E.Zine 14/04 N41

ENTENDENDO A MÍDIA A "pressão" de alguns órgãos de imprensa sobre o novo governo aumenta cada dia. O espaço para os elogios à sua majestade, o príncipe, está restrito a determinadas colunas políticas e artigos do Jornal do Dia e Jornal da Cidade, a entrevistas e "opiniões" de pessoas pagas para falar bem do soberano chefe no rádio, e a alguns sítios específicos na internet - Infonet à frente. Fora deste círculo adulatório, o pau está comendo. Observando especialmente o noticiário noturno das emissoras de televisão, a atenção dada pelos editores aos fatos negativos tem proporção infinitamente superior aos favoráveis. O novo governo apanha quase diariamente nos quesitos segurança, saúde e educação. Ao todo, somente nesta semana, o número com matérias desabonadoras à imagem de sua majestade como grande administrador soma quase 45 minutos. O novo governo definha. Nas conversas informais, jornalistas e radialistas ligados aos vermelhos acusam as emissoras de televisão de "tentar melar" o governo de sua majestade por conta da nova metodologia de relacionamento com os meios, implantada na Secretaria de Comunicação Social - foram extintas as cotas de publicidade e, paulatinamente, a mídia técnica deve tomar o seu lugar. Diante da dúvida, conversamos com representantes das emissoras para saber se de fato haveria interesse em prejudicar a imagem pública do soberano príncipe, em função do minguado repasse de verbas. A negativa foi categórica. No Canal 8 disseram: "Aqui, de fato, as verbas diminuíram bastante, mas a emissora sobrevive muito bem sem o governo porque os clientes privados anunciam em busca de nossa grande audiência. O governo acha que vamos deixar de dar uma notícia só porque ela não é boa? Desde sempre, fosse quem fosse o governador, fizemos nossas críticas e não vamos mudar nossa linha editorial só porque um novo governo chegou ao poder. O povo não merece isso". Já no Canal 4: "A verba de publicidade ainda é pouca, mas reflete o que é o próprio governo. Eles estão arrumando a casa. A concessão pública implica em compromisso social. Nunca deixaríamos de noticiar algo porque vai de encontro ao desejo de um cliente - neste caso o governo estadual. Nossa linha editorial não está à venda. Se o governo quer compra espaços para anunciar, fique à vontade. Mas não imagine que com isso haverá de nossa parte uma outra postura senão a de noticiar os fatos como eles são. Nunca inventamos nada. Tudo é checado criteriosamente. Quando é verdade, publicamos. Se até agora o governo nada fez, a culpa não é nossa". Ao distinto público, deixamos que tire suas próprias conclusões...

E.Zine 13/04 N40

IDADE DA PEDRA A Prefeitura de Aracaju distribuiu nota à imprensa onde busca defender-se da enxurrada de críticas ao atendimento precário do "hospital" Nestor Piva. Diz parte dela: "Nesses últimos dias, tem sido intensa a movimentação de usuários na recepção do Hospital Municipal Nestor Piva. Um provável surto de virose levou um grande número de pessoas, muitas delas vindas do interior do Estado, a procurar assistência médica no Hospital. O fato gerou salas de espera lotadas". Sabemos serem verdadeiras as alegações da PMA, porém os vermelhos "esqueceram" de dizer algo importante. O Nestor Piva atende mal por vários motivos, mas o mais curioso é a falta, pasmem (!), de computadores para as mínimas tarefas, incluindo as anotações na recepção. Quando chegam, os pacientes esperam pelo preenchimento da papelada a mão. Resultado: as consultas demoram, pois daqui que tudo seja corretamente anotado, lá se foi a dor de barriga!Da mesma forma, ocorre outro fato a comprovar a precariedade do "hospital". Como as anotações ainda remontam à Idade da Pedra, se um médico ou enfermeiro precisa observar a ficha do paciente para saber seu histórico de saúde (em caso de já haver sido atendido na casa antes, por exemplo), lá vai o funcionário remexer os arquivos, ficha a ficha, até encontrar a do dito cujo. A perda de tempo é incrível. Como o controle de estoque e todas as demais atividades vitais ao funcionamento da casa de saúde também dependem das anotações manuscritas, o Nestor Piva funciona a passos de cágado. Os funcionários, coitados, fazem o possível para atender com presteza a população. Mas convenhamos, lidar com tantos papéis, além de provocar embargos e aumentar a burocracia, gera mau humor, baixa auto-estima profissional e, em alguns casos mais sérios, até riscos à saúde dos pacientes. Alguém precisa avisar aos vermelhos que a informática já foi inventada... ERRAMOS Na nota Sócia Remida, publicada na edição de ontem, há uma informação equivocada. A data de nomeação da servidora pública e colunista política (!) do Jornal do Dia, Rita Oliveira, como "assessora especial" da Secretaria de Educação, é na verdade 29/03/2007 (Diário Oficial do Estado). Pelos transtornos, pedimos desculpas.

