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Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012 | 11h47 | Eleições 2012
Decidido o nome do candidato do PT à Prefeitura de Aracaju
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Se antes havia o forte boato, agora está consolidada a candidatura do deputado federal do PT, Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho, para disputar a vaga – graças ao Céus, vamos nos livrar dele! – do prefeito comunista de boutique, Edvaldo Nogueira (PCdoB).
Há duas semanas, o governador Marcelo Déda participou de um encontro secreto em São Paulo com dirigentes do PT Nacional, dentre os quais o “chefe da quadrilha” do Mensalão José Dirceu, para discutir estratégias globais de ação, com vistas a ampliar o número de prefeituras sob o comando do partido de Lula da Silva.
Na ocasião, ficou decidido, no caso de Aracaju, pela performance eleitoral na campanha de 2010 (quando foi o deputado federal mais bem votado), ainda pelo discurso arejado e bem colocado, pela presença imperial e confiante proximidade com as ideias e pretensões políticas de Marcelo Déda, que Doutor Rogério Carvalho seria o candidato.
Ontem, numa entrevista concedida ao jornalista Gilmar Carvalho (Ilha FM), isso ficou bastante claro para a maioria dos políticos de oposição que ouviram Doutor Rogério Carvalho a tecer loas quanto ao suposto brilhante trabalho realizado quando esteve secretário de Saúde e no ataque direto ao principal oponente do PT e líder nas pesquisas, João Alves Filho (DEM).
O deputado Almeida Lima, candidato do PPS, resumiu o sentimento geral: “(Doutor) Rogério Carvalho é bom candidato... para os adversários!” Por sua vez, o dirigente do PPS, jornalista Marcos Aurélio, provocou em seu Twitter: “A disputa em Aracaju se dará com Almeida Lima. Esse é um direito que os petistas não irão nos impedir, pode apostar!”
Cotado para ser o vice do Negão, o ex-deputado federal José Carlos Machado (PSDB) já não tem dúvida: “Doutor Rogério Carvalho será o candidato de Marcelo Déda, pois já fala até em debate com João Alves Filho.” Mas apesar de inevitável em algum momento no futuro, o debate não deve ocorrer agora, porquanto daria luz e palco justamente a quem está na rabeira das pesquisas e precisando melhorar o coeficiente eleitoral – não é, Doutor Rogério Carvalho?
Amanhã, José Carlos Machado estará no programa de Gilmar Carvalho para por os pingos nos “is”. Pelo Twitter, antecipou o que pensa: “Deputado Rogério Carvalho pergunta o que João Alves Filho fez pela saúde em Aracaju. Fez muito! E só para reforçar a memória dele, construiu o HUSE (ex-Hospital JAF) e a Maternidade N. S. de Lourdes – aliás, é o único hospital de urgência funcionando em Aracaju e a única maternidade pública funcionando em Aracaju.”
José Carlos Machado adverte ainda: “Quem mais fechou hospitais em Sergipe foi o governo do PT. Fechou para fazer reformas que se arrastam há mais de quatro anos. A maternidade N. S. de Lourdes, construída no governo de JAF, só passou a funcionar efetivamente no governo de Marcelo Déda por decisão da Justiça. Também, por decisão da Justiça, passou a funcionar o Hospital Infantil José Machado de Souza, construído também no governo de JAF.”
Enfim, pode-se dizer, a disputa pela Prefeitura de Aracaju já tem três supostos candidatos: o Negão, Almeida Lima e Rogério Carvalho – o senador Antônio Carlos Valadares tenta emplacar o filho, que seria o candidato apoiado por Edvaldo Nogueira, mas teme perder posições no governo, o que deve empurrar a decisão do PSB para mais adiante.
Como se diria na Roma Antiga, “alea jacta est”...


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Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012 | 13h09 | Eleições 2012

