Quinta-feira, 03 de Dezembro de 2009 – 16h45

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>> Cadeia para José Roberto Arruda é pouco...

>> “Panetone” do Governo de Sergipe é suspenso...

Cadeia para José Roberto Arruda é pouco.

Merecia uma surra toda dia, durante 50 anos

O publicitário baiano Marco Gavazza encontrou a mais criativa solução para extinguir a corrupção no Brasil: “Tombá-la como Patrimônio Imaterial. Fica oficial, deixa de ser escândalo e vira cultura”.

Stanislaw Ponte Preta dizia: “Ou nos locupletamos todos ou se restabeleça a moralidade”. O descarado governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envergonha pelo cinismo. Para ele, cadeia é pouco. O ideal seria aplicar no meliante uma surra diária de 50 chibatadas durante 50 anos.

O ex-tucano, sete anos após ressurgir das cinzas políticas, depois de ter renunciado ao posto de senador (para não ser cassado), elegeu-se deputado federal (2002) pelo Demo. Votação estrondosa: 324.248 votos (ou impressionantes 26,6% dos votos válidos para deputado federal). Em 2006 foi eleito governador da capital federal.

Numa cidade acostumada a conviver com exibições grotescas de todo tipo de privilégio e desperdício de dinheiro público, José Roberto Arruda chegou pela contramão. Demitiu funcionários, pôs as contas em ordem, enfrentou grevistas e freou um processo histórico de invasão de terras públicas. O povo respondeu com 74% de aprovação a seu governo.

Não subornar e não aceitar suborno. Subornar e aceitar suborno. Difícil escolha? Não para alguém com reeleição garantida com folga, porquanto tinha um governo amplamente aprovado. José Roberto Arruda não precisava locupletar-se. Como explicar tamanha imbecilidade (ou ganância) senão pela ótica de ser a corrupção outro indissociável patrimônio imaterial do Brasil? Marco Gavazza tem razão...

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“Panetone” do Governo de Sergipe é suspenso.

Por enquanto, acredite

Foi preciso muita, muita chiadeira mesmo para, finalmente, o governador quase licenciado Marcelo Déda dar um tempo na distribuição de cestas básicas de alimentos. O “Número Um” não suportava mais ouvir as numerosas queixas de prefeitos e candidatos a deputado.

Quem comandava a distribuição do “panetone” sergipano? A nobre deputada Conceição Vieira, secretária de Combate à Pobreza, acusada faz tempo de uso político das cestas básicas compradas com dinheiro público. Marcelo Déda não prestou qualquer favor à sociedade nem agiu visando a evitar o uso político da distribuição. Aliás, como há estocados mais de 200 mil desses mimos a serem entregues durante o período da estiagem, alguém terá de fazê-lo!

Quando a deputada coordenava as entregas, além de garimpar votos para si, também pedia para Marcelo Déda. Ou alguém duvida disso? Trocando em miúdos: o governador quase licenciado apenas encampou, por enquanto, o comando direto da distribuição das cestas de alimentos, que antes de atender os interesses eleitoreiros de Conceição Vieira cumpriam função semelhante sob o comando da professora Ana Lúcia Menezes, afastada do cargo de secretária por divergências quanto... (entre outros conflitos) à distribuição de cestas básicas!

A gulosa Conceição Vieira, aquela deputada que desfila com carro de som pelas ruas da capital e do interior fazendo escancarada propaganda eleitoral antecipada dela própria, não ficou nada satisfeita com a decisão do chefe maior de cortar seu “panetone”. Certos compromissos políticos firmados pela secretária com sua turma de cabos eleitorais agora terão de esperar até o período do carnaval antecipado, quando a poeira já estará baixa e os ouvidos dos queixosos apenas atentos ao batuque dos atabaques...

Terça-feira, 01 de Dezembro de 2009 – 20h05

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>> É Duro Ser Vidraça

>> A Vaidade é um Veneno

É Duro Ser Vidraça

Edvaldo Nogueira foi entrevistado nesta terça-feira pelo jornalista Gilmar Carvalho (Ilha FM). Por cerca de 120 minutos, o prefeito respondeu sobre temas diversos. Centrou esforços, porém, para vender seu peixe: a decantada qualidade de vida de Aracaju, fruto de uma administração operosa.

