JACKSON BARRETO
ANDA CALADINHO
SOBRE A TAL
“REFINARIA DE DINHEIRO”
De
garoto-propaganda do Governo de Sergipe a personagem central do
escândalo de pagamento de propina a políticos, foi um pulo! Usado
para anunciar a construção da primeira refinaria do estado, orçada
em 120 milhões de reais, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa transformou-se num estorvo para a
gestão de Jackson Barreto. A indústria seria erguida na Barra dos
Coqueiros pela Costa Global, empresa de fachada usada por Paulo
Roberto Costa para lavar dinheiro, conforme documentos apreendidos
pela Polícia Federal.
Preso em 21 de
março sob suspeita de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro
– algo próximo de 1,5 bilhão de reais –, Paulo Roberto Costa
foi o único “empreendedor” a aparecer em um vídeo institucional
produzido pela Secretaria de Comunicação de Carlos Cauê, sobre a
tal “Refinaria de Dinheiro” (veja na janela abaixo). O danado é
do tipo que se pode definir como um verdadeiro “homem-bomba”.
Sabe muito! De modo particular, pode revelar como funciona a
articulação com empresas e fornecedores da Petrobras utilizados
para financiar campanhas eleitorais de petistas e aliados.
O projeto da
“Refinaria de Dinheiro” da gestão de Jackson Barreto fazia parte
de um plano maior engendrado por Paulo Roberto Costa. Incluía a
construção de outras três unidades ao longo desta década –
todas privadas. Os locais já estavam definidos: além de Sergipe,
Ceará, Alagoas e Espírito Santo foram sondados pelo ex-diretor da
Petrobras. Em Sergipe, as operações seguiam bastante adiantadas. O
governador anunciou em 13 de janeiro, com toda a pompa e
circunstância, a assinatura do protocolo de intenções que
autorizava a implantação da Refinaria Governador Marcelo Déda. A
prisão de Paulo Roberto Costa derramou um rio de água gelada na
folia, que já era tratada dentro do governo como “a galinha dos
ovos de ouro” da campanha eleitoral... Nem imagino por quê.
Para tentar se
livrar de possíveis desgastes junto ao eleitorado, posto ter
anunciado que a construção da primeira unidade modular deveria
empregar 200 trabalhadores e na fase de operação seriam gerados 50
empregos diretos e 200 indiretos, o Governo de Sergipe informou o
cancelamento do negócio, após a detenção de Paulo Roberto Costa.
Para um público aturdido com a prisão do homem a quem Jackson
Barreto teceu loas e favas, o governador saiu-se com a desculpa
esfarrapada de não ter havido “qualquer prejuízo para o Estado, vez que não foi realizada nenhuma concessão de incentivo
(?), pois o projeto ainda se encontrava na fase protocolar de
intenções e aguardava as definições da ANP e Petrobras,
indispensáveis a qualquer decisão governamental”.
Ops, que patifaria
é essa? Como não houve prejuízo? E a propaganda enganosa, quem vai
cobrir seus custos? Ademais, o próprio garoto-propaganda Paulo
Roberto Costa confessa algo bem diferente, na gravação feita dois meses
antes da prisão: “Tivemos todo apoio do Governo de Sergipe na
realização do investimento, porque essa refinaria vai agregar muito
valor e muito emprego, e geração de receita para Sergipe”. Então,
era tudo mentira? Santa danação...
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Por David Leite
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