A CARA DE PASTEL SECO
DE JACKSON BARRETO 
A vida real é mesmo muito engraçada... O vai e vem do deputado Augusto Bezerra deu panos para as mangas. Num dia o cabra era oposição ferrenha. No seguinte estava entre petiscos fogosos com o governador em exercício Jackson Barreto. O caso mexeu até com o brio de uma filha do prefeito João Alves Filho. A recatada Ana Maria Alves de Mendonça meteu o bedelho através do Facebook. Questionou a “independência” de Augusto Bezerra. Irritado com a facécia, o deputado-bumerangue queixou-se pessoalmente ao mandatário do Democratas.
A postagem de Ana Maria Alves de Mendonça teria sido “influenciada” pelo marido, dizem certas más línguas. Ninguém ignoraria os motivos do deputado. O pequeno Mendonça Prado é desafeto confesso de Augusto Bezerra faz tempo e tem sido visto em alguns colóquios “desinteressados” com o danado do Jackson Barreto. Sonha uni-lo ao sogro na campanha eleitoral de 2014 só para irritar o provável candidato a governador pelo PSC senador Eduardo Amorim. O Negão tem saído pela tangente. Mas com ele, nunca se sabe...
O vai e vem de Augusto Bezerra conseguiu outro mérito. Empacou a verve rouca do governador em exercício. Chorei de gargalhar ao ver ontem pela TV a cara de pastel seco de Jackson Barreto ao ser questionado acerca da ausência à própria posse da quase-futura ex-secretária estadual de Articulação com os Municípios. O ziguinal da professora Ada Augusta Bezerra, irmã de Augusto Bezerra, deixou o falastrão sem palavras, coitado. Na verdade, mais cedo o deputado havia comunicado a Jackson Barreto que não sairia do Democratas.
Passado o sufoco, o governador em exercício deve agora explicações à Sociedade sobre outra posse, a do novo secretário estadual do Trabalho Fábio Mitidiere. O documento de posse assinado por Jackson Barreto tem data de 19 julho de 2013, com efeito retroativo a 1º de julho de 2013. Santa danação! Fábio Mitidiere vai receber como secretário antes mesmo de ter assumido as funções, como atesta a reprodução em anexo (clique na imagem para ampliar). Amigo é para essas horas...

MOMENTO DE REFLEXÃO – O momento para Jackson Barreto é de reflexão. A força da máquina estadual provou-se inócua antes, quando Marcelo Déda tentou atrair membros da oposição para votar a favor de projetos de interesse do governo, e mais uma vez agora, com a esparrela do governador em exercício. Ao que parece, a turma governista não entendeu o recado: para aprovar projetos do interesse de Sergipe, não é preciso assediar ou tentar aliciar deputados da oposição. Basta enviar demandas sérias e dialogar com a oposição. Só isso!
Vejam que após a cacetada violenta da reprovação do Pró-Investe, Marcelo Déda humildemente deu-se ao expediente democrático de discutir com o parlamento e aprovou o financiamento depois de convencer os deputados sobre a lisura dos projetos, anteriormente envoltos num simulacro de destinações pouco transparentes. Isso prova que, apesar da convivência estreita com o governador licenciado, Jackson Barreto não aprendeu nada sobre ética e moral – e sobretudo, acerca do tratamento com a Assembleia Legislativa.
Marcelo Déda pode ser criticado por sua gestão moribunda, que tem frustrado e decepcionado a população sergipana, sobretudo a mais pobre, que depende dos serviços públicos. A gente observa que a segurança morreu, a saúde está na UTI e a educação foi reprovada. Mas não dá para comparar o estilo político, ético e moral... Jackson Barreto parou no tempo! Não ouviu a voz das ruas. Ainda acha que é possível usar o poder da máquina pública para corromper e comprar consciências, angariar apoios e até aliciar aliados entre os opositores. Aliás, usando da estrutura de poder de um governo que não é dele.
Se com Marcelo Déda a coisa está muito ruim e caminhava para piorar, com um Jackson Barreto desprovido de ética e competência administrativa, useiro e vezeiro de abusar do erário em benefício dos seus interesses políticos – e é por esta razão que ele está entre os maiores fichas sujas do Brasil –, a situação tende a degringolar. Sergipe afundaria, se não tivesse uma oposição combativa. É nela que se deposita a confiança agora...
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Por David Leite | 24/07 às 17h05