Sexta-feira, 12 de Outubro de 2012 | 16h15 | Mídia
Campanha eleitoral em Aracaju ganha força na internet e emplaca vários candidatos

Por David Leite
Eleições nos EUA estão sendo ganhas com apoio maciço da internet. Alguns candidatos, caso de Barack Obama, conseguiram arrecadar milhões, muitos milhões de dólares – a maioria, contribuições não superiores a US$ 300,00 – e arrebanhar uma militância aguerrida.
No Brasil, ainda não foi desta vez que os marqueteiros usaram para valer a internet como braço da comunicação, para ajudar candidatos a cargos majoritários. Muitos especialistas achavam que a internet seria importante em 2010. Não foi. Achou-se o mesmo quanto a 2012. Também não foi...
No caso de Sergipe contudo, uma experiência desenvolvida na campanha proporcional do candidato democrata João Alves Filho, usou algumas ferramentas disponíveis no cyberspace para conquistar votos.
Surpresa – uma boa surpresa, aliás! Nada menos que 13 dos 228 candidatos das coligações que apoiaram o Negão foram eleitos, fazendo maioria no parlamento para o próximo prefeito. Os números sugerem a participação efetiva da internet no processo de escolha do eleitor. Somente os vídeos dos 186 candidatos que gravaram para o Horário Eleitoral, somados aos vídeos de apoios de parlamentares como os senadores Maria do Carmo e Eduardo Amorin – e de deputados federais e estaduais –, bateram a casa de incríveis 65.816 exibições no YouTube até as 15h37 desta tarde de sexta-feira (veja foto abaixo).
Pela primeira vez no Brasil, uma campanha de candidatos proporcionais teve site exclusivo, além de páginas (também exclusivas) para os candidatos proporcionais, no Twitter, Facebook e YouTube, em suporte à campanha de rádio e televisão – diga-se, inclusive, que ao contrário da campanha de 2010, quando João Alves Filho foi punido com várias multas e perda de espaço na campanha de TV por causa de delitos cometidos na campanha proporcional, numa tentativa burra de ajudá-lo a divulgar suas propostas, em 2012 nenhuma das duas campanhas foi sequer advertida ou perdeu um único segundo de propaganda, fosse no rádio ou na televisão.
Totalizando entre todas as ferramentas usadas quase 150 mil acessos de internautas residentes basicamente em Aracaju, a campanha dos Vereadores do Negão mostrou-se eficiente e com custo relativamente baixo para o candidato do Partido Democratas, além de ter servido, de forma indireta, para divulgar as propostas do Negão para um público que, por ser jovem – faixa etária entre 16 e 35 anos (42,8% do eleitorado de Aracaju) –, ainda não o conhecia na inteireza.

Agradecimentos
Gostaria de agradecer a confiança e a paciência do ex-deputado federal José Carlos Machado, eleito vice-prefeito, e ao coordenador-geral da campanha do Negão, ex-deputado estadual Walker Carvalho, sem os quais seria impossível desenvolver o trabalho. Também agradeço aos profissionais envolvidos no processo: Jorge Salário e Eduardo da Mídia (proprietários das produtoras onde gravou-se o material de RTV e internet); a produtora-executiva Charlene Santos, meus braços direito e esquerdo, e verdadeira chefe de equipe; ao meu compadre, jornalista Machello Gomes, incansável coordenador da Redação; aos dedicados jornalistas Adler, Malu, Zé Rivaldo e a produtora Jéssica; e aos radialistas Antônio Carlos de Oliveira (meu compadre Toni Xocolate), Flávia Lins e Willian Fonseca... sem os quais o trabalho teria sido incompleto... A todos os demais envolvidos –  20 outros profissionais: câmeras, fotógrafos, maquiadoras, auxiliares...    não citados, meus sinceros parabéns!

