Sexta-feira, 09.05.08 - Ano II - Edição Número 261

AFINAL, QUEM É NILSON LIMA?
Os servidores estaduais apostaram alto quando uniram forças para eleger o governo das mudanças para pior. Embalados pelo discurso mudancista, confiaram acima de tudo na ligação entre a categoria, através das representações sindicais, e o PT – partido majoritariamente sindicalista. Não por acaso, na terça-feira o Sintese saiu às ruas num carro de som para acusar o governador Marcelo Déda de ter traído os professores. A confiança mútua de outrora se transfigurou numa relação conturbada, com palavras ofensivas ditas por ambos os lados. Mais intrigante ainda é o tratamento dispensado pelo governo do PT aos representantes dos policiais civis. Mês e pouco atrás, a categoria apresentou proposta de readequação salarial. Agentes de polícia (salário-base: R$ 420), auxiliares (R$ 420) e escrivães (R$ 620) passariam a receber até o final do governo 60% do salário-base dos delegados de 1ª classe, atualmente em R$ 7,8 mil. Para chegar ao porcentual, inicialmente seriam incorporadas as gratificações e vantagens. Num prazo de 32 meses, os valores sofreriam progressão vertical até atingir o equivalente hoje a R$ 4,2 mil. Ao final do mandato de Marcelo Déda, os policiais civis sergipanos teriam uma das melhores remunerações do país. O secretário de Fazenda, Nilson Lima, manteve pessoalmente dois encontros com os representantes sindicais. No primeiro, apresentou como contraproposta a incorporação de apenas 20% das gratificações e vantagens. A proposta foi recusada unanimemente. “Era nada sobre coisa nenhuma”, conforme definiu o vice-presidente do sindicado, Antônio Novaes. No segundo, ocorrido na quarta-feira, esteve por duas vezes com os policiais. Na primeira ocasião, surpreendeu os sindicalistas quando sugeriu pagar a proposta da categoria com uma mínima diferença. Ao invés dos 60% pedidos, o porcentual cairia para 50%, mas nos mesmos moldes da proposta anterior. Como contrapartida, os policiais passariam a trabalhar não mais seis, mas oito horas diárias, fechando quarenta horas semanais. Eufóricos, alguns parlamentares da bancada governista e sindicalistas mais afoitos até prepararam “a marvada” para comemorar a “grande vitória dos policiais e o presente do governador Marcelo Déda”. Por volta das 21h00, os sindicalistas foram chamados à Secretaria de Fazenda para bater o martelo. Acompanhado dos colegas Jorge Aberto (Administração) e Oliveira Júnior (Casa Civil), Nilson Lima mais uma vez surpreendeu os policiais. Depois de “estudar detalhadamente” as planilhas apresentadas pela categoria, o secretário de Fazenda explicou ser impossível atender àquela proposta feita por ele mesmo algumas horas antes. “Causaria um tremendo impacto na folha salarial”, justificou. Chupando dedos, os policiais, ainda atônitos, deixaram as negociações para o dia de ontem, na esperança de Nilson Lima, depois de refletir sobre os números, confirmar a proposta feita à categoria. Até o fechamento desta edição, vigorou o silêncio. Parece piada, mas o flagrante desrespeito do governo Marcelo Déda com os funcionários públicos, e especialmente com as representações sindicais, tem se tornado corriqueiro. Como justificar a irresponsabilidade do comissário gestor do Erário estadual ao propor um reajuste sem ter antes estudado o impacto nas finanças supostamente coordenadas por ele mesmo? E para completar, passando a ilusão a centenas de trabalhadores e seus familiares de que as reivindicações acordadas horas antes seriam plenamente atendidas... É mais uma das desastrosas inovações do governo das mudanças para pior a ser incluída no anedotário sergipano!