E.Zine 12/04 N39

SÓCIA REMIDA A servidora pública estadual Rita de Cássia Oliveira Pinto tem uma história profissional ligada à imprensa sergipana há pelo menos 15 anos. Durante o período, fez carreira em vários veículos impressos e no segundo governo de Albano Franco foi assessora de Comunicação da Secretaria de Educação. Quando o ex-governo assumiu, a jornalista ficou um período sem comparecer ao trabalho e depois, graças à intervenção da deputada Susana Azevedo, foi lotada na Assembléia Legislativa, onde permaneceu até meses atrás - não sabemos se trabalhava e recebia ou se só recebia! Ontem, neste espaço, republicamos uma das muitas notinhas onde a servidora pública estadual e comentarista política (!) do Jornal do Dia defende com unhas e dentes sua majestade. Dizia ela a certa altura: "... Nada é feito a toque de caixa e repique de sino, apenas com o objetivo de impressionar a população. Diante disso, qualquer cobrança agora ao governo Déda é no mínimo descabida...". Fazia referência às críticas de uns poucos jornalistas aos tais 100 dias sem nada. Vermelha histórica, Rita Oliveira tem motivos de sobra para afagar com tamanho afinco o ego de sua majestade e meter o sarrafo nos adversários do soberano príncipe - aliás, desde sempre. Especialmente a partir de 19/03/2007, quando foi publicada no Diário Oficial do Estado a nomeação dela como "assessora especial" (CCE07, algo em torno de R$ 2.500,00 ao mês + o salário de servidora) na Secretaria de Educação. Segue a carruagem daqueles abnegados lisonjeadores de sua majestade, pagos pelos cofres públicos para manter permanentemente lustrada e brilhosa a imagem pública do soberano príncipe. E fazer de besta os leitores que acreditam ser seus escritos politicamente isentos - sim, ainda há gente boba neste mundo! Enfim, parabéns a mais nova sócia remida do Adulatório Real...

ESCANCARADO É escancaradamente sem vergonha o comportamento do Partido Verde quando se trata de defender o seu quinhão. O PV tem uma bela história de luta em defesa do meio ambiente no Brasil. Mas em Sergipe descambou para o lado do aluguel. Funciona mais que qualquer imobiliária. Esta fase de preservação do próprio bolso, perdão, pele... começou no governo de Albano Franco, quando os verdinhos assumiram a Secretaria do Meio Ambiente. Até por culpa do taciturno Albano, foi um fracasso. Serviu apenas para dar boa vida a alguns dirigentes. Depois, intermediado pelo mesmo Albano, ao PV se juntou o então deputado estadual Ismael Silva. Ficou pouco, até porque o negócio estava miando. Ismael passou para frente, entregando o comando ao radialista e deputado cão-cão Gilmar Carvalho. O pássaro-radialista-deputado ficou no galho um tempo e depois de tirar o caldo passou a bola para o então prefeito de S. Cristóvão, deputado Armando Batalha. Este, cujo nome já diz tudo, ao perceber que daquele mato não saía coelho, devolveu a sigla aos caça-níqueis. Hoje, o lance da vez é com o prefeito comunista da capital. Reinaldo Nunes - este rapaz sempre esteve por trás dos assuntos verdes - negocia com Edvaldo Nogueira sua ida para a Secretaria de Meio Ambiente de Aracaju, visando uma possível composição para a eleição do próximo ano. Até aí tudo bem! Mas alguém precisa dizer ao digníssimo alcaide que voto mesmo o PV tem, de longe, bem menos que o PC do B. São partidos fraquinhos de urna. Mas neste caso, o que importa mesmo é garantir um lugar ao sol...