A melhor assessoria de imprensa
Sem dúvida, o trabalho de divulgação das propostas e do pensamento de João25 teve um suporte digno das melhores campanhas eleitorais Brasil afora – e nos municiou com vários bons argumentos –, através da competente assessoria de imprensa desenvolvida com afinco e extremado profissionalismo pelo experiente jornalista César Gama.
Ex-diretor do Cinform, a quem deu cara e corpo; e do Correio de Sergipe, que fundou e deu a linha inicial bem sucedida, César Gama fecha mais uma campanha sendo elogiado por todos os colegas de imprensa pelo trabalho realizado através de sua equipe, que facilitou sobremaneira as editorias de Política dos portais de notícias da internet, sites diversos, blogs e jornais sergipanos.
Um trabalho que reflete o espírito sempre muito honesto deste abnegado – e por vezes, incompreendido – homem da Comunicação sergipana...

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Site Vereadores do Negão: http://www.vereadoresdonegao.com.br/.
Site Primeiro Turno 25http://www.primeiroturno25.com.br/index.php.

Veja vídeo (duração de 4 minutos) com imagens do Negão no dia 07 de Outubro, desde as primeiras horas da manhã, até a Festa da Vitória na Praia 13 de Julho, em frente ao Democratas.


Veja foto (clique para ampliar) com o número de exibições dos vídeos publicados no YouTube pelo site Vereadores do Negão.


Quarta-feira, 10 de Outubro de 2012 | 17h05 | Eleições 2012
Ao velar oposição cerrada, Valadares pode sentenciar: “João 2014”

Há textos que gostaria de ter eu os escrito, pela ordenação estilística, justeza na argumentação e abordagem baseada nos fatos – e apenas neles! –, não obstante o “tempero” aprumado pelo escriba. Eis, então, pela primeira vez na história deste canal, um texto que não vem de minha pena, mas que apresento aos diletos leitores sem pejo. Apreciem sem parcimônia...

