FELIZ NATAL, BOM ANO-NOVO, GENTE!
HORA DE UM BOM DESCANSO (ENFIM)...
Gostaríamos de agradecer a todos os amigos que durante este ano prestigiaram o Abra-O-Olho. Neste momento, vamos esquecer por alguns momentos os problemas da vida, do estado, da política... e nos entregar à reflexão e, por que não?, às comemorações por mais um ano que se encerra. Para 2014, as esperanças se renovam. Boas festas, feliz Natal e próspero Ano-Novo, são os nossos votos a todos! Aquele abraço...
- - - - -
Estamos em férias de 10 dias. Retornamos à trincheira em 06/01.

VENÂNCIO FONSECA DESCOBRIU “ALGO”
QUE FUNCIONA NO GOVERNO DE SERGIPE
Utilizando o horário de propaganda partidária no rádio e televisão, o líder da oposição na Assembleia e presidente estadual do PP Venâncio Fonseca, fez uma dura crítica ao Governo de Sergipe, a quem atribuiu a responsabilidade por “mais um ano perdido”. O parlamentar começa criticando a educação, que segundo ele “não educa”. Disse também que a “saúde não previne nem cura”.
Recorrente em seus pronunciamentos tem sido a crítica pelo tratamento dispensado ao servidor público, “sem aumento”. Venâncio Fonseca lembrou ainda que Sergipe é o “quinto estado mais violento do Brasil” e que as “finanças (governamentais estão) quebradas”. Concluiu, resumindo: “Um governo que não governa!” Mas nem tudo estaria perdido, em sua opinião...
Com a ironia que lhe é característica, o líder oposicionista “descobriu” uma coisa que, no seu pensar, “funciona”: a propaganda! Porém, a classifica de “enganosa”, no que certamente tem completa razão! Vejam o vídeo e preparem-se para mais um bombástico torpedo contra a incompetência...
Por David Leite | 27/11 às 16h00

TERIA O JUIZ RINALDO SALVINO
AGIDO COM JUSTIÇA E ÉTICA?
No discurso de posse como presidente do Conselho Nacional de Justiça em abril de 2012, o então ministro do Supremo Tribunal Federal, o sergipano Carlos Ayres Britto, destacou o papel do juiz contemporâneo, de julgar as demandas do Estado e os interesses da sociedade, sabendo equilibrar razão e emoção. “O Judiciário é a luz no fim do túnel das nossas mais acirradas confrontações. É um Poder que não pode jamais perder a confiança da coletividade, sob pena de esgarçar o próprio tecido da coesão nacional”. Palavras sábias...
Após a prisão dos mensaleiros, viu-se a turma “petralha” agitar-se em críticas ao STF, sobretudo ao seu presidente, o ministro Joaquim Barbosa. Pior foram as manifestações através das redes sociais dessa esquerda picareta, de gente que diz lutar contra o preconceito, a definir o juiz negro como um “capitão do mato”, entre outros alaridos bem mais vexatórios, sempre em atentado direto à cor de sua pele. Ataca-se um magistrado e um tribunal por julgar e condenar notórios ladrões do dinheiro público, numa completa --e esperta!-- inversão de valores, tudo visando a confundir a patuleia! Eis nossa esquerda caviar...
Trago este introito para argumentar sobre dois pontos de vista. Primeiro: o rito legal colocado em prática pelo STF cumpriu todos os ditames do Estado Democrático de Direito. Segundo: a postura do doutor Joaquim Barbosa é exemplar, porquanto baseada estritamente na letra fria da lei. Podem chiar os “petralhas” e outros inconformados, mas não há como mudar os fatos... e as provas! O respeito às sentenças judiciais, após providos todos os recursos passíveis, é dever de todos. Indistintamente!
Assim dito, passo ao elemento de análise deste escrito, que visa questionar não uma sentença do magistrado de Japaratuba e Pirambu Rinaldo Salvino, que creio eu, certamente julga “sabendo equilibrar razão e emoção”. Ao fato! Na sexta-feira 22, o Jornal da Cidade trazia como manchete principal: “Família Moura perde direitos políticos --ação judicial impetrada pelo Ministério Público Estadual só não atinge Reinaldo Moura. Decisão ainda cabe recurso”. O que parece apenas uma informação pertinente esconde um expediente extremamente danoso ao exercício legal da Justiça.
Esclareço que o Jornal da Cidade agiu de modo correto ao publicar a decisão do doutor Rinaldo Salvino, pois era um “furo” de reportagem --apesar de a autora da matéria, a jornalista Kátia Santana, que conforme apurei, fez questão de assiná-la, ter cometido mais uma vez o grave deslise de não ouvir “o outro lado”, procedimento comum a quem pratica o jornalismo com seriedade e imparcialidade. A questão é: pode um juiz apropriar-se de uma informação pública --no caso uma sentença condenatória contra um político-- e divulgá-la em caráter exclusivo a um único órgão de imprensa, antes mesmo de notificar a parte ou de a decisão ter sido publicada no Diário Oficial da Justiça? Quais seriam as motivações para fazê-lo?
Do ponto de vista jurídico, a publicação no DOJ visa cientificar as partes do teor de determinada decisão judicial. Trata-se de uma formalidade imprescindível. Para evitar ilações, questionei a dois magistrados do Tribunal de Justiça de Sergipe e a dois renomados juristas --um deles professor universitário e advogado criminalista respeitado, que exerceu mandato parlamentar; o outro, um constitucionalista com atuação nacional, membro de entidades sindicais do direito-- se porventura teria o doutor Rinaldo Salvino agido com justiça e ética ao apoderar-se de informação privilegiada e divulgá-la de modo exclusivo a um órgão de comunicação.
O consenso dos cabras depõe contra o doutor Rinaldo Salvino. Disse um dos juízes por mim ouvidos: “Claro que não (pode agir assim). Está totalmente errado. Já aconteceu comigo de haver atraso no sistema no TJ, que é jurássico, você publica e leva tempo para aparecer. Mas (não publicar e informar) deliberadamente, não.” O outro juiz ouvido, um calejado desembargador, foi objetivo: “O magistrado deve manifesta-se nos autos e ponto. Fora deles, atua como ente político e não como juiz.” O professor e jurista esclareceu: “É absolutamente ilegal. Virou moda juiz fazer o que quiser. Não há tradição em Sergipe de punir aquele que age arbitrariamente. Não é correto servir como fonte à imprensa pois, pode constituir tráfico de influência. Ademais, ao privilegiar só um órgão de comunicação, afeta o princípio da livre concorrência.” Disse o outro jurista: “Fere sobremodo o papel da atividade judicial. Que motivação teria um juiz para produzir uma manchete de jornal? Não deve ser algo bom.”
De volta à questão: qual seria o fundamento de doutor Rinaldo Salvino? Fui ouvir o deputado André Moura. “Recebo mais essa punhalada pelas costas de forma traiçoeira, contra a qual não pude me pronunciar, não pude me defender e só tomamos conhecimento através de matéria do Jornal da Cidade. Isso é uma demonstração clara da perseguição do juiz contra a minha família... Veja como é estranho: vamos recorrer quando formos notificados, pois só quem foi notificado foi o Jornal da Cidade. Qualquer um que entenda um pouquinho de Legislação Eleitoral sabe que juiz de primeiro grau não tem o poder de cassar e nem tirar os direitos políticos de nenhum cidadão”. Como sempre há gente do contra, farei o papel de advogado do Diabo: e se doutor Rinaldo Salvino tiver sido vítima de um servidor aloprado, disposto, este sim, a prejudicar (por razões diversas) o deputado e sua família?
Para o professor e jurista, haveria apenas uma saída: “Fosse esse o caso, caberia ao juiz abrir um procedimento administrativo para apurar quem teria surrupiado o documento do Fórum de Japaratuba e repassado ao Jornal da Cidade. Não é nada complicado descobrir.” De toda sorte, seria muito bom que doutor Rinaldo Salvino pudesse esclarecer quem, afinal, repassou a informação privilegiada a repórter Kátia Santana. Caso tenha sido ele próprio, caberia então esclarecer que motivos o levaram a publicizar a sentença antes de publicá-la no DOJ.
O papel do juiz contemporâneo deve mesclar razão e emoção com equilíbrio. Um juiz deve ser acima de tudo isento e buscar na Constituição e em suas leis acessórias o fundamento jurídico para suas decisões. Se um juiz utiliza do poder de destruição da imagem que possui a imprensa para prejudicar, deliberadamente, um réu, não serve ao ofício de julgar. Não é o caso de atirar lama e pedras na reputação do doutor Rinaldo Salvino. Mas... Ocorre que de modo estranho, essa é a segunda vez que o Jornal da Cidade se utiliza de informações privilegiadas contra André Moura, com exclusividade, oriundas da comarca sob responsabilidade direta de doutor Rinaldo Salvino. Uma manchete contra um político fere sua imagem junto aos eleitores. Seria este o intento real de doutor Rinaldo Salvino: prejudicar a carreira política de André Moura? A dúvida paira no ar...
Por David Leite | 24/11 às 18h50

