E.Zine 24/03 N35

PRAZERES BURGUESES Com 81 anos de vida completados amanhã, o Partido Comunista do Brasil (PC do B) é a mais antiga agremiação partidária em atuação no País – não obstante ter a sua história certa confusão com a do Partido Comunista do Brasil, que avoca a si o mesmo título, mas isso é outra pauta... Ontem pela manhã houve a tentativa na Câmara Municipal de Aracaju de comemorar a data. Afinal, trata-se do partido do senhor alcaide. Mas não deu porque quase ninguém apareceu para trabalhar - apenas quatro gatos pingados - e quando Edvaldo Nogueira chegou à porta da câmara foi avisado das ausências (até da sua bancada) e capou o gato para evitar o mico de cantar sozinho os parabéns. À noite, contudo, os ares foram outros. Deixando de lado a dialética, a luta de classes, o fervor pela causa socialista, os comunistas de Sergipe e alguns convidados de outros estados caíram na folia. A farra ocorreu no salão nobre do Iate Clube, local bem apropriado para uma comemoração burguesa, com muito discurso, cerveja, uísque (apenas para os mais nobres) e os tradicionais petiscos. Haverá quem diga que não se faz mais comunista como antigamente, mas isso é apenas para implicar. Posto que em dia de festa dá até para esquecer a dor de cabeça que tem sido para os comunistas tentar administrar minimamente Aracaju... RESGATANDO O VELHO PT A coluna do jornalista Clovis Rossi na Folha de S. Paulo de ontem contém uma história muito interessante. Vejamos: "Por fim, alguém do PT demonstra comovente preocupação com os trabalhadores (no caso, trabalhadoras), algo que os mal-pensados acreditavam que havia sido abandonado. É maravilhosa a iniciativa da governadora petista do Pará, Ana Júlia Carepa, de arrumar para sua esteticista e para sua cabeleireira duas boquinhas, como "assessoras especiais" (aquilo que antigamente se chamava 'aspone', assessor de porcaria nenhuma, sendo porcaria uma maneira não muito elegante de não ser mais deselegante ainda). Já sei que a oposição, mergulhada na sua eterna conspiração contra o PT, vai reclamar. Bobagem. A iniciativa de Carepa tem profundo alcance gerencial. Tendo cabeleireira e esteticista à mão, a governadora não precisará gastar gasolina do carro oficial para visitá-las em seus locais de trabalho. Além disso, como não perderá tempo no percurso, sua produtividade aumentará, sempre para o bem dos contribuintes, felizes de poder sustentar a estética e os cabelos da governadora. É louvável ainda a fidelidade de Carepa, mesmo agora que se tornou poderosa, aos que a serviram quando estava na planície. É o contrário de Lula, que, tendo um Delúbio Soares sempre pronto a segurar sua cigarrilha para que fumasse escondido, não ganhou uma 'asponeria' no Palácio do Planalto. Coitado. Agora tem de andar de Ômega blindado, com motorista, para compensar o desgosto". E assim caminha a humanidade (vermelha), caro Clovis...

