Sexta-feira, 20/06/2008 – Ano II – Edição 279
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Ainda Sobre a Crise no Banese
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O leniente TCE (Tribunal de Contas do Estado) resolveu acordar do sono esplêndido e ontem deliberou pela realização de auditagem especial no Banese para apurar a enxurrada de denúncias de favorecimento em licitações e contratos na área de tecnologia (informática).
Conforme comentei na edição de ontem, o presidente João Andrade tem muito a explicar. A estreita ligação dele com a IBM, seria apenas fanática simpatia pela multinacional americana?
Fato relevante: a proposta de averiguar as estripulias do governo Marcelo Déda no Banese foi provocada por requerimento do procurador-geral do MPE (Ministério Público Estadual) junto ao TCE, João Augusto dos Anjos Bandeira de Mello.
Faz meses, notícias sobre a falta de competitividade e suposto direcionamento nas licitações do Banese eram publicadas pela imprensa. O assunto parecia não interessar a ninguém. Nem mesmo à diligente (contra os adversários) Controladoria-Geral do Estado.
Embaixo do pirão baneseano tem carne de primeira. Resta esperar para ver se a inspeção do TCE vai remexer na panela a fundo.
Contaminado pela Vitória Antecipada
A euforia tomou conta do governador Marcelo Déda tão logo recebeu uma ligação confirmando Mendonça Prado e Pedrinho Valadares como candidatos a prefeito e vice dos democratas.
Acompanhado de dois auxiliares, Marcelo Déda sorvia o café da manhã num hotel de São Paulo (16/06) antes de embarcar para Fortaleza (CE), onde participou do Diálogo sobre Energia Eólica.
Aos berros, o governador disse no celular: “Eu vou ganhar a eleição de Aracaju no primeiro turno!”. A algazarra despertou a atenção das demais mesas, pois a frase foi repetida várias vezes.
O desprezo pelos concorrentes é visível entre os governistas – e depois do referendum do “número um”, deve contaminar ainda mais a militância. Quem está no poder por vezes ignora quão imponderáveis são os ditames do eleitorado para homologar candidatos.
A realidade pode ser bem diferente...
Os Detalhes Finais das Composições
O prefeito-candidato Edvaldo Nogueira mostra-se aguerrido na composição do leque de partidos dispostos a apoiar o projeto de reeleição. Não se pode ignorar o valor político agregado ao minguado PCdoB.
Parte da corriola apenas continua onde sempre esteve – à esquerda. Outra parte aderiu pelo simples gosto de interagir com o mandatário da vez. O mérito pelas conquistas, no entanto, deve-se ao hábil poder de convencimento de Edvaldo Nogueira.
Mansamente, o comunista vai comendo pelas beiradas. Sem estofo eleitoral próprio, Edvaldo Nogueira usa a força da máquina e um trato acima de tudo afável – até mesmo humilde – para fazer-se notar.
Apesar dos esforços, alguns dos agregados de última hora podem não embarcar de corpo e alma. Um exemplo é PSDB de Albano Franco. O grão-mestre tucano é Edvaldo Nogueira desde pequenininho. Candidatos a vereador pelo PSDB, contudo, preferem e vão trabalhar outra candidatura.
Edvan Amorim engoliu sapos para convencer o PCS e o PR a apoiar o projeto de reeleição. Seguidas reuniões lograram em discórdia. A decisão de quem vai receber o apoio depende agora de Almeida Lima.
O tripé formado para a escolha do eleitor tem ingredientes de uma grande disputa. Edvaldo Nogueira com o imenso rebanho e a força das máquinas. Almeida Lima e a experiência de já ter sido prefeito. E Mendonça Prado, a novidade do processo!