31 DE MARÇO DE
1964 – O GRANDE GOLPE!
Era para ser um
remédio rápido, quase “indolor”! Derrubou-se um presidente
arrivista, muito parecido, aliás, com Mula Brahma Lava-jato da
Silva, Rei Luís 51 do Acarajé, vulgo Jararaca. Os militares,
contudo, gostaram de Brasília, dos ares do Cerrado e, obviamente –
mais do que tudo, inclusive –, do poder! Quem não gosta do poder é
ruim da cabeça ou doente do pé…
Foram longos 21
anos da dita dura da caserna aloprada, de uma “revolução”
que nada revolucionou nem trouxe ao País engrandecimento! A
ordem unida saiu dos quartéis para as ruas. Os legados desses tempos
sombrios: o AI-5, os porões sangrentos por tortura e morte, a
censura… Além da derrocada da educação nacional.
Jango – João
Belchior Marques Goulart – era um advogado conceituado e,
politicamente, inclinava-se à esquerda. Vinha da cepa de Getúlio
Vargas, de quem fora ministro do Trabalho. Foi apeado do poder por uma
cambada neurótica em meio à Guerra Fria. Fez por onde. Sugeria
certo pendor pelo socialismo tupiniquim. Um bronco sem-noção.
Urdido por
políticos idiotas contrários ao governo, mas plenamente apoiados
pelos barões da imprensa nacional – e pelos canalhas
norte-americanos da CIA –, o golpe golpeou os golpistas! Muitos
foram para a cadeia, outros pro cemitério. Alguns escapuliram de
boa, outros simplesmente fugiram, incluindo o próprio Jango,
aboletado compulsoriamente numa fazenda no Uruguai.
Hoje, fala-se de
novo em golpe! Uma turma insatisfeita com a democracia e seus ardis:
um governo apeado pela corrupção e pela inépcia, diz-se vítima de
uma tentativa de golpe urdida pela oposição, com a colaboração da
imprensa. O filme, porém, não é a reprise de 1964. As leis estão
em voga e o Brasil de ontem não é do hoje. Aqui se faz e, havendo
justiça – e há! –, aqui se paga…
Li de um colega
publicitário de São Paulo, o grande jornalista Elsinho
Mouco– muito lúcido e bom de ouvido, aliás – a melhor
frase: “Falando em golpe... Golpe? Só se for golpe de sorte.”
Muita sorte do
Brasil. Dele também [abaixo], um rápido poemeto, com o qual me
despeço de todos, com um forte abraço neste 31 de março.
REVOLUÇÃO AGORA,
SÓ PELA PALAVRA
Há exatos 50 anos, no dia 31 de março de
1964,
as lágrimas de março fechavam aquele verão.
Nada a
comemorar.
Golpe nunca mais!