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Terça-feira, 07 de abril de 2010 / 13h35

Leia nesta edição:

> A irresponsabilidade de Edvaldo Nogueira

> Rogério Carvalho: um cara de pau?

> Alberto Jorge acreditou

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A irresponsabilidade

de Edvaldo Nogueira

O jornalismo paraestatal, voluntarioso ao ponto de mesmo diante do caos na saúde pública em Sergipe ter a coragem de encomendar ao Diabo a alma dos adversários de Marcelo Déda por diariamente descerem a madeira na inação da Secretaria da Saúde, vai se coçar todo.

O sururu é para o “secretário” Edvaldo Nogueira. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe, Flávia Brasileiro, deve encaminhar ainda hoje ao Ministério Público Estadual pedido de interdição do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da prefeitura de Aracaju.

Motivo? A unidade de urgência e emergência, outrora um serviço elogiado pela população, não mais oferece as condições de atendimento digno. Além da falta de combustível e manutenção de viaturas, equipamentos essenciais como desfibrilador e aspirador portátil estão sem bateria. Ou seja, só funcionam se ligados à rede elétrica. Para ser atendido, o paciente deve ser removido até a tomada mais próxima.

A denúncia de Flávia Brasileiro expõe a sinistra falta de responsabilidade do prefeito Edvaldo Nogueira, pintado como sósia de Marcelo Déda, a quem substituiu prometendo dar segmento àquela administração meia boca, mas na qual pelo menos o Samu funcionava razoavelmente.

Kátia Susanna, repórter do Portal Infonet, entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde. Não obteve retorno até ontem à tarde. Talvez algum áulico do adulatório oficial digne-se a publicar a explicação, porquanto quem deveria fazê-lo preferiu o silêncio.

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Rogério Carvalho: um cara de pau?

Num comparativo com o líder do governo, deputado Francisco Gualberto, Rogério Carvalho, apesar do porte atlético, carece de estofo verbal para debater no parlamento. O deputado tem se mostrado entediado, quando não apenas silencioso, diante da enxurrada de queixas da oposição – dizem as más línguas, o homem do facão deixou para o danado da Saúde a responsabilidade de defender seu feudo.

Ontem, cansado de guerra, Rogério Carvalho resolveu expor a trôpega voz. O deputado ocupou a tribuna para contar uma lorota daquelas: os investimentos para construir 102 clínicas de saúde da família e reformar, ampliar e modernizar 16 hospitais no interior tornam Sergipe uma referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para todo Brasil.

Só pode ser piada. Se Sergipe é esta ilha de excelência depois das intervenções na saúde realizadas pelo Governo da Mudança para Pior, como explicar as manchetes quase diárias expondo o incontável número de pacientes mortos por falta de atendimento adequado – sem contar o caos no HUSE (mas não Abuse, porque não aguenta)?

Por outro lado, talvez Rogério Carvalho prefira não ler jornal, não assistir aos noticiários da TV e não ouvir rádio. Certo está o deputado. A não ser pela intrusa intervenção dos ratos de rádio pagos pela Secretaria Estadual de Comunicação ou a desídia dos jornalistas de aluguel aboletados na imprensa, o couro come para o lado da Secretaria Estadual de Saúde.

Por falar em ratos de rádio. Alguém precisa pedir ao coordenador do grupo, o secretário-adjunto de Comunicação Chiquinho Ferreira, para instruir melhor seus murídeos. No programa de Gilmar Carvalho desta quarta-feira, uma ratazana do grupo recém contratado disse que o caos no Hospital João Alves é culpa não do governador Marcelo Déda, mas dos médicos. Durma com um barulho desse!

Para não destoar, o melhor mesmo é fazer como Rogério Carvalho e também dar crédito à propaganda do governo estadual, onde a Saúde pública sergipana é de Primeiro Mundo. E depois, rasgar-se em boas gargalhadas...

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Alberto Jorge acreditou

Talvez tenha sido apenas lorota. Mas certo fofoqueiro levou a mensagem ao rato de rádio Alberto Jorge, e ele acreditou: o jornalista Douglas Magalhães iria solicitar ao Ministério Público Estadual a investigação do suposto tráfico de influência a permitir que Dom Raton de La Gatita realize várias obras através de secretarias do governo e, ao mesmo tempo, use o rádio para defender Marcelo Déda e atacar seus adversários políticos.

Não deu outra. Alberto Jorge tratou de desculpar-se com o danado repórter, que com suas denúncias consubstanciadas simplesmente calou a boca de metade dos ratos de rádio engordados pela Comunicação estadual. Numa carta a Douglas Magalhães, entende-se o por quê. Vejamos:

“Caro amigo Douglas,

Permita-me tratá-lo assim, afinal de contas há anos que fomentamos uma amizade sincera, com muito respeito e confiança.

No rádio sergipano, você é um cara que eu só tenho a agradecer: em todos os programas que você comandou sempre tive um generoso e especial espaço, com direito a concordar e discordar. E você sabe: nunca houve “esquema”.

Amigo, nunca lhe denegri. O “recado” foi para outra pessoa. Sinceramente, nem sabia que você era chagado a um “vapor etílico”.

Não quero que você pense que, com isso, você amoleça seu coração. Não! É só uma questão de esclarecimento e muita gratidão a você.

Um abraço sincero

Alberto Jorge

(escrito à mão estava: “Autorizo que publique no seu blog”).

Comento: a carta de Alberto Jorge, publicada no original logo abaixo, apesar de pessoal, teve a publicação permitida por ele mesmo, portanto não há aqui quebra de sigilo ou abuso, afinal o tema é público.

Quando passou a fazer denúncias esclarecendo o papel dado pela Comunicação estadual aos ratos de rádio, Douglas Magalhães teria supostamente sido agredido pela ratazana Alberto Jorge*, que agora nega ter sido seu petardo a ele dirigido. Fica a questão: quem seria, então, o jornalista cachaceiro?

Por outro lado, a carta deixa outra dúvida. Se com Douglas Magalhães Alberto Jorge nunca teve “esquema”, que “esquema” seria este e com quem ele o manteria (se é que mantém)?

De toda sorte, a missiva é interessante. Pelo menos agora sabemos do “amor” de Alberto Jorge para com Douglas Magalhães. Coisa linda...

Declaração do rato ao gato.

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(*) Veja escrito anterior publicado logo abaixo, com as palavras ditas por Alberto Jorge contra Douglas Magalhães e contra o jornalista Ivan Valença, que repercutiu as denúncias do repórter.