Por Joedson Telles
O senador Antônio Carlos Valadares disse ao UniversoPolitico.com que João Alves à frente da Prefeitura de Aracaju será um atraso. “Duras penas porque nós já sabemos como será o governo. E eu não me engano. Será o atraso”, assegurou. Nada de novo. Seu candidato e filho tratou de passar toda a campanha massificando a tese. Impossível foi persuadir a maioria do eleitorado. Todavia, gostei do “eu não me engano”, lembro até um antigo café. Mas gostei mais ainda da extensão da pérola do senador. Lá vai, depois volto ao gramado:
Primeiro que, ao invés de procurar um bom entrosamento entre governo estadual e federal seria um enfrentamento constante. Por exemplo, João pede uma verba, e se o governo logo não liberar ele vai começar a alarmar que está sendo perseguido, supostamente, e que não consegue recursos. Com isso a cidade, certamente, ficará estagnada e, isso vai acontecer independente do apoio ou não do governo federal. Esse grupo que governou 12 anos sem promover melhorias governando de novo agora, a gente sabe bem o que vai acontecer”.
No gramado, outra vez. É visível: a ficha ainda não caiu. O senador continua no palanque, batendo de frente contra a vontade da população. Aliás, até setor isolado da imprensa já começou, cinicamente, a admitir a força de João. Depois de fazer campanha contra, agredir, criticar, mentir... durante todo o processo, tenta, agora, fazer a média. Típico do caráter conhecido. Mas, plagiando o próprio Valadares: “eu não me engano”: de uma forma mais educada e bem menos voraz, o senador pensa igualzinho ao desafeto Almeida Lima: ‘o povo está errado em eleger João prefeito de sua capital, e o fez por falta de percepção do equívoco. Não sabe votar’. Ou seja, os adversários estão juntos na contrariedade com a democracia, com a vontade soberana das urnas. Em outras palavras, o povo não pode ter vontade própria. É para jogar João no ostracismo e ponto final. Curioso: o povo até jogou, mas os próprios adversários lhe deram sopro de vida.
O que também não parece muito claro na cabeça do competente e atuante senador Valadares é que definir João como o atraso e ser surrado por ele nas urnas de Aracaju em duas eleições seguidas, é algo passível de uma reflexão. Das duas uma: ou essa de atraso não existe. Trata-se de pura retórica derrotada nas urnas. Ou o eleitorado carece de inteligência para enxergar a verdade, o que colocaria Valadares e aliados no papel de esmurrar a ponta da faca. Se a segunda opção for a correta, Valadares e o eleitor duelam para ver quem vence pelo cansaço. Domingo o eleitor venceu mais uma.
A entrevista de Valadares no UniversoPolitico.com está ainda a revelar que João terá ele e o filho na marcação. Note-se que nem começou ainda o governo, mas Valadares já fala em cidade estagnada. Não creio que essa oposição cerrada seja, exclusivamente, para cumprir o caminho traçado pelas urnas, ao dar 37% dos votos a Valadares Filho, legitimando-o na oposição.
Salta aos olhos dos mais atentos a necessidade de deixar Valadares Filho na mídia. Perpassando o duelo da campanha, a ideia é mantê-lo vivo como o principal opositor ao governo João Alves por interesses bem mais eleitorais que sociais. Tudo sonhando com um voo mais alto, que tentar a reeleição na Câmara Federal, em 2014.
Valadares sabe que não apenas Jackson Barreto, mas também Eduardo Amorim são fortes nomes para a disputa do governo do Estado. Como, em 2014, ele ainda terá mais quatro anos de Senado, nada mais cômodo que tentar emplacar Valadares Filho como vice em uma das chapas. Evidente que como JB em sendo eleito só terá quatro anos de mandato, não tem direito a reeleição, seria o parceiro ideal para alimentar o sonho de alçar Tonhão de vice a governador em 2018. Bem mais maduro que o candidato que jogou tempo de TV fora pessimamente aconselhado, estimulado a agredir, bater na tecla do VLT, e até falar sobre o que não conhece a fundo – como aquela história da Coroa do Meio, que acabou mandando o próprio pai à guilhotina, pensando atingir o adversário... Um jovem político bom e inteligente, mas mal assessorado. Se aprender com os erros, Sergipe ganha. Valadares Filho é um excelente quadro. Um dos raros exemplos de renovação de uma liderança na política sergipana– no caso o senador Valadares...
... Em optando por JB, além de evitar o desgaste do rompimento, o sonho poderia ainda ter o apoio do governador Marcelo Déda, que é sempre lembrado quando o assunto é Senado, em 2014. Déda, porém, terá muito trabalho para concretizar isso, já que o desafeto Amorim fez vários prefeitos, que podem apoiar uma possível candidatura do deputado André Moura para concorrer com ele. Isso vingando, e, óbvio, Maria não indo à reeleição, até João pode estar com André. Com a caneta na mão, entretanto, Déda tem como avançar na base inimiga e lançar a sorte.
O que talvez não tenha passado pela cabeça de Valadares é que, ao atear gasolina no fogo aceso entre seu filho e João Alves nestas eleições, para estender as chamas ao mandato, ele manterá viva a ideia que o maior adversário do grupo continuará sendo João Alves, que, por sua vez, terá mais um motivo para fazer o que Valadares Filho desenhou durante a campanha: deixar a PMA nas mãos de Machado, e se lançar em 2014. No mínimo, o incêndio estaria a fortalecer ainda mais João Alves para apoiar uma candidatura de Eduardo Amorim ao governo do Estado. Sobretudo se o desgaste dedista persistir. Como disse o Senhor Jesus, “sim sim, não não. O que passar, vem do maligno”.

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Terça-feira, 09 de Outubro de 2012 | 10h00 | Eleições 2012
Derrota do candidato VavaziO já tem culpado: Marcos Cardoso

