Sexta-feira, 17.04.08 - Ano II - Edição Número 253

ERRATA
Contrariamente ao informado em O POVO MERECE, (segunda-feira, 14.04/edição 251) o governo chegou atrasado para salvar a vida de duas mulheres em Monte Alegre e não em Moita Bonita, como informado. Pedimos desculpas por qualquer transtorno causado.
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QUEM MATA É A MÁ GESTÃO PÚBLICA
O Ministério da Saúde (MS) alertou os governos e as prefeituras em outubro do ano passado para a epidemia de dengue que ocorria em várias áreas da América do Sul, com possibilidade de chegar ao Brasil. Num documento reservado, o MS dizia: “...epidemias de dengue são registradas anualmente... sendo eventos previsíveis, nada mais lógico que organizar a rede de serviços de saúde com antecedência e o planejamento que o problema exige. A elaboração de planos de contingência antes do início das epidemias, certamente contribuirá de maneira decisiva para a redução da letalidade”. Parece uma recomendação lógica. Mas nem o governo das prometidas mudanças, a administração comunista da capital e os prefeitos do interior deram ao comunicado a importância devida. Resultado: 2.726 casos de dengue já foram confirmados no estado – oficialmente, porque nem todos os casos foram efetivamente notificados à Secretaria Estadual de Saúde (SES). O número de municípios em situação de epidemia também subiu e agora são 20. Vinte e seis pessoas têm dengue hemorrágica, sete morreram e outras oito mortes estão sob investigação. A incidência de casos é de 293 para cada 10 mil habitantes. Oito a menos que o número estabelecido para considerar a situação epidêmica, conforme noticiou ontem a TV Sergipe (SETV Segunda Edição). Diante do caos, o sistema de saúde entrou em colapso. No Hospital João Alves Filho, agora rebatizado pelo governo Marcelo Déda de Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), as fila são intermináveis. As crianças sofrem mais, pois os pediatras não conseguem dar conta do exorbitante número de infectados, que só cresce a cada dia. A repressão dentro do Huse também tem sido terrível. Funcionários e usuários estão proibidos de falar com a imprensa. Ontem, a TV Sergipe denunciou que algumas pessoas tentaram sair do setor de atendimento para desabafar com a reportagem sobre as péssimas condições do atendimento e foram impedidas pela segurança do hospital. As ameaças foram claras: quem sair para falar com os jornalistas, não entra mais. A irresponsabilidade de Rogério Carvalho pode ser definida como criminosa. Ao invés de organizar o sistema público, preparando o estado para evitar a dengue e cobrando dos prefeitos e da própria Vigilância Epidemiológica da SES ações efetivas de prevenção, o deputado-secretário de Saúde derrubava paredes e substituía privadas no Hospital Infantil, anexo ao Huse. Mesmo com a estrutura física totalmente concluída, faltando apenas receber os equipamentos médicos para funcionar, o que poderia ter sido feito até abril do ano passado, o Hospital Infantil ficou parado por quase seis meses e depois foi praticamente destruído. Vitimado por um misto de insensatez e esperteza de Rogério Carvalho, que gastou na “reforma” mais de R$ 1 milhão, o prédio recém-construído hoje está desfigurado. Se já estivesse em operação, o Hospital Infantil poderia ter evitado o sofrimento de tantas crianças e o desespero das mães, que os asseclas de Rogério Carvalho tentaram ontem calar. Mas nada faz conter o clamor de quem quer “apenas” atendimento digno para os filhos. Esta lição, Rogério Carvalho parece não ter aprendido na Faculdade de Medicina. Para não ficar apenas na crítica, talvez seja hora de ouvir o bom sendo. Ontem, o deputado Augusto Bezerra sugeriu que durante a crise os postos de saúde da Prefeitura de Aracaju funcionem nas 24 horas do dia. Assim, quem apenas necessita de hidratação, não precisaria ir ao João Alves Filho. Outra ação sugerida pelo deputado é transportar a máquina do fumacê por todo o Estado. Sem dúvida, diante da incapacidade do governo que prometeu o melhor dos mundos e não consegue conduzir minimamente a epidemia de dengue, pode-se concluir: quem mata não é o vetor (aedes aegypti) nem a doença, mas a má gestão pública.
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ESPERANDO
Por http://www.pensandoassim.com Cada dia que passa, os aliados do governo descobrem que a administração atual não é tão da “mudança” assim. Tomou gosto pelas pontes, permanece com os jetons nos conselhos estaduais, não aumentou o salário do funcionalismo como era esperado. Agora, segundo o Jornal da Cidade, há também uma denúncia do Sintese de que empresas condenadas pelo TCU nove anos atrás ainda fornecem merenda à Secretaria de Educação. Se a população for tão paciente quanto o presidente do sindicato, o governador não terá problemas: “Eu ainda tenho esperança”, diz Joel Almeida.