E.Zine 23/03 N34

SEM RUMO Excelentes opositores, com capacidade de articulação, conhecimento de táticas de "guerrilha" visando paralisações e poder de pressão através de vários sindicatos onde estão encastelados, os vermelhos escorregam quando chegam ao poder. No nível federal, as dificuldades para manter a mínima governabilidade foram tamanhas que chegaram a criar o famigerado "mensalão" para garantir apoio da parte descarada – aliás, parcela significativa! – dos membros do Congresso Nacional e manter o governo andando, mesmo lentamente. Em Sergipe, contidos pela inércia e assombrados com as exigências de alta complexidade da máquina administrativa, não superaram ainda a barreira do desconforto neural de assumir pressões advindas de todos os lados. Efeitos típicos da ausência de experiência. A solução de continuidade a por o estado à deriva atinge níveis razoavelmente passíveis de contenção até o presente. Entretanto, caso não haja um encaminhamento às questões mais urgentes, o quadro pode agravar e chegar à paralisia aguda. Prestes a completar 100 dias de mandato (sem contar os quase 60 de transição), o novo governo ainda não esboçou reação própria dos preparados para a gigante tarefa a ele conferida. A totalidade das medidas em curso advém ainda do ex-governo. E não são poucas! É preciso, como solicitou anteontem o líder da oposição Venâncio Fonseca à bancada vermelha, parar de reclamar do ex-governo e começar (finalmente) a trabalhar de verdade. Faltam medicamentos no Hospital João Alves, apesar do alerta quanto à necessidade de renovação de estoque feita pelo ex-diretor da casa de saúde, Jilvan Pinto quando passou o cargo; menores escapam do Cenam como pulgas de cachorro velho; funcionários da Deso fazem paralisação em protesto por acordos não cumpridos; médicos dos hospitais do interior ameaçam também parar, pois estão há dois meses sem salário – o de janeiro foi pago na semana passada; escolas estão sem diretor nomeado e faltam professores; delegados de carreira que fizeram campanha e votaram nos vermelhos agora estão dizendo cobras e lagartos por conta de cortes salariais; enfim... Catamos apenas alguns exemplos de como a turma vermelha anda atrapalhada. Alguma atitude precisa ser tomada. Alguém precisa solicitar a sua majestade cobrar dos seus assessores uma agenda positiva mínima. Do contrário, em poucos meses, vamos assistir à derrocada de um projeto de governo que se autodenominou de "novo", mas até agora a única novidade visível é a incapacidade de dar rumo ao estado. E sabe-se lá as conseqüências para o futuro político do estado caso tenhamos um surto de letargia! Senhoras e senhores, a cantilena de que o ex-governo é o grande culpado pelas mazelas e inércia atuais não cola mais. É discurso de gente desencontrada. O momento é de trazer Sergipe de volta à mínima normalidade... E POR FALAR EM CENAM... Ontem à tarde, para aumentar o caos de inabilidade do novo governo quanto ao controle da meninada disvirtuada, houve rebelião seguida de quatro fugas no Cenam. Em menos de oito dias foram três rebeliões com trinta e três fugas. A situação é grave e talvez exija a intervenção imediata do Ministério Público. O caos se instalou no Cenam depois da substituição de educadores sociais contratados por uma empresa terceirizada por concursados sem o devido treinamento. Os novos educadores tiveram apenas poucas aulas teóricas e assumiram funções de alto risco sem entender como proceder. A atitude do novo governo beira a irresponsabilidade. A deputada-secretária Ana Lúcia, cuja pasta (Secretaria do Estado de Inclusão e Desenvolvimento Social ) é responsável pelo Cenam, diante do total descontrole da situação, chegou a afirmar haver um grupo conspirando contra a sua administração. Por favor, secretária, menos! Apenas assuma de fato o cargo confiado por sua majestade (o principe) e passe a trabalhar de verdade. Vários educadores sociais, ainda veladamente, têm reclamado do descaso do novo governo com o Cenam, onde os problemas de infra-estrutura (alimentação, água potável, uniformes) e as atividades de ressoacilização, educação e cultura simplesmente acontecem em vez quando. Os menores infratores estão revoltados pela forma desumana com que estão sendo tratados. Apenas e tão somente isso. A questão Cenam exige apenas profissionalismo sem fisiologismos ou incontidos desabafos lamuriosos. Será que deu para compreender, deputada-secretária Ana Lúcia? Quando aos conspiradores, diga quem são...

