::: BOAS FESTAS :::

PAC – PROGRAMA DE AJUSTE DA CABEÇA
Caríssimo(a) assinante, o ano passou voando. Ontem era janeiro, hoje batemos às portas do Ano Novo. É momento para relaxar, depois de uma jornada intensa. Foram 212 edições ao longo do ano. O cadastro de assinantes fecha 2007 com 6.456 leitores, com média diária de 40% de retorno (e-mails abertos), conforme aferição do provedor YMLP. Nosso sítio, onde também publicamos o material enviado através do e-mail, atingiu quase dez mil visualizações de páginas com 1.379 visitantes distintos e média de 1,43 minuto de permanência, conforme o Google Analytics. Como podemos observar, o mundo da internet é uma maravilha. Se dúvidas havia quando ao potencial dessa ferramenta de comunicação, fechamos o ano a encerra-se com a certeza de muitos pontos positivos e metas ainda mais ambiciosas para 2008. A todos feliz Natal e um Ano Novo rico de saúde, paz, prosperidade, amor, sexo, dinheiro... Hoje começamos nosso PAC -Programa de Ajuste da Cabeça, que evoca o afastamento de tudo associado ao trabalho. E como bons hedonistas, vamos nos entregar aos prazeres mundanos, ao ócio criativo, festivo, etílico! Voltaremos em vinte dias. Com o respeito de sempre, David Leite

::: Quarta-feira, 19.12.2007 - Edição Número 212 :::

O MATRAQUEAR DOS TIRADOS A IMBECIS
Não tome por imbecil todos os que cultuam a seita petista, arregimentada em Sergipe em torno do divinal governo das propaladas mudanças. O suposto intelecto corroído, a cegueira de “olho vivo” e os ouvidos moucos de alguns da espécie embutem na verdade o disfarce para ludibriar aos trouxas, aqueles crédulos eleitores da cantilena agora revelada como oportunista. Ontem, durante entrevista ao radialista e deputado tampão Gilmar Carvalho, o assessor do governador Marcelo Déda, major Eduardo dos Santos, acusado de autorizar os tapas e pontapés dados nos sindicalistas da prefeitura que protestavam num posto de saúde dois anos atrás e apontado como comandante da expulsão truculenta de estudantes do hotel Parque dos Coqueiros há quatro meses, afirmou existirem oficiais na Polícia Militar procurando atrapalhar o atual governo. De acordo com o arguto major, seriam servidores ligados aos ex-governadores João Alves Filho e Albano Franco, saudosos dos governos anteriores, que hoje tentariam influenciar a opinião da tropa contra o atual governo. A condenação dos colegas por Eduardo dos Santos só comprova quão frágil é o caráter dos arautos da seita petista. Capciosamente, ele finge esquecer quando integrava o bando esquerdista plenamente amotinado, responsável exatamente por insurgir subordinados ante os adversários do PT. O comportamento de antes, agora rejeitado, era fato sobejamente admissível, pois na seita petista, para chegar ao poder, qualquer ação ou discurso é despudoradamente justificável. Na mesma linha, outros clássicos exemplos do oportunismo do PT foram apontados pelo sítio PENSANDO ASSIM (19.12): “A ponte de um é considerada eleitoreira e desnecessária; a do outro é integradora e impulsiona o turismo. Quando um falha é incompetência e má fé; quando o outro não consegue fazer o governo andar é por boicote. Os jetons de um governo são imorais; mas se é o outro quem paga está só cumprindo a lei. Convocação extraordinária da Assembléia Legislativa em um governo é perdularismo; no outro é porque seus projetos são importantes. Este é o PT na plenitude de sua incoerência e conveniência. Nada como a chegada ao poder para o partido se mostrar por inteiro”. Em resumo, a seita petista faz coisas incríveis! Conseguiu transfigurar em rameira midiática até o sacrossanto JORNAL DA CIDADE do finado Antônio Carlos Franco, desde sempre reduto de vários colaboracionistas da doutrina petista. Na ânsia de defender os áulicos companheiros governistas, o “Periscópio” (19.12) referendou a mentira deslavada como verdade cristalina:
  • Confirmação Quem esteve nos últimos sete dias no Hospital João Alves Filho pôde observar sensível melhora no atendimento, o fim das filas de macas nos corredores, a limpeza da área onde ficam os pacientes e até mesmo um tratamento mais decente por parte dos servidores para com a população. Na segunda-feira da semana passada, bem antes da visita do governador, três jornalistas estiveram por lá, sem se identificarem como tal, e confirmaram a diferença. Isso é bom para os sergipanos..
Um simples telefonema e qualquer um dos mais humildes servidores do hospital João Alves faria corar de vergonha quem publica “informação” sem checar a veracidade dos fatos. Ninguém acreditou na história do “hospital eficiente”! A imprensa não quis saber onde estão os pacientes que até sexta-feira passada se acotovelavam nos corredores. Nem se ligou na operação limpeza realizada antes da providencial e milagreira visita de Marcelo Déda. São assuntos que não interessam. Aliás, só “acreditou” no milagre do “hospital eficiente” quem é regiamente pago para isso! Hasta quando?

