Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009 – 18h15

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>>“Lula, o Filho do Brasil” Vai Virar Panfleto Eletrônico

>> Jornal do Dia, o Panfleto Político-Eleitoreiro

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“Lula, o Filho do Brasil” Vai Virar Panfleto Eletrônico

Quem faz o alerta é o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia em seu blog (www.cesarmaia.com.br):

A ala aloprada do PT já mandou um recado aos ambulantes: Não percam tempo em copiar o filme “Lula, o Filho do Brasil”. Vai haver uma derrama de cópias profissionais por todo o Brasil, em 2010. As primeiras tiragens somarão 10 milhões de cópias e terão como foco principal os beneficiários do bolsa-família e os jovens de diversos programas. Na segunda, serão outras 10 milhões de cópias. E a terceira, também de 10 milhões, dependerá das pesquisas e das regiões que precisam ser alcançadas. Os recursos, valerianamente* falando, já não são problema. A questão é a logística do armazenamento e distribuição. E os riscos que um policial a paisana, dê flagrante. Tudo tem que ser muito rápido: da mão à boca.

(*) Referência ao “Carequinha”, o publicitário coordenador da distribuição de dinheiro do mensalão, Marcos Valério.

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Jornal do Dia, o Panfleto Político-Eleitoreiro

Se ontem comparei o Jornal do Dia (e também as demais publicações bajuladoras do governo Marcelo Déda) com papel higiênico, talvez tenha eu sido ingênuo. O diário se presta a missão bem mais deletéria.

O Jornal do Dia tem em seu plantel vários jornalistas que também são servidores públicos (efetivos e comissionados): Rita Oliveira, por exemplo, é servidora da Educação e assessora o presidente do PT, o secretário de Meio Ambiente Márcio Macedo; Luiz Eduardo Costa, proprietário da FM Xingó, é subsecretário de Governo e assessor especial do governador Marcelo Déda.

Essa turma não se limita a bajular os próceres do Governo da Mudança Para Pior. Os adversários de Marcelo Déda são constantemente massacrados. Na cara de pau, eles falam de honestidade, ética, decoro... A missão precípua desse plantel é produzir propaganda governamental disfarçada de material jornalístico, para enganar trouxas.

Quem paga para ler o Jornal do Dia, seja comprando a R$ 1,00 o exemplar na banca ou através de assinatura (3 meses: R$ 100,00; 6 meses: R$ 200,00; 12 meses: R$ 350,00), precisa saber que está sendo lesado. No interior, especialmente em escolas e repartições públicas, o jocoso diário é distribuído gratuitamente*!

A dificuldade de circulação dos jornais sergipanos é histórica. Com tiragem diária em torno de 1.500 exemplares (entre banca e assinantes) e encalhe de 10% a 20%, o mais mirrado é certamente o Jornal do Dia. Quem afinal estaria bancando a transformação do informativo em panfleto? Conforme o burburinho, seriam cerca de dez mil exemplares extras diariamente...

Os objetivos dessa ação, engendrada pelo “publicitário” Marcelo Déda, são evidentes: difundir a propaganda eleitoreira governamental e atacar os adversários do governador justamente num nicho muito especial (estudantes e servidores). Sabemos como os jornalistas que “produzem” o material jornalístico-publicitário são pagos. A dúvida é quanto à remuneração do Jornal do Dia para executar a tarefa. Seria apenas pela linda voz de Marcelo Déda?

(*) Soaria de bom alvitre a promoção de uma campanha pública a atingir todos os recantos de Aracaju. Seria mais ou menos assim: “Não compre o Jornal do Dia. Além de ser o Diário Extra-Oficial do governo Marcelo Déda, ele está sendo distribuído de graça no interior. Por que só você tem de pagar para ler essa porcaria?”. Seria justo, muito justo...

Terça-feira, 22 de Setembro de 2009 – 10h45

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>>Uma Nobre Serventia à Imprensa Dedista

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Uma Nobre Serventia à Imprensa Dedista*

A visita do filho adotivo de Fidel Castro, o “chefe da quadrilha”, o mais novo “amigo” de Marcelo Déda, o deputado cassado por corrupção, o bandidão do mensalão José Dirceu, me fez lembrar da utilidade sanitária encontrada pelos cubanos para os jornais publicados com exclusividade pela ditadura comunista.

A escassez e o preço do papel higiênico (um pacote com quatro rolos custa quase 20% do salário médio) obrigam o povo de Cuba a encontrar alternativas. As publicações governamentais o substituem nos banheiros da paradisíaca ilha. Em Sergipe, graças aos Céus, não há falta crônica de papel higiênico. Se houvesse, estaríamos ferrados...

