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Sexta-feira, 09/12/2011 | 8h50 | Política
Onde Almeida Lima acerta – e onde erra feio!
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Como disse em escrito recente (vide mais abaixo), Almeida Lima não é um político qualquer. Poucos homens públicos têm tão poucos “amigos” de longas datas como o deputado federal. Não é por acaso: o cujo é um homem de temperamento forte, aguerrido defensor da opinião própria, e prova disso, agora mesmo preferiu – ou quem sabe foi compelido a tanto – deixar o manto sagrado da Base Aliada do Governo Federal, para abrigar-se sob o cobertor curtíssimo do PPS, um partido meia-boca.
Almeida Lima quer ser o próximo prefeito de Aracaju. Além de justo, o pleito do ex-prefeito tem respaldo numa parcela importante da comunidade. Almeida Lima não foi o administrador mais brilhante, operoso e desenvolvimentista a passar pela Prefeitura de Aracaju, mas tem o mérito de ter posto a casa em ordem, após a fatídica gestão de Wellington Paixão e o desastroso meio mandato – deixou o cargo para concorrer com Albano Franco ao Governo de Sergipe – de Jackson Barreto, de quem era vice.
O deputado acerta quando deseja retomar as rédias da prefeitura, hoje transformada em lupanar de interesses privados e políticos, cujo maior empreendimento é irrigar sobejamente os cofres de empreiteiros, concessionários de serviços públicos e Organizações Não Governamentais ligadas ao PT e PCdoB. As promessas de Marcelo Déda de desprivatizar a administração municipal, referendadas posteriormente por Edvaldo Nogueira, eram conversa para boi dormir...
Além de Almeida Lima, há outros nomes dispostos a disputar o cargo de prefeito. No caso dos candidatos governistas já declarados – deputado federal Rogério Carvalho e deputada estadual Ana Lúcia Menezes, os mais competitivos –, a campanha começou! Outros candidatos da situação a despontar com boas chances de concorrer sem fazer feio são o deputado estadual Adelson Barreto e o deputado federal Valadares Filho. Na oposição, o nome forte (e mais bem posicionado nas pesquisas, bem à frente de todos os demais) é o de João Alves Filho, ainda não declarado candidato e cuja ação tem sido mínima.
Almeida Lima erra descomunalmente ao não observar um detalhe importante no processo eleitoral, já tão antecipadamente deflagrado: a opção da maioria dos aracajuanos pelo Negão (sem lhe tirar os méritos pessoais, claro) ocorre NÃO por amor desmedido ao ex-governador, mas pelo desejo de punir o engodo, a falação palanqueira, a palavra traída, a soberba, a ganância... Trocando em miúdos: gestor responsável por grandes mudanças na geografia de Aracaju, João Alves Filho é visto como “tabua de salvação” para fugir dos trapaceiros. Caso Almeida Lima, ao invés de atacar “desafetos” políticos, centrasse em propostas a inteligência privilegiada, a cultura absorvida e o cabedal administrativo já testado, quem sabe seria bem mais notado, sobretudo pelos jovens que anseiam por um líder antenado, disposto e preparado.
Como solucionar o caos no trânsito, como acabar com a mamata do lixo e transporte público, como adequar a saúde as exigências do cidadão, como elevar o nível da qualidade no ensino, como preparar a cidade para os desafios do futuro – inclusive tecnológicos, como gerar empregos... Questões que, com o aparato disponível, Almeida Lima poderia transformar em debate público, mostrando-se não como alternativa, mas como A Alternativa!
Esta reflexão serve, obviamente, para quase todos os concorrentes, mas dirijo-me em especial ao danado do Almeida Lima por considerá-lo afeito aos grandes desafios, atributo essencial para quem pretende provar aos aracajuanos em 2012 que não está para brincadeira – nisso o Negão pinta e borda, com os pés nas costas!
Meu lamento, portanto, é ver um bom sujeito como Almeida Lima, com tanta bagagem política, autoridade conquistada e vontade de fazer, perdido (ou achado?) em miúdas querelas...