Por cerca de 90 minutos, Edvaldo Nogueira falou sozinho –o telefone esteve suspenso e só foi liberado nos 30 minutos finais do programa. Foi um massacre quando os ouvintes finalmente puderam apresentar ao prefeito a verdadeira qualidade da vida dos cidadãos menos abastados. Edvaldo Nogueira ficou aturdido.

A cada nova intervenção da audiência –curiosamente os ratos de rádio não compareceram para trabalhar– o prefeito via-se numa enrascada. Quando alguém lhe informou ter passado 60 dias para realizar um exame médico num posto de saúde municipal, Edvaldo Nogueira teve o desplante de dizer, numa péssima comparação, que o mesmo ocorreu com ele quando precisou usar os serviços da Unimed...

Alguém precisa dizer a Edvaldo Nogueira que qualidade de vida pressupõe serviços públicos dignos para atender a população mais pobre. Rico não precisa de médico nem de professor pago pelo erário. Se a qualidade de vida só alcança quem mora na Zona Sul, não conta.

Depois das pedradas dos ouvintes, Edvaldo Nogueira arranjou rapidinho um “culpado” para a calamitosa situação: o apresentador do programa. Na saída da emissora, imaginando-se longe de ouvidos curiosos, comentou com o secretário municipal de Comunicação, jornalista Marcos Cardoso: “P... Marcos, Gilmar só bota pra f...”. É duro ser vidraça!

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A Vaidade é um Veneno

O burburinho quanto ao “bom desempenho” do governador Belivaldo Chagas, especialmente no trato com aliados e assessores, incomodou Marcelo Déda. Contrariando orientação médica, incontido, Ele retornou de São Paulo. Resultado do abuso: na semana seguinte, com urgente crise, era operado pela segunda vez no Hospital Sírio Libanês.

Sábado retrasado, Marcelo Déda retornou a Sergipe para votar na eleição que escolheu a nova diretoria do PT, ocorrida no domingo. Deu entrevistas, cumprimentou a militância, e apesar da aparência fragilizada, manteve o sorriso largo e a verve poética.

Marcelo Déda ainda não decidiu quando reassume oficialmente o comando do governo. Sobre Belivaldo Chagas, a quem define como correto, o governador ressalta a lealdade do seu vice: “Tenho participado cada vez mais do governo, até porque Belivaldo me consulta sempre e me mantém informado do dia a dia da administração”.

Quem ouve Marcelo Déda proferir loas sobre Belivaldo Chagas é levado a crer na absoluta intenção do governador em cumprir as ordens médicas de repouso, para acelerar a recuperação. Lamentavelmente, a vaidade tem-lhe sido o maior empecilho.

Novamente incontido, o governador licenciado presidiu na segunda-feira uma reunião com o governador em exercício, e os secretários da Segurança Pública, Casa Civil, Governo, Comunicação, além do presidente do Banese. Pauta: discutir a situação de militares em desvio de função.

Só a soberba vaidade de Marcelo Déda poderá justificar a presença dele no encontro. Belivaldo Chagas, aquele com quem o governador licenciado conversa sobre tudo, poderia encaminhar a solução de acordo com suas determinações. Mas a Marcelo Déda não basta ordenar, até para mostrar quem de fato manda –como se todos já não soubessem.

Belivaldo Chagas tem sido recorrentemente humilhado, especialmente pelo grupo mais afinado diretamente com Marcelo Déda. Cada passo do governador em exercício é monitorado. Nenhuma ordem dada por ele é executada sem o “de acordo” do “Número Um”. Agora, o próprio Marcelo Déda demonstra seu menosprezo pelo vice-governador.

A vaidade é um veneno. Marcelo Déda foi obrigado a submeter-se a uma segunda cirurgia, após quase um mês da primeira, por não respeitar os limites do corpo ao encantar-se com a voz do ego. A melhor atitude para garantir-lhe o pronto restabelecimento físico é tentar controlar o desejo imensurável pelo mando, e atentar para o prejuízo que pode causar a si e aos demais do seu ajuntamento político caso não esteja devidamente preparado para o embate de 2010.

Domingo, 29 de Novembro de 2009 – 21h05

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>> Conceição Vieira é Muito Abusada

Nuzuvidos do Povo Só Naurêa

Preparem-se! Vem aí um grandioso barulho. Artistas ligados à música urdem expor publicamente certo entrave com o governo estadual e a prefeitura de Aracaju: a nítida preferência dos âmbitos culturais das respectivas administrações pela banda sergipana Naurêa.