A corja bajuladora incrustada na imprensa local emporcalha tanto as publicações com a propaganda oficial disfarçada de jornalismo, sem falar da aspereza do papel e da tinta a manchar os dedos, que usá-las em substituição ao tradicional papel higiênico pode, inclusive, ser danoso à saúde física e espiritual –só em casos extremos, admite-se!

Os escritos domingueiros de Luiz Eduardo Costa (Jornal do Dia) e de Ivan Valença (Jornal da Cidade) seriam argumentos poderosos para mandar o papelório, cortado em fitas de alto a baixo, para junto das latrinas. Mas dizem por aí, até os alunos de escolas públicas da periferia de Aracaju e do interior sergipano, onde papel higiênico é artigo de luxo, se recusam, com toda razão, a dele fazer uso.

O nosso povo sempre foi muito solidário. Aproveitando a presença em Sergipe do filho adotivo de Fidel Castro, bem que Gilmar Carvalho poderia promover uma campanha em solidariedade aos cubanos, para enviar àquela “jubilosa” nação toneladas de exemplares das publicações jornalísticas sergipanas, sobretudo as robustas tiragens dominicais.

Fico a imaginar um irmão cubano sentado no vaso sanitário a ler, claro que sem entender nada, os comentários chorosos da “analista política” Rita Oliveira, os escritos valhacoutos de Diógenes Brayner, a ladainha esquerdóide de Cássia Santana, as letras embebidas com caju doce de Eugênio Nascimento... E logo depois usar as mesmas escatológicas páginas para algo bem mais proveitoso e civilizador.

Tudo bem que o resultado da limpeza talvez não seja igual ao proporcionado pelo jornal cubano Granma, cuja edição semanal é deveras ansiada pelos nativos por conta do papel fino e macio e da tinta firme. Mas pelo menos ninguém em Cuba iria reclamar que ficou sem limpar o traseiro por falta de papel.

(*) Texto publicado em homenagem ao preclaro jornalista César Gama, terrível incentivador da escatologia colérica desenfreada.

Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009 – 10h45

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>>O “Chefe da Quadrilha”

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O “Chefe da Quadrilha”

Não faz tanto tempo assim, lá pelos idos de 2007, o “chefe da quadrilha”, o deputado federal cassado José Dirceu, esteve em Sergipe. À época apenas um ainda candidato a prefeito, Ânderson Faria (Umbaúba), foi recepcioná-lo. Tempos difíceis e solitários aqueles.

O filho adotivo de Fidel Castro está novamente em Sergipe, agora para dar apoio e sustentação a duas campanhas –a de José Eduardo Dutra à presidência do PT nacional e a de Sílvio Santos à executiva estadual. Hoje ninguém inventou viagem para evitar encontrar-se com o bandido do mensalão, o comprador de votos no Congresso Nacional.

Quando o bandidão era presidente do PT, nomeou Delúbio Soares, especialista em “recursos não contabilizados”, para cuidar da tesouraria. As andanças do barbudo por Sergipe, portando grandes malas, sugerem a possibilidade de a campanha de Marcelo Déda ter sido agraciada com dinheiro sujo. O bicho pegou, o bandidão e o tesoureiro caíram, e Marcelo Déda se afastou dessa turma.

Desde então, o governador da mudança para pior passou a evitar o “chefe da quadrilha”. Desfiliou-se da corrente comandada por ele, a “Articulação Unidade na Luta”, e juntou-se à “Construindo Um Novo Brasil” de Tarso Genro. Nos bastidores, Marcelo Déda vivia a detratar José Dirceu, que define Marcelo Déda como “falso, não solidário, o ingrato que esqueceu quanto ($?) foi ajudado”...

O reencontro de hoje será untado com óleo de peroba. Marcelo Déda fará honras e cerimônias ao “chefe da quadrilha” por alguns motivos bem razoáveis. Por baixo do pano, José Dirceu foi nomeado por Lula da Silva coordenador da campanha de Dilma Rousseff. José Dirceu goza de prestígio no STF, onde oito dos 11 ministros foram indicados pelo compadre-presidente. José Dirceu manda no PT, que elege presidente nacional da sigla apenas quem ele apoia.

Já o bandidão tenta viabilizar a campanha da mãe do PAC à Presidência. Lula da Silva gostou tanto do desempenho dele no esforço cívico para livrar da guilhotina o pescoço de José Sarney que o incumbiu de ajudar Dilma Rousseff a se desviar das recentes enrascadas. O “chefe da quadrilha” ficou tão orgulhoso com a nomeação que pôs de lado as diferenças com os velhos companheiros, incluindo Marcelo Déda e José Eduardo Dutra, outro que também lhe deu um pé no traseiro.