E.Zine 11/04 N38

QUEBRANDO O SILÊNCIO O radialista Augusto Jr. (Rádio Jornal AM 540) conseguiu furar os colegas ontem com uma entrevista exclusiva do ex-governador João Alves Filho - aliás, a primeira concedida desde a posse de sua majestade, o príncipe. JAF inicialmente argumentou, não falaria como político e sim como estudioso dos recursos hídricos brasileiros. Comentou sobre o rodízio de água barrenta, os carros-pipa e o desabastecimento de Aracaju. Finalizou falando sobre o corte de água em povoados carentes de Poço Redondo. Começo de história, JAF acusou a nova diretoria da Deso de ser incapaz de operacionalizar o maior e mais complexo sistema de autoras do Brasil (80% dos quais construídos por ele durante seus três governos), e disse que se fosse governador normalizaria o abastecimento da Capital em apenas 48 horas. Para ele, é inadmissível o rodízio de água barrenta e o uso de carros-pipa em Aracaju, pois "Sergipe é o segundo estado mais bem servido de água (94%) do Brasil, perdendo somente para São Paulo, com 96% de suas residências abastecidas". Na opinião do ex-mandatário, a Deso tem os melhores engenheiros e técnicos em adutoras do país. Mas estaria havendo o aparelhamento político da empresa, com a substituição destes por aliados de sua majestade. Palavras dele: "Quem não usa o broche com a estrelinha vermelha não serve, é posto de lado. O critério de nomeação não é a competência, mas a ficha partidária". Para dar solução imediata ao problema de abastecimento de Aracaju, JAF indicou os poços artesianos da Ibura. Esse sistema tem dez poços totalmente prontos, mas apenas quatro estão em operação. Se os demais forem ligados, há vazão suficiente para atender mais de 150 mil pessoas rapidamente, com água limpa, precisando apenas ser clorada antes da distribuição. Como se faz na Áustria, na Suíça e na maioria das cidades do interior de São Paulo. Só com esta medida, o abastecimento poderia ser normalizado em até 48 horas. Sobre Poço Redondo, o ex-mandatário afirmou ter deixado 90% da obra de duplicação da adutora do povoado Santa Rosa do Ermírio, o maior do município, pronta. Já quanto ao acordo com os pequenos produtores do alto-sertão, ocorreu porque eles pagavam a Deso, mas a água não chegava na vazão esperada. Havia também débitos impagáveis. Então, como estava sendo feita a duplicação da adutora, construída ainda no primeiro governo dele, JAF concordou que até ela ficar totalmente pronta e o abastecimento normalizado não haveria cobrança e os débitos estariam perdoados. Segundo ele, era uma questão de justiça porque estamos falando de gente muito, muito pobre. Respeitável público, se a solução para o desabastecimento é tão simples assim, por que não foi feita até agora? Será que estão "viajando" na Deso ou como diz o ex-mandatário seria incompetência pura e simples dos vermelhos?

INFELIZ COINCIDÊNCIA Diário Oficial do Estado de 16/03/2007. Foi nomeado para a Secretaria de Combate à Pobreza o senhor José Iran Barbosa (CCS-14/Tabela da SEAD de 2005: R$ 1.622,40 ao mês). Pode ser uma infeliz coincidência, mas é justamente o nome do genitor do deputado federal vermelho José Iran Barbosa Filho. O professor Iran tem uma história combativa no sindicalismo estatal. Fez carreira à sombra da também professora, deputada estadual Ana Lúcia, atualmente exercendo a função de... secretária de Combate à Pobreza. Ambos fazem parte da mesma ala política dentro do partido criador do mensalão, o PT. Certamente, nada haverá de afrontoso moral ou eticamente nessa nomeação, mesmo fosse o consignado genitor do professor-deputado, um severo crítico das práticas nepotistas. O senhor José Iran Barbosa deve ter outras incontáveis qualidades fora a paternidade iranista (se for o caso) a lhe garantir o exercício digno das funções!

E.Zine 10/04 N37

SEM NADA DE NOVO O adulatório real está em polvorosas. Hoje, o novo governo completa cem dias. Os lisonjeadores de sua majestade, o príncipe, lutam entre si para apresentar a melhor defesa a fim de evitar o vexame total diante do povo, causado pela inércia desses quase três meses sem qualquer boa novidade. Fosse outro o soberano, certamente o teto lhe cairia neste dia sobre a cabeça. Mas, graças aos Céus, temos um príncipe iluminado. Mesmo paralisado, sem fôlego diante da estafante tarefa de administrar minimamente o estado, pelo menos sua majestade não provocou um caos sem conserto. Aliás, o homem nem teve tempo de sentar na cadeira e meditar um pouco sobre os devidos afazeres. Ou vocês acham fácil assinar tanto decreto de nomeação de parentes, parentes dos parentes, amigos, amigos dos amigos, aliados e aliados dos aliados? Não é não. Haja paciência! Mas neste quesito, sua majestade é coração grande. Convenhamos, cem dias é um prazo curtíssimo. O príncipe precisa de mais um período e é justo concedê-lo. Quando houver concluído essa fase de troca-troca, de acertos, de acordos, certamente sua majestade haverá de finalmente iniciar o novo governo, dando a cara pintada por ele durante a campanha. Ou seja, cumprindo o rosário de mudanças prometido. Por enquanto, com alguns poucos remendos e a tentativa de acusar o ex-governo pela própria inapetência gerencial, a administração estadual sergipana continua a mesmíssima de sempre. Só mudou a fachada...

