‪#‎AnáliseDaImprensa‬ | Colunista Diógenes Brayner
CONSPIRAÇÃO CONTRA DIÓGENES BRAYNER, SIMPLES ERRO OU INFORMAÇÃO PLANTADA?
Por David Leite | Terça-feira, 14/07/2015 às 15h25
Segue a polêmica em torno da coluna “Plenário” do Correio de Sergipe de hoje. Pode-se dizer tudo acerca do analista político Diógenes Brayner, menos que ele seja um neófito ou que não cause polêmica com seus escritos. Como narrei mais cedo, o tema do comentário do jornalista, a suposta mudança de partido pelo vice-prefeito de Aracaju José Carlos Machado (do PSDB para o PPS), acabou por gerar queixas no grupo do Zapzap “Política&Amenidades”, administrado por Diógenes Brayner.
Citados pela coluna, o empresário Clovis Silveira, presidente do Diretório Regional do PPS; o ex-deputado federal João Fontes, futuro vice-presidente do PSDB-SE; o senador Eduardo Amorim e o futuro presidente tucano Pedrinho Barreto, além do próprio José Carlos Machado – e para piorar, até o empresário Edivan Amorim, que entrou de “gaiato” no navio – desmentiram “Plenário”, talvez a coluna política mais influente da imprensa local.
Os primeiros teriam participado de uma reunião na sexta-feira na sede do PSC em Aracaju, da qual também teria participado o deputado federal André Moura, com o objetivo de, supostamente, discutir a permanência (ou não) do vice-prefeito no PSDB.
Eduardo Amorim (ainda filiado ao PSC) disse à Ilha FM pela manhã que José Carlos Machado não lhe telefonou dizendo que trocaria de partido. Já o vice-prefeito garantiu na mesma rádio que ainda nem decidiu se deixará o PSDB.
Ainda na Ilha FM, o secretário-geral do PPS, radialista Marcos Aurélio, disse que, se José Carlos Machado filiar-se ao PPS, ele deixará o partido. Por sua vez, minutos antes, Clóvis Silveira confirmou o convite feito dias atrás ao (ainda) tucano para filiar-se ao partido “com o compromisso de ele ser indicado como candidato à reeleição junto com o prefeito João Alves Filho”.
O sarapatel de gato selvagem continuou com João Fontes negando a informação divulgada por Diógenes Brayner, de que ele teria telefonado para Eduardo Amorim comunicando a filiação de José Carlos Machado ao PPS. Ele também negou ter participado da dita reunião de sexta-feira passada com André Moura, Eduardo Amorim e Pedrinho Barreto no PSC. Já Pedrinho Barreto lamentou a publicação de uma informação não dita por ele. 
Ao desculpar-se pelo erro de “incluir” João Fontes no colóquio, o jornalista envolveu o empresário Edivan Amorim: “Me equivoquei (...) o outro [político no encontro] foi Edivan Amorim. Consertarei amanhã. Desculpe.”
A situação complicou um pouco mais pois Edivan Amorim disse a mim, numa conversa privada no Zapzap, que não participou nem na sexta-feira ou em qualquer outro momento por esses dias de reuniões para discutir sobre o PSDB ou acerca de José Carlos Machado. Afirmou ainda estar em viagem a São Paulo desde o sábado, 11/07. Finalizou garantindo que quem trata de questões políticas em Sergipe é o irmão, Eduardo Amorim. “Estou fora [desse assunto], não quero me meter”, concluiu.
No grupo “Política&Amenidades”, baseado na crença de suas fontes e na prolífica tarimba como analista político, Diógenes Brayner não titubeou: “Vou encerrar aqui. Não vou discutir (…) Tenho extremo cuidado com as informações que passo a público. Não gostaria de polemizar, mas cuidarei de dar todas as informações. É da ética e do bom jornalismo. Mantenho tudo que escrevi ontem [à noite e publicado hoje no Correio de Sergipe] e trarei [sobre] novos fatos amanhã. Vai ser ótimo.”
Já está sendo ótimo... Eis as questões: estamos diante de uma conspiração para tentar desacreditar um jornalista respeitado e, sem dúvida, dos mais bem informados de Sergipe ou Diógenes Brayner simplesmente errou – ou ainda, uma outra opção: teria ele sido induzido ao erro por uma “informação plantada” através de uma de suas fontes, disposta a tumultuar o processo?
Convenhamos, o próprio analista reconheceu o erro no caso de João Fontes. Por que não haveria de reconhecer os demais supostos erros, se tais situações não houvessem de fato ocorrido? Por outro lado, Edivan Amorim afirma não ter estado em qualquer reunião partidária nem tratado sobre o PSDB com as figuras em questão. Diógenes Brayner mantém a informação ou o empresário, em São Paulo desde sábado passado, estaria a negar a cristalina verdade? Tais dúvidas ainda perduram.
Diógenes Brayner prometeu esclarecer tudo na coluna de amanhã. Também acrescentará novidades ao conteúdo já divulgado, disse ele. Esperemos, pois, pelo que a velha raposa tem a nos dizer. Estou muito curioso... #‎SantaDanação‬