Marcelo Déda bem que tentou se dissociar do bandido do mensalão. Mudou de corrente partidária, passou a queimar o antigo companheiro pelas rodas políticas Brasil afora, fingiu viagem para não recebê-lo, limou resquícios do passado... Mas foi vencido pela necessidade. Sem José Dirceu, os planos de Marcelo Déda de manter-se no poder podem sofrer grandes revezes. E mais, um sujeito com o cabedal de ilicitudes como José Dirceu, temido e invejado por ser capaz de absolutamente tudo, não pode ser desprezado numa eleição tão importante quanto a se que aproxima.

Uma imagem, mil palavras.

Domingo, 20 de Setembro de 2009 – 12h45

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>>Jogo Sujo

>>Ele Sabia

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Jogo Sujo

A trupe bajuladora provou sua serventia ao tratar com afetuosa cumplicidade as palavras esdrúxulas do vice-prefeito de Aracaju, Sílvio Santos. Numa infeliz comparação, o candidato à presidência do PT de Sergipe uniu mototaxistas a traficantes de crack. Desculpas públicas pela desonra? Nada disso. Petistas nunca erram!

No mesmo espaço (“Liberdade Sem Censura”, Liberdade FM) onde mal comparou alhos com bugalhos, Silvio Santos teve a oportunidade de penitenciar-se. A “humildade” não lhe permitiu. O dito de Sílvio Santos ficou pelo dito mesmo, agora referendado: “A oposição quer fazer uso político de algo que eu não disse, para criar uma polêmica sensacionalista”.

A trupe adulatória concordou com o vice-prefeito e o assunto foi sepultado. Rita Oliveira, Luiz Eduardo Costa, Cássia Santana, Eugênio Nascimento, Ivan Valença, Diógenes Brayner... Todos acharam o assunto insosso demais para qualquer mínimo comentário*.

Faz pouco tempo, por mais de uma semana as surradas tetas de Marcelo Déda foram balançadas para cima e para baixo por uma gente indignada com a citação das mamas governamentais pelo ex-governador João Alves filho (vide escritos anteriores, logo abaixo). Depois veio a tsunâmica onda de solidariedade ao choroso prefeito de Poço Verde. Já imaginaram se tivesse sido o Negão a comparar trabalhadores com traficantes? Estava ferrado...

Talvez a promíscua proximidade com o poder perturbe certas funções cognitivas em parte de mídia de Sergipe. Talvez as benesses distribuídas por Marcelo Déda a essa gente proba lhes impinjam a sensação da “impertubabilidade” quanto ao futuro vitorioso líquido e certo. Pode-se dizer ainda que esses profissionais da comunicação sejam apenas descarados. Muitas são as possibilidades. Mas para qualquer diagnóstico, é preciso alertar: o povo não é otário e o jogo sujo já está evidente!

(*) Para efeito de justiça, rendo homenagens ao jornalista Raimundo Brito, diretor do Correio de Sergipe e domingueiro analista do Caderno Vida do referido diário. Raimundo Brito tem pautado sua análise pelo respeito aos fatos. Escreveu ele na edição de hoje:

“Aguardei a repercussão na mídia, mas os “ratos de rádio”, aqueles que sempre saem em defesa do governo e fazem críticas severas à oposição, desapareceram como somem os verdadeiros ratos quando chega um gato na casa. Caso essa declaração tivesse sido dada por um opositor do governo Marcelo Déda, o mundo estaria acabado. Tenho certeza que além dos “ratos de rádio” também parlamentares teriam usado a mídia para escandalizar. Tenho certeza que até notas de repúdio assinadas por várias associações teriam sido feitas e almoços seriam realizados em solidariedade aos atingidos. Cabe aos motociclistas, pois a classe também foi atingida, entrar na Justiça para que o ‘promissor’ político Sílvio Santos, que não atende mais o telefone nem atende a mais ninguém, possa responder pelos seus atos.”

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Ele Sabia

Ele sabia e quis espertamente aproveitar-se da situação para sair bem na foto. Não deu certo, porquanto calculou mal a reação dos colegas. Refiro-me ao digníssimo ministro do STF Carlos Brito no episódio do arquivamento do processo de cassação de Marcelo Déda pelo também ministro do STF Eros Grau.

Carlos Britto disse-se surpreendido, pois soube da notícia pela grande imprensa. Na quarta-feira 16/09, o “Painel” da Folha de São Paulo informou que a decisão de Eros Grau tinha como pano de fundo a insatisfação de ministros da Suprema Corte com a condução do TSE por Carlos Brito.

Na quinta-feira, a mesma coluna informou que ministros do STF é que se dizem surpresos com a “surpresa” do companheiro sergipano: “Colegas de Supremo não entenderam a ‘surpresa’ manifestada pelo presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, diante da decisão de Eros Grau suspendendo os processos de cassação apresentados diretamente ao tribunal eleitoral. Afirmam que Grau avisou Britto de antemão”.

Essa pegou mal...