::: Terça-feira, 18.12.2007 - Edição Número 211 :::

DÉDA E O MILAGRE DO HOSPITAL EFICIENTE
Milagres são ações extraordinárias, sinais da manifestação divina em benefício de alguém em particular ou de várias pessoas ao mesmo tempo. O profeta Moisés operou o milagre de atravessar o Mar Vermelho ao lado de milhares de judeus por um caminho aberto entre as águas. A natureza sobrenatural de Jesus foi revelada por inúmeros milagres, especialmente as curas. A transformação da água em vinho, maior dos milagres, provava o poder divinal nele existente. Sergipe também tem um “milagreiro”. Desde janeiro, o governador Marcelo Déda tem demonstrado imensa capacidade para promover mudanças num passe de mágica. Ao assumir, sem ter assentado nenhum tijolo, fez alarde ao fechar a Casa de Detenção de Aracaju e alocar os marginais numa nova ala recém concluída no presídio de São Cristóvão. Era a primeira ação brilhante do novo governo. Outra ação cujo feito emblemático é motivo de orgulho no governo do PT é a economia de mais de R$ 800 milhões feita desde janeiro. O milagre é ter guardado tanto dinheiro, mesmo tendo recebido o estado em petição de miséria e ainda assim, graças à extraordinária capacidade transformadora de Marcelo Déda, não atrasar salários, pagar dívidas e honrar despesas e repasses constitucionais. Milagres no governo do PT são muitos. A ponte Mosqueiro/Caueira, antes uma obra desnecessária, foi milagrosamente transformada em “obra que enche os sergipanos de orgulho”. A maternidade Nossa Senhora de Lourdes, fechada até o início deste mês, apesar de totalmente pronta para funcionar, é outros dos “sinais” divinos do governo da mudança. Depois do toque do Midas, está um brinco! Mas nada se compara ao milagre operado no final de semana passado. Parecia algo de outro mundo, mas quem acompanhou a visita do governador Marcelo Déda ao hospital João Alves ficou surpreso com algo verdadeiramente extraordinário: os corredores, famosos por abrigar pacientes, estavam vazios. A incredulidade foi geral! A edição de ontem deste e.zine antecipou a operação limpeza que transformou o hospital antes da visita do governador milagreiro: “Pacientes em estado razoável foram encaminhadas de ambulância às respectivas residências, levando consigo os medicamentos receitados. Quem não tinha tal condição foi transferido para unidades de saúde conveniadas –hospital Cirurgia e outros da capital e interior. Até os sobrecarregados e deficientes hospitais da prefeitura de Aracaju entraram na quermesse do ‘hospital eficiente’”. O mais engraçado de tudo isso é ver como a banda pobre da imprensa se comporta. Transforma um descarado engodo em verdadeiro sinal da divindade entranhada na cadeira do governador. Um milagre atrás do outro...

::: Segunda-feira, 17.12.2007 - Edição Número 210 :::