E.Zine 22/03 N32

FAXINA OU INQUISIÇÃO? Toda mudança de governo sugere a troca de postos por pessoas da confiança do novo administrador. É assim aqui, na China e até no inferno. Ao substituir nomes verdes (ou nem tanto assim) por vermelhos (ou mesmo mantendo as melancias) em setores estratégicos, sua majestade (o príncipe) cumpriu apenas um rito. Mas o processo de faxina do novo governo chegou a limites esquisitos, atingindo profissionais que em tese atuam num mercado apolítico. Pois bem, o Sesc contratou a Junior Fontes Produções para realizar um programa semanal para divulgação de temas do seu interesse em horário especial na TV Aperipê. Para apresentá-lo foi designada a jornalista Sérgia Cristina. Após algumas exibições, a direção do Sesc foi chamada e recebeu um ultimato: "Enquanto aquela moça que tem a cara do ex-governo estiver na apresentação, o programa não vai ir ao ar por ordens superiores". Demitida, a jornalista está em casa onde se recupera de uma crise de depressão. Processo semelhante viveu um diretor de TV conceituado, com mais de 20 anos de profissão e um dos melhores do mercado local. Dentre outros importantes trabalhos realizados por Tarcísio Duarte estão as vitoriosas campanhas de sua majestade à Prefeitura de Aracaju – 2000 e 2004. Isso sem contar a infinidade de filmes comerciais feitos por ele para outros clientes privados e públicos, incluindo o município de Aracaju durante as gestões do príncipe. Duarte certamente tem vários defeitos, mas o maior deles neste momento foi ter dirigido no ano passado a campanha de reeleição do candidato do PFL João Alves Filho. Por conta desse "passado", após ter sido sondado pela agência de propaganda baiana Idéia3 para dirigir alguns filmes contratados pela Secretaria Estadual de Comunicação, Duarte recebeu um recadinho: "Quem trabalhou para o negão, não pode trabalhar para o príncipe por ordens superiores". O prendado diretor coçou a careca, recolheu o rabo e saiu de cena com cara de taxo. Comenta-se por aí, o próximo passo da faxina vermelha será a restituição da queima na fogueira ou o decepo na guilhotina para quem um dia ousou professar outra fé se não à sua majestade. O bom da "novidade", segundo a ética vermelha, é que a escolha vai ficar a critério do ilustre "condenado"! Bom, muito bom... CARA DE PAU Deu hoje no BLOG do radialista Douglas Magalhães: "A ministra-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Ellen Grace elogiou o banco de dados do sistema prisional de Sergipe. Segundo ela, o interesse é fazer o mesmo cadastro em todos os estados e o modelo de Sergipe servirá de exemplo. Até aí tudo bem. Mas escrevo sobre o assunto por conta da demagogia do secretário de Justiça Benedito Figueiredo dita no site da secretaria: 'Segundo o secretário de Justiça Benedito de Figueiredo, o Governo de Sergipe através da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania só tem que se orgulhar, quando a prática do sistema de dados vem sendo utilizado junto a estados do Sudeste. <>, ressaltou o secretário'. Olha, o secretario Bené passa bem distante da verdade. Esse modelo elogiado pela ministra é fruto de um trabalho do ex-governo com méritos para a ex-secretária Georlize Teles. Aliás, todas as ações dirigidas por Benedito são heranças da administração passada. Inclui-se aí a construção de dois pavilhões na penitenciaria de São Cristovão e a transferência dos presos da unidade do bairro América para lá, que já estava marcada. O juiz da Vara de Execuções Penais Diogenes Barreto acompanhou tudo e sabe onde está a verdade. Ou será que os elogios de Bené foram para o governo do dr. João?". Caro Douglas, que cara de pau! Recomendo ao ilustre proprietário lustrá-la com óleo de peroba importado das Ilhas Madeiras. Finíssimo in tutti... VAI TRABALHAR... Ainda sobre a "denúncia" da ex-quase-vereadora-deputada, a gulosa comunista Tânia Soares, alegando ter o ex-governo deixado dívidas de R$ 172 milhões e sucateado o estado a tal ponto de ser necessária a remontagem da estrutura antes de sua majestade (o príncipe) finalmente iniciar a fase de execução das promessas de campanha e do seu programa de governo, o líder da oposição Venâncio Fonseca reclamou da falta de documentação comprobatória às alegações e disse ser muito fácil criticar, injuriando e caluniando, sem nenhuma prova. Venâncio sugeriu a deputada comunista apresentar pelo menos um único projeto em benefício do estado de autoria do novo governo e exortou os vermelhos a pararem de remexer o passado, pois isso não ajudaria a governar! Noutras palavras: vai trabalhar minha gente...

