Quinta-feira, 13.03.2008 - Ano II - Edição Número 238

ELOÍSA GALDINO, A GAROTA DA CAPA
Em 20.01, contando com a cumplicidade cafajeste e ao mesmo tempo covarde do Correio de Sergipe, a secretária estadual de Comunicação, Eloísa Galdino, fez um "balanço" das ações da Secom em 2007. O destaque do material, contudo, estava na crítica veemente aos gestores que a precederam.
Na manchete do caderno com a dita "entrevista", um ano e 20 dias após sua posse, madame Galdino ainda repisava o discurso de quando sentou pela primeira vez na cadeira de secretária: "Secom desperdiçava dinheiro público". Era o desabafo de quem, supostamente, teria arrumado a casa depois de quatro anos de malfeitorias e estripulias.
Mas para desgosto de Madame Galdino, o mito da Secom acima da moral e quiçá dos bons costumes bate com a cara na parede quando se comprova a relação promíscua entre o governo a que ela serve sem cerimônias, o partido governista e os fornecedores do Estado.
Não há mínima dúvida que Eloísa Galdino gasta com sobejada eficiência o dinheiro público. Mas apenas em proveito de quem a emprega e dela própria.
Um exemplo bastante eloqüente é a estranha concentração de toda a milionária mídia do governo das falsas mudanças numa única produtora de vídeo. Exatamente a empresa que deu a Marcelo Déda, quase de graça, toda a produção de rádio, televisão e vídeo da campanha eleitoral na qual ele se elegeu governador (vide edições anteriores).
Porém, é na promoção pessoal que Eloísa Galdino torra com maior competência e sem qualquer desperdício o dinheiro do contribuinte. Neste quesito, ela tem superado até os mais esnobes companheiros. No ano passado, Madame Galdino apareceu em entrevistas e reportagens de várias publicações amigas. Em todas, por mera coincidência, claro, lá estavam também os anúncios do governo das estranhas mudanças.
O ápice da exposição pública, paga com as receitas recolhidas do pobre povo sergipano, ocorreu no mês de dezembro, quando foi lançado o primeiro e ao que parece único número da revista Ícone. Eloísa Galdino foi a "garota da capa"!
Em pose de debutante, ela exibiu com charme e elegância toda a beleza que lhe é peculiar. Mas virando a página, o leitor logo se aperceberia de que algo está errado. Um vistoso anúncio da Secretaria de Turismo denunciava o funesto compadrio...
Seguindo adiante, após algumas páginas, chega-se ao ensaio fotográfico e ao bate-papo descontraído com a secretária de Comunicação.
Explicando que madame Galdino não esperava ser convidada para estrelar a primeira edição - "sua expressão de espanto e surpresa quando fizemos o convite foi transparente" - e ter ela referências suficientes para rechear a matéria, a revista Ícone confessa: "Não foi por acaso e nem se trata de estratégia política ou de marketing ter convidado Eloísa Galdino para estrear como ícone desta edição".
Se não foi pelos motivos exposto, então deve ter sido pelo dinheiro mesmo! Nesse ponto, a publicação foi bastante sincera.
Como também foi extremamente verdadeira a própria homenageada. Falando dos conceitos dela sobre poder e consumo, madame Galdino desnudou-se por inteira:
  • É preciso ter medo do poder para saber lidar com suas benesses, mas fazendo uso dele para fazer justiça social e democratização das oportunidades.

Sem dúvida, concentrar a mídia da Secom sem licitação na produtora que fez a campanha do chefe é socialmente justo e fomenta democraticamente as oportunidades.

  • "Às vezes, concordo com o 'tudo que eu faço é imoral, é ilegal ou engorda'.

Ainda não atribuíram a madame Galdino o pecado da gula...

