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Sexta-feira,
02/12/2012 | 12h25 | Por David Leite
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de Marcelo Déda no “Valor”: um tiro no próprio pé?
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Os
governos – sei disso, pois integrei a cúpula da Comunicação
na gestão de João Alves Filho, entre 2003 e 2006 –
tendem a crer que, buscando como referência um instrumento
midiático de peso, podem agregar valor político, com
potencial de ampliar a imagem pública positiva; ou, numa única palavra: votos!
No
caso em voga, refiro-me ao caderno especial sobre a economia de
Sergipe, publicado na segunda-feira, 28/11, pelo jornal Valor Econômico , ligado à Folha de S. Paulo e a O Globo. Quem o lê
sem o devido cuidado, terá uma visão de “realidade
fantástica”, distante do mundo real.
Um
bom comparativo é o do PIB sergipano, índice que mede
toda a riqueza produzida no Estado durante um período.
Vejamos: ele finalizou 2006 elevado a 3,99%. Em 2007, saltou para
6,10%, vindo a cair para 5,09% em 2008 – dados futuros não
foram divulgados!
Questionamentos:
poderia o PIB sergipano ter dado um salto exponencial em 2007, o
tumultuado primeiro ano da gestão Marcelo Déda, se já
não estivesse estimulado por ações realizadas
nos anos anteriores? Por que teria caído justamente no ano
seguinte, já sob a gestão petista?
Outros
dados, também bastante interessantes, corroboram a mesma
visão: a gestão Marcelo Déda pega carona no
trabalho realizado por João Alves Filho, também no
quesito desenvolvimento econômico e social. Senão,
vejamos...
Entre
2002 e 2008, a renda sergipana aumentou de forma acelerada, chegando
a um PIB per capita de R$ 9.781, enquanto o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), de acordo com levantamento do Banco
Central, considerando o período até 2007, atingiu 0,77,
o mais alto do Nordeste à época e hoje muito próximo
do índice do Brasil, que chegou a 0,816. Trocando em miúdos: sem um bom começo, como progredir?
Claro
que é inegável, mesmo para os membros do Partido da
Imprensa Governista (PIG), o papel fundamental da gestão de
João Alves Filho como base de todos os projetos tocados por
Marcelo Déda – das pontes, ao plano de expansão
industrial (apesar da ausência da Refinaria Atlântico, da ampliação do Porto de Sergipe e da implantação da Zona de Processamento de Exportações - ZPE), passando pelo claudicante Parque Tecnológico de
Sergipe, ainda hoje praticamente no mesmo nível deixado em fins de
2006.
Os
petistas tentam, através de material publicitário
publicado (pago a pese de ouro) num jornal de credibilidade e repercussão nacional,
apresentar a gestão de Marcelo Déda como magistralmente
operosa. Mas os próprios dados apresentados na publicação sugerem
um governo passivo, leniente e sem criatividade!
Lamentavelmente,
em alguns setores como saúde, segurança pública
e educação, nem mesmo manter o básico em funcionamento, pelo menos num nível do aceitável/suportável, os petistas
conseguiram. Mas esta é outra (longa e modorrenta) história...