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Quinta-feira, 22 de Março de 2012 | 11h10 | Eleições 2012
Até agora vencem as caçolas; irão “os” cuecas reagir?
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Fato primevo: a implosão da base aliada na Assembleia Legislativa expôs a fragilidade da “aliança” dos governistas. Fato secundário, mas não menos importante: o embate confirmou o prévio “diagnóstico” da suposta dupla personalidade do governador Marcelo Déda, algo perigoso para um político cuja carreira depende cada vez mais de moletas.
A título de informação, o Transtorno Dissociativo de Identidade – ou dupla personalidade – induz o cérebro a desenvolver múltiplas “identidades” ou “personalidades”, todas com poder de controlar a vida da pessoa acometida, que não consegue recordar sobre pontos relativos a uma ou a outra entidade...
Num primeiro momento, Marcelo Déda tentou usar o poder do cargo – se preferir, o poder dos cargos comissionados – para pressionar a base aliada, sobretudo a presidente da Alese Angélica Guimarães. Buscava evitar a eleição da Mesa Diretora da Casa para o biênio 2013/2014. O personagem da hora era o “Marcelo Déda manda-chuva”. Levou uma rasteira homérica, que o deixou tonto por cinco dias e cinco noites.
Derrotado, o governador apelou ao famosíssimo “charme pessoal”, identidade usada por ele em ocasiões nas quais precisa deixar de lado o “Marcelo Déda narcisista, arrogante”, que cede lugar ao “Marcelo Déda humildemente amoroso, jeitoso”. Foram várias as conversas pessoais e dezenas de telefonemas para a deputada Maria Mendonça. Porém ela – também de olho na Prefeitura de Itabaiana, diga-se – manteve-se firme no NÃO.
Outra vez derrotado, o grão-petista mirou a máquina administrativa no fragilizado DEMo do ex-governador João Alves Filho – entrou em cena o “Marcelo Déda conquistador implacável”, pronto a investir contra as hostes adversárias e cooptar dissidentes a qualquer custo. Foram dois tiros, um acertando o alvo bem no centro (buzz eye): o prefeito de Itabaiana Luciano Bispo encantou-se com o “ouro” e a “prata” oferecidos. Imolou o mandato do irmão Arnaldo Bispo, entregue ao PT como troféu – não se sabe se a contragosto deste!
Apesar de errar o centro do alvo, o segundo tiro disparado no DEMo atingiu o olho grande da família de Goretti Reis, também por conta da eleição para prefeito (de Lagarto). Tratada publicamente por um sobrinho como “egoísta, ingrata e traidora”, a deputada fez ontem um discurso indignado. Disse ela: “Estão invertendo os valores. A imprensa e a sociedade têm que ver quem é vítima e quem é algoz. Mentes pequenas não sabem diferenciar laços familiares de convicções políticas. Jamais sacrificaria minhas ideias. Tenho amor a minha família, no entanto não sou obrigada a pensar como ela. Não sou inimiga de Marcelo Déda, mas estamos em blocos (políticos) diferentes. É só isso...”
Resultado do certame: até agora, as caçolas vencem “os” cuecas por 3 a 1. Mesmo pressionadas/assediadas durante semanas, Angélica Guimarães, Maria Mendonça e Goretti Reis mostraram-se determinadas a manter em voga valores morais, pessoais e partidários que o PT – leia-se, Marcelo Déda – tenta dissolver no balcão de negócios da política implantada por Lula da Silva. Foram transformadas pela petralhagem em símbolos de resistência ao arroubo (!) do poder que quer corromper a tudo e comprar (quase) todos.
Interessante é ouvir Marcelo Déda a reafirmar que mesmo se fizesse aliança com a família Reis, não abriria mão do compromisso com o prefeito lagartense Valmir Monteiro. “Eu não negocio as minhas alianças, eu não traio os meus amigos”, disse o garboso governador. Entrou no palco o “Marcelo Déda Pinóquio”, que faz recordar a campanha do então candidato a prefeito de Aracaju pelo PT (1996) Ismael Silva. No segundo turno contra João Augusto Gama, candidato de Jackson Barreto, o companheiro pode experimentar a “lealdade” do amigo Marcelo Déda...