Assim, pode-se concluir, a gestão da secretária Eloísa Galdino na Secom tem operado mudanças significativas no modo de lidar com o dinheiro público num setor tão cheio de melindres. Uma das mais importantes dessas mudanças é atender livre de remorsos ou desídia os interesses políticos do PT.
A outra, não menos significativa, é mostrar-se a si mesma como garota-propaganda da Comunicação governamental, usando a plataforma de desfile de jornais, revistas e programas de rádio e TV dos seus apaniguados, regiamente pagos com verbas do Erário, para exibir publicamente as muitas virtudes que ela julga ter.
Sem qualquer traço de ceticismo, uma missão bastante honrosa!
Veja a foto de capa e uma outra muito interessante do ensaio fotográfico de Eloísa Galdino para a Ícone. Veja ainda o anúncio da Setur publicado na contracapa e página 03 da revista. Tire você mesmo suas conclusões!

Clique nas imagens para ampliar!

A "garota da capa".

No penduricalho da roupa, réplicas de dinheiro (detalhe): Freud explica!

Anúncio da Setur: a contrapartida?

Quarta-feira, 12.03.2008 - Ano II - Edição Número 237

ERRAR É HUMANO
Nunca espere de um petista admissão de culpa. Petista não tem culpa! Quando algo dá errado, a culpa não é de ninguém. E principalmente, não é de quem comanda. A lógica para formular tão cínica assertiva é fruto da mudança sofrida pelo PT ao deixar o limbo da oposição e ascender ao governo estadual. Até os capangas do Partido dos Trabalhadores infiltrados nas redações de jornais, rádios e TVs aderiram ao mote. Quando o governador não era Marcelo Déda, um flato do ex-mandatário, ainda que inodoro, gerava um furacão de indignação. Notas, artigos comentados e reportagens sobre a escandalosa flatulência enchiam páginas em impressos e ocupavam generosos espaços nos meios eletrônicos. Neste tempo de estranhas mudanças, Marcelo Déda pode, por exemplo, concentrar toda a mídia do governo numa única produtora de vídeo, exatamente a que lhe deu quase de graça toda a mídia da campanha eleitoral, e absolutamente ninguém ao menos se perguntar: “Como assim?”. Noutras palavras: não há nada de errado! Aliás, a maior novidade no governo das falsas mudanças é exatamente esta. Nunca errar! Vejamos o caso da apuração realizada pela Educação quanto às denúncias do Sintese de superfaturamento na compra de alimentos e o pagamento de mercadorias não recebidas. Da merenda escolar! No relatório da tal sindicância, informa-se “não ter havido prejuízo para os cofres públicos” e que os três funcionários responsáveis pelos “possíveis erros” foram afastados. Estamos falando da bagatela de R$ 1,8 milhão em compras com preços muito acima dos praticados pelo mercado. Mas, percebam a sutileza: houve somente alguns “possíveis erros”. Culpados? Ora, por favor! A sindicância concluiu não ter havido dolo ou má fé que caracterize corrupção, apenas “negligência ou erros de gerenciamento”. Ou seja, um petista é inocente mesmo quando é evidentemente culpado. Conclusão lógica: errar é humano! É tão humano que o petismo incorporou ao governo das fajutas mudanças até a socialização das malfeitorias. Se os adversários pintaram e bordaram quando estavam no poder, eles também podem fazer o mesmo agora. Danados esses petistas. Como se constata, no governo das espertas mudanças, tudo, absolutamente tudo é possível*...
  • (*) Detalhe sórdido: com o régia e fartamente pago silêncio da cafajestada da imprensa, o que inclui boa parte dos patrões e empregados.

