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Sábado, 17 de Abril de 2010 - 10h55

> Escândalo Eunice Weaver / Marcelo Déda, o sortudo –mas até quando?

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Escândalo Eunice Weaver

Marcelo Déda, o sortudo –mas até quando?

Tem surtido grande efeito a operação “abafa” para evitar a conexão do então prefeito de Aracaju, governador Marcelo Déda, e o atual prefeito Edvaldo Nogueira com o escandaloso repasse milionário feito à Sociedade Eunice Weaver, sem explicações plausíveis para as despesas.

Entre 2004 e 2009, quase 30 milhões de reais foram transferidos dos cofres públicos municipais para a entidade. No entanto, curiosamente, há apenas um único “culpado”: a própria Sociedade Eunice Weaver. É como se, por um milagre divino, o dinheiro da prefeitura de Aracaju simplesmente tivesse aparecido na conta bancária da ONG.

Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira nada têm a ver com o “negócio”. Não é deles as assinaturas dos convênios autorizando os repasses através da secretária de Assistência Social e Cidadania Rosária Rabelo, assistente social do quadro da secretaria desde a primeira gestão do hoje deputado federal Jackson Barreto (prefeito entre 1986/1988) e indicada por ele ao cargo em abril de 2004.

Até mesmo o zeloso Ministério Público Estadual, talvez basificado na máxima do Direito segundo a qual suspeito não é (necessariamente) culpado, tratou de isentar da querela as autoridades responsáveis pelo pagamento dos “serviços” prestados pela ONG à municipalidade.

No pedido de intervenção da Sociedade Eunice Weaver feito à Justiça, o MPE apresenta várias alegações para justificar a “necessária” medida:

  1. ...“ausência de capacidade financeira para se auto-sustentar, estampada na ausência de associados e no recebimento exclusivo de recursos públicos para execução de convênios”;

  2. descumprimento estatutário que desponta da não manutenção do Educandário São José, atualmente transformado em escola pública estadual”;

  3. desatualização do Estatuto em face do novo Código Civil, inclusive importando em maior dificuldade na prestação de contas”;

  4. omissão dos órgãos administrativos e de fiscalização”;

  5. desvio de finalidade consistente em contratar irregularmente pessoas para trabalhar no Município de Aracaju e descontrole na gestão patrimonial, inclusive no que atine a bens adquiridos com recursos públicos”.

Nenhum mínima menção quanto a quem pagou tamanha farra com dinheiro público! E a julgar pelas alegações do MPE, pode-se concluir, a Sociedade Eunice Weaver deve assumir sozinha –a própria entidade, pois ao que parece nem mesmo seus diretores serão responsabilizados– o ônus por ter servido aos interesses políticos de Marcelo Déda, Edvaldo Nogueira e Jackson Barreto.

Se a ONG, conforme alega o MPE, não se sustenta sem dinheiro da prefeitura; não consegue mais manter a escola que por 63 anos atendeu aos filhos dos portadores de lepra; dificulta a prestação de contas do dinheiro recebido, contando inclusive com a omissão dos órgãos administrativos e de fiscalização –haveria aqui um mea culpa do MPE?– e serve de biombo para contratar cabos eleitorais e comprar bens com dinheiro do povo, por que não fechá-la?

Aliás, fechá-la e esquecer seu nefasto passado, encerrando tudo como se fosse um grande monumento à impunidade. Solução engenhosa para não prejudicar a nata da “nossa” esquerda, sobretudo às barbas de uma importante eleição.

Como o rio sempre desagua no mar, para “sorte” dessa gente tão proba e honesta, a juíza Simone de Oliveira Fraga, da 3ª Vara Cível de Aracaju, concedeu a liminar pleiteada pelo MPE. Pela decisão, a direção da Sociedade Eunice Weaver deve ser imediatadamente afastada. Proibiu-se a celebração e renovação de convênios com a prefeitura de Aracaju para contratação de pessoal e foi determinada a nomeação de um interventor judicial para a entidade, cuja missão será regularizar a prestação dos serviços assistenciais e educacionais.

Por outro lado, nem sempre o mar está para peixe. Uma pedra enorme aboleta-se no caminho do trio ternurinha dos 30 milhões. A CPI das OGNs –essa chata comissão montada no Congresso nacional para caçar espertalhões que se julgam acima da lei e metem a mão no dinheiro público, usado comumente para financiar atividades politiqueiras– mostra-se interessada “por esse caso exemplar”, conforme definiu um deputado federal por mim ouvido.