#FogoNoCircoMaracatu
DEPUTADO AUGUSTO BEZERRA DESAFIA
SENADOR ANTÔNIO CARLOS VALADARES
Os pronunciamentos de parlamentares na Assembleia Legislativa de Sergipe quase sempre são amorfos, sem muita querela ou agitação. Vez por outra o líder da oposição Venâncio Fonseca faz galhofa com os bichos-preguiça e o plenário cai na gargalhada. Hoje pela manhã ocorreu “um ponto fora da curva”. O vice-líder da oposição Augusto Bezerra foi à tribuna com cara de poucos amigos e prometeu trazer à público o que classificou como “verdadeiro escândalo”.
Para começo de história, o senador Antônio Carlos Valadares e Augusto Bezerra sempre se estranharam --mas todos sabemos, se algo está péssimo, pode piorar um pouquinho. Na semana passada, o velho coronel classificou o deputado de mentiroso: “Diga ao deputado Pinóquio que estou trabalhando, enquanto ele continua crescendo o nariz na mentira.” Seria a resposta à acusação de ter o senador tentado o voto aberto para todas as comissões do Senado (indicação do partido dele), menos para a escolha de autoridades, como os conselheiros de tribunais de contas. Augusto Bezerra não perdoou: “Era o voto Belivaldo Chagas!”, referência ao candidato do PSB derrotado por duas vezes à vaga de conselheiro do TCE/SE --venceu a deputada Suzana Azevedo.
O bate-boca seguiu noitinha adentro na quarta-feira 20, através do Twitter. Após recomendar ao senador que “tenha vergonha e assuma suas posições”, Augusto Bezerra garantiu possuir “a gravação (do voto)” e que a iria “colocar na TV Alese”. O deputado lembrou ainda do passado vexaminoso de Antônio Carlos Valadares, autor da famigerada CPMF. Para piorar o bafafá, acusou o sabujo coronel de embolsar mensalmente 52 mil reais de salário, burlando fragorosamente o teto do serviço público, hoje fixado em R$ 28.059,29. O deputado também acusou o senador de “mamar há 50 anos nas tetas do poder” --somente no governo estadual ele deteria 600 cargos, parte deles com os próprios parentes nomeados.
Augusto Bezerra achou pouco e relembrou que o presidente do PSB, (o governador pernambucano) Eduardo Campos, após o rompimento com a gestão da presidente Dilma Rousseff, deixou claro que os filiados deveriam entregar os cargos que detêm no governo federal. “Mas Antônio Carlos Valadares não entrega... São essas coisas que ele precisa esclarecer, que ele deve assumir, em vez de chamar as pessoas de mentirosas”. O deputado prometeu para segunda-feira próxima denúncias sobre o programa “Minha Casa Minha Vida”, que seriam “o maior escândalo do país”: “Há troca de casas por votos. Vou desmascarar essa fama de direito e honesto que o senhor tenta passar para a população.” Danou-se...
Por seu turno, através do Twitter, hoje Antônio Carlos Valadares preferiu não polemizar. Tratou apenas de reclamar do suposto mau tratamento que tem recebido e prometeu não desistir da luta! “Por que tanta agressividade de aliados de Eduardo Amorim contra mim e familiares? Acreditam que sou uma ameaça aos seus planos políticos. Estão perdendo tempo: não recuarei, não desistirei, continuarei lutando. Não me tirarão do caminho que escolhi. Aguardem, quem viver, verá.” Vamos aguardar, então...
Pensando melhor... alguém tem um pouco de gasolina?
Por David Leite | 20/11 22h00

CANDIDATOS AO GOVERNO EMPACADOS E
UM NOME NOVO SURGE PARA O SENADO...
Fosse a eleição para a escolha do novo governador de Sergipe e do representante do estado no Senado realizada entre os dias 28 e 31 de outubro, conforme apurou o Instituto W1 EMCAMPO nos 30 maiores redutos eleitorais, com margem de erro de 3,5% e oitocentas pessoas ouvidas, haveria segundo turno para o governo e a senadora Maria do Carmo reconduzida ao cargo. Os dados podem ser comparados nos gráficos apresentados em anexo (Clique na foto para ampliá-la).
No caso do governo, a surpresa é constatar uma leve queda na opção do preferido do eleitorado, o prefeito de Aracaju João Alves Filho, num comparativo com a pesquisa do mesmo instituto realizada em agosto. Ainda dentro da margem de erro, o Negão perdeu 3% dos votos, enquanto os demais concorrentes mantiveram-se em patamares idênticos, com 23% para o atual líder da oposição Eduardo Amorim e 20,3% para o governista Jackson Barreto.
Em se tratando da campanha do Negão, ainda há muitas dúvidas. João Alves Filho tem-se declarado disposto a permanecer no cargo, o que pode favorecer uma aliança com Eduardo Amorim, união cujo mérito seria definir a eleição ainda no primeiro turno. Mas há liderados do Negão trabalhando para fazê-lo unir-se a Jackson Barreto, fator que complicaria muito a campanha da oposição, pois criaria uma superforça política, com poder incomensurável.
Não há dúvida que João Alves Filho jamais arriscaria o conforto da prefeitura por uma campanha onde não houvesse um eleitorado bastante bem disposto a apostar nele para um quarto mandato de governador. Ou seja, venham as pesquisas a indicar porcentual inferior a 50% das intenções de voto, mesmo diante da possibilidade de crescimento sendo apontada pelos marqueteiros, o Negão não deixaria a prefeitura para disputar uma nova eleição.
Por sua vez, apesar de ser o senador Eduardo Amorim um político “novo” e cercado de boas expectativas, ele tem enfrentado dificuldades para convencer o eleitor de que tem uma penca de propostas para tirar Sergipe do atual desgoverno. O jornalista Gilmar Carvalho conjecturou sobre um dos motivos para, após o anúncio sobre a pré-candidatura do PSC, não ter havido crescimento nas intenções de voto do senador. “É um homem preparado, é o único realmente novo, mas precisa se apresentar como o novo, como ele é... Existe um grave erro no setor de comunicação de Eduardo Amorim”.
Para Gilmar Carvalho, e eu concordo com o colega, a comunicação do senador estaria mais “preocupada em responder às acusações de governistas, que muitas vezes baixam o nível... Adversário você não responde, trata-o com indiferença. A comunicação está toda errada.” O que Gilmar Carvalho aponta como falha é a conduta reativa em detrimento da pró-ativa, que trataria das propostas e pensamentos do senador e não da pauta dos adversários.
Neste tocante, apesar de ser uma metralhadora giratória no ataque verbal ao concorrente, o governador Jackson Barreto aproveita cada ocasião para divulgar as obras que inaugura e promete realizar em comícios disfarçados de atos públicos. Usa ainda prestadores de serviço na imprensa, travestidos de comunicadores sociais independentes, para detratar o adversário e divulgar informações do interesse do candidato governista. Tem um passado de máculas administrativas sérias, mas o ignora pontuando sempre os fatos positivos.
Por que, então, apesar de divulgar de forma tsunâmica até inauguração de bica d'água, Jackson Barreto não deslancha no coração do eleitorado? Mesmo não estando exposto no gráfico da pesquisa (anexo), o índice de rejeição do governador em exercício é altíssimo e o eleitor resigna-se quanto a possibilidade de entregar a Jackson Barreto um mandato executivo --pesquisa encomendada pela Secom estadual aponta que o governista danado teria boa chance na disputa pelo Senado, até num confronto com a senadora Maria do Carmo.
Por falar em disputa pelo Senado, não há novidade sobre a reeleição da esposa do prefeito João Alves Filho. No entanto, familiares dizem que Maria do Carmo talvez preferisse voltar ao convívio mais estreito com o Negão, atuando na periferia de Aracaju, onde construiu a imagem de “mãe dos pobres”. A saúde da senadora, apesar de estável, seria outro fator de preocupação da família. Neste quesito, caso também esteja fora da disputa o governador licenciado Marcelo Déda, por motivo de saúde, a única vaga ao Senado poderia sobrar para um nome novo, atuante na política nacional e bem disposto para cativar o eleitorado.
Líder do PSC na Câmara dos Deputados e presidente do Diretório Estadual do partido em Sergipe, o jovem parlamentar André Moura aparece como segunda opção do eleitor, estando bem à frente de nomes tradicionais como o do ex-prefeito de Estância Ivan Leite e da estrela do PT o doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho, provável futuro presidente da agremiação em Sergipe. Filho de políticos e bem enturmado entre os próceres do Congresso, André Moura trabalha pela reeleição, mas como ele próprio costuma dizer, “em política as oportunidades surgem as vezes de modo inesperado, e não se deve jogar fora uma boa oportunidade, por mais difícil que possa parecer”.
Eis então o quadro eleitoral há quase um ano do pleito! Mudanças poderão ocorrer, mas ao que tudo indica, não deve surgir nada de novo nesse cenário já bastante contextualizado.
Por David Leite | 18/11 às 18h10

