – ops, ProInvest! – apenas para infernizar os irmãos Amorim – os cabras “do contra”, que também agem por razões eleitorais, todos sabemos... Mas eu sou um otimista sem conserto! Creio que tudo vai acabar bem, com o empréstimo sendo aprovado e as prometidas obras finalmente entregues à população.
Como disse anteriormente, sou favorável ao ProInvest, posto que, como nada fez de importante até hoje, seria este um "incentivo" ao gestor do PT – digamos! É aquela coisa: posso ser “abestalhado”, mas não dou murro em ponta de faca...


Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | 11h30 | Gestão Pública
Mais um embate – agora pelo ProInvest

Por David Leite
O empréstimo ao governo, denominado ProElege – ops, perdão  ProInvest, é o embate da hora entre a oposição e a gestão Marcelo Déda. Naturalmente, algumas questões importam muito. Como pilhéria, já havia dito que sou favorável ao financiamento, posto que, como nada fez de importante até hoje, seria um "incentivo" ao gestor do PT – digamos!
Num artigo bastante esclarecedor (Cinformando), Jozilto Lima questiona: "Se os R$ 727 milhões forem aprovados, como o Governo intenciona, a primeira gestão e a metade da segunda de Marcelo Déda/Belivaldo Chagas/Jackson Barreto terão contraído uma dívida, via empréstimo, de R$ 1.747 bilhão, de 2009 até hoje. Gente, são quase 2 bilhões. E onde foi enterrado tanto dinheiro, que não serviu à fundação da tão almejada infra de agora?"
Eis a querela: o governo Marcelo Déda quebrou o Estado de Sergipe e agora, como todo cabra sem dinheiro para honrar os compromissos, apela ao financiamento, na esperança de cumprir a agenda eleitoral – sim, pois aqui o que pesa é o voto de quem teve o paraíso prometido e encontrou apenas o vazio.
Ademais, no caso em voga, quem se endivida não é a gestão de Marcelo Déda, mas o Estado de Sergipe. Trocando em miúdos: salva-se o governo atual, que precisa findar 2013 com algo de relevante para expor no Horário Eleitoral de 2014, em detrimento dos futuros gestores, não obstante ser a incontestada quebradeira de hoje (!) fruto da incompetência e da incapacidade gerencial da estrela máxima do PT sergipano – valei-me!
Cabe então, questionar: por que salvar a gestão de Marcelo Déda, com o tal empréstimo, se ele tem às mãos o Governo Federal e as verbas do Fundo de Participação dos Estados (FPE)? Bem, o primeiro simplesmente virou-lhe as costas. Dilma Rousseff não se deu nem ao trabalho de receber o governador para discutir projetos em andamento, quanto mais... – isso é fato! Pelo outro lado, o FPE, de acordo com o secretário-adjunto de Comunicação Sales Neto, sofreu queda no Brasil inteiro. Sergipe, segundo informa, "já perdeu R$ 160 milhões este ano. Em outubro, recebeu menos R$ 30 milhões".
Enfim, como eu não acredito em milagres – ou seja, que num surto de "vontade de fazer", Marcelo Déda desapegue-se da letargia típica dos bichos-preguiça e comece a trabalhar feito um louco –, acho que o melhor a fazer é autorizar o empréstimo e, quem sabe, ver a atual gestão finalizar ao menos algumas obras importantes, como hospitais e pontes – ao menos isso, espero...
Do contrário, muitos serão os esqueletos Sergipe afora, legando ao próximo governo, como cenário funesto, uma terra arrasada, com várias obras e ações por concluir!


Segunda-feira, 29 de Outubro de 2012 | 15h00 | Imprensa & Mídia
O danado do Jozailto Lima descobriu A Pólvora

Por David Leite
Poeta capaz de produzir versos do calibre de “alma e lama:/ tudo clama/ a mesma tábula/ onde o raso se afunda/ e o fundo se arrasa”, o diretor do Cinform tem tiradas do Cão – o tipo de função jornalística que o faz “o melhor analista político de Sergipe”, segundo pude ouvir hoje de um empresário publisher de um jornal concorrente no velório de dona Edna Maria Bomfim. Claro, por pura provocação sebosa, discordei do cujo...
Hoje, na “Cinformando”, o jornalista sergipanizado me sai com uma daquelas de matar o guarda (de porre): troncha nos arremedos jocosos, ariada nas ideias, mas cheia de achados sintáticos próprios dos que tratam a palavra como quem, na danação de querer oferecer alhures um carinho jeitoso, furta da floricultura uma rosa, para presentar o Amor.
Diz-nos: “Pop star da nova Era. 'Release' generoso da assessoria de João Alves traz notícia digna do Guinness Book: 'João Alves é a terceira figura pública do País com maior acesso na internet', com 11.252 fãs no Facebook. A notícia não diz quem são os outros dois, mas atribui esse feito extraordinário em favor de João à irmã dele, Marlene Calumby, 'que montou uma equipe de excelência para executar os trabalhos no Facebook'. Sem querer estressar César Gama* e nem a David Leite e Carlos Batalha, mas esta coluna lança e endossa a professora Marlene para o posto de secretária de Comunicação. Com a devida chancela dos meninos Mark Zuckerberg, Accel Partners e Dustin Moskovitz, donos do Face”.
Nem sempre concordo com o camarada-poeta. Mas devo admiti-lo, a indicação de Jozailto Lima é muito pertinente e endossável – sim, senhor... João Alves Filho, observe-se, perdeu duas eleições (2006 e 2010) tendo como assessores de comunicação os citados acima. Num momento de reviravolta, o cabra passa a perna nos governistas e – pimba! – marca um gol de placa, vencendo já no primeiro turno, tudo com a extraordinária contribuição da “equipe de excelência” do Facebook. Marlene Calumby acertou na mosca: desbancou os abestados que fingiam fazer comunicação e mostrou como se promove uma imagem com competência e zelo.
Doa a quem doer – pois já sei que esta minha rápida missiva pública vai virar um fogaréu dos Diabos –, estou com meu amigo Jozailto Lima. Para o posto de secretária de Comunicação, ninguém preenche melhor os requisitos que a pedagoga, radialista, escritora, acadêmica e especialista em escolher equipes de excelência para marketing viral em redes sociais Marlene Calumby! Oremos pela sua indicação...
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(*) O jornalista e ex-secretário de Comunicação César Gama é autor do garboso texto distribuído à imprensa com a pérola hoje comentada por Jozailto Lima.