CARA DE PAU O decano do adulatório de sua majestade, o príncipe, voltou a destilar seu ódio (requentado) contra o ex-governo. Desta vez, o colunista-subsecretário de Governo Expedito Maruinense, perdão, Luiz Eduardo Costa, usou o domingueiro espaço do Jornal do Dia, onde atira ao ventilador seus escatológicos escritos, para fazer "análises" das atividades de atração de turistas até o ano passado. Lisonjeador real mais bem pago pelos cofres públicos sergipanos - agora empunha um reluzente CCE calibre 15 (nome mil e poucos reais/mês + o ganha-pão mensal pago pela Secom à sua FM de Canindé) -, LEC volta a fazer de conta que entende de outra coisa senão acertar alvos. Embebido pelo poder, enrola-se todo com o projeto turístico do ex-governo, que alçou Sergipe ao patamar de "grata surpresa que veio para ficar", segundo o jornal O Globo (2005).Alguns exemplos para a reflexão do respeitável público: depois das intervenções do ex-governo no setor turístico, Sergipe alcançou a melhor taxa de ocupação da rede hoteleira do Nordeste (90%); seis novos hotéis entraram em operação e um novo resort deve ser inaugurado na Praia da Costa (Barra dos Coqueiros) até junho deste ano. Mais de um milhão de turistas passaram por aqui somente em 2006; a previsão para 2007 é de 1,3 milhão. Duas novas empresas aéreas especializadas em baixas tarifas passaram a operar (Gol e Ocean Air); com os elas operando, as demais foram obrigadas a diminuir o preço das passagens para Aracaju. Entre 2003 e 2006, chegaram ao estado 298 vôos charter, partindo do Centro-Sul e do Sudeste brasileiro e do exterior... Talvez o decano lisonjeador Luiz Eduardo Costa não saiba (ou mesmo finja não saber), mas quem atrapalhou os planos do ex-governo para fazer ainda mais pelo turismo foram seus companheiros vermelhos. Os de Brasília e os daqui. Negaram empréstimos através do Prodetur, postergaram certidões, atrapalharam negociações espalhando mentiras, declararam "zona passível de reforma agrária" uma praia onde se instalaria o maior resort de bandeira francesa do Nordeste e, por fim, através da Prefeitura de Aracaju, negaram a autorização para que a maior operadora turística da América Latina (CVC), responsável por 80% do tráfego turístico de Sergipe, implantasse na praia do Mosqueiro um hotel para visitantes de classe média do exterior. Seriam 700 empregos diretos, mais uma escola de Tecnologia em Turismo. Ou seja, a perda para o estado foi irreparável. Mas nada disso interessa ao lisonjeador real mais bem pago pelos cofres públicos sergipanos. Ao decano Luiz Eduardo Costa importa apenas cumprir a missão de massagear os egos de sua majestade, que lhe sustenta com tanta opulência, e tentar apagar, seja como for, a imagem de quem ainda lhe causa um misto de inveja e temor. Afinal, o mundo da tantas voltas...

E.Zine 09/04 N36

FUNERAL A VISTA O deputado federal democrata Mendonça Prado, em entrevista ao Jornal da Cidade (06/04), lamentou este início de novo governo, "caracterizado pela imobilidade, pela falta de planejamento e pelo visível desprovimento de projetos". Para o deputado, não há eficiência nem escolha de prioridades. "O novo governo se satisfaz em apequenar a administração, distribuindo sem critérios cargos em comissão". Outro ponto levantado por Mendonça é a cooptação de adversários, através de métodos reprováveis. "Tudo indica que será a pior administração da história e por que não dizer, a mais incoerente. Afinal, quem prometeu reforma administrativa está realizando um remendo; quem prometeu ética está abusando de processos marcados pela inexigibilidade de licitação; quem prometeu segurança está inerte diante do avanço exorbitante da violência; quem prometeu mudanças nomeia figuras de administrações de décadas passadas; quem prometeu pagar o que o estado deve aos servidores públicos agora abusa das desculpas esfarrapadas; e, por fim, quem prometeu combater com entusiasmo a transposição do rio São Francisco agora age como o compadre que não quer contrariar o outro. Por tudo isso, em vez de festa tenho certeza que ele fará o funeral dos cem dias". O deputado democrata somente esqueceu de comentar a quem cabe a verdadeira culpa pela "cooptação". Sinceramente, sua majestade, o príncipe, seguiu apenas a velha cartilha da política comezinha. Quem não presta é justamente quem aceitou mudar de lado, para se favorecer pessoal e politicamente. Na outra face da moeda, a desorganização na base da oposição favoreceu a prática de sua majestade e até a estimulou. Fosse o agrupamento político do ex-governo fundido num mesmo propósito e sob liderança sólida, seria muito mais difícil a traição e hoje o príncipe não navegaria em águas tão tranqüilas, como tem ocorrido. É a surrada máxima ainda em voga: farinha pouca, meu pirão primeiro...