DISCORDAR É PRECISO!
Tenho visto muita gente apostando numa condenação apressada com cadeia ao final do processo jurídico para Mula Lava Jato do Acarajé – o Nine! –, como forma de afastar o canalha do páreo político em 2018. Isso, no meu pensar, requer os devidos cuidados, a fim de cortar o mal pela raiz.
A política tem um dinamismo por vezes estranho aos incautos e distraídos. “Quem pode decretar o meu fim é o povo”, disse Nine ontem, ao comentar a sentença do juiz Sérgio Moro. Noutras palavras: o chefe da quadrilha do Petrolão aposta na sofrência – falou até da morte da mulher – para sensibilizar o povo e, caso não seja ele próprio candidato, usar desse poder para eleger outro… poste! Ponto para Nine, que sabe fazer política como nenhuma outra vivalma deste país.
A questão jurídica redunda em torno da condenação pelo tal “triplex do Guarujá”, em São Paulo. Nove anos e seis meses para Nine. Afinal, o apartamento seria ou não dele? Para mim, não há dúvida: é de Nine, sim! Entretanto, meu juízo não carece de prova: eu acho que sim – é dele! – e acabou; ponto final. No caso da Justiça, vale o que escreveu nesta sexta-feira (14) o jornalista Reinaldo Azevedo [Folha de SP].
Disse ele, de modo claro e objetivo: “Acho, sim, que o apartamento era de Lula. Mas cabia ao MPF prová-lo. Produziu mais barulho do que prova. Moro fez o possível, e apelou até à argumentação impossível, para alimentar a mística da Lava Jato”. Recomendo a leitura do texto in totum.
Aqui, reafirmo: não tenho a mínima dúvida que esse vagabundo petralha já deveria ter sido preso faz tempos – aliás, desde o Mensalão, do qual era chefe e cultor! Porém, na contramão dos que querem o Brasil livre dos canalhas da política a qualquer preço se impõe a lei, que deve ser imperativa; e ponto final.
Dizer que defender uma condenação sem provas, mesmo contra um vigarista juramentado como Nine, serve pra “proteger outros canalhas useiros da política”, como o nefando Aécio Neves, é não ter noção do perigo do justiciamento.
Defendo o poder da Justiça, mas dentro das normas que nos protege a todos, sem distinção, de sanhas outras dos paladinos da moralidade que andam faturando alto com livros e palestras.
A Justiça para ser justa tem de se basear apenas e tão somente na lei; e ponto final.
#BrasilMostraSuaCara






O CHORO PETRALHA E OS INCAUTOS
O Brasil é o País da Piada Pronta, como diz o humorista José Simão! Parcela boa dos brasileiros – estou nela incluso – quer Mula Lava Jato do Acarajé na cadeia. Mas existe um detalhe indissociável ao ato de prendê-lo: a Lei Penal precisa ser cumprida, a bem da legalidade institucional.
Os petralhas estão chorosos, porquanto a Presidência da República, aquela maravilhosa “bocarra”, começa a lhes escapar das mãos. Semana passada, o chefe da quadrilha do Mensalão, José Dirceu de Oliveira e Silva, num caradurismo próprio de bandidos contumazes, disse sem rodeios: “Como vocês sabem, nós vamos retomar o governo do Brasil (…) O povo está conosco e nós vamos voltar”. Ai, ai… A condenação na Justiça parece ser um grave empecilho!
Por outro lado, os incautos da direita sem beira ou eira, perdidos no fogo cruzado das pesquisas de opinião onde Mula Lava Jato do Acarajé desponta no topo das preferências – “topado”, como se diz aqui no Nordeste –, concordam ser a prisão a única alternativa viável para impedir o vagabundo de concorrer [e, quem sabe, ganhar]. Mas existe um detalhe indissociável ao ato de prender qualquer pessoa, incluindo um bandido como ele: a Lei Penal precisa ser cumprida, conforme preconiza o Estado Democrático de Direito.
No caso do triplex, falta a tal da “materialidade”, a prova concreta a ligar o apedeuta ao imóvel. Sérgio Moro se baseou no disse me disse das delações e na “intuição” dos procuradores para aplicar nove anos e seis meses ao vigarista petralha. De quebra, o condenou a 19 anos longe de cargos públicos. Tudo muito lindo, mas inconsistente…
Sem dúvida, diante do reiterado mau comportamento do ex-presidente e do seu homérico histórico de patifarias, motivos outros há de sobra para mandá-lo para o xilindró, incluindo a famosa “obstrução da Justiça” e o enriquecimento ilícito. Tudo ao seu tempo. No caso em voga, aos “garotos de Curitiba” tem sobrado ligeireza, tenacidade e vontade de fazer, digamos assim, justiça! A falta a “robustez documental”, contudo, atrapalha.
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, responsável por reformar a sentença de Sérgio Moro, dirá por fim quem está com a razão, se a defesa de Mula Java Jato do Acarajé ou se quem o acusa. A Justiça funciona assim, para evitar abusos.
Por enquanto, aos brasileiros nascidos sob o signo do hilário, resta-nos rir de nós mesmos! Rir até da assertiva de Sérgio Moro de não mandar prender Mula Lava Jato do Acarajé pois isso causaria trauma à Nação. Me bata um abacate, seu juiz…
#SantaDanação #BrilMostraSuaCar