GUSTINHO RIBEIRO, O LÍDER DOS DORMINHOCOS
E DA CACHORRADA QUE LADRA, MAS NÃO MORDE
Enquanto escrevo estas bem traçadas linhas --hoje, graças ao computador, nem Nosso Senhor escreve doutra forma--, o letárgico líder do governo na Assembleia tira uma boa soneca. Não, minha gente, o deputado Gustinho Ribeiro não sofre de hipersonia (ou sonolência excessiva), distúrbio cuja pessoa acometida tem dificuldade para se manter acordada durante o dia. O cabra é somente membro proeminente da Confraria dos Preguiçosos Contumazes (CPC).
Aliás, certo está o relapso lagartense, quando prefere roncar até o meio dia (e depois do almoço, ainda fazer a siesta --ninguém é de ferro!). Não é moleza comparecer ao local de trabalho se ao final do mês o gordo provento cai no bolso, mesmo sem se fazer presente. Convenhamos, já seria tedioso para Gustinho Ribeiro apenas representar o governo dos famosos bichos-preguiça. A piada maior é ele representar justamente o governo dos mamíferos vagarosos, uma gestão ociosa, sendo ele próprio um indolente de marca maior! Mas dormir em demasia concede “virtudes”.
Gustinho Ribeiro tem sido alvo de piadas. A mais hilária conta sobre um pesadelo com requintes de crueldade, que supostamente teria ele tido. Dizem as más línguas que o deputado governista até caiu da cama e teve de ser medicado, após atirar a própria cabeça ao chão. Motivo: enquanto ressonava, Gustinho Ribeiro se imaginou no plenário da Assembleia e pediu um aparte ao líder da oposição, que descia o sarrafo na gestão preguiçosa. Venâncio Fonseca teria negado o tal aparte, alegando o Regimento Interno. “Vossa excelência não pode se pronunciar deitado e usando pijamas. E por favor, escove os dentes...”
A CPC é onde Gustinho Ribeiro se sente em casa. Tem homenagens de todos os tipos oferecidas pelos confrades --Medalha de Honra ao Mérito Dorminhoco”, “Medalha de Ouro em Sonolência Diurna e Noturna”, “Troféu Olímpico de Ronco e Flatulência em Sofás e Poltronas” e o cobiçado “Medalhão do Preguiçoso Real”, a mais alta honraria da comunidade roncadora... Bicho-preguiça juramentado, com anos de dormências homéricas, o líder da pestana não admite que lhe critiquem o espírito prostrado. Se alguém se atreve a fazê-lo, lá vem Gustinho Ribeiro com coisas do tipo “Vá latir longe daqui...” Opa, que cachorrada é essa? Latir?
Pensando bem, creio até que o líder dorminhoco tenha acordado para um fato que pode ter-me passado despercebido, mesmo sendo eu um sujeito hiperativo (com diagnóstico e tudo!). De uns tempos para cá, o governo sergipano mudou de mãos, e toda mudança sugere, digamos assim, uma representação no mundo animal... E eis aqui um bom motivo para a desaforada discórdia entre o PT de Marcelo Déda (a turma dos bichos-preguiça) e a gestão “transitória” do vice-governador Jackson Barreto: vivemos atualmente um desgoverno cachorro! Cachorro com a saúde, cachorro com a segurança, cachorro com os servidores públicos, cuja inflação corrói o parco salário...
Parabéns, então, ao líder dos preguiçosos e da cachorrada! Gustinho Ribeiro descobriu que animal mais se parece com o governo que tão bem representa. Não obstante, o meu querido amigo governador em exercício Jackson Barreto ser na verdade um camaleão, que muda de cor conforme a conveniência! Mas isto é assunto para outro dia, outra hora, outra conversa... Cansei! Vou tirar uma roncadinha, gente!
Por David Leite | 07/11 às 17h50 

O COMUNISTA DE BOUTIQUE SAI DA TOCA
Ocorreu de eu acordar de manhã cedo com uma voz rouca ao meu pé de ouvido. O ex-prefeito Opará, o comunista de boutique Edvaldo Nogueira, descia o sarrafo no Negão, em entrevista ao programa de André Barros e Rosalvo Nogueira (Jovem Pan FM). Edvaldo Nogueira não é bobo. Foi direto ao ponto. Disse haver “faltado trabalho de manutenção na cidade”, para evitar a carga das inundações de domingo e madrugada de segunda-feira. Estava coberto de razão. O serviço de limpeza pública perdeu em qualidade, é fato!
Piada pronta, contudo, foi ouvir o comunista de boutique afirmar que a PMA tinha condições de arcar com a iluminação pública sem precisar tarifar a população, já muito aviltada. “O Democratas costuma criticar a carga tributária do País, mas onde administra gera mais impostos”. Bingo! Pegou o Negão na contramão, e o danado vai dizer o quê? Edvaldo Nogueira fez diversas críticas à gestão de João Alves Filho e salientou que os aracajuanos não precisam ter paciência com o atual alcaide, por se tratar de uma figura experiente, com anos de estrada... Ai, ai...
Convenhamos, parte das queixas do ex-prefeito tem razão de ser. João Alves Filho parece meio bolado! É como se ele estivesse em permanentemente transe ou sob efeito de algum ansiolítico. Quem assistiu ao prefeito de Aracaju conversando em pleno meio dia com Suzane Vidal (TV Sergipe), observou a dispersão e a falta de concatenação das ideias. Chegou a ser engraçado o próprio Negão admitir que foi barrado por populares em bairros que visitou. Ao não responder às perguntas e ainda dizer que está tudo resolvido, o Negão gerou mais dúvidas sobre as ações da PMA!
Ou seja, como diria meu amigo Marcos Cardoso, na patuleia já começa a bater uma certa saudade de Foguinho. Ao menos, com o comunista de boutique no comando, os vermelhos que hoje permanecem de serviço na PMA --e são muitos, pode crer!-- tinham maior agilidade. Tomara que o recado do ex-prefeito tenha despertado o Negão...
Por David Leite | 05/11 às 19h00  

PESQUISA PADRÃO E A FORÇOSA PERGUNTA:
POR QUE JACKSON BARRETO NÃO DECOLA?
Um dos mais acreditados centros de pesquisas eleitorais de Sergipe, o Instituto Padrão realizou aferição entre os dias 20 e 22 de outubro, em 34 municípios, com margem de erro de 3,5%. Os resultados (veja ilustração à página; clique na imagem para ampliar) revelam, ao meu ver, um dado com efeito relevante sobre o moral dos governistas e, acima de tudo, entre os petistas, destronados do poder pelo governador de Sergipe em exercício Jackson Barreto: a candidatura do vice-governador não decola, mesmo diante dos gastos milionários em propaganda e do uso abusivo da máquina a fim de cooptar, para ficar numa palavra amena, lideranças políticas.
Qual seria, então, a razão primeva para essa falta de reciprocidade do eleitor? Não se deve esquecer que, mesmo sendo um político “das antigas” --e talvez exatamente por este motivo--, Jackson Barreto desperta no público certo sentimento de repulsa. Falastrão contumaz, loroteiro de primeira hora e detrator dos adversários, gente com quem invariavelmente já esteve em algum pleito, o candidato do governo tem ainda contra si um passado desastroso, com severas acusações de “improbidade administrativa”, ainda do período da cassação do mandato de prefeito de Aracaju (1988), processo conduzido pelo então governador (e hoje senador) Antônio Carlos Valadares, com o auxílio luxuoso do voto do então deputado estadual (e hoje governador licenciado) Marcelo Déda.
O eleitor sabe que pode confiar em Jackson Barreto para funções onde não esteja envolvida a ordenação de despesas, tanto é que elegeu Jackson Barreto deputado federal e logo em seguida vice-governador. Outra coisa é entregar a um político um dia considerado “o segundo maior ficha suja do Brasil” (de acordo com o programa “CQC”, da Rede Bandeirantes) as chaves dos cofres públicos. O povo não é bobo, apesar de muita gente achar-se detentor da condução da sabedoria popular, tratada nem sempre com o devido respeito. Talvez residam nestas dolorosas constatações a incapacidade de Jackson Barreto decolar nas pesquisas eleitorais, motivo para deixar seus assessores em polvorosas e com os nervos à flor da pele.
Para piorar o cenário, a população já foi informada que, caso Marcelo Déda não renuncie ao cargo, para concorrer à sua sucessão, Jackson Barreto terá de desincompatibilizar-se do cargo que hoje ocupa, se quiser concorrer --assim diz a legislação em vigor! Sem as benesses da máquina, o vice-governador perde muito da força política e financeira. Em contraposição, o prefeito João Alves Filho, sempre despontando na primeira colocação nas pesquisas, não parece disposto a abdicar do certo pelo duvidoso. O Negão já percebeu que a missão a ele confiada pelo eleitor, de resolver os problemas de Aracaju, exige dele que permaneça onde está, mantendo assim a aliança com Eduardo Amorim, que segue sendo a novidade no cenário, e incômodo para os adversários.
Por David Leite | 30/10 às 08h05 | (C)2013

