Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2012 | 13h14 | Economia
Os vigarista de Washington DC
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Chega a ser chocante, mas trata-se de verdade comprovada em dados do próprio governo dos EUA: em 1974, o 1% mais rico daquela nação detinha 9% da riqueza nacional; hoje, possui quase 25%... Após os governos de Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan (reeleito), George H. W. Bush, Bill Clinton (reeleito) e George W. Bush (também reeleito), o acúmulo de riqueza nas mãos dos mais ricos apenas se expandiu, numa clara evidência que “dinheiro faz dinheiro”.
Mas não apenas disso, porquanto estamos a falar do país carro-chefe da economia mundial. Noutras palavras: tudo indica serem plenamente plausíveis as suspeitas dos chamados “conspiracionistas” acerca do uso das instituições dos EUA pelas grandes corporações, em especial o complexo industrial-militar, para, além de tentar criar um “governo mundial”, abastecer com bilhões de dólares a máquina capitalista norte-americana, comandada pelos principais conglomerados financeiros do planeta.
A desmedida voracidade dessa turma por mais dinheiro, riqueza e poder jamais respeitou soberanias nacionais, direitos humanos, questões ambientais nem leis internacionais de comércio. Vale ressaltar, a receita dos próceres financeiros dos EUA aos países em desenvolvimento, sobremodo as do FMI e Banco Mundial, tinham como premissa básica abastecer com crédito farto essas nações – no mais das vezes, “molhando a mão” de políticos corruptos para aceitarem as condições dos leoninos contratos de “arrendamento financeiro”, modalidade criada para extorquir riquezas nacionais de quem não conseguia honrar com os serviços da dívida. Ou seja, quase 100% dos que caíram nessa armadilha dos vigarista de Washington DC.
Eis então o resultado: após a invasão do Panamá para garantir o controle do canal; do patrocínio de “revoluções”, guerras e intervenções militares, parte delas com a chancela da ONU, no Oriente Médio e Ásia – em acordo com a China e a Rússia – pelo controle do petróleo e carvão; dos empréstimos fraudulentos feitos às Filipinas, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile e Brasil (...), os banqueiros norte-americanos estão ainda mais ricos. A desigualdade socioeconômica do povo americano, portanto, não se deu em prejuízo deste, mas pela exploração dos países pobres.
Assim, a “globalização”, sem regras ou decoro, permitiu ao poder dominante nos EUA, fosse sob a presidência de republicanos ou democratas, atuar em escala mundial para aumentar a própria riqueza (de uns poucos). Nunca na História recente a frase “O negócio dos EUA são os negócios” foi tão prefeita para definir o modus operandi dos novos exploradores capitalistas...