OPERAÇÃO LIMPEZA
O final de semana foi bastante movimentado para o staff de assessores do deputado-secretário Rogério Carvalho e para dezenas de servidores da Secretaria de Saúde. Hoje, a partir das 11h00, acompanhado da imprensa, o governador Marcelo Déda fará uma “visita de inspeção” ao Hospital João Alves para saber se a situação de penúria, açodada pela inação do governo do PT, está sob razoável controle. Visitará também a maternidade Nossa Senhora de Lourdes, finalmente posta para funcionar na calada da noite duas semanas atrás. O motivo do reboliço do sábado e domingo foi exatamente preparar o cenário adequado a ser visto pelo povo através dos olhos da comunicação: um novo hospital, onde tudo funciona maravilhosamente bem. Para tornar a “mágica” possível, pacientes em estado razoável foram encaminhadas de ambulância às respectivas residências, levando consigo os medicamentos receitados. Quem não tinha tal condição foi transferido para unidades de Saúde conveniadas –Hospital Cirurgia e outros da capital e interior. Até os sobrecarregados e deficientes hospitais da prefeitura de Aracaju entraram na quermesse do “hospital eficiente”. Ontem, a Operação Limpeza ainda mobilizava uma imensa equipe de terceirizados. Aviso aos colegas: muito cuidado, pois em alguns pontos a tinta não secou por completo. A chegada do governador Marcelo Déda será um verdadeiro espetáculo, ensaiado exaustivamente para garantir que ele tenha sempre ao lado uma multidão de funcionários do hospital. Servirá para mostrar ao povo que aquele clima de animosidade pelo desespero de profissionais inconformados com o tratamento dispensado aos usuários é coisa do passado. A ordem é manter a arcada dentária à mostra sempre que câmeras fotográficas e de vídeo mirarem. Assim, mais uma vez, o governo do PT “inova”... Na canalhice! Incapaz de manter o Hospital João Alves funcionando num mínimo padrão de qualidade, apela para o descaramento de transferir pacientes a fim de iludir a população com a falsa sensação de organização, serviços e operacionalidade de primeiro mundo. Resta saber se, a partir de agora, todos os dias o governador da mudança vai dar uma passadinha por lá! Pois só assim, com ele na “cola”, pelo menos na base do subterfúgio, o governo das estrelas se mostra de alguma forma astutamente mobilizado e capaz. Capaz de tudo...

::: Sexta-feira, 14.12.2007 - Edição Número 209 :::

ESTADO DOS PERDIDOS
Lembra daquela satírica série da TV americana reproduzida no Brasil no finalzinho dos anos 1970, começo da década de 1980, chamada “Perdidos no Espaço”? Um casal e seus três filhos, um ex-piloto de guerra americano, um médico e um robô rodavam pelo universo em busca da Terra, que havia sumido do mapa. Os sergipanos vivem hoje situação semelhante àquela do intrépido grupo aventureiro. Em busca de um estado modernoso, descobriram-se completamente perdidos no imenso vazio da administração Marcelo Déda. Dezembro chegou e com ele o Ano Novo. Passaram-se quase 12 meses e tudo no governo da mudança cabe perfeito no buraco negro das promessas de palanque até hoje não cumpridas. Falta disposição para o trabalho, mas os salários de marajá pagos aos secretários são os melhores do Brasil. O retrato da Saúde é patético: hospitais fechados, falta de remédios e o povo morrendo como pulga; já os apadrinhados se lambuzam no mel da enxurrada de contratos sem licitação. Dias desses, um pobre coitado passou por todo o pré-operatório e já na mesa de cirurgia tentaram cortar a área da intervenção com uma “faca” (bisturi) cega; o cidadão foi mandado de volta à enfermaria até que o material cirúrgico fosse comprado. Os programas sociais de combate à pobreza se resumem a ajudar carentes filiados ao PT. Ações respaldadas pelo povo verdadeiramente necessitado, como o “Banco do Povo”, “Sergipe Alfabetizado”, “Pró-Mulher/Pró-Família” e o “Sergipe Minha Casa”, de erradicação de casas de taipa, foram parar na lata do lixo. A falta de segurança pode ser ilustrada pelos casos da delegada assaltada, da polícia de carona no carro de uma emissora de TV para chegar a um seqüestro em Monte Alegre, das fugas em demasia dos presídios, da superlotação nas delegacias. Num estado onde uma cidadã entra em um distrito policial armada e consegue resgatar o esposo que estava detido, a segurança vai muito mal. Marcelo Déda, por seu turno, está bem “achado”. Ganhou até uns quilinhos a mais. A pança é visível. O governador da mudança usa o poder obtido pelo voto para perseguir adversários e nutrir a trupe que lhe afaga o ego. Cercado de puxa-sacos dispostos a decantar-lhe as próprias virtudes, finge desconhecer a triste realidade do cotidiano. Focado apenas em interesses comezinhos e no aproveitamento rasteiro e mundano da estrutura a que todo governante tem direito, dos vinhos caros aos charutos cubanos legítimos, a grande estrela do PT sergipano age como se fosse um “novo rico”! É esperar que em algum ponto do espaço siderado desta rotina encontre ele a Terra da razão, capaz de fazê-lo deixar de lado a vida mansa e finalmente dar início ao tal governo que tiraria Sergipe do vácuo do atraso! É o que se espera para 2008...