NAS IDAS E VINDAS DO PSDB, O JORNALISMO PATINA

Por David Leite | Terça-feira, 14/07/2015 às 10h35

São tantas as idiossincrasias políticas a envolver a redistribuição de comando do PSDB de Sergipe que até a imprensa anda meio tonta. No domingo, o analista político Gilvan Manoel escreveu no Jornal do Dia que o partido “já foi o mais forte de Sergipe durante os dois governos de Albano Franco. [Mas] hoje virou uma sigla de aluguel.” Ontem, na Liberdade FM, a experiente repórter Magna Santana ficou confusa: o ex-presidente do PSDB Roberto Góis estava ou não filiado à agremiação, ficava ou sairia? Hoje o tumulto atingiu até um totem do jornalismo político e seu “Plenário”. O caro Diógenes Brayner trocou alhos por bugalhos e terá que se corrigir amanhã.
Coisas da vida? Nada disso, meu povo amado. O jornalismo, sobretudo o opinativo, deve ter excessivo cuidado com os tais “pontos de vista”, sob pena de cair na incúria panfletária.
O PSDB, por exemplo, era sim uma força política relevante entre 1995 e 2002, mas em termos de filiados nunca foi lá grande coisa. Ademais, o mais importante partido de oposição, hoje, mesmo vivendo um caos político [aqui e em Brasília], só com quase nenhuma boa vontade do Jornal do Dia poderia ser classificado como “uma sigla de aluguel”. Por causa da presença do senador Eduardo Amorim no processo, o jornalista Gilvan Manoel teve embaçadas as lentes de sua análise.
A “tontura” de Magna Santana decorreu também das “declarações impensadas” – como comentou um ex-senador – do próprio Roberto Góis. Num dia, o ar no partido era insustentável. No outro, já dava para ver um pouco de céu azul, pois o “cachimbo da paz” havia sido fumado entre os antigos e os novos senhorios do PSDB, incluindo aquele que sempre foi mesmo não tendo sido quase nunca, o ex-governador Albano Franco. Pedrinho Barreto, novo presidente do partido, é um arranjo político genial, pois ele mantém relações de longas datas com todos os envolvidos no processo e goza da confiança mútua – até do próprio prefeito João Alves Filho.
Agora de manhã, via Zapzap, o ex-deputado João Fontes disse que não procede a informação divulgada por Diógenes Brayner dizendo que ele havia telefonado para Eduardo Amorim comunicando que José Carlos Machado iria se filiar ao PPS. “Lamento que se divulgue uma informação envolvendo o meu nome sem eu ter sido consultado sobre o assunto”, reclamou.
Tema do comentário do jornalista, a suposta mudança de partido pelo vice-prefeito de Aracaju acabou gerando queixas no grupo “Política&Amenidades” administrado por Diógenes Brayner. “Em nenhum momento eu participei de reunião na sexta-feira passada com André Moura, Eduardo Amorim e Pedrinho Barreto no PSC para vetar no nome de José Carlos Machado para vice-prefeito em 2016, como divulgado na coluna 'Plenário' de hoje. Vê-se claramente que a matéria foi plantada ou Diógenes Brayner é muito mal informado”, escreveu um inflado João Fontes.
O advogado Pedrinho Barreto, talvez menos ofendido, também reclamou de “Plenário”: “Lamento [ele] ter publicado informação não dita por mim. Nunca disse que José Carlos Machado jamais seria indicado [candidato à reeleição de vice-prefeito]. O que disse foi que não depende de mim tal indicação.”
Num primeiro momento, Diógenes Brayner escreveu: “Confirmo a informação.” Mais adiante, porém, recuou: “Querido João Fontes, eu digo [no texto publicado pelo Correio de Sergipe, hoje] que na reunião de sexta-feira estavam Pedrinho Barreto, André Moura, Eduardo Amorim e o outro [presente] foi Edivan Amorim. Essa me equivoquei e consertarei amanhã. Desculpe.”
Ou seja, foram tantas essas idas e vindas no PSDB nestes dias passados, que até o jornalismo sergipano acabou patinando.