O nobre governador sergipano é mesmo um cabra multifacetado!


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Terça-feira, 20 de março de 2012 | 11h20 | Tecnologia
Cuidado, o “Oi Velox” é um serviço canalha
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Sobre as péssimas condições do Serviço de Telefonia Móvel – voz, e dados sobremodo –, disponibilizado ao usuário não empresarial em Aracaju, já mantive diálogos com altas esferas da TV Sergipe, TV Atalaia, Jornal Cinform, Jornal da Cidade e com a cúpula da Ordem dos Advogados do Brasil/Sergipe.
Solicitei dos colegas, fossem feitas matérias jornalísticas sobre o tema, questionando as partes, incluindo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); no caso da OAB/SE, referi-me ao movimento deflagrado pela seccional do Rio Grande do Norte, que impetrou ação na Justiça contra as concessionárias, cobrando melhores serviços.
Deu em nada... até o momento presente, ninguém interessou-se pelo assunto!
A prestadora Vivo, por exemplo, é hoje uma alma penada – morreu faz tempo, mas deixaram-na vagar como defunto insepulto, fedido e, pior de tudo, arrogante, pois arvora-se como empresa de telefonia, quando na verdade deveria vender banana no Mercado Central de Aracaju. Nada na Vivo funciona a contento: a conexão do serviço de voz é precária e a de dados está abaixo do nível mais rasteiro.
Não obstante as demais operadoras (Tim, Claro) oferecerem serviços com padrão similar no nível de qualidade, é a operadora Oi, através do serviço “Oi Velox” (fixo), certamente a mais vagabunda entre todas as demais. A constatação é simples: a empresa tenta enganar o usuário, fazendo-o crer na existência de acessos para os quais não tem a mínima condição técnica de atender – nem mesmo em termos de “previsão”.
Explico... Ao final de fevereiro, após examinar um novo pacote de dados com suporte para 10 megas na conexão, a um preço 20% inferior ao que me oferece hoje a operadora BR-27 em 5 megas – uma outra porcaria, diga-se! –, entrei em contato com o “Oi Velox” e solicitei a inclusão no serviço. Ontem, após 19 dias de espera, finalmente chegou o novo modem com instruções para ativá-lo – “tudo muito simples e rápido”. Segui as orientações técnicas do manual, ligando cabos e instalando o software de conexão...
Após algumas tentativas para ativar o serviço, verifiquei a recorrência do erro “135”. Fui ao suporte técnico via telefone e lá recebi a indicação de que até a meia noite de ontem tudo estaria funcionando, “conforme previsto no sistema”. Era uma piada de mal gosto... Por volta de 00h30 de hoje, um atendente “Oi Velox” afinal esclareceu a verdade: a empresa se desculpava, mas “lamentavelmente, não poderia fornecer o serviço combinado e estaria cancelando o meu pedido naquele momento”. Santa esculhambação!
Para piorar a situação, hoje pela manhã, tentei desde às 08h00 manter contato com a Anatel para denunciar o fato e solicitar providências, mas o número do Serviço de Atendimento (1331) é apenas mais um engodo contra o consumidor – aliás, essas escroditões chamadas “agências reguladoras”, da Era Lula da Silva para cá, viraram sucursais das operadoras. O ramal está permanentemente ocupado, e para fazer reclamações pela internet é necessário realizar um cadastro, com CPF, email e senha. Trocando em miúdos: o relevante é dificultar ao máximo qualquer tentativa de denunciar um serviço porcamente canalha...
Eis por que o Brasil ainda é um país do Terceiro Mundo: aqui, as corporações, mancomunadas com agentes públicos, tratam o usuário como se fosse um completo imbecil a ser usurpado, para ficar num palavra amena. Protestar – e buscar reparação por meio da Justiça – é tudo o que resta!