E.Zine 21/03 N31

MORAL BAIXO A líder comunista Tânia Soares construiu sua vida política como ativista no movimento estudantil, depois como vereadora, deputada federal, novamente vereadora e agora deputada na Assembléia. Sempre esteve ligada aos vermelhos (ou a reboque deles) e tem a simpatia de parcela expressiva do aluado, especialmente os do CCS (Centro de Ciências Sociais) da UFS. Mas a carreira de Tânia foi arranhada pela pura ganância. O apego desmesurado ao poder, demonstrado de forma clara, nítida, translúcida ao se agarrar com unhas, dentes e olhos bem nutridos ao mandato de vereadora, mesmo depois de conquistar a suplência obtida com a vaga deixada pelo deputado-secretário de saúde do novo governo Rogério Carvalho, deixou o moral dela em frangalhos. Com um olho no santo e outro no vigário, Tânia, conhecedora como ninguém do estilo vermelho de dizer uma coisa e fazer o diametralmente oposto, desconfiou das boas intenções do companheiro Rogério de fincar pé onde está. Pôs, então, os bigodes de molho e tentou segurar os dois mandatos. Não colou! Foi obrigada a optar. E claro, preferiu os holofotes e o salário da Assembléia. Agora, a gulosa "vereadora-deputada", exímia crítica do ex-governo e de tudo por ele engendrado, afirma ter o novo governo recebido dívidas de R$ 172 milhões para sua majestade (o príncipe) arcar. E mais, teria sido o ex-governo irresponsável com o dinheiro do povo. Em boa hora, o deputado Augusto Bezerra pediu documentos comprobatórios e quer uma comparação dos gastos do ex-governo com os da Prefeitura de Aracaju, para ver se nas similaridades ou divergências encontrar-se-ia motivo para a celeuma urdida pela comunista. JORNALISMO SEBOSO Existem seres cujo caráter transpassa qualquer limite das desvirtudes. O autor da prolífica (são seis volumes) História Política de Sergipe, jornalista Ariosvaldo Figueiredo, é um deles. Forjado nas entranhas do ódio desmedido, usou a máscara da pesquisa histórica para detonar sem carinho, afeto ou transigência a quem não lhe mereceu um olhar digno. Pouquíssimos homens públicos foram poupados do seu estilo contumaz, compulsivo e repulsivo de analisar (ou talvez imaginar) a História. Seus escritos, contudo, sugerem algum mínimo conteúdo... O colunista (político!) da Infonet Cláudio Campos Nunes é um Ariosvaldo Figueiredo piorado. Perplexo com a magnitude das reentrâncias do próprio umbigo e remanescente respeitado do adulatório dos não acanhados, CN dependura-se balançantemente nas pencas do novo poder vigente, como se nele mantivesse convívio desde tenra infância. Mas engana-se o respeitável público se o imagina porta-voz laureado de sua majestade (o príncipe). Afeito a acudir o novo governo quando este precisa ser acudido (e por seguidas vezes até quando não existe tal necessidade), CN tem implicado de maneira ríspida com antigos colegas seus que insistem em ter as arcadas dentárias mais expostas que as dele em chapas de raio-x obtidas enquanto vermelhos de fina estampa (e especialmente o príncipe) têm as partes afagados com esmeroso afinco. A confusão promete ser das grandes. Mas a rabugice campesina chegou aos ouvidos de sua majestade e qualquer dia desses, seguindo sugestão de vermelhos de bom alvitre, o príncipe in persona haverá de ligar para o renomado colunista solicitando maior intermitência nos solavancos e mais ternura com quem está do mesmo lado, permitindo também a outros bem quistos lisonjeadores cumprirem a hercúlea tarefa de massagear o pomposo escroto real. Para evitar as rixas, será preciso firmeza, pois ansiosos pretendentes aguardam à espreita já de mãos limpas e línguas sedentas... Em suas mal traçadas linhas, travestido de onça selvagem, Cláudio Nunes costuma citar, como símbolo supremo da cultura, certa frase antológica do enigmático deputado Albano Franco, segundo a qual todos se conhecem no principado de Sergipe. Para efeito de justiça, CN deveria lembrar também que por tradição histórica Albano costuma desprezar quem lhe sobeja dengos, mas abraça com ternura quem o fustiga e por vezes até maltrata. E assim tem sido para a maioria dos poderosos, com as desonrosas exceções de praxe. Por conta desse ranço ariosvaldiano às avessas, nos ambientes onde costuma aparecer, Cláudio Nunes é logo deixado de lado. Solitário e sem qualquer importância, finge falar por minutos a fio ao celular com um imaginário interlocutor. Tão mais fingido, quanto seus comentários eivados de grotescos "enganos" lingüísticos, barrigadas (algumas propositalmente) crassas e, claro, apupos cínicos contra o que agora é apenas passado... PS: Encerro com esta nota todo e qualquer comentário quanto ao comportamento profissional do supracitado, porque escancaradamente público. É o contributo para poupar o distinto público de futuras citações nauseantes logo de manhã! CALA BOCA A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ministra Ellen Gracie apresentou anteontem o novo banco de dados da população carcerária brasileira, que está em fase de criação em parceria com as secretarias estaduais de Segurança Penitenciária. Através dele, desde segunda-feira, juízes de São Paulo e do Rio de Janeiro (estados com 50% da popualção carcerária do país) podem consultar informações sobre os condenados por meio eletrônico para julgar pedidos de liberdade ou remissão de pena, por exemplo. Disse a ministra quando lançou o novo serviço judiciário: "Começamos a formatar o banco de dados por meio do Estado de Sergipe, que tinha um programa excelente onde o juiz sabe, no dia-a-dia, quem está na cela número tal do presídio tal e até quando deve cumprir pena". Hoje Sergipe tem 2,22 mil detidos pela Justiça, todos catalogados e devidamente identificados por unidade prisional, cela, tempo de duração da detenção e outras informações relevantes para juizes, policiais e autoridades de modo geral. Um trabalho iniciado no ex-governo, que além de modernizar o sistema prisional criou 1.112 novas vagas, incluindo as da unidade do bairro Santa Maria (em construção, com inauguração prevista para abril próximo) para 432 internos. Assim, o número de vagas disponíveis praticamente dobrou em quatro anos. Será que os vermelhos vão agradecer tanto esforço poupado? QUALIDADE DO EMPREGO Comentário do prefeito César Maia no ex-BLOG dele (20/03): "Quem imaginava que num governo de líder sindical do ABC com a participação de tantos outros líderes, burocratas e pelegos sindicais em toda a administração federal, a qualidade do emprego iria aumentar, se enganou redondamente. O que eles querem mesmo é poder para a pelegada e por isso vão atrás do voto dos excluídos, com um leque de programas assistencialistas. O Cesit (Centro de Estudos Sindicais da Unicamp) elaborou um indicador de qualidade do trabalho metropolitano brasileiro, em base as pesquisas de emprego do IBGE que são feitas nas regiões metropolitanas. O indicador de emprego de qualidade leva em conta o trabalho formal (com carteira), o tempo de estudo do empregado (primeiro grau completo), estabilidade (mais de dois anos no mesmo trabalho), jornada de trabalho de 44 horas semanais, salário acima de um salário mínimo, e a idade entre 18 anos e 50 anos como proporção dos ocupados. Em 2002, último ano do governo FHC e já com um quadro aberto de crise econômica, o IQE, foi de 0,652. Em 2006, ultimo ano do governo Lula, o IQE foi de 0,646. E mais grave: em todos os anos do governo Lula o IQE foi menor que no difícil ultimo ano de FHC. A saber: 0,644 / 0,642 / 0,650 e 0,646". Sem comentários, caríssimo público...

