A ESQUERDA CALA SOBRE ATENTADO EM PARIS
PORQUE NO FUNDO CONCORDA COM O ATAQUE
Não ocorre por acaso o silêncio da esquerda brasileira quanto ao ataque covarde que dizimou quarta-feira passada a redação do satírico “Charlie Hebdo”, jornal de humor francês. No fundo, lá bem no fundo da alma, parte dessa turma muito bem colocada nas esferas do Poder Central gostaria de também decapitar ou fuzilar os adversários – neste caso, como os assassinos integram grupos armados anti-EUA, os inimigos dos meus inimigos são meus amigos: advém desse conceito o “apoio” enrustido!
Canalhas, vagabundos e miseráveis são os que atribuem abuso ao “Charlie Hebdo”, por fazer chacota de qualquer coisa. Que charge poderia suscitar tanto desprezo à vida, mesmo se desperta ira e ódio? A que exibe um demente Maomé sendo arrastado numa cadeira de rodas por um judeu? Ou a do beijo na boca entre um clérigo sunita e um dos chargistas do polêmico semanário, a simbolizar que o “amor”, mesmo entre os contrários, é possível? Batam-me um abacate com mel e lascas de limão, por favor.
Se os terroristas acham que assassinando inocentes – mesmo que provocadores – vão intimidar, estão muito enganados... Vamos caçar todos os intolerantes, mas mantendo o que nos faz melhor do que esses lacaios do mal: sob a força da lei, da tolerância e do convívio entre os contrários. O governo brasileiro e sua súcia de opinadores bem pagos com dinheiro público silenciam ante o terror. Já nós, o povo brasileiro, somos solidários com os corajosos jornalistas e humoristas que perderam suas vidas defendendo um dos maiores valores humanos: o direito à expressão de ideias.
A luta agora é por manter esses valores em voga. Nada de esmorecer! Sejamos machos uma vez na vida e mostremos que ninguém imporá valores religiosos ou seu “estilo” de vida sem reação. O Brasil ainda não foi palco de atentados como o de Paris, mas os serviços de inteligência do governo sabem da existência de células terroristas em pontos da fronteira com o Paraguai e Argentina, e também em algumas áreas de São Paulo. Como está o monitoramento desses grupos violentos? Vão deixar que algo aconteça, para então emitir uma nota chocha (e inócua) de pesar?
Fico aqui a imaginar qual teria sido a reação da “intelligentzia” brasileira, fosse o alvo não um jornal de humor escrachado e até mesmo radical, mas uma publicação comunista, como o “L'Humanité”, sendo atacado por cristãos de direita revoltados com as críticas à Igreja. Aliás, alguém ouviu falar sobre a construção de algum templo cristão em países islâmicos como o Irã, após a chegada ao poder nessas nações dos radicais fundamentalistas do Corão? Ou mesmo de algum atentado porque alguém queimou uma bíblia? Eis a diferença entre tolerância e o contrário...
Como os leitores já devem ser percebido, sou adepto da ironia sem pejo e do humor descarado. Morri um pouco com o assassínio de gente tão cheia de talento e... bom humor! De gente que, como eu, vive a rir da vida, de si mesmo, dos outros, em busca de um mundo melhor, onde a diferença de pensamento seja o grande patrimônio a gerar mais e mais riqueza intelectual, um bem pessoal e intransferível, mas plenamente compartilhável. Meus pêsames.
Somos todos “Charlie Hebdo”!

PS – Não é preciso dizer que o assunto em pauta neste escrito não foi alvo do interesse da “imprensa” sergipana, atolada de esquerdistas! Aliás, é um assunto chato demais, convenhamos.
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Por David Leite ©2014 | 10/01 às 15h00 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa | Clique na imagem para ampliar. #Curta #Comente #Compartilhe