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Quarta-feira, 07/12/2011 | 17h00 | Política
Santas questões incômodas
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O diligente Ministério Público Federal (MPF) ajuizou hoje três ações de improbidade administrativa contra o ex-secretário de Educação de Sergipe (governo de João Alves Filho), Lindbergh Gondim de Lucena e outros 15 ex-servidores da Secretaria de Estado da Educação (SEED), além de ONGs e seus representantes. Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) a comprovar a existência de “direcionamento nas licitações para contratação dos convênios” serviram de base para o MPF deflagrar os processos.
Os relatórios apontariam desde ausência de alguns documentos exigidos em licitações a superfaturamentos que vão de cerca de R$ 9.600 a mais de R$ 210 mil. Teriam sido feitos ainda diversos pagamentos antecipados às ONGs vencedoras das licitações fraudadas – em vários cheques emitidos, não havia sequer a comprovação da destinação do pagamento.
Em outro caso relatado pela CGU ao MPF, teria ficado constatado que a SEED poderia ter reduzido as despesas com um “workshop” para professores, que teve menos inscritos do que o estimado, contudo, a secretaria optou por fazer o pagamento do valor total. Desta forma, um seminário que custaria R$ 346 por aluno inscrito, acabou custando R$ 1.244,39 por aluno, já que dos 615 previstos, apenas 250 efetivamente se matricularam e apenas 171 concluíram o curso.
Total da suposta “farra” na SEED no governo de João Alves Filho? Uma ninharia! Merece punição? Obviamente que sim – e a Justiça, se entender que há algo de ilegal, certamente punirá...
Agora, tratando sobre outra ONG: mais de R$ 30 milhões foram repassados pela Prefeitura de Aracaju, nas gestões de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira, à Sociedade Eunice Weaver. Em 2009, após muita chorumela de alguns vereadores da oposição, os pagamentos à ONG foram suspensos e ela sofreu intervenção. De lá para cá, alguém ouviu falar em alguma ação de improbidade administrativa contra quem fez sumir pelo ralo da corrupção mais de R$ 30 milhões?
Porventura o assunto “não interessaria” nem à Controladoria-Geral da União (CGU) ou ao Tribunal de Contas da União (TCU), visto que parte significativa dos repasses à Sociedade Eunice Weaver era de recursos federais? Onde está o dinheiro desviado pela Sociedade Eunice Weaver? Por que pegar “peixes” pequenos e esquecer os “tubarões”? A quem interessa não punir as maracutaias realizadas na Prefeitura de Aracaju, desde 2003? Por que somente colocar o governo de João Alves Filho na berlinda, justamente quando o Negão desponta como favorito nas pesquisas, e esquecer a turma do poder?
Santas questões incômodas...

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Quarta-feira, 07/12/2011 | 16h00 | Sociedade
Porque sim, devemos regulamentar a maconha!
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A ignorância é a arma dos governantes: “Estou explicando para te confundir, estou te confundindo para te esclarecer! Ontem comecei a ler a revista TRIP número 200 no meu IPad, que traz FHC na capa: uma edição dedicada totalmente à maconha, seus usos e “frutos” – a inclusão da edição da revista Trip de 15 anos atrás com Tim Maia falando sobre a droga é impagável.
O ex-presidente do Brasil dá uma aula de como lidar, filosófica e sociologicamente, com a questão da maconha e as implicações por ainda não haver sua regulação no Brasil – atenção, não é le-ga-li-za-ção, mas regulamentação; ou seja, criar leis federais para reger a produção, comercialização e consumo, como se faz com os cigarros e o álcool.
Nesse sentido, o vídeo indicado no link (http://www.youtube.com/watch?v=snnJ0-VAETw&feature=share) contribui muito com o debate sério e isento que o assunto requer! Não devemos esquecer, estamos no Século XXI e o ser humano deve ser livre para fazer suas escolhas, inclusive no campos das drogas. Proibir o uso da maconha, está provado, não deu certo.
Talvez, como se fez com o álcool, o ideal seja mesmo criar um mercado controlado. Por fim, seria ótimo para a economia do país se a maconha fosse, finalmente, taxada.
Parabéns aos criadores do vídeo. Espero que curtam...
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PS - Para quem tem IPad, o APP da revista TRIP (gratuito) dá acesso às últimas seis edições da revista, de graça. Baixe e curta. São edições primorosas.