Quinta-feira, 08.05.08 - Ano II - Edição Número 260

NOTA DE REPÚDIO
O Sindicato dos Radialistas de Sergipe e o Sindicato dos Jornalistas de Sergipe vêm a público apresentar seus mais veementes protestos e repúdio contra a posição assumida pela diretoria do Hospital João Alves Filho, que numa atitude descabida, sem sentido e sobretudo arrogante e antidemocrática, proibiu no dia 05/05 que a imprensa sergipana tivesse acesso às dependências daquele hospital, que estava recebendo a visita de alguns parlamentares que buscavam ver de perto os problemas que ocorrem diariamente e principalmente agora com os casos de dengue surgidos em Sergipe.
Entendemos que, com essa atitude, a imprensa sergipana teve o seu direito à liberdade de informação tolhido. Rogamos ao espírito democrático do governador Marcelo Deda para que ele venha tomar uma posição clara no sentido de garantir aos profissionais de comunicação de Sergipe o livre desempenho do exercício profissional e que possam, assim, cumprir com o seu importante papel constitucional na sociedade, que é o de bem informar a população.
Sindicato dos Radialistas de Sergipe (Sterts)
Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor)
. "NA ONDA DO IÊ-IÊ-IÊ"
diz o surrado ditado: "Quem tem cútis tem medo"! A mais acovardada e apequenada imprensa do Brasil, calou-se de novo.
Afora Giovani Allieve (Correio de Sergipe), nada foi dito ontem da solicitação do líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca, sobre aos gastos definidos por ele como "promoção pessoal" de Eloísa Galdino (Veja edição anterior em www.abraoolho.net).
Enquanto o deputado quer saber quanto a secretária estadual de Comunicação Social "investiu" nos jornais e revistas onde fotos e entrevistas dela são destaques, a imprensa paraestatal preferiu dar conhecimento da intenção do deputado-secretário estadual de Saúde, Rogério Carvalho, de processar o vice-líder da oposição da Assembléia, Augusto Bezerra.
É uma questão de prioridades!
Criar um "mal-estar" com madame Eloísa Galdino por conta de assunto tão comezinho pode gerar perdas significativas. Por outro lado, o afago a quem momentaneamente detém o poder é prática secular e rotineira da imprensa sergipana.
O complicado da situação é ponderar a cabeça de quem formula tão brilhantes estratégias. Será mesmo possível esconder do respeitável público qualquer tema desinteressante, apenas para agradar ao "patrão" da vez?
As vezes me vem à cabeça certo filme dos Trapalhões...
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MAIS UMA
O deputado Mendonça Prado vai representar o governador Marcelo Déda no Ministério Público por "superfaturamento" na compra do terreno de 3,67 hectares destinado ao hospital estadual de Lagarto pelo preço de R$ 650 mil. Detalhe sórdido: a referida área é apenas uma nesga de outra muito maior (com 25,03 hectares), vendida dois meses antes por R$ 100 mil.