E.Zine 20/03 N30

BOAS MANEIRAS E MENOS EXUBERÂNCIA Ao sugerir a sua majestade (o príncipe) "noções de boas maneiras e de mais respeito à liturgia do cargo", o editorial do Cinform da semana desenha o príncipe como se numa espécie de Dedalândia, onde vez por outra ele acorda e "se comporta com pompa paroquial...". O semanário diz ainda agir sua majestade de modo "pequeno, arrogante e pouco eficaz para quem faz um governo de coalizão... ao tratar companheiros de primeiro escalão como homens broncos e impedidos de montar equipes a seu modo". O pito do Cinform é por conta da repreensão feita de público pelo príncipe a secretários seus dados a escalar cargos de segundo e terceiro escalão sem antes passar pelo crivo dele; e à defesa do prefeito comunista da capital contra uma possível conspiração de vermelhos (e da oposição), a quem sua majestade fez ameaça que "aspira acovardar e constranger o inimigo imaginário". Questiona, enfim, o sisudo Cinform: "Fundado em quê vossa magnitude acha que é de fato arriscoso fazer oposição a Edvaldo Nogueira? Calçado em quê sua santidade o sumo Déda entende que é um risco fazer-lhe oposição? Será que não é a democracia que está em xeque com toda esta impostação totalitária, e logo vinda de um político cevado anos a fio numa oposição ferrenha a qualquer um que estivesse no poder?". Caros cinformeiros, como os novos ricos, os novos poderosos têm cada uma... POBREZA E MORTE Edição do Jornal da Cidade de domingo (18/03): "Pacientes continuam morrendo por falta de medicamentos no Hospital João Alves Filho e várias cirurgias são suspensas pelo mesmo motivo". O jornal tem como fonte o neurocirurgião Luiz Soares Bandeira, vice-presidente da Associação dos Médicos do HJAF. Segundo ele, "os médicos estão acuados e constrangidos, pois não é fácil perder um paciente por falta de remédio. É algo absurdo". Quando os vermelhos receberam o hospital das mãos do médico Jilvan Pinto, este alertou para os contratos de compra de medicamentos e apresentou um relatório completo do estoque e das necessidades mais urgentes. Os vermelhos simplesmente negligenciaram as informações, colocando em risco (de morte) a população e os médicos na linha de frente de um grave problema. Não esqueça o respeitável público ser eles que a população, em primeira instância, culpa e de quem cobra alguma atitude. Por conta de várias ameaças sofridas de familiares dos pacientes revoltados com o descaso, alguns médicos simplesmente estão deixando de cumprir os plantões e outros vão ao hospital, mas nada podem fazer. Enquanto a pobreza morre, a saúde do Sergipe novo patina... BALAS PERDIDAS! PERDIDAS? Deu no BLOG do prefeito César Maia (19/03): "A cada dia aumenta o convencimento em setores da polícia do estado do Rio que -pelo menos- parte das balas perdidas que atingem mortalmente -ou quase- moradores da área onde há confronto são disparadas propositalmente pelos traficantes com o objetivo de assassinar premeditadamente. Com isso, o confronto tende a ser interrompido devido ao natural constrangimento e recolhimento das forças policiais. Os bandidos escolhem de preferência crianças e mulheres. Os últimos fatos só vieram a comprovar essa convicção". PAUTA TRANCADA, CPI A VISTA E O TEMOR VERMELHO O Congresso está parado mais uma vez. E desta feita por obra e graça da oposição como forma de pressionar o governo vermelho a aceitar a criação da CPI do Apagão, cujo objetivo é lançar luzes sobre a problemática vivida no setor aéreo nacional, com riscos legítimos (e reais) à segurança dos usuários. Os vermelhos fogem dessa CPI como o diabo da cruz. A quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e de duas altas funcionárias da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), determinada pela Justiça, ajudaria a explicar o temor do governo federal em transformar a estatal em alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A investigação feita pelo Ministério Público a partir de relatórios de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) poderá dar fôlego aos trabalhos da eventual CPI do Apagão Aéreo, caso ela venha mesmo a ser constituída. Com base em (mais uma) suspeita de irregularidades nas obras do aeroporto de Congonhas, a Justiça Federal de São Paulo determinou em 25 de outubro passado a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da estatal e amigo do Salvador da Pátria, deputado Carlos Wilson (PT-PE). É aí que reside o nó das preocupações vermelhas...

