CUIDADO, O FACEBOOK PODE ESTAR
MANIPULANDO SUA MENTE, AGORA!
Fico impressionado com o avanço do Facebook sobre a vida das pessoas, e a influência direta causada pela rede social em escala global. Dia desses, todos ficamos estarrecidos quando se divulgou que durante uma semana, em 2012, o Facebook manipulou o algoritmo usado na distribuição das postagens na página de notícias de 700 mil usuários para verificar como elas afetavam o humor daquelas pessoas.
A vagabundagem, chamada de “estudo”, foi conduzida por pesquisadores de duas instituições de ensino americanas (Universidade de Cornell e Universidade da Califórnia) associadas ao Facebook. Quando se tornou público, em junho deste ano, ao ser publicado na 17ª edição dos Anais da Academia Nacional de Ciência, gerou grande mal-estar.
De acordo com o texto de apresentação do trabalho acadêmico, a intenção dos pesquisadores era “verificar se o número de palavras positivas ou negativas nas mensagens lidas pelos usuários resultaria em atualizações (comentários e postagens) positivas ou negativas nas redes sociais”.
Observou-se que os usuários que tiveram a distribuição de notícias manipulada utilizaram palavras positivas ou negativas, a depender do conteúdo ao qual foram expostos. O que se sabe, conforme afirmam os autores da pesquisa, é que “Estados emocionais podem ser transferidos de uma pessoa para outra por meio do contágio emocional, levando os indivíduos a experimentarem as mesmas emoções de modo inconsciente”.
Vejam ao que estamos expostos nas redes sociais: os resultados provam que emoções expressas no Facebook (e não apenas nesta plataforma, diga-se) podem influenciar as nossas próprias emoções, o que evidencia o contágio em larga escala via redes sociais. Noutras palavras: os chamados “metadados” capturados diariamente pelo Facebook para estudar tendências, podem ser manipulados para provocar reações adversas e inconscientes nos usuários.
Trata-se de uma arma muito perigosa, portanto, sobretudo pelo fato de o próprio Facebook, maior rede social do mundo, informar ter mais de um bilhão de usuários ativos. Vejam que esse é um tipo de “serviço” que pode interessar às grandes corporações capitalistas e aos governos.

IDIOTA – “David Leite, você é um idiota e fala do que não sabe!” A bela frase me foi dita seis meses atrás no calor de uma discussão sobre a manipulação praticada pelas redes sociais por um amigo a quem muito respeito – aliás, trata-se de um dos melhores profissionais da publicidade e da propaganda do país. Havia eu comentado sobre um estranho comportamento do Facebook em relação aos vídeos publicados na plataforma, advindos doutras redes sociais, especialmente o YouTube.
Um grupo de discussão foi criado por mim, envolvendo vários profissionais de Comunicação, para avaliar se havia mesmo alguma patifaria ocorrendo. Foi feito um experimento com um vídeo de um cliente atendido pela maioria dos envolvidos. Para minha surpresa, não houve nada de anormal naquela experimentação em particular – o vídeo foi publicado no Facebook com a ferramenta própria da plataforma e como link para o YouTube. De fato, o vídeo do YouTube obteve melhor audiência.
Aceitei a pecha de “idiota que nada sabe”, e segui minha viagem pela vida! Semana passada, uma reportagem da revista Época intitulada “Quem é o dono do que você produz” narrou a batalha travada pelo Facebook contra o rival YouTube, serviço do corrente Google. “Oxente”, pensei eu, “será que eu tinha alguma razão e o Facebook já tramava algo sórdido?” Vejamos...
Conforme Época, “o primeiro passo do Facebook foi dar prioridade a vídeos feitos com sua própria ferramenta de publicação, em detrimento dos filmes de outros serviços como YouTube, Vimeo ou Vevo”. Posteriormente, a rede social de Mark Zuckerberg radicalizou e decidiu que “os vídeos que não forem publicados com a ferramenta do próprio Facebook, não poderão mais ser vistos em seu site”. Resumindo: o Facebook quer você publicando menos vídeos na concorrência!
Suponho que a falha no nosso experimento, apesar de minhas observações empíricas já apontarem para a ocorrência da patifaria, decorreu do próprio algoritmo do Facebook, visando a estimular a produção de conteúdo, cujo fim é fazer dinheiro com propaganda. Tanto o YouTube quanto o Facebook se esforçam diuturnamente para atrair criadores de conteúdo, sobretudo os amadores. No nosso caso, era apenas a contingência financeira agindo, creio – o vídeo era patrocinado.
Eis pois que hoje sou um “idiota” sabedor que o Facebook estava agindo, sim, contra a concorrência. E pior ainda, o fazia às escondidas – como fez com o tal “estudo” citado acima. Depois da péssima repercussão da notícia, o Facebook resolveu voltar atrás. Em nota, disse que não está “limitando ou restringindo a exibição de vídeos de nenhum player externo”. Contudo, a empresa afirmou que desde a quarta-feira 3/12 alguns usuários notaram uma “alteração” nos vídeos externos dentro do Facebook. Ah, bom!
Google e Facebook, como afiancei, brigam pela audiência. Portanto, é um vale-tudo...