A hedionda entrevista de Doutor Rogério Carvalho
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Diz o dicionário Aurélio acerca do adjetivo hediondo: “horrorosamente feio; sórdido, repugnante; nojento.” Seria, então, hedionda, a entrevista do Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho concedida ao deputado Gilmar Carvalho, hoje, na Ilha FM? Vejamos...
Quem ouviu Doutor Rogério Carvalho a tecer loas sobre os feitos por ele realizados, visando a melhorar a saúde pública em Aracaju e, posteriormente, em Sergipe, pôde constatar a esperteza do sofisma, a gratuita maledicência e a irresponsabilidade declarada... Que doutra forma poderia ser definido o caos atualmente instalado, de consequências fúnebres, sem qualquer punição?
Doutor Rogério Carvalho deu-se ainda ao desplante de assassinar a realidade factual, antecipando como pretende combater seu maior adversário à Prefeitura de Aracaju: “O que fez João Alves Filho pela saúde pública?”, questionou em tom jocosamente irônico. Quanto ao ex-governador, talvez a população tenha alguma vaga lembrança de obras realizadas por ele, mas certamente jamais esquecerá as ações destruidoras do deputado federal do PT.
Constatemos... Somente ao final de 2011 – e sem alarde –, o governo Marcelo Déda, finalmente, abriu ao público o Hospital Infantil José Machado de Souza, cuja área interna foi totalmente desfigurada a marretadas, por Doutor Rogério Carvalho, tão logo assumiu a Secretaria Estadual de Saúde. Será que é preciso relembrar que houve condenação na Justiça em meados de 2009, para que a unidade pediátrica pudesse funcionar?
De modo idêntico, seria preciso trazer ao debate as mortes de mais de cem crianças por conta da imundície da Maternidade Hildete Falcão, enquanto, por birra política, Doutor Rogério Carvalho manteve fechada, por quase um ano, a Maternidade N. S. De Lourdes, cuja abertura foi também ordenada pela Justiça? E mais, estaria o programa “Fantástico”, da Rede Globo, exagerando quanto à falência do atendimento do HUSE (ex-Hospital JAF), transformado em matadouro de cidadãos pobres?
São apenas alguns rápidos e lamentáveis exemplos. Agora, uma pergunta para o sábio Doutor Rogério Carvalho (não que dele espere qualquer interação): tratar a patuleia como se constituída unicamente de imbecis e afiançar de través como totalmente verdadeira a propaganda da gestão Marcelo Déda seria uma boa estratégia política?
Em outubro, o deputado terá a chance de conhecer, pela via do voto, a resposta do povo...


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Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012 | 11h40 | Políticas Públicas
A tal da educação, minha gente
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No escrito anterior, fiei acerca da impossibilidade de reduzir as desigualdades regionais no Brasil sem investimento maciço na qualidade da educação. No domingo último, a Folha de S.Paulo publicou um caderno especial justamente tratando sobre o tema, enfocando ter sido a escolaridade o fator “fundamental para a queda da desigualdade (de renda) e o crescimento da classe média”, hoje predominante no país.
Trazendo de volta as palavras do professor Alexandre Barros (vide texto abaixo), “pessoas que vivem numa comunidade com mais capital humano – educação, arte... – tendem a ser mais produtivas e, portanto, tenham renda superior às que não vivem em tais ambientes”. Ou seja, indivíduos instruídos geram mais riqueza para o país e também ganham mais, se equiparados aos não educados.
Num comparativo com décadas passadas, a boa notícia é que hoje mais brasileiros buscam diplomas de nível superior, com influência positiva na retração das desigualdades e na ampliação e consolidação da classe média, cada vez maior e economicamente mais forte: 90 milhões de brasileiros, número maior do que a população da Alemanha – os excluídos, contudo, compõem ainda 28% da população, mas eram 33% dez anos atrás.
A Folha de S.Paulo alude ao chamado “milagre econômico” dos anos 1970, quando o pífio avanço da escolaridade fez com que os poucos brasileiros mais instruídos se beneficiassem muito mais do bom momento econômico do que aqueles sem estudo. O Brasil atingiu recentemente a posição de sexta economia do mundo. Perder esta nova oportunidade configuraria uma burrice astronômica. A opção única, portanto, é ampliar a qualidade da educação, sobretudo a pública.
É bom lembrar, parcela importante dos formuladores das políticas educacionais em uso no Brasil – após a redemocratização! – baseiam-nas em conceitos marxistas ultrapassados, pelos quais “filósofos” como Paulo Freire exortam as virtudes de certa “pedagogia do oprimido”, seja lá o que isso signifique. Sem discutir o mérito dessas intervenções, buscar o pragmatismo, com aplicação estratégica da educação conforme as necessidades econômicas nacionais, tem sido o diferencial da China Comunista, onde a ideologia fica do lado de fora da sala de aula. Por que não copiar?
Na contramão, a péssima notícia é que mais da metade (58%) dos entrevistados para a composição dos dados usados pela Folha de S.Paulo admitem que “não costumam ler livro” – característica, aliás, considerada importante para distinguir as classes sociais. Mesmo entre os ricos, o índice dos que não têm o hábito da leitura de livros é alto (31%) – média de 4,5 exemplares por ano. No geral, os brasileiros leem em média 2,2 livros ao ano, um dos índices mais baixos do planeta...
Por tudo isso, a educação de qualidade (e focada no desenvolvimento) mostra-se urgentemente prioritária. Alguns governos estaduais, como o de Pernambuco, já estão engajados nesse propósito. Por enquanto, apenas Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal têm programas similares, com metas estabelecidas, grade curricular diferenciada e escolas operando em regime de tempo integral. Ainda falta, contudo, um “modelo nacional”, como o usado pela Coreia do Sul com resultados fabulosos, prova de que é possível avançar aos maiores patamares apenas usando a cabeça!