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Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2012 | 13h15 | Eleições 2012
João Augusto Gama, o jactancioso, contesta Almeida Lima
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Após plantar muito vento, Almeida Lima finalmente colhe agora enormes tormentas – mas não se iludam: ele gosta dos desaforados imbróglios públicos; parece alimentar-se deles, aliás! O “Katrina” da hora é o empresário Augusto Gama, prefeito de Aracaju (1997/2002) meia-boca, levado ao cargo pelo ex-mago Jackson Barreto, quando este ainda detinha algum prestígio político em Aracaju.
O jactancioso Augusto Gama diz ter ficado um monte de “noites sem dormir”, coitado, apenas para “consertar” a bagunça deixada pelo hoje deputado do PPS. Cá entre nós, suspeito que muitas e muitas garrafas de uísque envelhecido e decantados vinhos foram detonadas nessas fartas noitadas... mas isso é outra querela!
Almeida Lima teria deixado, pelo prontuário divulgado por Augusto Gama, certa “herança maldita”, qual seja: salários de servidores atrasados (outubro, novembro e dezembro de 1996, mais o 13º) e contas (R$ 2 milhões) bloqueadas por falta de pagamentos ao Instituto de Previdência de Sergipe (Ipes). O ex-prefeito alega ter tido “dificuldades enormes” por mais de dois anos para tocar a gestão, pois pegou “a casa totalmente desarrumada”.
A aura de bom gestor de Almeida Lima sofreria com o ataque um arranhão irreparável? Sem dúvida, é justamente esta a real intenção de Augusto Gama, sob os auspícios do vice-governador Jackson Barreto: enquanto perde tempo nas réplicas/tréplicas e explicações, o deputado deixa a verdadeira campanha de lado. Santos pedregulhos no caminho...
A conta é simples: quem é, eleitoralmente falando, o milionário João Augusto Gama? Não concorrer à reeleição em 2000 diz muito acerca do conceito público da sua gestão. O candidato Marcelo Déda, cujo discurso tratava justamente da incestuosidade malandra a unir prefeitura, grandes empreiteiras e concessionários de serviços públicos, dizia: “Vamos desprivatizar a administração”. Claro, era papo para boi dormir, mas exemplifica o nível da esbórnia praticada naqueles idos.
Ao promover “tempestades” sem futuro político plausível, utilizando o rádio e também as redes sociais para calcinar desafetos (pessoais?), Almeida Lima galga mais e mais antipatia pública. O eleitorado, caríssimo deputado, quer soluções para os graves problemas de Aracaju, não mais o ignóbil bate-boca característico do reinado de Jackson Barreto.
Prezado Almeida Lima, ilustre respeitável público, tudo indica, o nobre candidato ainda não se apercebeu, mas o momento histórico é outro...