- - - - - -
Por David Leite ©2014 | 13/12 às 13h50 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa | Clique na imagem para ampliar.

ALELUIA, O CONGRESSO NACIONAL LIVROU-SE
DO PEQUENO DEPUTADO MENDONÇA PRADO
Diz a boa regra da guerra que não se deve tripudiar sobre o adversário derrotado. Não é este o caso, ao menos não é esta a declarada intenção deste escrito. Mas, sigamos... Todos sabem o que penso sobre essa esquerda vadia, também conhecida como “esquerda festiva” – dos filósofos esquerdoides, então (a começar pelo vagabundo do Jean Paul Sartre), tenho até náusea. No entanto, Alain de Botton passa no teste da minha cadeira de balanço, sobretudo pelo debochado “As consolações da filosofia”.
Nele, baseado no princípio socrático de raciocínio, o pensador francês ensina que é possível “desenvolver opiniões nas quais poderíamos, mesmo diante de uma tempestade, sentir uma confiança legítima”. Isso porque “Sócrates nos encoraja a não nos deixarmos abater pelo ar confiante das pessoas que não respeitam tal complexidade (referência à autonomia de raciocínio) e formulam pontos de vista sem dedicar-lhes, ao menos, o mesmo rigor que um oleiro dedica à sua arte”, que vem a ser moldar formas e contornos a partir de uma massa amorfa de barro.
Agora, passada a tempestade eleitoral e já fincado noutras “consolações”, encontro no filósofo Luiz Felipe Pondé, um pensador que admiro, um “encaminhamento” contemporâneo para compreender melhor o gesto tresloucado do deputado Mendonça Prado, a culminar hoje com sua despedida – sem retorno futuro, espero! – do Congresso Nacional: “A era do ressentimento” é um livro relativamente pequeno, mas capaz de explicar por que tantos (a exemplo do pequeno deputado) vivem angustiados, movidos por um desespero que cega, bestialmente, e embota a razão.
Quem acompanhou o processo eletivo deste ano ficou sem palavras diante do comportamento excessivo de Mendonça Prado. Uma coisa é a política, outra são todos os ritos advindos da civilização para a boa convivência. Juntar-se a Jackson Barreto, a quem chamava de ladrão e insinuava que tinha hábitos semelhantes ao ex-deputado Clodovil Hernandes, já falecido – creio que a alusão se refere à língua solta –, extirpou-lhe um palmo e meio. Imaginava ser um gigante no combate contra o desafeto Edivan Amorim, porém, de fato, tinha apenas o tamanho de um bonsai de limoeiro. Tanto fez que os votos sumiram...
A esperança do parlamentar nanico para permanecer na vitrine chamada Brasília, mesmo sem ter no Planalto Central qualquer relevância política, partidária ou pessoal, seria André Moura acabar castigado num processo judicial controverso, que lhe ameaçava a brilhante carreira, após uma votação surpreendente (mais de 75 mil votos), e diante da campanha sórdida que enfrentou, patrocinada por Jackson Barreto, tendo o auxílio luxuoso do próprio Mendonça Prado. O Tribunal Superior Eleitoral não permitiu a consolidação do que seria uma aberração jurídica ímpar, e com a decisão homologada ontem à noite, os votos do candidato reeleito serão agora validados pelo TSE e pelo TRE de Sergipe.
Foi-se o que era doce... Pelas contas, a coligação governista elegeu quatro deputados federais: Fábio Mitidieri, Fábio Reis, Valadares Filho e o pastor Jony Marcos. Já o grupo do senador Eduardo Amorim elegeu Adelson Barreto, Laércio Oliveira e agora consolida André Moura. Na sobra (quociente), a coligação de Jackson Barreto obteve 664 votos a mais que a coligação de Eduardo Amorim e, assim, emplaca mais um parlamentar, João Daniel, que fechou 52.959 votos contra 44.263 votos de Mendonça Prado. Com a entrada de André Moura, o quociente subiu. Não obstante, a coligação governista ainda fecha ganhando, com 113.536 votos contra 112.872 votos – diferença de 664 votos, perfazendo a média que define a sobra dentro dos votos válidos, que totalizam 1.052.826. A matemática eleitoral é cruel, como se vê!
Enfim, depois de tanto aprontar e achincalhar os adversários, inclusive praticando ingratidão com o sogro, prefeito João Alves Filho, que muito lhe ajudou e fez dele o cabra que é, Mendonça Prado agora virou apenas um ponto de interrogação em meio aos ressentimentos. Resta saber se, desempregado, correrá para sentar no colo quente do meu querido amigo governador Jackson Barreto (leia-se, a máquina governamental) – levando toda a corriola de jaburus que o acompanha e reverbera os impropérios – ou se vai dar um tempo, esperando a poeira baixar, para se refazer junto àqueles a quem maltratou demais e que, apesar da cretinice, ainda o consideram uma pessoa da “família”. Triste fim...
- - - - - -
Por David Leite ©2014 | 12/12 às 06h15 | Reprodução permitida, se citada a fonte | Com informações da imprensa e fontes de pesquisa | Clique na imagem para ampliar.
#Curta #Comente #Compartilhe