DESTEMIDA E MUITO OPORTUNA A
ENTREVISTA DE EDUARDO AMORIM
Políticos são todos iguais ou alguns seriam mais iguais que os outros? François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire --antes de tudo, um polemista!--, se debatia em lutas titânicas contra as opiniões falsas, condenando toda atitude fundada na crença e na superstição ou ainda nos pensamentos puramente abstratos. Mas não devemos esquecer de suas convicções sobre o poder da verdade, da sabedoria e da felicidade. Fundado na premissa de que “o homem deve construir sua própria felicidade e ajudar seu próximo a ser feliz: a mais bela virtude é a benevolência; a grande lei da espécie é o trabalho”, é que leio a entrevista de Eduardo Amorim ao Cinform, edição desta semana (clique na imagem para ampliar).
Ao mesmo semanário, na edição anterior, Jackson Barreto, governador de Sergipe em exercício e candidato à sucessão do governador licenciado Marcelo Déda, acusou o grupo ao qual o senador comanda de agir como “predador”, e que “a sociedade brasileira e sergipana não aceita mais esse tipo de ação predatória”. Parece piada Jackson Barreto dizer-se preocupado com os cofres públicos --sim, a assertiva contra o adversário tem este tom generoso! Aliás, sobre predação do Erário, o danado do falastrão é autoridade notória, com carradas de processos por “improbidade administrativa” descansando nos escaninhos do Supremo Tribunal Federal. O Brasil é uma mãe com políticos “predadores”.
Meu herói filosófico francês discorria sobre a natureza da alma humana sem aquelas travas do “bem” e do “mal” bíblicos. Qual é o destino do homem, afinal? O homem bom existe? Ao dirigir-se em resposta a Jackson Barreto, Eduardo Amorim fez ao Cinform uma afirmação bastante voltaireana: O passado de cada um dirá quem é “O” predador --“(Mais) Uma atitude para querer enganar o povo”, comenta o senador sobre as palavras de JB, que julga serem “inapropriadas” para um governador e candidato. Como discordar de Eduardo Amorim ao afirmar uma verdade incontestável sobre quem é JB? “Quando se diz que ele (Jackson Barreto) está zen, é porque é do interesse dele estar. Mas as atitudes e as práticas dele são as mesmas do passado, que foi devastador...”
A entrevista merece ser lida porque revela as intenções de um político que se diz diferente. Políticos são todos iguais ou alguns seriam mais iguais que os outros? Leiam e reflitam.
Por David Leite | 28/10 às 12h15

PS: Havendo dificuldade para ler mesmo quando o texto for ampliado, sugiro baixar o arquivo e lê-lo no seu processador de imagens.

EDUCAR PARA NÃO PRECISAR PUNIR --É SIMPLES!
O Brasil é um país cruel com os mais pobres. Se a pessoa é negra, tanto pior. Os números são claros neste tocante: segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre racismo no Brasil divulgado dia 17 deste mês, a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco; como resultado, a expectativa de vida de um homem brasileiro negro é menos que a metade de um branco. Na raiz do problema, a questão da educação. O país busca pelas políticas afirmativas --as famigeradas cotas raciais!-- resolver a situação. Não vai dar certo...
Sou um otimista inveterado. Acredito na educação como elemento de transformação social e moral, especialmente a pública (estudei em escolas públicas e apenas a minha especialização fiz em uma universidade norte-americana, com bolsa custeada). Mas inclusão social só funciona se for completada pela capacitação que prepare para a vida profissional e garanta emprego bem remunerado. Sem oportunidade de ascender socialmente, o moral do jovem pobre (e negro) se esvai. A baixa autoestima acaba compensada pela revolta contra a sociedade, um dos mais relevantes motivos para o assustador aumento da violência, especialmente entre os adolescentes. A discussão da revisão, a menor, da maioridade penal ressurge forte (93% da população a favor) justamente por causa disso.
O baixo nível da educação no Brasil não ocorre pela falta de dinheiro, mas de boa gestão e oportunidades. Num comparativo com outras nações, o patamar atual de investimento (5,8% do PIB) é proporcionalmente próximo do observado nos EUA e na Alemanha, e supera os do Japão, China e até da Coreia do Sul. O país carece é de ousadia e de planejamento visando a atender demandas estratégicas --se faltam médicos, formemos milhares deles; o mesmo para engenheiros! Revolucionar a educação corresponde a remunerar os professores por desempenho e deixar de designar diretores e supervisores escolares por interesses políticos; equipar as escolas com laboratório, biblioteca, gabinete médico e odontológico, serviços de aconselhamento psicológico e constante investimento em artes: música, teatro, pintura, dança, folclore, artesanato etc.
Além dessas medidas, a escola precisa ser um farol para as comunidades onde estão inseridas. Abri-las para receber grupos de pais para a prática de atividades esportivas e recreativas, cursos de alfabetização e profissionalizantes (corte e costura, crochê, renda etc). Cada unidade deve ser instada a promover concursos (poesia, olimpíadas, artes etc), não apenas para o alunato, mas para envolver amigos e parentes dos alunos. O propósito da educação é preparar o indivíduo para as responsabilidades da cidadania. Escola e comunidades juntas equivalem por altíssimos investimentos em políticas de efeitos duvidosos e que, ao fim e ao cabo, provaram-se inúteis para evitar que tantos brasileiros ainda estejam na pobreza.
Muito do que aqui foi dito é de simples aplicação e retorno relativamente rápido. A Coreia do Sul apostou nisso e hoje é um sucesso de meritocracia social e desenvolvimento econômico --o país concorre com os mais ricos do mundo e tem sido competente na guerra comercial e de talentos intelectuais. O Brasil pode dar melhores exemplos para o mundo do que apenas o futebol, as mulheres bonitas e as paisagens de tirar o fôlego dos turistas. Precisamos crescer como nação. É preciso acabar com a matança dos nossos jovens. Educar é o princípio básico que vai evitar punir no futuro. Uma lição tão antiga, mas ainda não muito bem assimilada por nossos líderes políticos e, lamentavelmente, pela própria sociedade, que segue enganada por políticas públicas embromadoras...
Por David Leite | 20/10 às 19h55 (Horário de Brasília) 

DESTA “VIAGEM NA ARGILA” SURGE UM
JOZAILTO LIMA FEITO DO PURO BARRO
Devo advertir, a tarefa de ler poesia para criticá-la mais adiante jamais me passou à cabeça. Desvendar os mistérios do coração e da alma de um poeta requer afastar-se da realidade e adentrar em sua essência. A inteireza da forma lírica a lhe induzir o fazer poético nem sempre salta aos olhos! A incompreensão da poesia advém daí. Os poetas são antigos, como antiga é a vida, o sublime e o profano. Um homem realista, sincero consigo próprio e os demais, direto e eficaz nas palavras, teria a competência dos bons críticos para interpretar os versos de um poeta e traduzir em palavras o significado de sua prosa? Veremos...
Sempre me questionei se o velho dilema da essência e da existência poderia ser explicado pela narrativa poética. Para encontrar a resposta, percebi que seria necessário mais do que a simples leitura da poesia. O coração do homem tem catedrais imensas, ainda pouco exploradas na inteireza. Em “De Profundis”, guiado por dolorosa paixão, outras vezes pela raiva e compaixão, Oscar Wilde sugere como aflora o sujeito poético na alma humana. Diz o dramaturgo: “Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara.”
Então, o “sentimento” deveria ser o Norte... Todavia, analisar a coletânea de poemas de Jozailto Lima reunidas em “Viagem na Argila” não constituiu tarefa simples. Nada é fácil quando a alma é grande! O penar existe no poeta, mas está dissimulado... O autor ironicamente diz que “poesia não precisa de alma”. Estaria apenas fingindo? Vem certamente de alguma de suas muitas “almas” a angústia, a sofreguidão do homem sertanejo, de cuja terra seca Jozailto Lima peneira pedregulhos e os transforma em... “peixe no deserto:
só sei que quando menos espero, ei-la-me aqui e ali
– peixe inteiro, com todas suas espinhas borbulhando
na minha garganta – pulsante, querente, pedinte
em fardos e flagelos. de repente, faz-se meu pote instantâneo
de luz e explosão. de rodilha em mãos,
tecida daqueles meus panos mais imprestáveis,
quero-me sempre pronto a alçá-la do nada
à página, do breu à luz, bastando o mais simples bote.

