IMPOSTOS DE MAIS, SERVIÇOS DE MENOS
O povo brasileiro é praticamente escravo do poder público. Trabalha cinco meses por ano só para sustentar um mastodonte perdulário e recebe em troca, além da corrupção descarada e da arrogância populista, serviços cuja incompetência nos iguala a países abaixo da linha de pobreza.
O senador Eduardo Amorim tem se dedicado a estudar as causas e efeitos dos impostos no atravancamento do progresso brasileiro. O parlamentar, pós-graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas, resume: “A carga tributária brasileira é perversa”.
Num pronunciamento veemente feito ontem no Senado, ele mostrou uma disparidade gritante e facilmente comprovável: o poder público arrecada como se o Brasil fosse um país rico, mas oferece à população préstimos de país pobre. “Acompanhamos diariamente os precários serviços oferecidos à população na saúde, educação e segurança”, ponderou o senador.
Maior disparidade, aponta Eduardo Amorim, é justamente serem os mais pobres, aqueles com renda de até dois salários mínimos, os mais afetados pelas mordidas do Leão. O senador defendeu a rejeição do veto presidencial a alteração da tabela do Imposto de Renda – reajuste de 6,5% da tabela progressiva mensal de retenção –, por onerar ainda mais o trabalhador brasileiro.
O governo do PT foi contra o aumento em percentual maior que o defendido pela equipe econômica comandada por Joaquim Levy, de 4,5%. “Mais pessoas passarão a pagar imposto. Não considero justo que em menos de vinte anos a faixa de isenção do Imposto de Renda tenha caído de nove salários mínimos para pouco mais de dois salários mínimos”, reafirmou Eduardo Amorim.
A crítica do líder do PSC no Senado procede. Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), com base em 32 países, mostra o Brasil como nação onde impostos arrecadados menos se convertem em serviços públicos. Somos o sétimo país na relação arrecadação de impostos/Produto Interno Bruto (PIB) e o 29º num índice que mede o retorno dos tributos à população por meio de serviços de qualidade na educação, na saúde e em outras áreas.
Eduardo Amorim citou trechos de um artigo escrito pelo ex-professor de economia na University of Texas Adolfo Sachisida* sobre a forma com os impostos afetam o crescimento econômico. “Não se deve usar a carga tributária para promover distribuição de renda. Distribuição de renda deve ser feita por meio de gastos públicos, e não tributação. Toda vez que o poder público aumenta ou cria impostos, uma quantidade de trocas que antes era realizada na economia deixa de ser feita”.
O senador Eduardo Amorim garantiu que votará contra o veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda. Assista ao discurso do senador sergipano, verdadeira aula sobre a história recente da perversa tributação de imposto no Brasil.
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(*) Leia o artigo do doutor em Economia (UnB) e pós-doutor pela University of Alabama, atualmente pesquisador do IPEA citado por Eduardo Amorim em seu discurso: http://www.institutoliberal.org.br/blog/uma-breve-historia-tributaria-brasil/
>> Assista ao discurso de Eduardo Amorim no canal YouTube/TV Senado: https://www.youtube.com/watch?v=NBAu9lQ7Fnk&t=67
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Por David Leite ©2015 | 04/03 às 12h20 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa  | Clique na imagem para ampliar.
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INOVAÇÕES DO ALÉM, BEM ALÉM
Estou estupefato com a atualidade “técnica” – e por que não dizer, até “filosófica” – da Secretaria de Comunicação do Governo de Sergipe. Ao apresentar a assessores as estratégias de comunicação para a gestão de Jackson Barreto, o jornalista Sales Neto caprichou no linguajar: “O governo quer buscar no presente a construção do futuro, através de um trabalho integrado, transversal, preservando as conquistas das políticas públicas, mas que venha a ampliar a inclusão social”.
Transversal? Sim, “transversal”, adjetivo de dois gêneros e substantivo feminino – do Aurélio: “Que atravessa algo tendo alguma coisa como referente, não obrigatoriamente na oblíqua.”
A comunicação é uma ciência multidisciplinar, por envolver diferentes áreas do saber. Então, pode rolar de tudo. Sabe-se que comunicar significa, também, “desempenhar, de forma transversal, um papel fundamental na formação, difusão e identificação das tendências socioculturais”, como ensina a pós-doutora Janiene dos Santos e Silva, da Escola de Comunicação e Arte da USP. Detalhe: Trata-se de ferramental usado para investigar tendências de comportamento e consumo.
Talvez Sales Neto tenha confundido alhos com bugalhos, e pensado com os botões: “Falar bonito ajuda na, digamos, conceituação de ideias.” Hoje mesmo vou ao Centro Espírita, onde é comum ouvir referências à “Transversalidade da Comunicação”. Já nas faculdades de Comunicação...
De fato, formatar e planejar estratégias de comunicação requer definições relacionadas às tendências aplicáveis ao processo para compreender como elas (as tendências) podem interagir. Trocando em miúdos: sacar o desejo do povo para atirar certeiro no alvo.
Seria, portanto, um salto quântico na comunicação governamental sergipense se, de agora em diante, ela tiver a estratégia configurada por meio do magnífico “trabalho integrado, transversal”. Será que vamos precisar usar óculos 3D para enxergar com perfeição essa maravilha salesiana?
A “transversalidade comunicacional” do secretário Sales Neto ainda vai dar muitos panos para as mangas. Creiam! ‪#‎Uia‬
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Por David Leite ©2015 | 03/03 às 18h50 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa.

GILVAN MANOEL FALA EM “DISPUTA DE EGOS”
O diretor e colunista político do Jornal do Dia, jornalista Gilvan Manoel, é uma espécie de porta-voz oficial da turma governista. Sem dúvida, trata-se de um profissional com “pegada” satírica cuja grande deficiência é jamais, nunca, em qualquer situação, fazer críticas negativas ao agrupamento detentor do poder estadual, isso desde a fragorosa derrota de João Alves Filho na tentativa mal-ajambrada de reeleger-se em 2006. Uma pitomba doce para quem já o leu “massacrando” interesses governamentais ou figuras de ponta, sobretudo do PT – e agora, do PMDB.
Gilvan Manoel tenta atiçar a discórdia na oposição. Ao tratar de questões relevantes para o PSC e aliados – especialmente no tocante a manter o grupo coeso e focado no futuro eleitoral –, o jornalista age na mesma toada de outros comunicadores sociais chapas-brancas. Ontem, o danado “analisou” o papel dos líderes do PSC Eduardo Amorim e André Moura. A “boa” intenção do texto, além de contribuir para elevar a combustão contra João Alves Filho, seria incutir o desamor entre os citados oposicionistas, únicos capazes de unificar a tropa e organizar a atuação.
O texto abaixo (vide foto) deve ser lido num contexto potencialmente destrutivo: não se trata de uma análise política isenta, mas sim uma “ação” política governista nutrida com verbas da Secretaria Estadual de Comunicação. Não seria o caso de suborno ao jornalista, de forma direta e descarada – como, aliás, ocorre com ratos e apresentadores do rádio. Para manter o Jornal do Dia operando, somente a mão amiga do Governo de Sergipe, ou já teria fechado as portas.
O veneno foi lançado para confundir os líderes da oposição. Contudo, certamente não terá efeito. Eduardo Amorim e André Moura de bobos não têm nada. Jamais engoliriam essa “corda”.

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Por David Leite ©2015 | 02/03 às 13h05 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa | Imagem: Comsensoweb | Clique na foto para ampliar.