E.Zine 29/06 N95

CORRIDA ARMAMENTISTA O povo brasileiro deve ficar alerta. O ditador venezuelano Hugo Chávez está se mobilizando para adquirir submarinos russos de última geração. Se a compra for realmente concretizada, a supremacia militar brasileira na América do Sul pode estar ameaçada. O alerta foi feito pelo pesquisador de assuntos militares da Universidade de Juiz de Fora (MG), professor Expedito Carlos Stephani Bastos. Conforme noticiou a Folha de S.Paulo (28/06), Hugo Chávez está em Moscou desde ontem e teria dito que a aquisição dos submarinos vai depender de "condições favoráveis". A expectativa é pela compra de cinco unidades. Um negócio em torno de US$ 1,5 bilhão. Ano passado, o ditador venezuelano já havia incorporado à sua frota militar caças Sukoy (russos) de quinta geração. Os aviões, de certa forma, já ameaçam a supremacia brasileira. Desde a I Guerra Mundial, quem domina os ares, domina a guerra. E após a II Guerra, o mesmo pode ser dito sobre os mares para quem detém o poder submarino. As questões são: por que Chávez está se armando tanto? A quem pretende combater ou de quem busca se proteger? Teria o governo venezuelano capacidade tática e estratégica para usar com responsabilidade tamanho poderio e equipamentos tão modernos? Que medidas irá tomar Sua Inocência o compadre-salvador da Pátria -ou será que mais uma vez vai dar apoio ao colega vermelho? O Brasil precisa acordar urgentemente para as sandices de Chávez, antes que seja tarde demais e acabemos alvos fáceis das loucuras de um ditador que se supõe acima do bem e do mal!

  • Bom S.Pedro e um grande final de semana. Até segunda!

E.Zine 28/06 N94

VAI TER CORAGEM? Governos detestam CPI. Essa história de parlamentar investigando desmandos parece causar calafrios nos mandatários de plantão. Depois da sangrenta passagem da Operação Navalha, a oposição tratou de buscar assinaturas para instaurar no Congresso Nacional a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apuraria as peripécias da periguete baiana Gatuna. Assustados, vermelhos com escritório no Palácio do Planalto acordaram cedo e trataram de trabalhar. Pimba, mais uma CPI foi enterrada! Desde quando assumiu a Presidência, Sua Inocência o compadre-salvador da Pátria já despachou para o inferno umas cem CPI. Também, convenhamos, para que tanta investigação num país tão livre de "oportunistas" quanto o Brasil? No início da semana, a Ordem dos Advogados do Brasil (Sergipe) entregou ao presidente da Assembléia, o barão de Canindé Ulisses Andrade, pedido para criar a CPI da Deso. Querem os causídicos saber das finanças da empresa de saneamento, para acabar de vez com tanto convescote de beira de esquina. Já ontem, o barão recebeu um outro pedido no mesmo sentido. Desta vez assinado pela Central Única dos Trabalhadores, representando alguns sindicatos, incluindo o dos servidores da Deso. Mas há quem aposte até mais que um cacho de bananas não ter a CPI da Deso chance de seguir adiante. A bancada da situação (leia-se, o novo governo) não quer saber de dar explicações sobre, dentre outros desalentos, por que subitamente pagou -a apenas dez dias da cortante Navalha- R$ 600 mil e uns trocados à Gatuna, conforme acerto firmado meses antes entre Flávio Conceição e o número 2 Belivaldo Chagas. Também morde os lábios quando se fala dos contratos com terceirizadas e das faturas atrasadas guardadas a sete chaves. Da parte do ex-governo, dizem lideranças graúdas e parlamentares, não há qualquer receio. As assinaturas dos deputados ligados ao ex-mandatário aguardam apenas a chegada da solicitação para adornar os papéis. Mas será que eles vão chegar? Talvez fosse o caso agora de uma intervenção direta de Sua Alteza Real, mestre em pedir CPI quando estava na oposição, determinar à bancada paga com dinheiro público para lhe garantir maioria, que instaure imediatamente a CPI da Deso. São necessárias apenas oito belas assinaturas. E só...

