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Quarta-feira, 25 de Abril de 2012 | 19h45 | Comportamento
Fofoqueiros e mentirosos, cuidado com eles nas campanhas eleitorais
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Mentes satânicas e astutas, dotadas sobremodo do “prestimoso” senso de inveja – e oportunismo visceral –, os fofoqueiros e mentirosos são uma praga a ser combatida e eliminada em campanhas eleitorais. Nestes quase 20 anos dedicados ao esforço de eleger candidatos a cargos públicos e assessorar políticos, pude observar como são perigosos...
O fofoqueiro, na conjunção semântica, é um leva-e-traz; presta-se somente a isso. De tão inútil, esse ser abjeto repara no alheio para transbordar maledicências. No ambiente de decisões sensíveis e de nervos à flor da pele, como numa campanha eleitoral, tem a capacidade de desviar o foco das coisas realmente importantes para fixá-lo à sua “agenda” maléfica. Podem ainda servir de “fonte” infiltrada por adversários...
Não menos atroz, o mentiroso tem a nefanda habilidade de tomar um contexto, na maioria das vezes baseado no factual, e acrescentar nele elementos da “verdade” que lhe interessa. Em campanhas eleitorais, aproveita cada momento com o poderoso de plantão para atacar os oponentes com pontuados desgastes na imagem pessoal e profissional, sempre expondo-os aos julgamentos “morais” às escusas, nas sombras...
O híbrido ignóbil, ainda mais perigoso porquanto dotado de perspicácia malandra, é o fofoqueiro-mentiroso. Para disseminar invencionices no combate a desafetos, esse espécime demoníaco se utiliza de ferramentas sofisticadas, como a hermenêutica. Pinta quadros tão críveis que, dependendo do grau de influência junto ao interlocutor, é capaz de iludi-lo como a uma criança. Nunca é demais lembrar o adágio segundo o qual pessoas inteligentes se ocupam de ideias, as comuns das coisas da vida (carros, casa, comida...) e as medíocres a falar (mal) sobre pessoas.
Definidos os canalhas, fica mais fácil entender por que tais personas devem ser sumariamente afastadas do ambiente de campanhas eleitorais: elas desagregam equipes bem formadas; tiram do candidato a confiança em colaboradores importantes mas nem sempre afeitos a bajular; e pior ainda, podem confundir os demais membros do grupo com algum poder decisório através de argumentações insidiosas e da calúnia, comprometendo o desempenho da campanha em todos os níveis.
Em dados momentos nos embates eleitorais, por razões que talvez só Freud poderia explicar, candidatos tendem a interagir com pessoas que lhes afagam o ego – quase todos os políticos o têm bastante inflado! Admitem também aqueles que lhes “protejam” de certas situações e lhes iludam com “realidades virtuais”... Todavia, o custo de tal interação é ser vítima de manipulação sagaz, às vezes com resultados catastróficos nas urnas.
Portanto, políticos e assessores devem prestar muita atenção no agir de colaboradores estratégicos. Devem sempre ter olhos com “visão de Raio-X”. Devem, quando houver qualquer mínima dúvida, buscar esclarecer a verdadeira verdade. Jamais devem decidir sem ouvir o contraditório, por mais estapafúrdio que seja; e nunca, sob qualquer hipótese, devem admitir que picuinhas ou ações sem embasamento técnico e profissional, o famoso “achismo”, influenciem nas decisões, por mais simples que elas pareçam.
Por fim, mas não menos importante, políticos e assessores – e no geral, as pessoas de bom senso – devem sempre auferir daqueles que lhes cercam o melhor de cada um, em sua especialidade ou habilidade. Afinal, todos temos desvirtudes, mas somente os chefes mais inteligentes sabem como torná-las sem efeito, ao bem das causas superiores.