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Terça-feira, 06/12/2012 | 09h05 | Política
Por que o Negão incomoda tanto o deputado Almeida Lima?
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O deputado Almeida Lima diz ter assumido o compromisso consigo, com a sociedade e com a História, de que “nada ficará escondido”, no tocante à política recente de Sergipe. Políticos devem debater, denunciar, contestar, reverberar, contraditar, sugerir... Almeida Lima pede-me para aguardar, pois “temos muito tempo pela frente”.
O próprio Almeida Lima encarregou-se de antecipar o embate de 2012, quando passou a escrever e opinar na imprensa (direito dele, aliás), sobre líderes políticos com os quais já repastou num passado próximo, mas que hoje teriam, “em tese”, interesses partidários conflitantes. A política é assim...
Almeida Lima afirma que estou eu aperreado. Diz ainda que não perderei “absolutamente nada” por esperar. Motivo para tanto esparro? Ironizei-o no Twitter por certa afirmação, numa entrevista ao site Universo Político. A pérola merece ser reproduzida: “João Alves Filho faz crítica aos atuais gestores (governador Marcelo Déda e prefeito Edvaldo Nogueira), alegando, inclusive, que ambos estão destruindo nossa capital. Embora seja a afirmativa verdadeira, João Alves Filho não tem autoridade para (fazer) tal afirmativa, pois como prefeito e governador, DESTRUIU MAIS ARACAJU que os atuais gestores.”
Almeida Lima não é um político qualquer. Como senador, foi o único sergipano a presidir a poderosa Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. Por combater a “gloriosa” Ditadura Militar, o hoje deputado federal teve de esconder-se, para não ser preso e possivelmente torturado. Não consta que responda a processos por improbidade administrativa, apesar de ter sido (um bom) prefeito de Aracaju (1994/1996).
Desconheceria o prezado Almeida Lima que Aracaju tem duas fases: antes e depois de João Alves Filho? Certamente não, sobretudo pois, em 2002, estava ele candidato a senador numa chapa com... João Alves Filho e, justiça seja feita, trabalhou com afinco junto às lideranças comunitárias da capital para, naquele segundo turno, angariar votos decisivos para eleger o Negão governador.
À época, talvez, João Alves Filho ainda não tivesse tido o devido tempo para destruir Aracaju mais que os atuais gestores – ou, quem sabe, os belos olhos castanhos de Almeida Lima ainda não estivessem plenamente embotados pelo mel da... “mosca azul”.
Pimba! “Mosca Azul”. Eis a questão... João Alves Filho é hoje o nome preferido da população de Aracaju, não obstante ainda não se dizer candidato, para substituir o atual prefeito Edvaldo Nogueira, fato que apoquenta sobremaneira o ego de Almeida Lima: perder uma nova eleição (a terceira) para prefeito de Aracaju seria um desastre!
Ainda bem que o destemido deputado tem como ídolo basilar o filósofo grego Aristóteles, que dizia: “A esperança é o sonho do homem acordado.”
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O Negão (ainda) é a bola da vez – Parece que vive-se hoje o efeito “bateu, inchou”, que já fez de Jackson Barreto, atual desafeto de Almeida Lima, uma lenda política em Aracaju: quanto mais apanha dos adversários, quanto maiores sejam as críticas, ilações e perseguições, mais a população de Aracaju cristaliza a intenção de voto em João Alves Filho, conforme se pode deduzir a partir dos números da pesquisa do Instituto Opinião, realizada entre 02 e 03/12, e que foram divulgados hoje por Gilmar Carvalho, na Ilha FM.
Pesquisa do Instituto Opinião / Estimulada
João Alves Filho – 39,8%
Adelson Barreto – 14,70%
Valadares Filho – 10,3%
Rogério Carvalho – 8,90%
Almeida Lima – 7,05%
Ana Lúcia Menezes – 5,0%
Laércio Oliveira – 2,4%
João Fontes – 0,6%
Valmor Barbosa – 0,2%
Professora Avilete – 0,1%
Não sabem – 4,3%
Não votariam em nenhum dos nomes – 5,7%