SIM, ELES TAMBÉM! Deve estar sendo tremendamente chato à audiência do radialista e deputado tampão Gilmar Carvalho ouvir o programa de rádio comandado por ele nas manhãs da Rede Ilha. Acostumados ao espetáculo de horrores, onde todos, absolutamente todos eram imprestáveis e somente um seleto grupo -o dele, juntamente com alguns poucos vermelhos laureados- tinha as virtudes e o dom dos Céus para dar rumo certo a Sergipe, o radialista-deputado tampão amansou. E o fez de modo tal, chegando a ficar praticamente irreconhecível. Parece um anjo careca, ou melhor, com cabelos de plástico! O cão-cão prometeu votar contra o aumento dos servidores públicos estaduais decidido por Sua Majestade. Fez discursos e chegou a dizer não aceitar nem conversar sobre o tema. A audiência babava: "o cabra sertanejo, mesmo usando um corpo -(mandato)- que não lhe pertence, tem coragem. Macho!". Era tudo fantasia junina. Bastou um puxão de orelhas do soberano monarca e eis lá o radialista-deputado tampão votando a favor do aumento e dando uma senhora banana para os servidores: "opa, vaga pra um? Eu sigo primeiro na canoa!". De segunda-feira para cá, para provar sua máxima lealdade ao "número 1", Gilmar Carvalho pautou-se olhando o retrovisor. Um turista desavisado, daqueles que gostam de ouvir rádio, pensaria ter sido o ex-governo reeleito, tamanha a avalanche de críticas. O mais estranho era ouvir as queixas daqueles agora supostamente responsáveis pelas ações, como no turismo ou na segurança pública. Sempre usando como desculpa para os 150 dias sem nada, a velha e surrada cantilena da herança maldita! Pobres ouvintes. Ficaram sem seu cão-cão predileto, sem seu feroz e corajoso crítico político e social. De lambuja, ganharam uma emissora chapa-branca comandada por ninguém menos que o suprapartidário Edvan Amorim. O que a necessidade de sobreviver não faz, respeitável público...

  • A todos um bom feriado. Retornamos na segunfa-feira, com uma nova edição. E abra o olho!

E.Zine 06/06 N79

FORRÓ E SAMBA Não convidem para o mesmo forró Sua Majestade, o prefeito comunista da Capital e os moradores do Bairro Industrial. Os residentes do bucólico bairro estão sendo obrigados a pagar um preço muito alto pelo fato da cabeceira oeste da ponte Construtor João Alves ter sido construída no local. Os vermelhos, como todo mundo sabe, não engolem até hoje o fato de o negão ter prometido e realizado em tempo recorde a construção da ponte. Agora, relegaram ao completo abandono o bairro Industrial, especialmente as ruas que dão acesso à obra. O coração pequeno e muquirana poderia ser alegado para tamanho descaso. Mas observando uma outra obra, esta realizada pelo próprio príncipe quando esteve prefeito, tem-se outra visão. Se não cuidam nem da Orlinha do Bairro Industrial, construída como contraponto à Orla de Atalaia, pois prestigiaria um bairro da periferia, que dirá a ponte, motivo de ciúme, inveja e desdém para com o ex-governo! É a falta de visão pura e simples, tão somente. Aconselha-se ao prefeito Edvaldo Nogueira -aliás, alguém sabe onde o homem tem andado?- e ao soberano príncipe não aparecerem pelo Industrial nestes dias e noites de chuva e lama que marcam o período junino. O forró deles pode acabar em samba! MAIS UM ESPETÁCULO? O respeitável público deve estar se perguntando aonde o país chegará. Até na casa do irmão mais velho do compadre-salvador da Pátria foi realizada busca e apreensão de documentos pela Polícia Federal. E mais, o quase banguela só não acabou atrás das grades porque a Justiça indeferiu o pedido, alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio praticados por ele dentro do Palácio do Planalto, onde sequer tem gabinete, não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha. Homem de sorte! Não há como negar o efeito positivo da missão da PF na imagem do compadre-salvador da Pátria. Além do próprio, saiu em busca de faturar com a quase prisão de Vavá o ministro da Justiça Tarso Genro. Da Índia, fingindo não saber nada sobre a missão da PF, o compadre-salvador da Pátria teria ficado irritado e insatisfeito com o irmão. Afirmou, entretanto, ser "capaz de duvidar" do envolvimento dele. Mas emendou, elogiando a PF: "A investigação vale para qualquer um dos 181 milhões de brasileiros. É necessário garantir a apuração". Tarso foi na mesma linha. Lustrou a ação da PF, pois ela prestigiaria o Estado Democrático de Direito e o próprio presidente da República: "Num processo republicano não existe irmão, parente". Talvez fosse o caso, republicanamente, de a PF também investigar o pagamento por uma das donas da empreiteira Andrade Gutierrez da cirurgia plástica e da estada por seis meses em Paris de Lurian e o repasse de mais de R$ 8 milhões, através da Telemar, para a falida Gamecorp de Lulinha. Ambos são filhos do compadre-salvador da Pátria. Pode não haver qualquer tráfico de influência ou exploração de prestígio da parte deles, mas como estamos na temporada de "investigações", quem sabe não seria o caso de dar uma olhadinha com mais afinco nesses mimos doados a essa proba gente. Certamente hoje, a maior parte da imprensa nacional e os membros do adulatório real vão incensar o espírito voluntarioso da PF e a isenção do compadre-salvador da Pátria, pois até Vavá está sob investigação. E se ele, irmão do homem, não escapou, imagine os demais delinqüentes... O Brasil, respeitável público, está mudando. Não há dúvida! Mas não confundam espetáculo com vida real. O tempo dirá se tudo não passou apenas de mais um teatrinho, com prejuízo momentâneo para alguns e ganhos poupudos para outros, visando somente confundir a opinião pública; ou se estamos diante de algo mais, digamos, sério! Quem viver, verá...