Inicialmente, deve-se dar o desconto devido aos invejosos, porquanto, apesar de bastante caricata e do ralo conteúdo cultural tipicamente local, a banda fez um público entre os “cabeças”, sobretudo pré-universitários e universitários.

Para além do namoro com este público específico, a Naurêa tem sido imposta a todo tipo de audiência nos eventos pagos com dinheiro do erário nos últimos cinco anos –Forrocaju, Reveillon, Projeto Verão, Sergipe Verão tiveram a participação da banda. Na programação do Projeto Verão Sergipe 2010, lá está a onipresente Naurêa.

No sábado 14/11 o Parque da Sementeira foi palco do Projeto Circuito Cultural BR, promovido pela Petrobras em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). Representando Sergipe estava quem? Naurêa...

A presença da Naurêa em todos os eventos bancados pelo governo estadual e pela prefeitura da capital tem deixado os demais artistas irritados. De fato, observando a “coincidência” –apenas uma outra banda, a Maria Escombona, fura o bloqueio em alguns momentos–, a pulga coça atrás da orelha.

Em 20/05, a Agência Sergipe de Notícias informava o início da quarta turnê internacional (entre 28/05 e 28/06) da Naurêa, com apresentações na Alemanha e Suíça. Disse a então secretária estadual de Comunicação, Eloísa Galdino: “A Naurêa é uma das mais importantes bandas da cena musical de Sergipe”. A ladainha serviu para justificar os R$ 15 mil pagos por Madame Galdino a Naurêa para custear as passagens aéreas para a Europa.

Deve haver alguma boa razão para o afetuoso carinho exclusivista com a Naurêa, pois, além de bancar as apresentações da banda, as administrações de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira também garantem subsídios para a insossa batucada perambular mundo afora, em detrimento de todos os demais artistas locais.

Mas afinal, por que só a Naurêa toca e desfruta de alto prestígio? Uma dica: o baixista da Naurêa, conhecido como Alemão, é diretor de Cultura da Funcaju. Outra interessante dica: um dos vocais da Naurêa, Alex Santana, é diretor de Programação do Sistema Aperipê. De quebra, a mulher dele também é funcionária da Funcaju...

Por tudo isso, parafraseando a vaidosa secretária estadual de Cultura, Eloísa Galdino, “a cena musical de Sergipe” subiu o tom. O desconforto tornou-se ira e, nada contra a Naurêa em especial, o chumbo promete ser grosso. É aguardar para ver!

A Preferida do governo no Projeto Verão 2008

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Conceição Vieira é Muito Abusada

Como se completamente dopada, longe do mundo real, a deputada Conceição Vieira, secretária estadual de Combate à Pobreza, segue com a campanha antecipada à reeleição. Nada (ninguém) a impede de afrontar o calendário eleitoral.

Sexta-feira, 27/11, 08h45. Início da Rua Nestor Sampaio em Aracaju. O veículo Kombi (carro de som) de placas HZT1059 convidava a população do bairro Ponto Novo para um encontro na associação de moradores, onde seriam realizadas atividades sociais patrocinadas com dinheiro público.

O veículo foi fotografado (veja as fotos logo abaixo), para uma vez mais –a terceira, aliás– suscitar o Ministério Público Eleitoral e o TRE a praticarem a inconveniente, porém importantíssima missão, de evitar aos poderosos o uso da máquina pública em benefício próprio, além de coibir eventuais atropelos a Lei Eleitoral, supostamente ainda em vigor no país.

Conceição Vieira é de fato muito abusada. Desfilou com retrato enorme num minitrio pelas ruas de Itabaí durante a Festa do Jegue, tradição do município (veja escrito anterior). Semana retrasada, usou o mesmo minitrio para anunciar um evento social patrocinado por ela na comunidade do Conjunto Augusto Franco. Na sexta-feira, de Kombi sonorizada, vadiou pelas ruas do Ponto Novo, desta vez para anunciar serviços sociais de uma associação, pagos com dinheiro público.

A questão é: quando, finalmente, vai se dar um basta nisso tudo?

A quem interessar possa: HZT 1059 é a placa