[arte poética (a rodilha e o pote), Jozailto Lima]
Analisar textos poéticos exige submersão e submissão à poesia e ao poeta. As experiências vividas estão por toda parte na obra de Jozailto Lima. Ao não negá-las, colocou sua alma nos lábios da própria vida. A negação da alma, que seja por um único instante da existência, cega o coração e sem a visão do coração, de nada serve possuir o atento “olho de sabre”:
lama e alma
são irmãs
na mesma
carne calma.

Na idêntica lâmina
linguística, suja ou alva,
e no alinhamento de eles, de as e emes.

Alma e lama:
tudo clama
a mesma tábula
onde o raso se afunda
e o fundo se arrasa.

[alma e lama, Jozailto Lima]
Poderia citar muitos outros bons exemplos para expressar quão maravilhoso é ler (e apreciar) a poesia de Jozailto Lima. Nela tudo está bem encaixadinho, como se o poeta – modernista, sem afetação – fosse só um construtor de letras. Engana-se, porém, quem não percebe a sombra dele mesmo no fôlego daquele compasso com descompasso, da alegria e euforia que descamba em tristeza para, imediatamente, cair na gargalhada, interpelando o “outro”, que em essência é sua própria alma gêmea. Ele... e ponto!
Nesta “Viagem na Argila”, Jozailto Lima alude de que barro saímos muitos de nós nordestinos, de como viramos “utensílios” para a fornalha da vida. Jocoso, brinca quando nos transformamos em serventia ao desejo alheio e nos faz imaginar como ao barro voltaremos, se a verdade estiver certa quanto a existência de algo mais que... o NADA. Assim, mais do que poeta fingidor da dor, Jozailto Lima é o filósofo arguto e generoso nascido desse barro – e é neste exato ponto que sua poesia cresce e se eterniza.
Por David Leite | 13/10 às 20h10

O “MAIS MÉDICOS” É SÓ OUTRO ENGODO POLITIQUEIRO
O Brasil é o país do fingimento. O governo finge a governança e o povo finge acreditar que há governo! Os políticos fingem dizer a verdade e o povo... bem... Vejamos essa patifaria política e eleitoreira chamada “Mais Médicos”, outra fantasiosa criação do governo do PT.
Não há dúvida quanto à extrema necessidade de serviços de saúde eficientes, sobretudo no interior. De fato, o número insuficiente de médicos e a falta de medicamentos comprometem a qualidade do atendimento oferecido à população. Segundo o Ministério da Saúde, há 1,8 médicos para cada grupo de mil brasileiros. Na Argentina, são 3,2 médicos por mil habitantes; no Uruguai, 3,7. Pelo menos 700 municípios brasileiros não têm um único médico residindo na cidade, e 1.900 têm menos de um médico para cada três mil habitantes (na atenção básica). Para chegarmos à média do Reino Unido, que possui 2,7 profissionais para cada grupo de mil habitantes, o Brasil precisaria ter mais 168.424 médicos.
Às questões: por que os governos – sobretudo o Governo Federal – não conseguiram efetivar a interiorização dos médicos? Profissionais de outras nações resolverão o problema? Seriam os médicos brasileiros pessoas preguiçosas, desumanas e desinteressadas pela saúde do povo? A resposta é bastante simples: falta estrutura! Mesmo que se pague um salário justo e o médico esteja de plantão num hospital ou posto de saúde, nada poderá fazer se faltam equipamentos e até medicamentos, como um simples soro...
Os marqueteiros a serviço do PT consideram o “Mais Médicos” a redenção à combalida imagem pública da governanta candidata à reeleição, especialmente após as manifestações populares. Contudo, certo está o senador Eduardo Amorim, médico anestesiologista de profissão, quando diz que “a infraestrutura precária do sistema pode prejudicar e até tornar inútil o trabalho dos médicos estrangeiros”. Trocando em miúdos: sem investimentos em equipamentos, remédios e pessoal de apoio, restará ao doutores importados apenas imitar os colegas brasileiros – olhar para os pacientes e encaminhá-los ao local com atendimento razoável mais próximo.
Não é à toa que as emergências médicas de todas as capitais estão sempre abarrotadas. Aliás, hospital com maca no corredor virou cena comum. A ausência de leitos hospitalares é crônica no Brasil. Dados do IBGE indicam que em 2002 havia 2,7 leitos para cada mil brasileiros; em 2005 caiu para 2,4 e no ano passado a taxa ficou em 2,3. A Organização Mundial de Saúde recomenda que esse número fique entre 3 e 5 leitos por mil habitantes. Naturalmente, houve aumentou substancial da população, sobretudo no Norte. Mas essa queda decorre também da efetiva redução do número de leitos disponíveis no setor público e no privado: só entre 2007 e 2012, foram 4.770 leitos a menos. Apenas nos últimos cinco anos foram fechados 284 hospitais privados que faziam atendimento pelo SUS. Sem a correção da tabela de honorários, eles quebraram!
Detalhe: a maioria desses hospitais hoje fechados (ou com atendimento dedicado exclusivamente aos serviços particulares), estava localizada exatamente em cidades do interior. Resultado: o cidadão mais pobre enfrenta extrema dificuldade para realizar uma cirurgia eletiva ou mesmo uma consulta especializada, ação que obrigatoriamente antecede procedimentos mais complexos.
No tocante à legalidade, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), contrária ao “Mais Médicos”, apontou que a violação dos direitos humanos não está apenas no trabalho dos médicos cubanos, importados da ilha-presídio no Caribe. “O fato de os médicos inscritos no programa ficarem dispensados do exame Revalida (que reconhece diplomas estrangeiros para o livre trabalho no Brasil) caracteriza um atentado à Declaração Universal dos Direitos do Homem. O fato de uma parcela da população ser atendida por profissionais que passaram pelo Revalida e outra não, é um atentado à dignidade humana”. Precisa dizer mais? O absurdo é evidente!
Por enquanto, o programa “Mais Médicos” é apenas isso: uma operação de fachada, uma nova arma de propaganda da gestão do PT! Ninguém deseja o pior, mas armengue nunca é solução...
Por David Leite | 09/10 às 15h30

VENÂNCIO FONSECA É UM DANADO
A cambada bem nutrida da Comunicação estadual tem se injuriado com o deputado Venâncio Fonseca – e não é de hoje! O líder da oposição foi o primeiro a desmascarar aquela patifaria marqueteira da “mudança”, com direito a ator global nas inserções veiculadas no rádio e na TV. Dizia ele: “Não sou ator de novela, mas vou provar que Sergipe realmente mudou! Pra pior...” Agora, o danado tem alardeado que vivemos sob o “desgoverno” do PT. É um pé no saco da propaganda oficial, tão descaradamente mentirosa!
Ao Jornal da Cidade de ontem, Venâncio Fonseca ironizou uma das maiores cafajestagens criadas pelo Doutor (ele gosta de ser chamado) deputado Rogério Carvalho, as tais clínicas da família! Disse o arauto: “Vou deixar de reconhecer que o governo investiu e construiu 50 e poucas Clínicas de Saúde? Construiu, mas funcionam?” Eis a questão: uma resposta com uma pergunta... e das boas... Tem prefeito aliado do governo cujo município fechou a unidade inaugurada ano passado. O que pensar dos gestores ligados à oposição?
Venâncio Fonseca também manda um recado à turma afoita do bloco político democrata: “João Alves Filho diz que o projeto dele é fazer uma boa administração como prefeito... Não posso falar pelos outros... para mim, acho que é o momento desta geração mostrar que tem capacidade de administrar Sergipe. Ele (o Negão) já teve (a sua), outros tiveram...” Trocando em miúdos: caso João Alves Filho venha mesmo a disputar o pleito, pode acabar sozinho mais uma vez! E aliás, por que tamanha ganância? O tempo exige renovação, é verdade.
No vídeo abaixo, o líder da oposição na Assembleia Legislativa mostra porque tem sido tão temido pelos governistas. É mais um daqueles bons recados com o estilo inconfundivelmente hilário de Venâncio Fonseca. Vamos vê-lo? (Aperte > para play).
Por David Leite | 07/10 às 13h50