E.Zine 05/06 N78

VAI DEMORAR Uma das tiradas mais hilárias dos grampos da Polícia Federal durante a Operação Navalha foi feita por Luciano Barreto Franco (Construtora Celi) em meados de março, confirmando não haver recebido até aquela data um único centavo da Prefeitura de Aracaju pela obra do viaduto do DIA de S. Nunca. Naquele momento, a informação chegou à imprensa e Luciano tratou de negar tudo, dizendo não serem verdadeiras as notícias divulgadas. Os pagamentos estavam em dia. A mentira, como se vê, tem mesmo pernas curtas. Talvez agora, mais uma vez, Luciano venha a público negar. Mas por falta de pagamento a obra do viaduto do DIA de S. Nunca está devagar, quase parando. O número de operários foi reduzido drasticamente, conforme informam fontes da própria obra. Para comprovar, basta observar a reunião dos trabalhadores na hora do almoço. A mesma fonte diz não haver mais uma data específica para o termino do viaduto do DIA de S. Nunca, em função dos constantes atrasos. O bico calado tomou conta da prefeitura. Lá, ninguém quer falar sobre o assunto. Na Celi, a mesma coisa. Porém, quem passa pela obra não enxerga muito avanço, especialmente nos últimos trinta dias. Parece não haver pressa em finalizá-la. Enquanto a grana de Luciano não é depositada, quem vai continuar pagando o pato é o cidadão-motorista. Passar pela rótula do DIA em horário de rush requer paciência e muito, muito tempo a perder. Aliás, alguém viu o prefeito Edvaldo Nogueira por aí? SARGENTO GARCIA O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais ministro-aspone Marco Aurélio Garcia saiu em defesa do regime de Hugo Chávez domingo (Folha de S. Paulo). Em entrevista coletiva concedida na capital indiana, Garcia afirmou não ter Chávez feito nada de ilegal ao rejeitar a prorrogação da concessão para a Rádio Caracas de Televisão (RCTV). Também, em sua ótica, ele não violou os princípios democráticos de defesa da liberdade de expressão ao fechar a emissora. Com gente assim dando conselhos ao compadre-salvador da Pátria, não é de estranhar a reação de quase apoio ao golpista-ditador ensaiada pelo governo brasileiro. Ninguém ouviu um único senão oficial à política de desmonte da democracia promovida pelo atrasildo da América Latina nem ao tirânico método chavista de prevalência de opinião única (pró-governo) engendrado na Venezuela. Os vermelhos são sempre solidários... Porém, nem tudo está perdido. A RCTV continua operando no território livre da internet e deu uma banana para o golpista-ditador. Acesse http://www.rctv.net PS: Como não faz falta aqui, por que o aspone Marco Aurélio não muda para a Venezuela? Daria um bom ministro das Comunicações.

