JACKSON BARRETO É COMO GABRIELA:
NASCEU ASSIM... VAI SER SEMPRE ASSIM
“Cada um sabe a dor
E a delícia
De ser o que é...”
(Dom de Iludir, Caetano Veloso)
Hoje sei o valor da masturbação mental para iniciar uma boa conversa... Martin Heidegger, nazista juramentado e maior pensador metafísico do século passado, afiançava que “Nossa existência sai do abismo do nada e acaba no nada da morte”. Pensando bem, é fato – do nada para algo e do algo ao nada ser, no espaço de uma vida! Por que peste trago um assunto tão pouco degustável a este escrito político? Seria delírio filosófico? Nada disso... é por pura engambelação! A tal da masturbação mental: queria começar com algo terrificante.
Mirei no pé e acertei na testa... Disse ontem (vide escrito anterior) que a política linguaruda é regra para Jackson Barreto. Os exemplos são muitos... Mais um: por duas décadas, Albano Franco – ex-governador milionário, colecionador de beldades bem remuneradas – despertava no filho de Santa Rosa de Lima eloquente comichão verbal. Para não melindrar os demônios, vou omitir os adjetivos nauseabundos proferidos por JB em palanques ao definir o proprietário da Rede Cabaú de Notícias (atual TV Sergipe). Tudo mudou em 1998. Uma botija enviada por Albano Franco fez Jackson Barreto esquecer o abismo que supostamente os separava.
Como para Jackson Barreto tudo é possível, atitudes em contrário – bajulações à alma alheia – também existem. Não que possam valer alguma coisa num pleito seguinte! Na eleição de 2010, o então candidato a vice-governador de Marcelo Déda desbundava elogios a um dos candidatos a senador de sua chapa. Dizia o boquirroto Jackson Barreto acerca de Eduardo Amorim: “Conheci o deputado (federal)... no exercício do seu mandato. Quatro anos de mandato de... tenho certeza que Sergipe ganhou muito. Não tenho a menor dúvida que Eduardo Amorim, senador por Sergipe, será a voz do novo. Ele interpreta esse sentimento de mudança que nosso estado está vivenciando” (veja vídeo no link abaixo ou clique na imagem para ampliar).
Eis aqui uma inusitada contradição: hoje Jackson Barreto esculhamba Eduardo Amorim pelo mesmo motivo que o elogiava em 2010. Ele não tem a menor dúvida que a candidatura do senador à sucessão governamental será “a voz do novo... que interpreta esse sentimento de mudança que nosso estado está vivenciando”. Posto assim, fica fácil entender o desespero que o compele a detratar e maldizer o adversário. O comportamento rasteiro de Jackson Barreto seria, por assim dizer, uma canalhice filosófica que pode até dar samba. Do abismo do nada ao nada existencial. Como a Gabriela da modinha de Dorival Caymmi, Jackson Barreto nasceu assim, cresceu assim, é mesmo assim, vai ser sempre assim... Valei-me!
Por David Leite | 17/09 às 21h00

JACKSON BARRETO É UM SUJEITO GOZADO
Leio hoje a coluna do poético jornalista Jozailto Lima (Cinform; clique na foto abaixo para ampliar) e me desmancho em riso – não, o baiano sergipanizado não é um pândego, mas aqui e ali faz-se hilariante no manejo das vogais e consoantes. A primeira provocação casuística do texto do analista da política sergipana vem logo no título: “Eduardo Amorim já ABRIU a sucessão”. Motivo para o “desabrimento”? Ter o senador “aceitado o desafio” – nas palavras dele próprio – de ser o pré-candidato do PSC à sucessão governamental.
Eduardo Amorim estava na moita, tímido, como é seu modo de ser. Tanto que o povo ficou em dúvida se ele pretendia concorrer para descascar o maior abacaxi administrativo já produzido em toda a história de Sergipe. Prometida com pompa e circunstância pela turma dos bichos-preguiça em 2006 e renovada em 2010, a tal proposta de “mudança” vingou – para muito pior! Nosso pequeno estado vive um desgoverno. Ao “aceitar o desafio”, o senador certamente não ignora contra que tipo de adversário jeitoso vai guerrear.
Jackson Barreto brigou com meio PT para se impor como mandatário e o maior mérito de sua gestão – até agora – é ter cobrado dos bichos-preguiça ao menos fingir que trabalham, aparecendo vez por outra. O governador candidato está em campanha faz meses. Inaugura obrinhas quase todos os dias, conversa com políticos aliados e repasta com cabos eleitorais profissionais. Decolar que é bom, neca... Estacionou na terceira posição. Resultado: como nada tem a perder, pau na moleira do adversário...
Ao inspirado Jozailto Lima, Jackson Barreto classificou como “babaquice, uma maluquice, uma falta de assunto e vontade de querer ocupar espaço” a decisão de Eduardo Amorim de “aceitar o desafio” de derrotá-lo nas urnas em 2014. No jargão da patuleia, o cabra “pegou ar”. O senador parece ter o poder de “anestesiar” o candidato em exercício – certa feita, o danado disse que, fosse mesmo pleitear a governança, Eduardo Amorim não lhe faria “nem cócegas”; agora, diz que o senador é “um político vazio, oco...”
O nível da campanha governista está posto! Não se enganem, Jackson Barreto apela à baixaria e ao xingamento por desconhecer outro discurso. O candidato tem pendor declarado pelo canalhismo eleitoral. No passado, o hoje aliado senador Antônio Carlos Valadares foi acusado por JB de levar sua mãe a óbito – “de desgosto” – ao cassar-lhe em 1988 (por... afanar os cofres públicos) o mandato de prefeito de Aracaju. A política linguaruda é regra para Jackson Barreto!
Mas como eu dizia, o texto do poeta jornalista me levou às escâncaras. Não porque seja embromoso, pelo contrário. O motivo da minha galhofa é que imaginei a cara de tirado a esperto de Jackson Barreto, ao receber a notícia de que Eduardo Amorim decidira-se por encarar a disputa eleitoral. Penso que JB deve ter caído na gargalhada e quem sabe até repetido para quem o rodeia o bordão do “não faz nem cócegas!” Apenas uma correção: quem ABRIU mesmo, Jozailto Lima, foi Jackson Barreto! Há anos... Ops!
Aliás, pensando bem, confesso que agora finalmente “captei” o motivo para a reação boquirrota de JB contra seu proeminente adversário. No fundo, lá bem no fundo, o “nosso governador é um sujeito muito gozado... Bem gozado!
Por David Leite | 16/09 às 17h50