Por David Leite
Passados os mais de três meses de árdua batalha eleitoral, com a poeira assumindo agora o contorno do solo, pode-se num retrospecto rápido avaliar o que ficou para trás – e as esperanças acerca do que esperar do amanhã. Trata-se de algo essencial para evitar que se erre em empreitadas futuras...
Vitórias costumam ter muitos pais, em oposição às derrotas, sempre órfãs ou filhas bastardas. João Alves Filho venceu de forma limpa, apesar das gritantes falhas na comunicação de campanha. O candidato democrata, de modo sensato (eis aí Almeida Lima para não me deixar mentir) optou por não se confrontar com nenhum dos adversários – algo próprio do seu estilo pessoal.
No entanto, a hesitação do marketing do Negão, a confiança cega do candidato nas pesquisas qualitativas (sem levar em conta o próprio instinto eleitoral) e a incapacidade da sua comunicação de pautar os adversários – sendo, ao contrário, por eles pautada –, mantiveram-no sempre na defensiva, vulnerável... O segundo turno apenas não ocorreu, penso eu, porque o eleitorado ignorou todos esses aspectos, preferindo apostar na biografia do agora prefeito eleito.
Os números do principal oponente de João Alves Filho revelam o quanto a comunicação adversária lhe tirou fôlego – mas sugerem também um desempenho mais que esperado de alguém apoiado pelos governos federal, estadual e municipal. Antonio Carlos Valadares Filho obteve 113.932 votos (34,07% dos votos totais ou 37,62% votos válidos), enquanto o Negão ficou com 159.668 votos (47,75% dos votos totais ou 52,72% dos votos válidos).
Naturalmente, para dar mais valor à vitória de João Alves Filho, não se pode desprezar o abuso da máquina governamental nem o terrorismo dos jornalistas vermelhos infiltrados nas mais importantes redações. Também é fundamental observar a cara de pau, a ousadia do candidato VavaziO em “peitar” a Justiça Eleitoral... Foram mais de dez condenações em representações ao TRE, resultando em vários direitos de resposta e em mais de R$ 200 mil em multas, fruto da recorrência de delitos – por seu turno, o Negão não foi punido uma única vez nem perdeu um segundo que fosse do Horário Eleitoral.
Agora, vejamos o outro lado... Como sacramentei no início deste escrito, as derrotas são órfãs ou filhas bastardas! No domingo, ainda durante o pleito, o pai do candidato VavaziO, o “superfaturador” e “deportador” de mendigos senador Antônio Carlos Valadares, sugeriu ao portal Infonet que culpabilizar Marcelo Déda pela derrota do filho seria leviano, pois a eleição não é estadual e o povo não votaria por vingança ao governador, sabendo que tal atitude, do seu ponto de vista, seria “ruim para Aracaju” – uma ameaça velada?
Sigamos em frente... Quem, então, seria o responsável pela tragédia? Bem, na sacrossanta opinião do pai do candidato VavaziO, seriam as “possíveis falhas da própria administração municipal”. Sim, a culpa é do prefeito fazendeiro-Opará, o comunista de boutique Edvaldo Nogueira, por conta de “erros estratégicos no sistema de comunicação da Prefeitura de Aracaju, ao interagir com a população”.
Trocando em miúdos: o nobre companheiro-jornalista Marcos Cardoso, tivesse o candidato VavaziO vencido o pleito, seria chamado às vias de fato e lhe sobraria um fatídico pé no traseiro, porquanto é ele desde 2008 o comissário responsável pela Secretaria de Comunicação, a quem foi atribuída a “falha” no interlóquio com a população. Santa ingratidão... Um sujeito que desde sempre, diga-se de passagem, foi fiel ao estatuto da esquerda para mostrar o quanto tem argumentos sobejos aos que endeusa e maltratantes a quem despreza, não merecia chegar ao final do embate tão massacradamente mal quisto.
Em solidariedade ao companheiro-jornalista Marcos Cardoso, que após dezembro voltará – espero – ao batente da Redação, julgo importante dizer: o candidato VavaziO teve um desempenho fenomenal e agora se impõe como nova força política. Não venceu a guerra, mas mostrou-se destemido na luta. Tivesse saído como candidato de um grupo independente, talvez pudesse ter chegado ao segundo turno – não chegou porque esteve aliado a turma dos bichos-preguiça, a quem o povo – o povo, senador ACV – não quer ver nem pintados de ouro...

Ainda não foi desta vez
Não foi nesta campanha que os marqueteiros usaram para valer a internet como braço da comunicação, para ajudar candidatos a cargos majoritários – no caso de Sergipe, a campanha proporcional de João Alves Filho usou algumas ferramentas disponíveis no cyberspace para conquistar votos (em breve tratarei deste tema).
Muitos achavam que a internet seria importante em 2010. Não foi. Achou-se o mesmo quanto a 2012. Também não foi...

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Há 514 dias publicava eu uma charge sobre foto do caro César Oliveira... Era uma brincadeira com tom de seriedade acerca de quem seria o culpado pela derrota de Marcelo Déda para João Alves Filho em Aracaju... Revejam, pois continua bastante atual: http://twitpic.com/4x7uwi.