O HUMOR SÉRIO DE CARLOS CAUÊ
Os publicitários Carlos Cauê e Júnior Aragão sairão deste pleito eleitoral com um “case” radical nos currículos, do tipo que abalará as estruturas da propaganda política mundial. Aquelas cabeças geniais pariram o primeiro quadro de humor sério da galáxia – de tão sério, nem precisa fazer rir.
A ideia era contrapor um esquete de áudio, sucesso no WhatsApp – “Marizete”, como ficou popularmente conhecido –, no qual um ator imita figuras carimbadas todas as manhãs.
No caso da primorosa “criação” da dupla – a manicure “Zoraide”, com um ator travestido de mulher feia e sempre a mesma piada –, a Justiça Eleitoral não achou a menor graça, por “não pairar dúvidas a respeito da ocorrência da propaganda irregular, não só pela presença de apresentadores e atores, mas principalmente pelo fato de eles participarem ativamente da propaganda”.
Trocando em miúdos: na impossibilidade de Edvaldo Nogueira conseguir convencer alguém de que fala sério quando consegue dizer alguma coisa na TV, Carlos Cauê e Júnior Aragão apelaram para o uso de terceiros e, assim, evitar vexame, mesmo que a custa do curioso humor sisudo. Esbarraram na minirreforma política, a viger neste pleito, que veio justamente para coibir tal situação, buscando valorizar o homem público, o verdadeiro político.
Ainda bem que a propaganda eleitoral se encerra nesta sexta-feira (28). Do contrário, a dupla de “criativos” teria de se inspirar muito para tentar “vender” Edvaldo Nogueira nu e cru, como tem sido visto nos debates da TV. Já Zoraide, coitada, está desempregada. Mas não lhe faltarão oportunidades, creia.



ESCÂNDALO DAS ONGs, UMA PATIFARIA ESQUECIDA
Quando tudo estourou, em 2009, Edvaldo Nogueira era prefeito de Aracaju. Para quem esqueceu, trata-se do rumoroso escândalo dos repasses milionários feitos pela Prefeitura de Aracaju entre 2004 e 2009 a Organizações Não-Governamentais (ONGs) fajutas, sem explicações plausíveis para as despesas. Somente a notória Sociedade Eunice Weaver faturou R$ 30 milhões.
Edvaldo Nogueira e sua trupe montaram à época uma operação abafa. Pelo visto, deu muito certo! Calhamaços e mais calhamaços de papéis foram distribuídos pelos representantes da prefeitura à imprensa. A papelada justificava, mas não explicava. Até hoje, por exemplo, ninguém sabe quem se beneficiou de todo aquele dinheiro, que ações e obras foram empreendidas.
Curiosamente, após tantos anos, ninguém, absolutamente ninguém foi preso. É como se, por milagre divino, o dinheiro público surgisse nas contas bancárias das ONGs, e de lá entrasse num sumidouro mágico. O escândalo das ONGs constitui um imenso monumento à impunidade.
Posando de baluarte da honestidade, Edvaldo Nogueira deu sorte! Escapou de dar explicações sobre o passado. Ninguém lhe perguntou se pretende, caso eleito, restaurar a parceria com as Organizações Não-Governamentais. Melhor assim! Ele treme, a qualquer menção ao caso.

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