E.Zine 19/03 N29

ANIVERSÁRIO E FUTURO INCERTO Aracaju tem bem mais que apenas 152 anos. A fundação do povoado Santo Antônio remonta pelo menos um século antes, conforme alguns historiadores. Nele viviam pescadores, índios e negros remanescentes de quilombos. Com a mudança da capital em 1855, realizada por iniciativa do presidente da província de Sergipe Del Rei Inácio Barbosa e do barão de Maruim, a nova Capital sergipense recebeu um projeto arquitetônico de fazer inveja ao restante do país, assinado pelo engenheiro e urbanista Sebastião Basílio Pirro. Foi um imenso desafio vencer tantos mangues, pântanos e charcos para criar o traçado em forma de tabuleiro de xadrez, seguindo o padrão de vanguarda da época, preconizado por Washington, Chicago, Camberra, Buenos Aires... Nascia uma moderna cidade brasileira ! Independente de quem já a administrou em tempo idos, devemos nos concentrar nos últimos 25 e poucos anos sob a tutela vermelha. Fora algumas intervenções patrocinadas (ou mesmo promovidas) pelo governo estadual (reforma dos Mercados Centrais, Orla de Atalaia...), a maioria das obras estruturais da cidade remonta o período anterior a 1980 – grandes avenidas, escolas, canais... Por obra e graça dos vermelhos, Aracaju não possuiu um Plano Diretor a altura. Cresce sem planejamento, esta repleta de favelas e boa parte da população residente nos grotões periféricos vive sem saneamento básico. A estrutura de saúde pública é precária e se sustenta no Hospital João Alves (para não entrar em colapso). O rendimento educacional nas escolas municipais está abaixo da média. Não há planejamento social destinado a atender um sem número de carentes e dos que vivem abaixo da linha da pobreza. Os logradouros públicos estão em petição de miséria. O lixo se acumula, especialmente nos canais durante o período de chuvas. As ruas e avenidas estão esburacadas... E estamos falando da menor capital do país! Sob o comando vermelho, Aracaju ficou para trás. O caos na saúde e no trânsito é apenas um dos muitos exemplos de que a cidade não funciona por falta de planejamento e de razoável ordenação administrativa. Mas festa não falta! Aliás, o espetáculo não pode faltar. Afinal, desde sempre na História humana, quem não organiza o presente e não se preocupa com o futuro tem mesmo é de garantir ao povo (jovem, especialmente) o mínimo de alegria. Antes eram as lutas entre gladiadores, hoje são as micaretas, os forrós, os pagodes... UMA BOA SEMANA AO SOM DE CARLA BRUNI, INTERPRETANDO EMILY DICKINSON ENTRE OUTROS GRANDES...