EDIVAN AMORIM DESAFIA MENDONÇA PRADO
A DEBATER SOBRE “CAIXA 2” DE SUA CAMPANHA
O pequeno Mendonça Prado é um sujeito ousado! O parlamentar de verve irônica e quase sempre sarcástica notabiliza-se mais por defeitos lastimáveis – inveja entranhada e incondicional detratação pública de desafetos – do que por ações legislativas dignas da alta remuneração recebida mensalmente da Câmara Federal. Acostumado a injuriar, difamar e caluniar, o baixinho falastrão foi desafiado hoje pelo desalmado caçador de loroteiros Edivan Amorim a se despir da imunidade parlamentar e debater sobre... o “caixa dois” de sua campanha!
Em entrevista pela manhã à Ilha FM, balançando ao microfone o que parecia ser um aglomerado de papeis, Edivan Amorim cutucou Mendonça Prado (sem lhe citar diretamente): “Temos na bancada federal de Sergipe um falso moralista, um Demóstenes Torres. Gostaria que ele abrisse mão da imunidade parlamentar para a gente discutir os gastos do caixa dois de sua campanha”. Repito: o empresário não citou diretamente o nome do deputado. No entanto, momentos antes, confidenciou que desconfiava de “homem que se esconde atrás da saia da mulher.” Bingo! Dona Ana Maria Alves de Mendonça, esposa de Mendonça Prado, tem atacado sistematicamente os irmãos Amorim através de sua página pessoal no Facebook. Aliás, para ela o empresário indicou que “procure Deus”, a fim de obter ajuda e paz espiritual.
Diz certo adágio dos morros cariocas: “Malandro demais vira bicho...” Terá o aloprado Mendonça Prado coragem de aceitar o desafio de Edivan Amorim? Devemos recordar que, durante o julgamento do Mensalão pelo STF, a ministra Cármen Lúcia condenou a tentativa dos advogados do acusado Delúbio Soares de minimizar a ocorrência de caixa dois numa campanha. A magistrada admitiu estar diante de um fato “inusitado e inédito” na sua vida profissional: “Acho estranho e muito, muito grave, que alguém diga com toda tranquilidade que ‘Ora, houve caixa dois’. Caixa dois é crime. Caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira...” Assim sendo, se caixa dois é crime e uma violência contra o povo, o angu desandou...
Para mim está muito claro a quem o desafio se endereça. Mendonça Prado – juntamente com o governador em exercício Jackson Barreto; uma pareia boa, portanto! – é o único político notoriamente especializado em atacar os Amorim. Com o auxílio luxuoso da própria consorte, frise-se! O desafiado é o democrata, sem dúvida! Obviamente, Mendonça Prado pode se fingir de morto, e como não teve o nome citado, pode alegar nada ter com isso. Mas como gosto de ver o circo pegar fogo, liguei para Edivan Amorim. Queria lhe apresentar a minha tese. Respondeu-me o cabra: “Você não é menino pequeno, conhece quem é quem em Sergipe. Então, tire as conclusões que achar mais convenientes! O que eu disse já basta. O recado está dado!”
Opa, opa! Recado? Então é isso: Mendonça Prado recebeu hoje um RE-CA-DO cristalino de Edivan Amorim, ao balançar uma penca de papeis, dizendo que queria debater sobre o caixa dois da campanha do deputado. Aí tem coisa! Edivan Amorim não é de dar ponto sem nó. O gesto de balançar os papeis não foi à toa. Teria o empresário algum documento comprometedor, capaz de transformar o vestal da honestidade Mendonça Prado num salafrário e canalha, ao nível do ex-senador do Democratas Demóstenes Torres? Só há uma forma de saber: o baixinho mostrar que é um macho destemido, abrir mão da impunidade... – ops, perdão! – da imunidade parlamentar e enfrentar Edivan Amorim de cara limpa.
Mas como diria o prezado cantor, compositor, humorista e político Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido pelo nome artístico de Tiririca, “Eu sou um abestado”! Aposto uma banda de jaca mole como o pequeno Mendonça Prado vai dar de ombros e seguir, indiferente ao desafio, destilando seu ódio contra os irmãos que tanto lhe rebaixam o ego. Não creio que o deputado boquirroto quereria encarar essa parada dura! Seria, por certo, seu fim como político...
Por David Leite | 03/10 às 17h45 | Charge: clique para ampliar!

SE O GOVERNO ESTADUAL IGNORA ATÉ UMA
PREFEITURA DO PT, JÁ PENSOU NO RESTO?
Carmópolis deveria ser um dos mais desenvolvidos municípios de Sergipe. Deveria... Mas não deu sorte! Rico em petróleo, é miserável quando o assunto é governança pública. Falta gente séria no comando. Sob a prefeita Esmeralda Mara Silva Cruz, uma economista tapada, incompetente até mesmo para produzir uma simples planilha – imagine conduzir um projeto de planejamento! –, Carmópolis vive um momento terrível. O dinheiro que é arrecadado pela gestão petista parece destinado a todo e qualquer fim, menos a servir ao povo.
Para piorar um quadro já bastante deteriorado (política, econômica e socialmente), a Ouro Negro sergipana está entregue à própria sorte no tocante à segurança. Na sessão de ontem na Câmara Municipal, o vereador Décio Neto voltou a cobrar da Secretaria de Segurança Pública mais atenção com a população carmopolitana. Segundo o vereador, todos os dias acontecem arrombamentos e assaltos sem qualquer mínima intervenção da SSP. Conforme narrou, “a população está assustada. O número de policiais e viaturas não é suficiente para cobrir todo o município. Ninguém aguenta mais”.
Contradição – Diante da queixa de Décio Neto, fiquei a matutar: “Peraí, mas a cambada bem nutrida da Comunicação estadual não torrou uma baita grana em propaganda para divulgar que inaugurou um Batalhão da Polícia Militar em Carmópolis?” Como não sou otário, fui dar uma checada! Na verdade, o governador em exercício Jackson Barreto inaugurou apenas a implantação da 3ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia Militar no município. Detalhe: trata-se de um batalhão com sede em Propriá! Santa cara de pau...
A prefeita Esmeralda é uma joia falsa! Membro do partido do governador Marcelo Déda e da governanta – que já foi estudanta, mas dizem que é completamente ignoranta –, é muito esperta para ajeitar seu caminho e o de parentes próximos! Já para administrar o município de Carmópolis, a prefeita cabeça de pedra dura segue os passos do seu partido, o PT – o partido das “...antas”...
Por David Leite | 02/10 às 09h00

A MÁQUINA DE PATIFARIAS BOATEIRAS
DO GOVERNO VOLTA A OPERAR SEM PEJO
Antes que algum canalha se interponha com vigarices, afianço: preferia Marcelo Déda gozando de plena saúde, para vê-lo derrotado nas urnas. Diante da doença que o acomete e da severidade do tratamento, talvez o governador não tenha condições de participar ativa e diretamente da campanha eleitoral de 2014. Isto posto, vamos ao que interessa: uma das mais ardilosas contramedidas para neutralizar um adversário publicamente é usar a emoção do povo contra ele.
O exemplo trazido aqui exporá o modus operandi da poderosa máquina de propaganda governista e a tentativa de desviar o olhar da patuleia de uma ação política positiva organizada hoje pelas agremiações da oposição. O PSC e outros 12 partidos lotaram de militantes a Assembleia Legislativa para realizar a II Plenária Pluripartidária de Sergipe. Parlamentares e personalidades de vários estados vieram a Aracaju a fim de prestigiar o senador Eduardo Amorim, lançado pré-candidato à sucessão governamental pelo grupamento.
Entrementes, logo cedinho, a rede boateira do governo fez circular por meio de alguns comunicadores sociais uma suposta piora na saúde do governador, cuja luta contra um câncer no estômago mobiliza uma grande corrente popular de oração. A “informação” dada era de que Marcelo Déda teria sido levado ao coma induzido, para lhe evitar maiores sofrimentos. A tal fofoca se espalhou pelo estado inteiro como fogo em mato seco. No Hospital Sírio Libanês em São Paulo, onde o governador se medica, o telefone não parou de tocar.
Detalhe sórdido: às 08:56 desta manhã, o FaxAju Online publicou a seguinte manchete: “Eles (a família Amorim) deixaram o governador doente e estressado”, afirma Jackson Barreto. Segundo o portal, “ao fazer um balanço das obras inauguradas no estado durante entrevista a uma emissora de rádio, Jackson Barreto responsabilizou os irmãos Amorim pelo atraso na aprovação do pedido de empréstimo através do Proinvest... e afirmou que, por conta disso, 'o governador licenciado ficou doente e estressado (com esse atraso). Fizeram Marcelo Déda sofrer e se humilhar', afirmou (o governador em exercício)”.
Coincidência? Não prezado público, apenas patifaria! O mesmo Jackson Barreto que em 1988 utilizou a morte da própria mãe para fazer propaganda eleitoral suja, detratando o então governador Antônio Carlos Valadares, condutor de sua cassação do comando da Prefeitura de Aracaju por “improbidade administrativa” – “Ele matou Dona Neuzice Barreto de desgosto”, dizia JB na TV –, agora abusa da combalida saúde de Marcelo Déda para tentar comover e emocionar a população, acusando o mais forte dos seus prováveis adversários em 2014 como causador do mal.
Pior ainda é observar um dado instigante: a boataria envolvendo a saúde do governador é corriqueiramente ativada pela rede de canalhices liderada por Jackson Barreto sempre em consonância com atividades proativas realizadas pelo senador Eduardo Amorim em finais de semana. Outra coincidência? Mais uma vez, a resposta é NÃO! De fato, para a tristeza de muitos petistas e pessoas apaixonadas politicamente por Marcelo Déda, as atitudes de Jackson Barreto induzem a concluir que ele intenta preparar o coração do povo, caso um final triste ocorra, para a campanha sentimental urdida pela marquetagem oficial.
Para a sorte dos sergipanos de boa fé, Deus parece colaborar para manter Marcelo Déda vivo, apesar das muitas mandingas que se espalham velozmente Sergipe afora. No fim de tarde, o chefe da Casa Civil, secretário Sílvio Santos, através do Twitter, desfez o boato. Informou que o governador estava em seu apartamento na capital paulista. Já o descolado jornalista Diógenes Brayner confirmou via FaxAju Online que ele inclusive havia solicitado uma torta de banana para comer. Marcelo Déda teria até lamentado o ocorrido, que convenhamos, decorre da pura irresponsabilidade do governo ao nada informar sobre sua saúde.
Enfim, que a população esteja alerta para o jogo sujo praticado pela comunicação governamental tão antecipadamente, dado que a campanha propriamente dita terá início somente em julho de 2014. Até lá, Sergipe conhecerá os métodos imundos usados por Jackson Barreto e corriola para fomentar no público o desejo de vingança, mote para a eleição que promete ser uma das mais bastardas da história.
Por David Leite | 27/09 às 23h25