Quarta-feira, 07.05.08 - Ano II - Edição Número 259

O ABRA-O-OLHO RECOMENDA
Dentro das comemorações dos 15 anos do Bloco Ecológico Caranguejo Elétrico será realizado em 24/05, na casa de eventos atrás do Restaurante Deppan Rio Poxim), o forró pé-de-serra com Valtinho do Acordeon & banda e a banda Zé Tramela. Participação especial de César Leite e a boneca Genoveva. Individual: R$ 15,00. Mesa em ala vip com serviço de bar: R$ 80,00 para quatro pessoas. Contatos: 9993.8105, com Antônio Leite.
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MAGOOU
Machucou muito o caudaloso queixo-duro do deputado-secretário estadual de Saúde, Rogério Carvalho, a visita dos deputados da oposição ontem pela manhã ao Hospital João Alves Filho. No programa do radialista-vereador Fábio Henrique, ainda furioso pela “invasão”, ele prometeu ajuizar à Comissão de Ética da Assembléia pedido de cassação de mandato, por quebra do decoro, contra o deputado Augusto Bezerra, vice-líder da oposição, acusado de comandar a trupe de visitantes. Augusto Bezerra nega. “Tentaram desvirtuar. Foi apenas uma visita”. O deputado lamentou a proibição da presença da imprensa na vistoria. “Quando não se permite o acesso da mídia é porque as imagens não dariam dignidade ao governo. Os pacientes estão misturados. É homem com mulher, adulto com criança. Pessoas por todos os lados. Não queremos constranger ninguém, mas é a realidade do hospital sob o comando do PT”. Por sua vez, o líder oposicionista Venâncio Fonseca relembrou a visita do governador Marcelo Déda ao João Alves em 17/12/2007. “Ele levou a imprensa e mostrou os corredores limpos, sem macas. Expôs uma realidade que não existe. Hoje (ontem), jornalistas e radialistas foram impedidos de ver e comprovar a incompetência de um governo que ameaça sindicalistas de demissão e quer cortar o ponto dos professores que reivindicam um aumento justo”. No rádio, Rogério Carvalho tentou tirar dos próprios ombros a responsabilidade pelas mazelas na Saúde estadual e creditá-las ao ex-governador João Alves Filho: “Ele passou 12 anos e não resolveu nada. Estamos a apenas um ano, reconstruindo o que foi destruído. O povo precisa esperar o tempo concedido a Marcelo Déda para solucionar os problemas”. Augusto Bezerra aponta um outro culpado. “O governo gasta entre R$ 15 mil e R$ 20 mil numa propaganda para dizer ‘estamos enviando R$ 3 mil para tal município cuidar da dengue’. Só pode ser piada. Vive-se o caos na saúde pela incompetência, pela falta de governo”. Com o coração ferido, alquebrado por ter a amazônica vaidade dilacerada diariamente, Rogério Carvalho tem atirado às cegas para todos os lados. Com o humor nos joelhos, mal acorda e já ameaça servidores, pede a prisão de jornalista e promete cassar mandato de deputado. Pior, agride a inteligência do respeitável público, imputando à terceiro – um ano, cinco meses e seis dias depois do início do governo a que ele “serve” – a culpa pelas próprias fraquezas e omissões. O receio de perder o rendoso emprego a qualquer momento, tema recorrente dentro e fora do governo das mudanças para pior, atormenta e desequilibra o deputado-secretário. Carma, Rogério, carma...
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ATÉ QUANDO?
A espera promete ser longa. Ontem, mais uma vez, os professores não ouviram do líder governista na Assembléia, Francisco Gualberto, qualquer mínima menção ao índice de reajuste salarial dos servidores da Educação. Em greve e acampada na sede do Parlamento estadual há uma semana, a categoria aguarda ansiosa alguma boa notícia do governo que ajudou a eleger. A cobrança tem sido dura. Pela manhã, um carro de som do Sintese tocava nas ruas do Centro Comercial a paródia do samba “Vou Festejar” de Jorge Aragão, eternizado por Beth Carvalho: “Você pagou com traição a quem sempre te deu a mão”. Questionei o presidente do Sintese, professor Joel Almeida, quem seria o traidor. Depois de alguns segundos de um reflexivo silêncio, perguntei se era o governador Marcelo Déda. Por fim, ele balançou a cabeça em sinal de positivo quando eu disse “O governo?”. Os professores estão acuados e humilhados. Nunca antes na história do Sintese um governante tratou os sindicalistas com tamanho desprezo. Nem mesmo o senador Antônio Carlos Valadares, mentor intelectual da homérica surra aplicada pela Polícia Militar nos professores em 1989 quando ele era governador. E se há alguém com autoridade e legitimidade para classificar como bem entender o governador Marcelo Déda, o governo do PT e o próprio PT, este é o pessoal Sintese. Neste tocante, o deputado Francisco Gualberto está coberto de razão.
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A VAIDADE DE ELOÍSA GALDINO
As vaidosas peripécias de madame Eloísa Galdino foram expostas ontem na Assembléia. O líder da oposição, Venâncio Fonseca, acusou a proba secretária estadual de Comunicação Social de fazer promoção pessoal com dinheiro público. O deputado entrou com requerimento solicitando informações da Secom sobre gastos em publicações onde fotos e entrevistas da comissária do governo Marcelo Déda são destaques. Ele quer saber quanto madame Galdino “investiu” nestes jornais e revistas. Venâncio Fonseca classificou o exibicionismo da secretária de Comunicação como “indecente”. Já o conteúdo das publicações seria para ele “desprezível e sem qualquer qualidade”. Venâncio Fonseca credita a compulsão exibicionista de Eloísa Galdino à “inocência” da secretária. “É pessoa sem noção. Não sabe como funciona a máquina pública. Não sabe que não se pode fazer promoção pessoal com dinheiro do povo”. O deputado pretende agora mover ação junto ao Ministério Público Estadual para obrigar a secretária, que mudou as práticas nefastas da Secom, a devolver o dinheiro público pago às publicações amigas. Seria algo péssimo para uma imagem tão candidamente doce e apresentável. Mas, fazer o quê?

