ENTREVISTA DO
NEGÃO AO CINFORM TEM
INFORMAÇÕES DE
SOBRA NAS ENTRELINHAS
Lá vem João
Alves Filho dizendo ao Cinform desta semana ter feito “a coisa
certa” ao preferir completar o mandato de prefeito de Aracaju, em
vez de tentar a sorte numa disputa pela sucessão governamental. Não
é que concordo com o velho Negão? Sua entrevista merece ser lida e
relida. Diz muito sobre a sapiência de um político calejado, com
quase 40 anos de vida pública, iniciada em 1975 no mesmo cargo, por
indicação do então governador José Rollemberg Leite.
Farei a seguir um
rápido resumo do que foi dito e em seguida comento.
JAF foi cristalino
ao afirmar que não poderia deixar a PMA porque contrariaria o povo
de Aracaju. Acerca da sucessão ao governo, afirmou não haver em
Sergipe um único político com quem não se sinta à vontade para
conversar, mas que no momento exerce uma prática corriqueira em sua
vida, a meditação – sobre qual caminho tomar, apesar de não ter
ressalvas contra Eduardo Amorim ou Jackson Barreto. O proveito
político do seu apoio a qualquer dos candidatos deve servir para
benefício do município, “se somando à prefeitura”. Quanto às
posições públicas do genro Mendonça Prado de apoio explícito a
Jackson Barreto, ocorrem porque no seu grupo “cada um diz o que
pensa”, mas na hora certa “vamos marchar juntos”.
Sobre o destino
político da senadora Maria do Carmo Alves, o Negão disse que se
depender dele, ela segue no Senado. Tergiversou sobre gostar ou não
de ser prefeito, mas foi taxativo: “Quero ver o que posso fazer de
melhor”. Disse que a quase totalidade dos procedimentos de saúde
passam pela sua gestão e melhor do que construir hospitais seria
reajustar a tabela do SUS, defasada há 12 anos. Sobre o caos no
trânsito e a pasmaceira do transporte público, afirmou que teve de
corrigir erros da gestão passada e prometeu fazer a licitação das
linhas de ônibus antes de autorizar a majoração do preço da
tarifa dos coletivos.
Comento, afinal:
no geral, o prefeito foi bem em sua entrevista. Mas cá comigo, fico
a matutar sobre alguns pontos. Por exemplo, a situação do pequeno
deputado Mendonça Prado. O cabra entranhou um ódio que resvala em
ira aos Amorim. Como operará a sua campanha? Em que palanque estará?
Como se portará, caso a opção do Democratas seja pelo senador
Eduardo Amorim? O papo do Negão de que o seu partido é democrático
até no nome atrapalha mais do que ajuda, pois demonstra lá pelas
tantas uma certa “falta de pulso”. Ademais, caso de fato decline
de marchar ao lado Jackson Barreto, João Alves Filho deixaria
frustrada a querida filha Ana Maria de Mendonça, hoje defensora
ardorosamente roxa do governador-candidato, a quem já julga até
reeleito.
Um outro ponto é
a confirmação do desejo de JAF – e da maioria do grupo comandado
por ele, diga-se – por manter no Senado a esposa. Dona Maria do
Carmo Alves é peça importante demais no Democratas para ter sua
candidatura descartada. Caso venha a ser reeleita, provavelmente será
a única senadora do partido, ora em franco declínio, com mandato.
Entrementes, não haveria espaço para ela na chapa de Jackson
Barreto, posto que o PT jamais abriria mão da candidatura ao Senado
do doutor (ele gosta de ser chamado assim) deputado Rogério
Carvalho, já posta à rua. Mesmo a indicação de um nome do
Democratas para compor a chapa como candidato a vice-governador
encontra resistência entre os petistas.
Por fim, uma frase
do Negão explicita como funciona a cabeça dele: “Estou analisando
com cuidado (as possibilidades de apoio), pois sei da minha
responsabilidade. Não posso tomar uma decisão de forma rápida e
precipitada. Esse não é o meu estilo”. Ou seja, não aceita
qualquer pressão. Completou afirmando que com isso não estaria a
dizer que já não tenha as suas “tendências”, mas fará as
análises “com calma”. Paciência não faz mal a ninguém...
Aposto uma pitomba
que no primeiro nome do escolhido pelo Negão não há a letra “i”,
mas tem as letras “a” e “o”. Quem se habilita?
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Por David Leite ©
2014 | Reprodução permitida, se citada a fonte.
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