Seria de bom alvitre se o governador Marcelo Déda, o prefeito Edvaldo Nogueira e o deputado federal Jackson Barreto pudessem explicar, em depoimento aos deputados e senadores (e diante das câmeras de TV para todo o Brasil), que tipo de “negócios” eram realizados com a Sociedade Eunice Weaver e como quase 30 milhões de reais foram torrados em apenas seis anos, sem que ninguém saiba como nem por quê. Os contribuintes merecem tal explicação...

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Textos anteriores tratando sobre o escândalo Eunice Weaver:

http://abraoolho-dmilk.blogspot.com/2009_07_12_archive.html

http://abraoolho-dmilk.blogspot.com/2009_07_05_archive.html

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Nota do editor: não adianta espernear, fazer de conta que não se incomoda... Enfim, os patifes de sempre, que somente comentam acerca do blog anonimamente, não terão a chance de ver qualquer opinião publicada, por mais "engraçadinha" que seja, se não estiver devidamente assinada e com email para contato. E ponto final, queridos raivosos - sim, como ninguém é obrigado a ler estas linhas, concedo o adeus, pois essa turma não faz falta.

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Quarta-feira, 14 de abril de 2010 – 11h15

> O desespero de Marcelo Déda, a carreira de Edvaldo Nogueira e a pesquisa do Ibope

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O desespero de Marcelo Déda, a carreira

de Edvaldo Nogueira e a pesquisa do Ibope

Os tampos roxos, sinais típicos de grande tensão emocional, estão por toda parte na alma política de Marcelo Déda. O governador da mudança para pior anda nervosíssimo com a aproximação da data do anúncio por João Alves Filho de que vai mesmo disputar o governo.

Da perseguição rasteira de Lula da Silva, com golpes matreiros para eliminar moralmente o único adversário do compadre-governador, à desconstrução da imagem nos palanques montados no interior, a campanha de Marcelo Déda para se reeleger virou um vale-tudo.

Agora, surge a pesquisa do Ibope, contratada pela TV Cidade –aliás, pobre do Ibope, nunca acertou, nem uma única vez, um resultado eleitoral em Sergipe. Conhecida no meio político e jornalístico há pelo menos 20 dias, a pesquisa foi mantida guardadinha até anteontem.

Fica patente, a divulgação extemporânea da peça publicitária do Ibope atende a objetivos muito claros. O primeiro deles é tentar dissuadir João Alves Filho e aliados a desistirem da empreitada de enfrentar o "poderoso" Marcelo Déda com sua fantástica máquina política (governos federal e estadual, além das prefeituras aliadas, sobretudo a de Aracaju).

O outro, não menos importante, é desviar o foco das crescentes queixas sobre o desleixo do governo e da prefeitura de Aracaju por conta da calamidade provocada pelas chuvas: a bagunça do Coqueiral, o lamaçal do Costa do Sol, o lago do Lourival Baptista, as casas derrubadas em Maruim...

Marcelo Déda dispõe de pesquisas sérias e sabe exatamente onde o calo aperta. O motivo de sua preocupação é o empate técnico entre ele e João Alves Filho na capital e a vantagem do ex-governador nos municípios mais populosos do interior: Itabaiana, Lagarto, Tobias Barreto, Glória...

Toda a pressão da máquina federal nas empresas da família de João Alves Filho parece simplesmente não o afetar. Então, apelou-se para a propaganda, através da divulgação da pesquisa fajuta, com a qual busca-se apresentar um cenário desfavorável. Como o jogo não é de anões, Marcelo Déda apenas gastou em vão dinheiro e tempo na mídia –dinheiro que não é dele, diga-se!

No rádio hoje pela manhã, Gilmar Carvalho ouviu de uma ouvinte o resumo da ópera: "Até dá para engolir a suposta aprovação do governo de Marcelo Déda, porque o governo faz muita propaganda até sobre o que não fez. Mas e Edvaldo Nogueira? Não dá, não. Puseram muito a mais. Ninguém gosta desse homem".

A referência, verdadeira aliás, lembrou-me a carreira tomada pelo prefeito semana passada no Residencial Costa do Sol, quando evitou ser linchado pela comunidade, embravecida pelas promessas dele ainda não cumpridas.

A pesquisa, com Edvaldo Nogueira bem quisto, serve de cortina de fumaça para esconder as mazelas de uma administração cujo fracasso resvala na candidatura de Marcelo Déda. Como poderá o secretário-prefeito armar palanques para inaugurar obras em Aracaju e elogiar seu chefe se estiver tão ruim no conceito popular, ao ponto de ter de fugir correndo de locais onde aparece?