Terça-feira, 06.05.08 - Ano II - Edição Número 258

Vale a pena conferir o novo sítio de eventos de Sergipe na Internet, sob o comando da colega Ana Matilde Costa. Veja http://www.paraondeir.com.br/.
DÉDA, O DESEMBARGADOR E AS PALAVRAS AO VENTO
Não é o caso de discutir aqui legalidade ou competência. Refiro-me ao caso do cunhado do governador Marcelo Déda, Edson Ulisses, indicado por ele para substituir o desembargador aposentado Pascoal Nabuco. Gostaria de comentar o papel de Marcelo Déda neste singular episódio e também o da imprensa sergipana. Alguém pode questionar: “Não seria extemporâneo, pois, se não há como retroceder, qual o efeito de tecer ideário sobre o tema?”. As lamentáveis contradições. Só elas, caro público leitor, já valeriam um livro. A imprensa paraestatal, nutrida com as rechonchudas verbas da publicidade oficial, deu apoio incondicional à campanha de Edson Ulisses através do silêncio magnânimo. Em outubro, por exemplo, o deputado federal Mendonça Prado denunciou o uso descarado da máquina estadual em favorecimento explícito à candidatura do cunhado do governador. Como procurador-geral do Estado, Edson Ulisses, segundo Mendonça Prado, teria feito nomeações para conselhos deliberativos com efeito retroativo, promovido reajuste salarial de procuradores, contratado advogados estagiários e realizado eventos pagos pelo Erário onde abertamente pedia votos aos colegas causídicos. Os bajuladores fizeram ouvidos moucos e o assunto foi sepultado sem nenhuma cerimônia. Nem os colunistas ditos “independentes” ousaram contrariar a ordem do “Número Um”, questionando a legitimidade das denúncias. Finalmente, na semana passada, Marcelo Déda deu por encerrado o lastimável processo de indicação do novo desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, com a homologação de Edson Ulisses. O rito foi absolutamente legal e certamente o novo desembargador deve ter cabedal técnico suficiente para atender aos requisitos exigidos dos julgadores da egrégia Corte. Porém, só durante a ditadura militar um político teve a ousadia, o despudor de indicar um parente a desembargador – Fernando Franco, já falecido, era primo em segundo grau do então governador Augusto Franco; um coronel cujas práticas eram combatidas e criticadas pelo estudante de Direito Marcelo Déda. Uma coisa, contudo, é votar num sujeito como o ex-governador e ex-senador baiano falecido, Antônio Carlos Magalhães – alguém capaz de tudo no exercício do poder! –, sabendo que dele pode-se esperar as mais estapafúrdias ações, omissões e até rasteiras estripulias. Outra é acreditar num discurso de mudança, de respeito à ética e a moral pública, e receber na cara a incoerência da camaradagem aos camaradas-companheiros e até ao parente. Qualquer um poderia empregar o cunhado na função de desembargador sem manchar a biografia. Marcelo Déda, não! Edson Ulisses chegou onde está porque assim desejou o governador das mudanças para pior. O brilhante advogado nunca antes concorreu às indicações da OAB ao Tribunal de Justiça. Só o fez quando o cunhado alcançou o Diário Oficial do Estado. Além de incentivar a candidatura de Edson Ulisses e usar a força indissociável do cargo para influir na campanha, Marcelo Déda relegou aos aterros sanitários todas as críticas feitas ao longo da prolífica carreira legislativa contra os adversários e desafetos. Desapartado dos grandiosos discursos idealistas e mudancistas, sentiu-se livre para fazer valer seu desejo pessoal, passando por cima de todo e qualquer empecilho. Maquiavel explica... O povo, diz a máxima, tem memória curta – talvez seja neste viés que se fie o soberbo governante sergipano. A História, no entanto, é eterna. E nela Marcelo Déda vai figurar como o governador cujo discurso era apenas palavras ao vento! Um político de quem a rebuscada falação servia ao embuste – biombo para exercer o poder ao bel-prazer. É a triste realidade...
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A BOMBA ROGÉRIO (Por Jozailto Lima – Cinform 05/05)
É impressionante como até nas entranhas do governo há a convicção de que Rogério Carvalho é uma bomba que, mais cedo ou mais tarde, vai explodir no colo de Déda. Mas o governador, que seria tão “arrumadinho e orgânico” nestas questões de zelo “com a coisa pública”, permanece anestesiado. Fugindo ao pregão eletrônico estabelecido pelo governo, Rogério Carvalho adquiriu recentemente R$ 8 milhões em medicamentos. Deixou desconfortáveis alguns setores do governo.