::: Quarta-feira, 12.12.2007 - Edição Número 207 :::

SEM VASELINA
Dias atrás, o líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca, alertou sobre o comportamento do governador da mudança no trato com o Legislativo. Após denunciar que Marcelo Déda estaria governando por decreto, o deputado desnuda agora a manobra na reta final do ano para a votação de 10 projetos, polêmicos na maioria e que requerem grande discussão antes de ser votados. Reduzida a seis parlamentares, a oposição não pretende aceitar em silêncio as imposições do governo do PT. A atual legislatura se encerra amanhã e os parlamentares teriam teoricamente somente dois dias para apreciar as propostas em tramitação na Casa. Para Venâncio, trata-se de um grande absurdo, pois o governo não teve pressa de votar as proposituras durante os últimos 10 meses: “Por que a Assembléia vai ter pressa para votar tanta coisa sem discussão?”. Para os capangas infiltrados na mídia que já preparam a defesa prévia do governador Marcelo Déda, apontando a má vontade da oposição, surge o contraponto: muitos dos projetos praticamente dão carta branca ao Executivo para fazer o que bem quiser em setores estratégicos. Delegar tanto poder a um governo que flerta com o autoritarismo, o revanchismo e a esperteza não é de bom alvitre. Aproveitar-se das horas finais de um ano legislativo completinho para empurrar apressadamente nos deputados, sem nenhuma conversa, as tais propostas de mudança é mais um dos inúmeros oportunismos descarados do governo do PT. Debater é preciso! Se os deputados estaduais liberarem a prerrogativa, a próxima incursão do poderoso governador num legislativo passivamente ajoelhado poderá ocorrer sem a esperada e providencial “vaselina”...

::: Terça-feira, 11.12.2007 - Edição Número 206 :::

INFERNOS DO RETROCESSO
Os capangas midiáticos infiltrados na imprensa sergipana tentam a todo custo minimizar o desastroso primeiro ano do governo do PT. Sem poder apresentar nada de concretamente novo ao ludibriado eleitorado, a cafajestada tapa os buracos das colunas “jornalísticas” falando até da relação de Marcelo Déda com o espelho. O governador da mudança estaria esgotado fisicamente por conta do exercício mental diário, que faz tão logo acorda, para conter o excesso de otimismo. A dificuldade no controle da empolgação advém do fato de o príncipe petista enxergar um excelente futuro para Sergipe. A conversão de Marcelo Déda à futurologia é pertinente e pelo visto bastante necessária. Como seu governo não deu conta dos inúmeros problemas administrativos do presente, acreditar piamente em dias mais auspiciosos, conforme imaginado quando conversa com o próprio espelho, além da sensação de alívio pelo desapontamento causado nos que nele confiaram, dá ao governador da mudança a chance de pensar em algo positivo. Atarefadíssimo na perseguição mesquinha aos adversários e no desmonte do programa de gestão deixado pelo ex-governo, Marcelo Déda teve tempo nos últimos 11 meses apenas para guardar quase R$ 800 milhões e assinar os financiamentos dos projetos negociados pelo ex-mandatário, cuja soma prevista chega a R$ 500 milhões. As notícias alvissareiras do crescimento do PIB, melhor qualidade de vida do Nordeste (IBGE/Censo 2006), obras do PAC, conclusão de rodovias, início da ponte Mosqueiro/Caueira, entrega da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e até empreendimentos industriais e turísticos resultam na verdade das intervenções da administração anterior. Assim dito, o “céu de brigadeiro” sonhado pelo governador da mudança para 2008 nada tem a ver com um provável golpe militar aplicado desta feita pela Aeronáutica ou com alucinações provocadas pelos efeitos colaterais de medicamentosos indicados a combater o estresse. A futurologia só comprova que nem Marcelo Déda agüenta mais tanta notícia desagradável: descontrole total na Segurança, mortes por causa da imundície dos nosocômios, esperteza nas licitações da Saúde, paulada nos estudantes que protestam, desprezo pelos servidores, salários de marajás dos secretários... Lamentável perder um ano inteiro. Comemorar o quê? Para 2008, as esperanças se renovam. Dinheiro tem de sobra, projetos existem, promessas do presidente Lula da Silva de ajuda não faltam. A escassez de pessoal abalizado no Partido dos Trabalhadores é um problemão. Não se acha na esquina gestores probos e competentes, dispostos a pegar duro no batente. Estes são os grandes desafios de Marcelo Déda no ano vindouro. O PT também precisa descer do palanque e permitir a construção do almejado novo modelo de gestão, declamado em verso e prosa pelo governador eleito em outubro de 2006. Desapegar-se da Mãe-estado já seria um bom começo. Afinal, Sergipe não merece permanecer bancando os prazeres de quem nunca provou do mel nem tacanhamente focado no retrovisor, à mercê de quimeras e sempre a esperar por dias melhores! 2008 deve ser o ano da ação...

