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Sexta-feira, 15/07/2011 | 17h50
Num país como a China, tão adorada pela esquerda, caberia até pena de morte
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Segundo Albano Franco, o governador Marcelo Déda teria cometido um grave crime de “lesa Pátria” contra os sergipanos, sobretudo os mais pobres –em especial, contra as crianças que hoje sofrem com a falta de atendimento pediátrico especializado*. O ex-deputado federal diz ter sugerido a indicação de emenda parlamentar, no valor de R$ 18 milhões, para a construção de uma unidade hospitalar pediátrica em Aracaju, proposta que teria sido sumariamente rejeitada pelo governo. “Recebi do coordenador da bancada, senador Antônio Carlos Valadares, a informação de que o projeto era considerado inviável pela administração estadual”.
Será que a imprensa de Sergipe terá coragem de questionar o governador Marcelo Déda –ou mesmo o senador Antônio Carlos Valadares– quanto a essa aberração denunciada pelo ex-governador Albano Franco? Porquanto, caso seja verdade, a dívida do governador Marcelo Déda com o povo pobre de Sergipe aumentará substancialmente.
É impensável que, quando mais se fala na precariedade do atendimento especializado destinado à infância, incluindo a inexistência de serviço pediátrico na rede particular, um governo se dê ao luxo de rejeitar verbas para construir mais um hospital em Aracaju. Espera-se que Albano Franco esteja, de fato, equivocado!

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(*) Não devemos esquecer, aberrações na área da saúde, patrocinadas pelo governo do PT, não são inusitadas. Por ordem de Marcelo Déda, conforme denunciou o ex-governador João Alves Filho, o então secretário de Saúde, deputado Rogério Carvalho, derrubou com picareta partes internas do Hospital Infantil deixado pronto em 2006 –faltava apenas comprar o equipamento e o mobiliário, mas a verba para tanto estava à disposição na Secretaria Estadual de Saúde (cerca de R$ 6 milhões).
Por conta desta ação insana, que visava aumentar o número de leitos para atendimento de adultos em detrimento do atendimento infantil (transferido para a precária Maternidade Hildete Falcão Baptista), o Governo de Sergipe recebeu ordem da Justiça, no ano passado, para repor as partes desfiguradas e ajustar o prédio às funções anteriormente definidas. O colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça de Sergipe recomendou ainda ao Ministério Público que abrisse procedimento por improbidade administrativa contra o Doutor Morte.

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Quinta-feira, 14/07/2011 | 14h26
Ainda sobre a política habitacional chinfrim do prefeito comunista
(leia antes o texto abaixo)
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Alguém precisa dizer ao prefeito Edvaldo Nogueira que divulgar com alarde público a distribuição de “auxílio moradia” como política habitacional é um tiro no próprio pé... Como tem sido lento para construir moradias –não obstante ter feito mais casas populares que Marcelo Déda–, Edvaldo Nogueira apela para os paliativos.
É óbvio que os tais gastos com “auxílio moradia” só se justificam onde não há uma política habitacional planejada, que atenda aos mais pobres. Senão, vejamos: os custos do “auxílio moradia” da Prefeitura de Aracaju, segundo assessores de Edvaldo Nogueira, seriam de R$ 600 mil/mês, com benefício direto a 1.850 famílias. Esperteza ou incompetência?
Uma conta simples detona os argumentos do prefeito comunista: uma casa popular com sala, cozinha, banheiro e dois quartos custava ao governo João Alves Filho (2005), no programa de erradicação de casas de taipa, R$ 10 mil (em média), sendo o terreno do beneficiário –a maioria dos casos. Ainda naquele governo, houve o desfavelamento da invasão Mangueiras, na saída de Aracaju. Custo médio por unidade construída: R$ 12,5 mil, já com a infraestrutura (ruas, esgotamento fluvial e sanitário, etc).
Digamos que, de lá para cá, o custo de uma casa popular tenha dobrado, sendo hoje de R$ 25 mil. Caso optasse por construir casas, dentro de um programa planejado e realizado ainda no início da gestão de Marcelo Déda, a turma que comanda a Administração Municipal de Aracaju poderia ter, ao custo de agora, entregue um total de 2.880 casas ao longo da década, apenas com os valores de referência do “auxílio moradia”. Sem esquecer que a PMA dispõe de centenas de terrenos ociosos, sobretudo na Zona Norte.
Por que, então, Marcelo Déda e (logo depois) Edvaldo Nogueira optaram por pagar aluguéis em vilas e cortiços para alojar famílias sem-teto, em detrimento de, de forma planejada, ter solucionado a questão construindo paulatinamente, por uma década exatamente, as casas agora demandadas? São respostas que apenas a suma esperteza politiqueira –afinal, mantem-se a turma no cabresto eleitoral– ou a completa idiotia –coisa que a esquerda já demonstrou ter apenas no campo das ideias– poderia dar...