INCOMODADO COM A PENETRAÇÃO DOS MEUS ESCRITOS,
JACKSON BARRETO RESOLVE ME PROCESSAR NA JUSTIÇA
Dizia um moralista francês do século 15 que “A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.” Pois sem a tal da falsa modéstia, afianço: notícia melhor não haveria como a recebida no fim da tarde de quarta-feira passada, ao assinar um “Mandato de Intimação” entregue por um oficial de Justiça. O governador de Sergipe em exercício Jackson Barreto, incomodado com a penetração pública dos meus escritos, resolveu arguir-me ante um juiz, baseado em “alegações irresponsáveis, levianas, caluniosas e difamatórias”, conforme a ação judicial.
Não é a primeira vez que um político me processa por opiniões publicadas. Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho tentou e se deu mal. O deputado federal tomou um pito da Justiça, além de receber uma aula sobre o princípio democrático da liberdade de expressão. Jackson Barreto teria direito de buscar reparação, se supostamente tivesse eu inflamado, machucado ou deixado dolorido seu... ego de “homem do povo”. Na Justiça provarei como o passado linguarudo que lhe abunda a biografia e os fatos notórios sobre o seu modo de agir e fazer política foram cruciais para a formatação da minha opinião.
Que meu público leitor envolve mulheres e homens qualificados da sociedade, eu já sabia. Debato com pessoas da mais alta extirpe econômica, social e política. Recebo referências positivas (e negativas, obviamente) quando escritos alcançam grande repercussão. Não sou de afagar e comumente me utilizo do humor – nem sempre politicamente correto, admito! – para expressar o meu pensar. No entanto, jamais teclei meia linha em desavença com a verdade. Comento sobre atos e fatos do interesse público. Baseio-me em notícias de bastidores e nas publicadas pela imprensa. Ter o mandatário de Sergipe entre meus leitores aborrecidos, só me envaidece. Mas se JB não quer ser motivação de minha prosa – ou da de qualquer outro escriba –, sugiro que se retire da vida pública e busque a aposentadoria.
Antes de tudo, o papel da imprensa livre é informar e comentar notícias cuja repercussão afeta a sociedade. Muitos deram a própria vida para garantir às novas gerações essa prerrogativa constitucional. Jackson Barreto é um político que abusa do sentido da liberdade de expressão ao atacar adversários e desafetos. Diz o que lhe vem à língua sem mínimo pejo. Se o petardo é com ele, aí o danado estrebucha. JB lutou contra a ditadura militar, não deveria temer a dura verdade dita! Uma de suas queixas à Justiça: “Percebe-se igualmente (…) expressões... injuriosas, insinuantes e desonrosas, senão vejamos (e cita meu escrito): 'mesmo para um grande apreciador de terreiros de macumba...'” Bata-me um abacate, por favor!
Quem o conhece, não ignora que Jackson Barreto utiliza faz décadas os préstimos de uma famosa mãe de santo do bairro Santos Dumont (em Aracaju) para obter benesses “espirituais”, sabe-se lá de que ordem – e isso a mim não interessa! Vamos ao que interessa: o político católico, carola comedor de hóstia e andante contumaz em procissões meritórias da Igreja se arrepia todo, caso seja divulgada ao público sua obsessão por “trabalhos” afrorreligiosos – e ai de quem se atreva a fazê-lo! Tudo indica, o governador não quer que o eleitor mediano, católico ou evangélico, saiba que ele também reza e paga oferendas às entidades de terreiros...
O candidato governista à sucessão governamental também quer me impedir de dizer que ele “vai usar descaradamente o Erário para fazer politicagem”. Ora bolas... Tenha a santa paciência! Basta observar as últimas indicações de comissionados no Diário Oficial para constatar a existência de “servidores” ligados a políticos de cujo apoio Jackson Barreto tem se gabado. A lista é imensa e envolve gente que mora até noutros estados. Por isto, questionei antes e o refaço: imagine o que poderia acontecer aos cofres públicos sergipanos, se as chaves estão penduradas na arreata de JB? Foram necessárias apenas algumas poucas edições do Diário Oficial para que minha inquirição tivesse a devida resposta.
Dizia Otto Lara Resende: “A ação política é cruel, baseia-se numa competição animal. É preciso derrotar, esmagar, matar, aniquilar o inimigo.” Jackson Barreto leva a máxima do finado jornalista mineiro ao pé da letra – as palavras têm sentido figurado, data venia. Xinga e detrata com a serenidade de quem chupa um picolé de caju. Para ele, não há adversário honesto ou qualificado para um debate elevado, que aliás, jamais saberia fazê-lo. Jackson Barreto, incomodado com a repercussão pública de minha prosa, quer agora calar-me. Ato contínuo, exige minha prisão pelo crime de opinião. Sinceramente, só rindo...
Aguardemos a voz da Justiça!
Por David Leite | 24/09 às 14h38

JACKSON BARRETO É COMO GABRIELA:
NASCEU ASSIM... VAI SER SEMPRE ASSIM
“Cada um sabe a dor
E a delícia
De ser o que é...”
(Dom de Iludir, Caetano Veloso)
Hoje sei o valor da masturbação mental para iniciar uma boa conversa... Martin Heidegger, nazista juramentado e maior pensador metafísico do século passado, afiançava que “Nossa existência sai do abismo do nada e acaba no nada da morte”. Pensando bem, é fato – do nada para algo e do algo ao nada ser, no espaço de uma vida! Por que peste trago um assunto tão pouco degustável a este escrito político? Seria delírio filosófico? Nada disso... é por pura engambelação! A tal da masturbação mental: queria começar com algo terrificante.
Mirei no pé e acertei na testa... Disse ontem (vide escrito anterior) que a política linguaruda é regra para Jackson Barreto. Os exemplos são muitos... Mais um: por duas décadas, Albano Franco – ex-governador milionário, colecionador de beldades bem remuneradas – despertava no filho de Santa Rosa de Lima eloquente comichão verbal. Para não melindrar os demônios, vou omitir os adjetivos nauseabundos proferidos por JB em palanques ao definir o proprietário da Rede Cabaú de Notícias (atual TV Sergipe). Tudo mudou em 1998. Uma botija enviada por Albano Franco fez Jackson Barreto esquecer o abismo que supostamente os separava.
Como para Jackson Barreto tudo é possível, atitudes em contrário – bajulações à alma alheia – também existem. Não que possam valer alguma coisa num pleito seguinte! Na eleição de 2010, o então candidato a vice-governador de Marcelo Déda desbundava elogios a um dos candidatos a senador de sua chapa. Dizia o boquirroto Jackson Barreto acerca de Eduardo Amorim: “Conheci o deputado (federal)... no exercício do seu mandato. Quatro anos de mandato de... tenho certeza que Sergipe ganhou muito. Não tenho a menor dúvida que Eduardo Amorim, senador por Sergipe, será a voz do novo. Ele interpreta esse sentimento de mudança que nosso estado está vivenciando” (veja vídeo no link abaixo ou clique na imagem para ampliar).
Eis aqui uma inusitada contradição: hoje Jackson Barreto esculhamba Eduardo Amorim pelo mesmo motivo que o elogiava em 2010. Ele não tem a menor dúvida que a candidatura do senador à sucessão governamental será “a voz do novo... que interpreta esse sentimento de mudança que nosso estado está vivenciando”. Posto assim, fica fácil entender o desespero que o compele a detratar e maldizer o adversário. O comportamento rasteiro de Jackson Barreto seria, por assim dizer, uma canalhice filosófica que pode até dar samba. Do abismo do nada ao nada existencial. Como a Gabriela da modinha de Dorival Caymmi, Jackson Barreto nasceu assim, cresceu assim, é mesmo assim, vai ser sempre assim... Valei-me!
Por David Leite | 17/09 às 21h00