E.Zine 27/06 N93

GRANDE RATADA No emaranhado dos constrangimentos judiciais, das inúmeras e perturbadoras gravações a expor vísceras no jornal, no rádio e na TV, depaupera a cada dia a imagem de uma figura outrora querida, respeitada e reverenciada por todos. Hoje, ex-amigos tripudiam sobre um quase-cadáver com incontida ingratidão. O riso pelo declínio se faz amiúde, entre quatro paredes. Recluso, o poderoso de ontem enfrenta sozinho o martírio pela devoção incomensurada, ao longo dos últimos 20 anos, à causa de tantos (de todos os matizes). Antes incógnito, a imprensa fez dele o astro-monstro indesejado, o renegado da vez. Para os oportunistas, é a presa que deve ser devorada lenta e suavemente. Mas nada é dito sobre como um mar em plena calmaria de repente se transformou na maior tempestade da história política de Sergipe. Lá se vão quase oito meses e todos esqueceram que foi pelas mãos de Sua Alteza Real, num acordo com o suprapartidário José Edvan do Amorim, que o furacão Flávio Conceição chegou ao TCE. Incrível como a memória humana é frágil. Porém, o mais incrível de tudo é ler e ouvir de tantos defensores do soberano príncipe que Flávio Conceição se preparava para abusar de pressões visando auferir vantagens (políticas?) sobre o novo governo. Se for verdade, duas podem ser as conclusões: ou Sua Alteza Real, pobre coitado, desconhecia o histórico de atividades de quem apadrinhou; ou é irremediavelmente masoquista Seja como for, o garboso príncipe deve até hoje maldizer aquela fatídica noite de queijos e vinhos quando, sentado com Amorim, achou ter marcado mais um tento contra aquele de quem dias depois receberia as chaves dos cofres estaduais. Grande ratada... SEM O SER-POLÍTICO NÃO HÁ FATOS A CRITICAR A história humana é rica em momentos onde o pensar e o contrapor foram considerados desvios pecaminosos; gestos obscenos contra o poder dominante, passíveis de grave punição! O rosário de almas jogadas às feras, decapitadas, crucificadas, queimadas vivas, enforcadas, atiradas ao mar com pedras amarradas aos pés e asfixiadas em câmaras de gás somente porque ousaram manifestar seu refletir daria para dar a volta entre a Terra e Marte. A arte de pensar está irremediavelmente fundida à difusão de idéias. Sem os humanos não há idéia a professar ou proclamar. Quando aqui fazemos a contraposição a qualquer enunciado ou ação, estamos contestando não o ser enunciador-realizador, mas o ideário embutido no enunciado ou ação. Porém convenhamos, como dissociar quem pensa do que pensa? Como criticar a formulação sem atingir a imagem (pública e até privada) do formulador? Como, por fim, dissociar quem faz da ação que realiza? A complexa arte do pensar, especialmente do pensar político (seja ele isento ou não de crítica), tem como atributo primaz a dialética dinâmica dos fatos. Os pensadores são primordiais porque são eles os elementos a produzir tal dinâmica -algo certamente salutar, do ponto de vista democrático. Sem o ser-político, portanto, não há fatos. Sem fatos não haverá o porquê da crítica. Sem a crítica, seja ela positiva ou negativa, não há evolução. E sem evolução, a humanidade estará perdida. A crítica somente ofende quando malogra ao aspecto humano, atingindo não o gestual (ações) ou a fala, mas as entranhas do ser-indivíduo. Calcados neste viés, permaneceremos totalmente libertários, prontos à crítica porquanto opinamos diante de ocorrências factuais, livres dos sentimentos vis de perjúrio, injúria e difamação! Aliás, como diz Millor Fernandes, "O livre pensar, é só pensar!". Que seja assim também o livre criticar...