Pontos roxos de raiva na alma de Marcelo Déda; a carreira de Edvaldo Nogueira para evitar tomar umas bordoadas do povo; mais uma pesquisa do Ibope... O desespero dessa gente é evidente!

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Terça-feira, 13 de Abril de 2010 – 17h40

> As ratinhas de rádio estão chegando

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As ratinhas de rádio estão chegando

Motivado pelas denúncias embasadas do jornalista Douglas Magalhães acerca da nefasta participação dos ratos de rádio nos programas "jornalísticos" matutinos, o semanário Cinform publicou matéria (edição 1409, 12 a 18 de abril) onde questiona se murídeos radiofônicos são reais ou mera ficção neste governo.

O próprio jornal, no corpo da matéria, admite "a participação dos mesmos ouvintes com uma frequência quase diária, sempre em defesa do governo". Mais adiante, afirma ainda, "seriam pessoas pagas (...) pela Secretaria Estadual de Comunicação, (por) determinados secretários e até mesmo (por) lideranças políticas". Ouvido pelo Cinform, o secretário Carlos Cauê, como era de se esperar, mais um vez negou a "prática" por ser "inócua e antiquada".

O semanário, apesar do importante alerta feito à comunidade quanto às intervenções dos "ouvintes" pagos por políticos, escorregou ao não inquirir o secretário estadual de Comunicação sobre fatos inquietantes:

1 – Se não são pagos pela Comunicação estadual, quem pagaria os ratos de rádio para, diariamente, defender o governo e atacar os desafetos do governador Marcelo Déda; ou tais "ouvintes" estariam a gastar do próprio bolso em ligações –a maioria originadas de telefones celulares, conforme me informou um produtor de rádio bastante conhecido– e ainda gastar o tempo pessoal em intervenções elogiosas a um governo marcado pelas múltiplas queixas da população, sejam na Saúde, Educação ou Segurança?

2 – Por que somente depois da denúncia de Douglas Magalhães os ratos de rádio sumiram das emissoras de Aracaju; seria mera coincidência; ou haveria aí "ordem superior" para evitar problemas com a Justiça; ou mesmo para simplesmente "dar um tempo"?

3 – Qual o papel do ex-vereador Rosalvo Alexandre no âmbito da Comunicação; porque ele se reúne com um grupo de homens e mulheres em restaurante chiques da cidade, ocasião em que os instrui sobre como intervir em programas de rádio; com quais recursos ele paga as contas desses homéricos rega-bofes, cujos pedidos incluem, além de pratos sofisticados, vinhos importados?

4 – Qual o papel do "empresário" Alberto Jorge, cuja "gata" atende secretarias do governo estadual construindo pequenas obras e, ao mesmo tempo, opera ele no rádio como defensor intransigente do governo, ao ponto de já ter sido classificado pelo deputado Augusto Bezerra como irresponsável por tentar fazê-lo de palhaço?

5 - Por que, ao final das reuniões presididas por Rosalvo Alexandre, vez por outra são distribuídos envelopes lacrados aos participantes; o que os envelopes conteriam?

Caso Carlos Cauê resolvesse abrir o bico, abdicando das tergiversações com as quais tenta passar a imagem de que nada tem a ver com esta história de ratos de rádio, talvez fosse possível entender as contradições entre o dito e a realidade.

Um bom exemplo. Como muitos ratos de rádio estão com a vozes cansadas após anos de exposição, Rosalvo Alexandre urdiu uma brilhante estratégia para manter o "serviço" na ativa: usar mulheres (algumas até esposas dos próprios ratos de rádio), sob o disfarce de donas de casa, para emitir elogios ao governo. A primeira reunião do grupo ocorreu sábado passado, durante um almoço na Orla da Atalaia. Tudo ia bem, até Bocão meter a língua pelos pés.

Lá pelas tantas, entre gargalhas e risos estridentes, regados a vapor etílico chileno, eis que Rosalvo Alexandre, sem pensar certamente, denominou as novas contratadas como "minhas garotas de programa". O mal-estar tomou conta do ambiente. De um total de 18 (quase) ratinhas, 10 desistiram imeditamente, indignadas com a abusada pilhéria do ex-vereador.

Pelo sim, pelo não, fica o alerta: as ratinhas de rádio estão chegando...

.. Domingo, 11 de Abril de 2010 – 17h50 > O apagão moral do PT > Depois do caos na Saúde, marmitas na Educação ..