JACKSON BARRETO É UM SUJEITO GOZADO
Leio hoje a coluna do poético jornalista Jozailto Lima (Cinform; clique na foto abaixo para ampliar) e me desmancho em riso – não, o baiano sergipanizado não é um pândego, mas aqui e ali faz-se hilariante no manejo das vogais e consoantes. A primeira provocação casuística do texto do analista da política sergipana vem logo no título: “Eduardo Amorim já ABRIU a sucessão”. Motivo para o “desabrimento”? Ter o senador “aceitado o desafio” – nas palavras dele próprio – de ser o pré-candidato do PSC à sucessão governamental.
Eduardo Amorim estava na moita, tímido, como é seu modo de ser. Tanto que o povo ficou em dúvida se ele pretendia concorrer para descascar o maior abacaxi administrativo já produzido em toda a história de Sergipe. Prometida com pompa e circunstância pela turma dos bichos-preguiça em 2006 e renovada em 2010, a tal proposta de “mudança” vingou – para muito pior! Nosso pequeno estado vive um desgoverno. Ao “aceitar o desafio”, o senador certamente não ignora contra que tipo de adversário jeitoso vai guerrear.
Jackson Barreto brigou com meio PT para se impor como mandatário e o maior mérito de sua gestão – até agora – é ter cobrado dos bichos-preguiça ao menos fingir que trabalham, aparecendo vez por outra. O governador candidato está em campanha faz meses. Inaugura obrinhas quase todos os dias, conversa com políticos aliados e repasta com cabos eleitorais profissionais. Decolar que é bom, neca... Estacionou na terceira posição. Resultado: como nada tem a perder, pau na moleira do adversário...
Ao inspirado Jozailto Lima, Jackson Barreto classificou como “babaquice, uma maluquice, uma falta de assunto e vontade de querer ocupar espaço” a decisão de Eduardo Amorim de “aceitar o desafio” de derrotá-lo nas urnas em 2014. No jargão da patuleia, o cabra “pegou ar”. O senador parece ter o poder de “anestesiar” o candidato em exercício – certa feita, o danado disse que, fosse mesmo pleitear a governança, Eduardo Amorim não lhe faria “nem cócegas”; agora, diz que o senador é “um político vazio, oco...”
O nível da campanha governista está posto! Não se enganem, Jackson Barreto apela à baixaria e ao xingamento por desconhecer outro discurso. O candidato tem pendor declarado pelo canalhismo eleitoral. No passado, o hoje aliado senador Antônio Carlos Valadares foi acusado por JB de levar sua mãe a óbito – “de desgosto” – ao cassar-lhe em 1988 (por... afanar os cofres públicos) o mandato de prefeito de Aracaju. A política linguaruda é regra para Jackson Barreto!
Mas como eu dizia, o texto do poeta jornalista me levou às escâncaras. Não porque seja embromoso, pelo contrário. O motivo da minha galhofa é que imaginei a cara de tirado a esperto de Jackson Barreto, ao receber a notícia de que Eduardo Amorim decidira-se por encarar a disputa eleitoral. Penso que JB deve ter caído na gargalhada e quem sabe até repetido para quem o rodeia o bordão do “não faz nem cócegas!” Apenas uma correção: quem ABRIU mesmo, Jozailto Lima, foi Jackson Barreto! Há anos... Ops!
Aliás, pensando bem, confesso que agora finalmente “captei” o motivo para a reação boquirrota de JB contra seu proeminente adversário. No fundo, lá bem no fundo, o “nosso governador é um sujeito muito gozado... Bem gozado!
Por David Leite | 16/09 às 17h50

A DICOTOMIA QUE ABALA ANA LÚCIA MENEZES:
ELA É SITUAÇÃO OU OPOSIÇÃO – OU NADA DISSO?
A vida parlamentar não tem sido fácil para a professora Ana Lúcia Menezes. A fundadora do PT nunca imaginou quão difícil seria ser vidraça... Hoje na Alese pude acompanhar mais um debate entre a deputada petista e o líder da oposição Venâncio Fonseca. Não entro no mérito da discussão – tratavam sobre o reajuste dos professores! Prefiro ir direto ao ponto: o maior dilema de Ana Lúcia Menezes reside na dicotomia entre a deputada representante do sindicalismo trabalhista e a deputada governista, petista de carteirinha.
A ambiguidade abala o bem-estar político da “sindicalista”, cujo partido é governo e criou a maior esculhambação ao desmontar a carreira do magistério. Não pagar o piso nacional do professor é pinto perto das perdas oriundas da falta de critérios para avançar na profissão de professor da rede pública estadual. Minha dúvida é: Ana Lúcia Menezes teria coragem de criticar o próprio partido no horário eleitoral gratuito, para atender as queixas do Sintese? O PT a deixaria proclamar-se “independente” e promover a autocrítica?
Fundado para ser um sindicato dedicado à defesa do magistério e da causa da educação, o Sintese é hoje uma sucursal dos interesses cartoriais corporativistas e espécie de comitê eleitoral de petistas enfronhados na categoria. Nunca teve papel relevante na condução do processo educacional sergipano. Almejou mudar esse quadro com a ascensão do PT ao governo. Tomou ferro! Ana Lúcia Menezes é a estrela “sindicalista” mais vistosa. Espécie de “presidenta” de honra do clube, ela determina, manda e desmanda. Nada contra, se parte dos associados concorda com a política do morde-e-sopra que a deputada pratica com desenvoltura ímpar...
A questão é: como Ana Lúcia Menezes consegue diluir conceitos tão difusos e distintos – situação e oposição? Talvez a deputada professora seja uma atriz ainda aguardando para ter seus dotes interpretativos descobertos. Talvez – e não vejo outra explicação mais plausível – utilize a categoria como massa de manobra para ajeitar seu caminho e punir desafetos. Vejamos: no ano passado, Ana Lúcia Menezes convenceu os colegas de parlamento a arquivar o reajuste de 6,7% proposto pelo governo. Alegava que era uma piada de mau gosto com os professores. Agora, com a cara mais serena do mundo, pede que a Alese aprove o reajuste de 7,8%. Como bem inquiriu mais cedo Venâncio Fonseca, “qual é o ganho”? Ana Lúcia Menezes até que tentou ser didática na explicação. Não convenceu a ninguém!
Está na cara que a Alese entrou numa esparrela cujo objetivo era ferrar a imagem pública de Marcelo Déda, autor da primeira proposta. A oposição fez seu papel... O Sintese era um “detalhe”... E agora? Ana Lúcia Menezes teria mancomunado-se com Jackson Barreto só para dar um troco ao PT? Pode até ser que não, mas ao que tudo indica, encontrou “a” oportunidade de bandear-se para o lado de quem hoje governa e não encontra muito afeto entre os aliados do governador licenciado. Esperteza? Aposto mais no “instinto de sobrevivência”, comum a todos os animais da Terra. Neste caso, uma acurada sobrevivência política...
Ana Lúcia Menezes nunca mereceu dos caciques petistas qualquer prestígio. Deputada estadual mais votada da história do PT de Sergipe em 2002, com 20.274 votos, bateu 30.021 votos em 2006. Com o PT no poder, sequer palpitou sobre educação. O eleitor ficou na dúvida sobre o protagonismo da pedagoga, e em 2010 lhe conferiu exatos 20.000 votos! Reeleger-se uma vez mais parece tarefa hercúlea, sobretudo porque o governo do PT já naufragou. A bola da vez é o PMDB de Jackson Barreto e corriola. Quem duvidar que o aguarde...
A tal dualidade de Ana Lúcia Menezes pode até causar angústia na professora deputada, petista de carteirinha. A “sindicalista” pode até sofrer e remoer-se em náuseas com tanto desprezo vindo do governo que ajudou a eleger e reeleger... Mas por enquanto, o choro da descolada política dupla-face parece apenas coisa de novela televisiva, destinada a entreter uma plateia nem sempre muito atenta ao mundo real!
Por David Leite | 10/09/2013 | 20h38