Segunda-feira, 10.03.2008 - Ano II - Edição Número 236

GENEROSAMENTE RECÍPROCOS
Na edição passada (05.03/235) foram publicados alguns questionamentos na busca de entender a estranha concentração numa única empresa de toda a produção de RTV realizada pelo governo do PT. Foi dito que talvez fosse obra do acaso o fato de a WG Produções – exatamente a empresa que trabalha para Marcelo Déda desde a primeira campanha dele à Prefeitura de Aracaju – ser a preferida do governador das falsas mudanças.
Por cinco dias, foram esperadas as respostas da Secretaria Estadual de Comunicação a duas perguntas muito específicas:
  • Por que, mesmo a contragosto, a secretária Eloísa Galdino se vê obrigada a exigir das agências “vencedoras” da fajuta licitação que usem somente a WG Produções para formatar toda a mídia da Secom? Se o objetivo era concentrar, por que não promoveu licitação exclusiva para contratar uma produtora?
  • Qual foi o real valor pago pelo PT a WG Produções pelos serviços de RTV da campanha de Marcelo Déda ao governo? Como e quando a conta foi paga? Onde estão os recibos?
Como a transparente Secom manteve-se absoluta e sorrateiramente silenciosa, este ABRA-O-OLHO resolveu dar uma olhadela na prestação de contas do então candidato ao governo Marcelo Déda, feita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A desconfiança quanto à generosidade recíproca entre a WG Produções e os petistas revelou-se bem maior que a esperada.
Apesar de não constar da lista de doadores do PT na campanha de 2006, quando Marcelo Déda foi eleito ainda no primeiro turno, a WG Produções praticamente deu de graça toda a produção de mídia (rádio, televisão ou vídeo). Conforme declarou o próprio Marcelo Déda ao TRE, foram pagos míseros R$ 180 mil por quase três meses de trabalho. Sem dúvida uma bagatela, vista apenas nos negócios feitos de pai para filho.
Para comprovar o quanto a WG Produções foi sumamente generosa com Marcelo Déda basta observar que ele gastou uma pequena fortuna com carros de som (R$ 389.710,00), material impresso (R$ 451.350,00) e pesquisas eleitorais (R$ 454.000,00), que somada corresponde a quase 50% do total declarado pelo PT ao TRE como gastos na campanha (R$ 2.291.693,23).
No mercado, uma campanha eleitoral do porte da realizada por Marcelo Déda e pelo PT em 2006 não sai por menos de R$ 1 milhão. E olhe lá...
Talvez esteja nessa sobejada e escandalosa generosidade da WG Produções durante a campanha eleitoral a verdadeira explicação para a empresa ser hoje (e sempre) a preferida de Marcelo Déda para formatar com exclusividade toda a milionária mídia do governo das espertas mudanças. Afinal, uma mão lava a outra!
E para comprovar o status “rainha da Inglaterra” do prefeito-candidato Edvaldo Nogueira, a prefeitura de Aracaju também “aderiu” ao exclusivismo de só produzir comerciais na WG Produções. Sem contar que a produtora está construindo “por conta própria” um novo prédio para abrigar o comitê de comunicação e a produção de RTV da campanha de reeleição de Foguinho. A posteriori, quem sabe, em caso de vitória do PCdoB o imóvel venha a servir como produtora para atender exclusivamente a conta da prefeitura.
Mas não acredite em uma única palavra do que foi dito aqui! Veja com seus próprios olhos a prestação de contas do candidato Marcelo Déda ao governo e tire suas conclusões.
Fica mais fácil entender como o governo do PT, e agora a administração do PCdoB, manipulam o dinheiro público com objetivos político-partidários. E com um detalhe: sem que absolutamente nenhuma autoridade do Ministério Público se dê ao trabalho de questionar tão pecaminosa indecência. É muita sorte!
Clique nas imagens para ampliar.

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PARA RIR UM POUCO
Andam espalhando pela NET uma piadinha para lá de engraçada, traçando um paralelo entre as profecias de Nostradamus e o governo Lula da Silva. Vale a pena pela sacada! Veja:
Em suas Centúrias, Nostradamus escreveu com tanta exatidão que nos faz acreditar que conhecia o Lula.
Fragmentos de um texto de Nostradamus:
... e próximo do terceiro milênio, uma besta (seria o Lula?) barbuda (céus, é ele!) descerá triunfante sobre um condado do hemisfério sul (Brasil?), espalhando desgraça e a miséria (acho que se trata da reforma da previdência ou a corrupção institucionalizada ou ainda o mensalão). ...será reconhecido por não possuir seus membros superiores totalmente completos (epa, cadê o dedinho?) e trará com ele uma horda (faz sentido: Palocci, Zé Dirceu, Dulcci, Genoíno e cia ltda.) que dominará e exterminará as aves bicudas (já estou ficando assustado: PSDB = tucanos, ave bicuda!) e implantará a barbárie por muitas datas (REELEIÇÃO? Não!) sobre um povo tolo e leviano (p.q.p., é nóiiiiiiis!)...