Segunda-feira, 05.05.08 - Ano II - Edição Número 257

Se quiser viver em paz Não insulte nem arengue Nem ande pelo subúrbio Pra não cair no perrengue Evitando com cuidado Pra não ser mais um picado Pelo mosquito da dengue
  • Do mestre cordelista Azulão
A DENGUE E OS FAMOSOS
Sergipe contabiliza alguns “famosos” entre os mais de dez mil casos de dengue registrados oficialmente no estado. Ele pode negar de pés juntos, mas um dos primeiros soropositivos do vírus foi ninguém menos que Rogério Carvalho. O deputado-secretário estadual de Saúde simulou uma viagem no início do mês passado para encobrir ser portador da doença. Foi tratado por uma infectologista carioca. Outra vítima “famosa” do vírus foi o ex-governador Albano Franco. Em meados do mês passado, ficou acamado por cerca de uma semana e passou uma outra se recuperando. Reclamou muito dos sintomas da doença. Foi tratado em São Paulo. No final do mês, o presidente da SMTT/Aracaju (Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito), o médico sanitarista e ex-vereador Antônio Samarone, ficou vários dias hospitalizado no São Lucas.
Piadas entre os médicos e servidores do hospital não faltaram. Do soro aplicado duas gotas a cada três minutos – um suplício – à velocidade de 0.60 km/h para chegar ao apartamento, quando eram chamados por Samarone. A lista de “dengosos famosos” inclui ainda prefeitos, deputados, advogados e muitos médicos, além de secretários do governo do PT e da Prefeitura de Aracaju.
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DESTAQUE NACIONAL
O governo das mudanças para pior conseguiu o notável feito de numa mesma semana inserir Sergipe duas vezes no Jornal Nacional (TV Globo/Rio). E registre-se: negativamente! Na terça-feira (29/04), o deputado-secretário estadual da Saúde, Rogério Carvalho, ao lado do secretário de Saúde de Aracaju, Marcos Ramos, finalmente admitiu haver uma epidemia de dengue no estado. A notícia acabou no Jornal Nacional: “Sergipe já é o segundo do país em incidência da doença. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro. Onze mortes já foram confirmadas e outras doze estão em investigação. Dos 75 municípios sergipanos, 60 estão em epidemia ou em risco de epidemia”. Na quinta-feira (01/05), o Jornal Nacional exibiu o Hemose (Centro de Hemoterapia de Sergipe) de portas fechadas. Cerca de 30 pessoas vindas do interior para doar sangue aos pacientes com dengue hemorrágica não puderam fazê-lo. Desculpa do diretor do órgão: “Não abrimos nos feriados”. Nem em plena epidemia? O próximo fato polêmico com potencial para mais uma vez expor Sergipe à vergonha nacional é a possível manipulação de dados pelo governo das mudanças para pior visando mascarar o número real de falecimentos decorrentes da dengue. Uma médica ligada à SSP sugeriu a este ABRA-O-OLHO verificar os atestados de óbitos emitidos no último trimestre de 2007 tendo pneumonia como causa da morte e compara-los aos dos meses subseqüentes. Segundo a fonte, “entre janeiro e abril de 2008, houve um inusitado incremento nas mortes por pneumonia, quando na verdade são óbitos por dengue hemorrágica. Querem esconder a realidade”. A denúncia é grave e caso seja comprovada será mais um triste escândalo sob a égide de Rogério Carvalho. Se médicos do Estado estão atestando mortes por dengue como sendo causadas por pneumonia, apenas para evitar danos políticos à imagem do governo do PT, estariam incorrendo em crime cuja conseqüência pode ser, inclusive, a cassação do registro profissional e o impedimento do exercício legal da profissão. Por que esses médicos agiriam assim? Haveria alguém pressionando ou mesmo dando ordens neste sentido? Quem os pressiona? Quem dá tais ordens? Que outras maquilagens foram ou estão sendo praticadas? O governo Marcelo Déda tem se notabilizado pelo descaso à vida. Mais de 60 crianças pobres morreram por conta da imundície de uma maternidade estadual, enquanto uma maternidade de ponta era mantida fechada apenas por birra política. Outros vários pacientes adultos tiveram fim semelhante na UTI do Hospital João Alves Filho, pelo mesmo motivo: sujeira, porque o detergente era diluído numa quantidade de água que o tornava sem efeito no combate aos germes. Há ainda um sem número de mortes decorrentes da “Operação Limpeza” feita nos corredores do Hospital João Alves Filho. Médicos não integrantes do quadro funcional do hospital foram contratados apenas para dar alta a centenas de pacientes pobres. Sem atendimento, mesmo o oferecido precariamente nos corredores, quantos não morreram? Com histórico tão desabonador, e agora destaque praticamente diário no Jornal Nacional, o governo das mudanças para pior só se destaca positivamente num setor: o da propaganda enganosa. Nada mais esdrúxulo que no intervalo comercial do mesmíssimo Jornal Nacional, onde os podres foram mostrados, ver um comercial louvando as grandes mudanças feitas pelo governador Marcelo Déda. Haja cara de pau...