E.Zine 26/06 N92

ELES TAMBÉM? Caladinhos, os professores da rede pública estadual foram postos de lado. Categoria aguerrida, que até greve de fome usou como forma de protesto, os mestres sergipanos enfrentam o ostracismo. Diante das circunstâncias geradas quando o novo governo assumiu em nota à imprensa manter o apoio de deputados com dinheiro público -pelo menos uma declaradamente: Susana Azevedo (R$ 15 mil/mês em cargos comissionados)-, não soaria estranho questionar se representantes sindicais também estariam recebendo mimos para manter devagar, quase parando, o movimento reivindicatório. Não se trata de leviandade ou mesmo de usar um evento isolado para tirar conclusões apressadas. A verdade nua e crua, no entanto, é que, fossem outros os tempos, os professores não estariam tão letargicamente estáticos à espera do manjar dos Céus. Também não se quer com as ditas observações promover celeuma ou estabelecer um clima de guerra entre os professores e o novo governo. Porém, é justo observar: como os vermelhos são rápidos, aliás, extremamente velozes para acomodar interesses (pessoais) usando a máquina pública com o fito de garantir unanimidade, não se pode descartar ter havido mais algumas cooptações. E como perguntar não ofende... POBRE SOFRE A cidade de Aracaju cresce desordenadamente e com o avanço os vícios e ranços das grandes metrópoles surgem de modo avassalador. No tocante à segurança pública, nada espelha melhor o ritmo desenfreado da violência quanto os assaltos a ônibus. Segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública), até 20/06 foram assaltados nada menos que 170 ônibus. Claro está, a SSP não tem dado conta de proteger a frota. No ano passado, a TV Sergipe fazia questão de acompanhar mês a mês a evolução deste tipo de delito. Mas agora parece ter cansado tamanha a profusão de ocorrências a qualquer hora do dia ou da noite, atormentando a vida do trabalhador mais humilde, que usa o ônibus para todos os fins de locomoção. E o cansaço do Canal 04 tem motivo nos próprios números da SSP. Senão, vejamos: no mesmo período do ano passado, 66 ônibus foram assaltados. Isso mesmo: 66! Ou seja, no novo governo ocorreram nada menos que 104 assaltos a mais que em 2006. Lidar com tragédia desta magnitude deve estar sendo uma grande dor de cabeça para Sua Alteza Real. Quem não lembra das promessas de palanque do garboso príncipe de que a segurança seria outra caso fosse eleito? Sem dúvida é mesmo outra. E muito, muito pior, como se vê...

E.Zine 25/06 N91

CALA-TE BOCA Quando o assunto é meter os pés pelas mãos, os vermelhos são insuperáveis. Semana passada, por exemplo, nenhum membro da oposição foi capaz de causar tanto prejuízo à imagem do novo governo na mesma proporção dos próprios vermelhos. Começando pelo ser supremo, o "número 1". Hoje, graças à brilhante Comunicação de Sua Alteza Real, Sergipe inteiro sabe quanto custa mensalmente aos cofres públicos o apoio de um deputado ao novo governo. Em nota à imprensa, o soberano príncipe não apenas admitiu pagar o mensalinho (no caso sergipano o valor seria, segundo a deputada Susana Azevedo, de R$ 15 mil em cargos, fora os favores), mas o fez com tamanha riqueza de detalhes que chocou até vermelhos históricos, pois deixou expostas as vísceras do projeto político alçado ao poder com a tarja de novo. Para completar a sucessão de tragédias, durante visita a obra da avenida João Rodrigues, questionado sobre a conversa de Suzana Azevedo e Flávio Conceição (TV Atalaia, 18/06), Sua Alteza Real disse que o fato de um comissionado indicado pela deputada receber sete mil reais(?!), não quer dizer que ele tenha dado a ela essa quantia. Santa inocência! Fosse outro o governante, o Ministério Público já o teria chamado a se explicar. Mas, como é sabido, vivemos um novo tempo! Para fechar a semana de tiros no próprio pé veio o líder vermelho na Assembléia Francisco Gualberto, aquele que cassa a palavra de quem quer fazer críticas ao novo governo, dizendo que o soberano príncipe fará uma grande "revolução" na educação de Sergipe. E citou como exemplos de países que investem na educação pública a Coréia do Norte, Cuba, China e Vietnã. Em comum entre as citadas nações o fato de serem ditaduras de um só partido, coincidentemente vermelho! Ato falho do deputado? Diante de tantas situações hilárias, onde o dito acaba virando contra o próprio enunciador, melhor seria se os vermelhos dessem um tempo e mantivessem as bocas bem fechadinhas. A menos que tenham resolvido por fogo no circo de vez...