E.Zine 04/06 N77

PALAVRAS AO VENTO Lá se vão mais de 150 dias sem nada de novo. Sergipe vive em estado de letargia. Sua Majestade prefere fazer e desfazer malas a dar conta de seus afazeres, especialmente no tocante às questões mais emergenciais. Um ponto em particular interessa hoje por conta do alto preço pago pela população: o novo hospital infantil, anexo ao Hospital João Alves. Todos assistiram a ladainha dos vermelhos para não receber a nova maternidade para partos de alto risco. Chegaram ao cúmulo de abandonar o prédio, esperar pelas chuvas e daí apresentar defeitos que, amiúde, poderiam ser resolvidos com a casa em funcionamento, sem prejuízo às atividades médicas. Prevaleceu, todavia, a pequenez da alma sebosa, não obstante o sofrimento da população mais pobre. Agora o mesmo ocorre com o Hospital Infantil José Machado de Souza. A unidade possui 50 leitos comuns, nove leitos de UTI e oito de Semi-intensiva, uma novidade no setor público estadual. Possui ainda salas de lazer para as crianças que ficam longo período internadas e necessitam da atenção de assistentes sociais e psicólogos, bem como do acompanhamento educacional para evitar prejuízo ao ano letivo. Outra grande novidade desse núcleo hospitalar é a área reservada às mães cujos filhos precisam passar por tratamentos prolongados. Dotada de toda infra-estrutura, permite permanecerem 24 horas ao lado dos filhos -a unidade é uma das primeiras no Brasil a usar esta moderna abordagem, pois permite à criança recuperar-se mais rapidamente. O prédio do novo hospital infantil ficou totalmente pronto e foi inaugurado pelo ex-governo em dezembro passado. Ficaram em caixa 100% dos recursos para a compra dos equipamentos, que por lamentável falha burocrática não teve a licitação finalizada em 2006. Passados mais de 150 dias, com o dinheiro disponível e a licitação já encaminhada, o novo governo ainda patina na decisão do que fazer com o prédio. Se pretende utilizá-lo como hospital pediátrico ou se vai usá-lo para outros fins. Independente da decisão, estamos falando de um unidade de saúde totalmente concluída e sem uso. Qualquer que seja este! Enquanto isso, dentro do HJA... A atitude é no mínimo de irresponsabilidade. Porém ninguém, nem a imprensa nem o Ministério Público, se pronuncia sobre o assunto. Eis aí, respeitável público, mais um eloqüente exemplo de como Sua Majestade aprecia as palavras ao vento... CHEGA PRA LÁ Alguém precisa urgente e contundentemente dizer ao ditador da Venezuela para calar a boca. A priori, essa alguém devia ser o compadre-salvador da Pátria, de quem se esperava dura declaração de repúdio a mais uma disenteria verbal de seu colega vermelho Hugo Chávez. O atraso mental da América Latina atacou o Legislativo brasileiro, um "papagaio do Congresso americano", segundo as palavras dele. Destilando sua incivilidade retórica inconfundível, o ditador disse ainda ser mais fácil o Brasil voltar ao domínio Português do que seu governo devolver a concessão do canal de TV aberto RCTV, aboletado do ar no domingo retrasado. O Brasil não poderia ficar calado diante de tamanho abuso e ingerência. Nosso Legislativo não é lá essa pérola rebuscada, lapidada estritamente pela moral e ética, mas é nosso! E como nação democrática, defensora do Estado de Direito e da liberdade de expressão, é nosso dever manifestar, como fizeram o Senado e a Câmara dos Deputados, nosso repúdio ao fechamento do canal de TV venezuelano. Se o ditador tem o apoio e a cumplicidade de um governo federal pendido às mesmas inclinações, especialmente no tocante ao controle das artes e à "regulamentação" da mídia e da imprensa, a Sociedade Civil brasileira já mostrou que aqui não se aceita o receituário ultrapassado, messiânico, tirânico e absolutamente desconectado da realidade no desenvolvimento sustentável, pregado pelo ditador venezuelano e acolhido pelos países mais pobres e atrasados do nosso continente. Está na hora de um "chega pra lá" nessa criatura dantesca de meia tigela, antes que fiquemos todos com a mesma cara dos hoje aturdidos venezuelanos. Parcela considerável daquele país a não concordar com a implantação do um regime onde todos precisem dizer amém ao seu salvador da Pátria! Aliás, desejo intrinsecamente nítido na alta cúpula da República nacional...