Trocando em miúdos: o tal “auxílio moradia” é tão somente mais uma danação eleitoreira do PT/PCdoB usando o pobre dinheiro do contribuinte de Aracaju para engambelar (e abusar da boa fé de) quem verdadeiramente precisa do poder público!
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PS – Não devemos esquecer das famílias alojadas em galpões pelo governador Marcelo Déda há quase três anos, sem qualquer definição de política habitacional... Bem, mas que política habitacional, mesmo? 

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Quarta-feira, 13/07/2011 | 18h15
Um programa habitacional chinfrim
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Apesar dos esforços da turma da Prefeitura de Aracaju em querer passar à população que a administração comunista é operosa, que “realiza o maior programa habitacional da história da Capital, tendo beneficiado quase 2000 famílias com casas e apartamentos dignos”, os próprios números divulgados depõem contra o prefeito Edvaldo Nogueira –e por tabela, com seu mestre-criador Marcelo Déda.
De acordo com a jornalista Grace Melo, assessora na Secretaria de Comunicação da PMA, somente nos últimos três meses, a prefeitura aumentou a concessão de auxílio moradia de 1.100 para 1.850 famílias beneficiadas, com custo de cerca de R$ 600 mil/mês aos cofres municipais. Haveria prova maior da inexistência de uma política habitacional séria, que de fato atenda às demandas da população mais pobre?
É verdade que, como diz a querida Grace Melo, “somente no bairro 17 de Março, 950 famílias receberam DE GRAÇA (sem pagar 1 centavo) uma moradia digna!” e que “Até o final de 2012, serão entregues um total de 2.800 casas (GRATUITAMENTE) a famílias que viviam em áreas de risco”. Mas são números irrisórios, risíveis até...
Para efeito de comparação, somente o conjunto Augusto Franco, com 15 mil unidades, construído há mais de 30 anos pelo saudoso e competente governador Augusto Franco em apenas 30 meses, diga-se, abriga hoje uma população de aproximadamente 60 mil pessoas, a maioria absoluta vivendo em casas e apartamentos construídos à época com verbas do Sistema Financeiro da Habitação, programa federal que contava com a complementação de verbas do governo sergipano, responsável pela compra do local onde o bairro foi instalado e pela infraestrutura.
Verdades incômodas, mas que são apenas isso: verdades!
Aracaju, nas gestões de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira –portanto uma década desta turma zombando da cara do povo pobre–, não ganhou um único conjunto habitacional de grande porte. Condomínios fechados do Programa de Arrendamento Residencial atendem, com justeza, às famílias de trabalhadores. Mas trata-se de um programa do governo federal, com 200, 300 unidades por residencial, sem contrapartida financeira da prefeitura, que apenas promove o cadastramento dos interessados em obter financiamento junto à Caixa Econômica Federal, gestora do programa.
Conclusão mais que absoluta: uma década de gestão do PT e do PCdoB, e Aracaju continua com os mesmo problemas habitacionais, apesar de alguns paliativos remendados pelo PAR, mas que não atenderam à demanda da população mais pobre.
É triste, mas essa é a verdadeira verdade...  

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Segunda-feira, 11/07/2011 | 16h40
Um nome, dois CPF
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Causou grande confusão ao meu parco juízo a informação publicada pelo portal Transparência Sergipe, ligado à Controladoria-Geral do Estado, que publica as despesas realizadas pelo Estado de Sergipe e Municípios sergipanos, bem como dos repasses efetuados pelo Governo Federal. Lá no item “Despesas”, seção “Favorecidos” são publicados os dados “das pessoas físicas ou jurídicas, fornecedoras de produtos ou serviços aos Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual, organizadas por Nome ou Razão Social, CPF e CNPJ.” Quando procuro pelo nome do secretário Elber Andrade Batalha de Goes, tenho uma interessante surpresa...
Lá está o nome dele, grafado em duas linhas –aliás, trata-se do único nesta condição–, identificado com dois diferentes números no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Receita Federal. Liguei para a Secretaria de Turismo para obter informações sobre a divergência (ou ocorrência, se preferirem). O secretário foi muito gentil e me disse tratar-se de “um erro da CGE”. Os valores pagos a Elber Andrade Batalha de Goes são idênticos nos dois CPF. Não duvido que seja um erro, de fato. Mas, mais uma vez, é o governo Marcelo Déda errando, talvez por displicência, talvez por incompetência, talvez por motivo menos inocente...
Elber Andrade Batalha de Goes disse que vai, mais uma vez, procurar a CGE para “corrigir a falha”. Esperamos que seja breve, afinal um cidadão em função pública com dois números de cadastro na Receita Federal cria uma sensação muito, muito estranha! Abaixo, cópia das páginas do portal Transparência Sergipe (clique na imagem para ampliar), ligado à Controladoria-Geral do Estado, que parece andar nas nuvens –aliás, nenhum novidade nesta gestão do PT.