Apagão moral do PT
José Serra lançou-se candidato à Presidência. Após meses de incertezas, afinal o Brasil com alguma coisa na cabeça pode agora reavivar a esperança de ver encerrar-se em dezembro um período de oito anos de mediocridade –e deslavada esperteza: a Era Lula da Silva.
No discurso durante a festa do PSDB para lançar a candidatura, o eleitor mais ligado ouviu de José Serra um discurso cujo grande mérito foi fazer a diferença entre ele e a candidata do governo. José Serra passa a imagem de preparado para elevar o desenvolvimento do país ao nível das nações ricas.
Já Dilma Rousseff prende-se ao passado, num mesmo tom raivoso e provocativo do padrinho Lula da Silva, mestre no desrespeito à liturgia do próprio cargo e afeito a eliminar seus adversários moralmente. Dilma Rousseff mente descaradamente. Mente até sobre o currículo acadêmico.
José Serra tratou então de denunciar a mentirosa tese da ex-ministra (e do PT) de ser ela a “salvadora da pátria” e eles (o PSDB) os “destruidores” da pátria. José Serra prometeu não se omitir de apontar os problemas do país. Noutras palavras: o governo que se prepare...
O apagão moral promovido pelo PT na gestão Lula da Silva, cujos mentores continuam soltos e até coordenando campanhas políticas, sugere que está não será uma eleição fácil. Os golpes do PT para manter o mando consigo são sempre desferidos abaixo da linha da cintura. O uso da máquina é apenas a parte menos custosa, pode crer!
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Depois do caos na Saúde, marmitas na Educação
As últimas semanas têm sido árduas para o governador Marcelo Déda por conta da vertiginosa queda da popularidade, sobretudo em Aracaju, onde o candidato João Alves Filho refrega-lhe os calcanhares. Do caos da Saúde, já definido pela representação sindical dos médicos como “genocídio”, as manchetes agora se voltam para a Educação.
Segundo o Correio de Sergipe e o Jornal da Cidade deste domingão de chuva, empresas estariam fraudando merenda fornecida para escolas da rede estadual. A denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintese) afirma estarem os estudantes a alimentar-se de comida com data de validade vencida.
Em 2007, alunos do Colégio Atheneu atacaram o governo por causa da péssima qualidade da alimentação servida pela Educação estadual. No mesmo colégio, alunos já passaram mal depois de um almoço. Agora, novamente, a secretaria diz desconhecer os fatos –não teria chegado por lá qualquer notificação acerca de descontentamento.
No caso da Saúde, pouco se pode fazer para resguardar a vida de quem depende exclusivamente dos serviços médicos e hospitalares mantidos pelo Governo das Mudanças para Pior. Já quanto à Educação, os alunos, aqueles com mais condições financeiras, podem ao menos apelar para a marmita...

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Sábado, 10 de abril de 2010 - 22h30

> As mentiras que eles contam

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As mentiras que eles contam

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A semana se encerra com um fato: se a saúde pública estadual – e não apenas ela, já que o Samu da prefeitura de Aracaju está totalmente sucateado – vai de mal a pior, os únicos a não enxergar o caos são os governistas.

Ouviu-se o deputado doutor Rogério Carvalho avaliar o trabalho realizado por ele próprio como maravilhoso. Afinal, graças às transformações operadas pelo Governo da Mudança para Pior, Sergipe tem hoje um serviço de saúde que serve de referência aos demais operadores do Sistema Único de Saúde.

No mesmo tom, ficamos sabendo através do deputado líder governista Francisco Gualberto acerca da queda no porcentual de mortes entre os pacientes do Hospital João Alves. No governo passado seria de 13% - hoje estaria em 10%.

Porém, a verdade é outra, bem diferente: Rogério Carvalho tem sorte de não estar atrás das grades. Fosse outro o governo a comandar a Polícia Federal, transformada na Gestado (a polícia política de Hitler) do PT, investigações sérias sobre o uso político do dinheiro público destinado à saúde exporiam grandes mazelas.

Por outro lado, o deputado Francisco Gualberto “esquece” de somar os pacientes mandados para casa e que morrem por lá, nem aqueles transferidos à beira da morte para o Hospital de Cirurgia e o Hospital de Socorro, onde também acabam morrendo bem longe das estatísticas do HJA.

A conta é simples: num comparativo, morre-se menos no Hospital João Alves hoje por conta do governo do PT ter encontrado uma maneira engenhosa de desafogar as estatísticas negativas... Mas isso não significa que haja menos gente morrendo, somente porque o governo Marcelo Déda faz uma propaganda bonita.

Como dizia minha santa vovó Dona Caçula, do alto dos seus 89 anos – há quase uma década ela passou desta para uma melhor –, “mentira tem perna curta: a verdade sempre aparece!”...