Terça-feira, 15.04.08 - Ano II - Edição Número 252

PT APOSTA EM ELEIÇÃO SEM JAF
A alta cúpula do PT em Sergipe acredita piamente que as reviravoltas ocorridas nos últimos meses com João Alves Filho o farão desistir da candidatura a prefeito de Aracaju. Quando estava no governo, o Negão foi vítima de ações do governo do presidente Lula da Silva, planejadas, discutidas e executadas com o aval e a participação direta do então prefeito Marcelo Déda e aliados, para impedir a reeleição dele. O plano teve êxito! O ex-governador aponta sua liderança em defesa do Rio São Francisco, além do desejo pessoal de Marcelo Déda de chegar ao poder por qualquer meio, como motivo para a perseguição orquestrada contra ele, usando a máquina federal e o suporte da imprensa paraestatal de dentro e de fora do estado. O fato de agora a cúpula do PT sergipano já ter como certa a indisposição eleitoral de João Alves Filho teria “razões sólidas”:
  • Tão logo o Negão finalizou o governo em 2006, o presidente Lula da Silva e o governador Marcelo Déda “agendaram-lhe” tarefas para afastá-lo das atividades políticas e principalmente da luta contra a transposição – a prisão do filho foi a mais violenta delas.
  • Assim que assumiu, Marcelo Déda orientou o secretariado a levantar dados para constranger o ex-governador ao passar à opinião pública, através da mídia paraestatal, a imagem de que ele foi irresponsável em algumas áreas e desonesto em outras.
  • O dossiê também serviu para solicitar ao Tribunal de Contas do Estado, de forma sorrateira, a revisão das contas da administração do Negão, mesmo já estando previamente aprovadas as de 2003, 2004 e 2005 – o ex-governador estaria, assim, impedido por lei de candidatar-se a cargos eletivos, zerando a concorrência do candidato escolhido por Marcelo Déda.
  • Dentro das atividades de desmoralização, usando o velho truque de socializar os prejuízos e faturar sozinho os benefícios, o governo das prometidas mudanças culpou o Negão sempre que falhou, atrasou ou simplesmente foi incompetente – da caça a Pipita à epidemia de dengue, tudo sobrou para João Alves Filho.
  • Com as atenções voltadas para cuidar da esposa adoentada, o ex-governador teria, assim, abdicado de todo o resto, inclusive a vida pública, para se dedicar exclusivamente ao pleno restabelecimento da saúde da senadora Maria do Carmo Alves.
O rosário descrito acima contém apenas alguns poucos lances dos desestímulos impostos a João Alves Filho. Na ótica da cúpula petista, eles já seriam bastante suficientes para até o mais abnegado e ambicioso dos homens “vestir o pijama”. Embalado por esta visão e descrente da hipótese do Negão concorrer a Prefeitura de Aracaju, o PT decidiu por unanimidade indicar o nome de Sílvio Santos para vice do prefeito Edvaldo Nogueira. O moço já teria se desincompatibilizado do cargo de presidente da Emsurb para dedicar-se de imediato ao pleito. João Alves Filho, entretanto, não parece disposto a ceder tão facilmente. O deputado Mendonça Prado, espécie de porta voz da família, voltou na sexta-feira a defender a candidatura do sogro. “João seria imbatível na disputa com Edvaldo Nogueira. A senadora Maria do Carmo está se recuperando e em breve voltará ao Senado". No tocante à transposição, amanhã o ex-governador estará na Argentina, a convite da Universidade de Buenos Aires (UBA), proferindo palestra sobre os riscos do projeto e apresentando soluções alternativas bem mais baratas e que não agridem o rio. Portanto, se depender de fôlego, da disposição e capacidade de manter-se de pé ante tantas adversidades, o PT de Sergipe e de Brasília que se prepare: o Negão ainda não pendurou as chuteiras!