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Domingo, 10/07/2011 | 14h40
Das virtudes do decrescimento sereno
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Em meio à campanha eleitoral de 2010, pude desfrutar de um instante impar. A leitura –e posterior sucinto debate– do excepcional estudo “Pequeno tratado do decrescimento sereno”, escrito pelo professor emérito de economia da Universidade de Paris–Sud XI (Orsay) Serge Latouche, presente que me foi dado pelo mestre-filósofo e jornalista Sávio Grossi, mente brilhante com a qual tive o prazer de estabelecer prolíficos colóquios e de quem tornei-me grande admirador.
No livro, sem o tom do economês –eis seu grande mérito: traduz o atual debate econômico/social em linguagem palatável–, o professor francês reflete sobre como a atividade humana abusa da capacidade de regeneração dos ecossistemas do planeta, a ponto de comprometer os objetivos econômicos, sociais e sanitários fixados pela Comunidade Internacional, através da Organização das Nações Unidas (ONU), as chamadas “Metas do Milênio”.
Em geral, vindo de um pensador de esquerda, o estudo poderia ser classificado, a priori, como “anti-capitalista”. No entanto, com bases históricas e filosóficas sólidas, Serge Latouche propõe um debate acima do sistema político-financeiro-econômico, no caso a adição de capital ao capital, indo de encontro ao modo de vida da civilização humana, o consumo desenfreado e as consequências deste crescimento infinito num mundo finito, com recursos renováveis cada vez mais escassos.
O decrescimento proposto pelo cientista francês decerto não é uma inversão mecânica do crescimento, mas a construção de uma sociedade mais sóbria e, sobretudo, mais equilibrada. Com efeito, seria o abandono do crescimento ilimitado, objetivo cujo real interesse não é outro senão a busca do lucro por quem detém o capital, com consequências desastrosas ao meio ambiente –prejuízos que terão de arcar as gerações futuras, em detrimento do bem-estar de quem hoje habita a Terra.
Serge Latouche alerta: “A regressão social e civilizacional é precisamente o que nos espreita se não mudarmos de trajetória (...) uma sociedade cuja meta seja viver melhor, trabalhando e consumindo menos. Uma proposta necessária para que se volte a se abrir espaço à inventividade e à criatividade do imaginário, bloqueado pelo totalitarismo economicista, desenvolvimentista e progressista.” Neste sentido, em um sistema baseado na acumulação ilimitada, quando há desaceleração, ocorrem as crises, como as que vemos na Europa (zona do euro) e EUA, agora...
Para finalizar esta minha retórica domingueira (sobretudo após saber que em outubro a humanidade alcançará a cifra de sete bilhões de viventes), pois seriam necessárias muitas e muitas páginas para prosseguir com um debate tão excitante, acresço –com perdão da palavra– a este escrito o que Serge Latouche chama de “ingredientes necessários à sociedade de consumo (desenfreado)”: a publicidade, que cria o desejo; o crédito fácil e “vantajoso”, que fornece os meios à aquisição de bens e produtos que por vezes não se precisa; e a obsolência acelerada (e programada) dos produtos, que renova a necessidade incessante deles. No tocante à publicidade, não sem razão, tem o segundo maior orçamento global, perdendo apenas para o da indústria de armamentos bélicos.
O debate proposto por Serge Latouche não para aqui, naturalmente. Para prossegui-lo, sugiro que se leia o livro...
Não faltará oportunidade para um embate baseado nas suas revolucionárias ideias, que, aliás, não surgiram com ele, mas pela observação de vários homens e mulheres, ao longo do último século, para quem a acumulação de riqueza tem sido bastante nociva à humanidade.
E me vem à mente a história do monge que foi visitado por um homem muito rico. Ao adentrar no amplo santuário-casa, o estrangeiro notou a completa ausência de móveis (havia apenas uns poucos tapetes espalhados ao léu) e quis saber o porquê. O monge, para surpresa do visitante, lhe fez a mesma inquirição: “E os seus móveis, onde estão?”, ao que ouviu: “Mas eu estou aqui de passagem!” “Pois é, eu também”...
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PS – As contradições da vida... Hoje, revendo alguns vídeos que considero muito interessantes no YouTube, detive-me num que trata sobre a evolução da qualidade de vida (saúde) da humanidade nos últimos 200 anos. O médico inglês de origem dinamarquesa Hans Rosling mostra a história do desenvolvimento do planeta nos últimos dois séculos, transformando estatísticas em animação gráfica interativa. O material, de grande relevância, foi exibido no programa “The Joy of Stats”, da BBC 4, e está legendado em português. Vale a pena conferir...