A arte de abrir portas – alheias

Pois, então, caras e caros leitores, fucei na memória e resgatei uns versos lindos, de um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, o ex-comunista desiludido Ferreira Gullar! Homenagem ao abridor de portas Jackson Barreto.

Versos de entreter-se

À vida falta uma parte
- seria o lado de fora -
pra que se visse passar
ao mesmo tempo que passa
e no final fosse apenas
um tempo de que se acorda
não um sono sem resposta
À vida falta uma porta.

Ferreira Gullar


Segunda-feira, 22 de Outubro de 2012 | 11h30 | Política
Jackson Barreto e a “porta da esperança”

Por David Leite
Se há uma coisa a qual não se discute em Sergipe é quanto à esperteza política do governador em exercício Jackson Barreto. O cabra tem conseguido manter-se no poder desde sempre – são quase 30 anos de vida pública, surfando nessas ondas; ora no executivo, ora no legislativo, mas sempre lá...
Manchete de ontem do Jornal da Cidade: “Jackson diz que vai abrir portas para João em Brasília”. Pode parecer um título cujo fim seria apenas “polemizar” a entrevista dada pelo governador ao vetusto matutino, coisa normal na imprensa. Mas neste caso, onde há fumaça, há fogo – muito fogo!
O fim a que se destina o “pacote” está bastante claro: o gabinete do chefe Edvan Amorim. É lá onde JB, como candidato ao governo em 2014, encontra o mais ardiloso dos concorrentes políticos, a ensejar-lhe dúvidas quanto à vitória certa – afinal, estando JB de posse da máquina, a coisa muda de figura; no entanto, Edvan Amorim já mostrou que não está para brincadeira...

Uma vida abrindo portas – Lá se vão mais de 35 anos quando Jackson Barreto gritava às portas, “Correio”, “Olha o Carteiro”... Como entregador de missivas, abriu muitas portas. Chegou ao poder pelas mãos de Maria do Carmo Alves e João Alves Filho, e na prefeitura soube abrir portas para empregar Antônio Carlos Valadares no cargo de governador – em contrapartida, recebeu um pé na bunda porta afora da Prefeitura de Aracaju, mas esta é outra história...
JB continuou abrindo portas, daquela feita as do Palácio Inácio Barbosa. Primeiro para o neófito Wellington da Mota Paixão (1988). Depois para o primo Almeida Lima (1993); e em seguida para o milionário João Augusto Gama (1996). Num gesto que mudaria sua história, foi eletrochequecutado por Albano Franco, a quem escancarou as portas do eleitorado mais pobre (1998) em troca de uma vaga no Senado – que não rolou.
Seguiu abrindo portas para Marcelo Déda (2004), Edvaldo Nogueira (2008) e para um montam de amigos, a quem alojou em cargos no governo estadual e na prefeitura. Agora, para provar que é craque no ofício de girar maçanetas, promete abrir “as portas” de Brasília para o Negão – mimo com o qual pretende dizer aos Negão e aliados: “Posso lhes ser melhor que o danado do Edvan Amorim, pois tenho as chaves de gabinetes importantes do Planalto”.
Bem... conhecendo a fama de Jackson Barreto, creio tratar-se somente de mais um dos seus muitos espalhafatos! Para João, JB abriria “As Portas da Esperança”, que tal qual o quadro do Programo Sílvio Santos, corre o risco de encaminhar a uma sala vazia: “Ah, Negão, não foi desta vez. Continue tentando...”
Sou otimista inveterado... Meu coração vagabundo leva-me a crer na grande possibilidade de Jackson Barreto, por ser capaz de tudo – tudo, mesmo! –, aplicar um nó em muita gente incauta! É quando pretendo rir... muito!

PS – Lembrei de Luiz Caldas, em “Fricote”:

O Negão começa a gritar:
“Pega ela aí”
Pra quê?
“Pra passar batom,
na boca e na porta
do céu...”