Segunda-feira, 14.04.08 - Ano II - Edição Número 251

O POVO MERECE
Hoje escrevo de São Paulo. Aqui nem se fala da polêmica dos milionários jetons pagos pelo governo das prometidas mudanças aos seus secretários. Como bem disse o deputado Venâncio Fonseca, líder da oposição na Assembléia, o discurso do PT quando estava na oposição era de veemente contestação quanto aos valores pagos pelas autarquias do governo aos conselheiros.
Como se completamente desmemoriado, o deputado Francisco Gualberto diz agora, com sua característica empolgação, que a legislação proíbe aos conselheiros o exercício gratuito da função.
Teria a lei dos jetons entrado em vigor na semana passada? Pois só assim se explicaria a contraditória assertiva do líder governista.
Outra interessante contradição do PT, cristalizada nas tentativas de defesa de Francisco Gualberto, é sobre a epidemia de dengue. Não apenas ele, mas outros da nomenclatura governista se dizem irados, pois “odeiam ver alguém fazendo politicagem com a miséria alheia”. Claro, estão chiando das críticas da oposição...
Agora veja: que cabrunco, então, fazia o PT quando estava na oposição, senão a mais pura e descarada politicagem?
Francisco Gualberto está na verdade é com uma tremenda dor de cotovelo. Não há como defender um governo que só chega atrasado e isso o deixa enfurecido, malcriado, birrento!
Um governo que chegou atrasado para salvar duas mulheres em Moita Bonita, assassinadas friamente por um vagabundo dentro de uma farmácia – até o carro da TV Sergipe chegou antes do da Polícia e ainda ajudou no socorro às vítimas.
O governo que atrasou propositalmente, por mera politicagem, a abertura da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes com ela plenamente operacional, resultando na morte de mais de 60 recém-nascidos, vítimas da imundície da hoje sepultada Hildete Falcão.
O governo que para matar o canalha do Pipita precisou da ajuda de um ancião, porque chegou atrasado para prender o bandido.
O governo que se atrasou na prevenção da dengue, permitindo a infecção de mais de duas mil pessoas e a morte de pelo menos seis.
Um governo que neste exato momento atrasa a entregar de sementes aos pequenos agricultores do interior, que quando fizerem a colheita deste ano – se é que vão plantar! – já será reveillon.
O governo da mudança tem sido na verdade o governo do atraso. No discurso tudo era belo e factível. Na prática, muitas viagens, espertas benesses para os apaniguados, incontáveis peripécias e pouco, ou quase nenhum trabalho sério!
Mas, como dizia certo político muito lúcido, “cada povo tem o (des)governo que merece”.
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“NOVO” BUSDOOR DE EDVALDO NOGUEIRA
Dos e-mails recebidos comentando a descarada campanha eleitoral antecipada do prefeito-candidato Edvaldo Nogueira, paga por empresas com ligações bastante vantajosas com a administração comunista da Capital, um chama a atenção pela comicidade.
Aproveitando o mote dos cartazes de campanha de Edvaldo Nogueira afixados na traseira de dezenas de ônibus que circulam pela Grande Aracaju, um artista de mão cheia fez seus retoques aqui, suas montagens ali e criou um busdoor hilário. Verdadeira homenagem à “cegueira” dos ministérios públicos federal e estadual – a partir de agora, estas repartições serão grafadas com minúsculas pela diminuta capacidade de combater ilegalidades, imoralidades e amoralidades.
Veja a simpática foto do “novo”cartaz da campanha antecipada de Edvaldo Nogueira. E ria a valer... Tenha um grande dia!

Resta saber quem é o autor desta beldade: e-mails para a redação, por favor!