CHOROSA, A DEPUTADA GORETTI REIS FALA
COM PROPRIEDADE SOBRE “POLITICAGEM”
Eis pois que o buraco é mais embaixo... Aliás, como afiançou o famoso filósofo chinês do século VII a.C., Lao Tsé, a quem se atribui a autoria do “Tao Te Ching”, obra fundadora do Taoísmo, “Aquele que tudo julga fácil, encontrará muitas dificuldades”. Hoje no rádio, chorosa, a secretária de Saúde de Aracaju finalmente admitiu: “Temos tido muita dor de cabeça à frente da secretaria”.
Interessante também foi a afirmação de que o seu “perfil de administração” não permite espaço para a “politicagem”, a maior piada contada neste ano por uma autoridade pública. Quando o prefeito João Alves Filho efetivou Goretti Reis no comando da SMS, não o fez por outra razão senão a... politicagem – para ela, os cargos poderosos destinados a aliados seus; para ele, os votos de Lagarto; e de lambuja, ainda os votos de Ribeirópolis, com o suplente de deputado Antônio Passos empossado.
O motivo para Goretti Reis se lastimar de manhã cedo seriam as cobranças de certos “privilégios” por parlamentares supostamente aliados. A deputada apelou: “O prefeito João Alves Filho pode ficar à vontade (para substituí-la), caso esteja recebendo pressão de vereadores (que dela reclamam).” Um dos edis acusados de solicitar no gabinete da secretária a marcação de exames e consultas em postos de saúde, “furando a fila”, Agamenon Sobral desafiou a gestora: “Prove que lhe fiz um pedido indecente...”.
Considerado por colegas de parlamento como “atabalhoado”, o vereador se destaca pelo comportamento “agressivo”. Pode até ser encaminhado para julgamento no Conselho de Ética. Mas a prática de fazer pedidos diretos aos secretários, para atender eleitores, não faz de Agamenon Sobral um indecente, como Goretti Reis tentou pintá-lo. Afinal, a secretária atende a inúmeros pedidos semelhantes todos os dias, oriundos inclusive do Gabinete do prefeito.
O problema de Goretti Reis remete àquela frase lá de cima, sobre achar tudo “fácil”. Tanto a ilustre deputada quanto o descolado prefeito João Alves Filho intuíram estar plenamente “iluminados” com o saber celestial, para resolver rapidamente os mais de 30 anos de desmandos, patifarias, corrupção e locupletação promovidos pela turma da esquerda. Obviamente, somente agora dão-se conta da colossal esculhambação deixada pelos que nunca se dedicaram a administrar com seriedade. Não há como agradar a todos!
Pensasse um pouco menos na própria reeleição e se dedicasse de corpo e alma à gestão da Secretaria de Saúde; fosse corajosa para se livrar da cambada militante ligada ao PT e agregados que ainda mantém na SMS; tivesse menos arrogância para se julgar capacitada e, mais das vezes, fosse menos indisciplinada com quem ajudou a transportar o andor eleitoral de João Alves Filho em 2012, talvez – mas somente talvez! –, quem sabe, a deputada Goretti Reis pudesse sair da arapuca na qual agora se debate, lacrimejosa...
Como disse Lao Tsé, “Aquele que tudo julga fácil, encontrará muitas dificuldades”. Que fique a lição para os demais da raça... que se julgam também muito espertos! Não é, José Carlos Machado?
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Por David Leite | 13/08 às 15h30

JOSÉ CARLOS MACHADO É UM CABRA IMPOTENTE
E DOUTOR ROGÉRIO CARVALHO A “BOLA DA VEZ”
A democracia, “o pior dos regimes, fora todos os outros”, como diria Winston Churchill, permitiu o retorno ao poder de um político tido pelo petismo como morto e sepultado, após as muitas tentativas de sufocá-lo. João Alves Filho, tal como o pássaro da mitologia grega, ao “morrer” politicamente teria entrado em autocombustão e, passado algum tempo, renasceu das próprias cinzas. Ao lado da fênix democrata, o leal José Carlos Machado, amigo do prefeito de Aracaju desde a época da faculdade. Lá se vão quase 45 anos de convivência...
Diariamente, João Alves Filho enfrenta um dilema crescente. Imaginou que seria fácil, por causa da experiência anterior – foi alcaide entre 1975 e 1979, nomeado pela Ditadura Militar –, dar solução aos acachapantes problemas da capital sergipana, após 30 anos de gestões atabalhoadas, desprovidas de projetos sérios e afeitas somente às facilidades financeiras advindas do poder emanado pela caneta do prefeito, espécie de supersíndico. O democrata descobriu-se diante de um desafio monumental, caracterizado pelo “varejo”!
Não é tarefa fácil tentar superar a impotência/inapetência que afundou a prefeitura, sobretudo nos últimos 12 anos (de espertezas com contornos cada vez mais extraordinários – que o digam os próceres da construção civil). A paciência do povo se esvai... São tantas as mazelas encontradas que ou se promovem mudanças positivas já ou a imagem pública de João Alves Filho chegará ao final do ano arrombada, em prejuízo imediato ao projeto político que efetivaria o vice-prefeito de Aracaju no cargo hoje ocupado pelo Negão.
Ao vice-prefeito foi delegada a tarefa de tocar o dia a dia típico de uma gestão municipal, enquanto o Negão trata do macro, uma aptidão “natural”. José Carlos Machado contudo, apesar de bastante imiscuído no “varejo”, vê-se impotente para dar celeridade e até um certo rumo à administração. Para piorar, tem demonstrado inquietação com a falta de “profissionalismo” e a demência de alguns secretários e assessores diretos. Não era para menos, diante do inequívoco erro estratégico de manter nos cargos “técnicos” vermelhos de carteirinha.
Com justeza, agora José Carlos Machado cobra uma ajudinha do deputado federal Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho – a quem, frise-se, ele “não acusa de nada”. Quer que o petista use o prestígio supostamente mantido junto ao ministro da Saúde Alexandre Padilha, para desatar alguns nós. Nos últimos dias, com sua peculiar cara de pau-brasil, o ex-secretário de Saúde fez incursões por microfones matinais explicando como melhorar o serviço que ele fez naufragar com perícia, para, politicando com a saúde alheia, chegar à Câmara dos Deputados.
Por inúmeras razões, cabe ao Doutor Rogério Carvalho colaborar para diminuir a esculhambação promovida por ele e equipe, cuja influência na Prefeitura de Aracaju perdura ainda hoje, mesmo sob a batuta do arquirrival João Alves Filho. O melhor exemplo é a presença da esposa do ex-prefeito petista de Propriá Paulo Brito, enfermeira Tina Luíza Cabral – também militante do PT e cupincha do Doutor Rogério Carvalho, por quem foi indicada –, no comando do Núcleo de Controle, Avaliação, Auditoria e Regulação (Nuccar), função mais importante na estrutura da Secretaria Municipal da Saúde, depois do cargo de secretário.
Vejam a que ponto chegamos: pela força política que ainda detém na prefeitura democrata de Aracaju, a estrela do PT Doutor Rogério Carvalho é agora o fiel da balança e, pasmem, está sendo requisitado pelo vice-prefeito para dar “uma força” à gestão. Pode não ser lá muito conveniente, politicamente falando. Mas que é engraçado, isso é... Muito, aliás!
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Por David Leite | 12/08 às 18h05