::: Segunda-feira, 10.12.2007 - Edição Número 205 :::

TRANSPOSIÇÃO DO BANESE
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Altos empresários sergipanos estão preocupados com o destino do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Com receio das represálias, comentam a boca miúda sobre certa operação ultra-secreta, engendrada entre o governo federal e o governo da mudança, visando adequar a instituição financeira à cartilha dos privatizáveis, seguindo o receituário do Banco Central para operações do gênero. Ao lidar com o mercado financeiro no Sudeste, a elite dos empresários sergipanos é sempre questionada sobre os procedimentos adotados pelo governador Marcelo Déda, especialmente na gestão estratégica do Banese. Além de administrar a folha de pagamento do Estado e da maioria das prefeituras e grandes empresas sergipanas, o Banese é responsável por fomentar o desenvolvimento do estado emprestando a juros baixos. Segundo a mais conceituada agência internacional de avaliação de risco com atuação no Brasil, a Austin Rating (05.01.2007), o banco se destaca pela “elevada solidez, tanto no âmbito financeiro como corporativo/institucional, com efeitos positivos no crescimento e sustentabilidade do banco, refletindo no desempenho fiscal do seu controlador, o Estado de Sergipe”. Por estas razões, os grandes financistas brasileiros e internacionais flertam com a privatização do banco sergipano, mas sabem que há um concorrente extremamente forte na jogada. O Banco do Brasil. O mais forte banco do País tem interesse especial pelo mercado onde o Banese é hegemônico. Para atender ao interesse do compadre-presidente Lula da Silva de aumentar ainda mais o raio de atuação do Banco do Brasil, o governador da mudança chega ao ponto de sangrar o banco sergipano, transferindo para o Banco do Brasil parte da receita do estado. No embate com o deputado Mendonça Prado duas semanas atrás, o secretário Nilson Lima (Fazenda) confessou que parte dos mais de R$ 800 milhões economizados desde janeiro pelo governo do PT estavam depositados no banco federal. Em abril de 2004, o então vereador Antônio Gois denunciou a “intenção” do governador João Alves Filho de privatizar o Banco do Estado de Sergipe. Goisinho chegou a detalhou na tribuna da Câmara como a operação era feita. As “visões” do atual presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) podem agora se concretizar, justamente pelas mãos de quem ele ajudou a eleger. O governo do PT nega a intenção de privatizar o Banese. Por mais de uma vez, o líder petista na Assembléia, Francisco Gualberto, rechaçou a possibilidade e disse que quem pretendia vender o banco era João Alves Filho. Diante de tanto alvoroço do mercado financeiro, das várias inquirições de agentes dos grandes bancos aos empresários locais e as ações sorrateiras de sabotagem do Banese realizadas pelo PT, incluindo o assassinato do Banco do Povo, só resta mesmo esperar para ver onde a novela da privatização vai acabar. Mas, como diz o ditado, onde há fumaça...

:::Sexta-feira, 07.12.2007 - Edição Número 204:::

SERGIPANOS SE SOLIDARIZAM COM DOM CAPPIO
Acompanhados do ex-governador João Alves Filho, deputados democratas sergipanos estão nesta sexta-feira em Sobradinho (BA), onde participam das manifestações em defesa do rio São Francisco. Para se solidarizar com o bispo dom Luiz Flávio Cappio, em greve de fome desde 29.11, já pela segunda vez, contra o projeto do governo federal em transpor as águas do Velho Chico, os parlamentares apresentaram uma “Moção de Solidariedade” reafirmando o compromisso do povo sergipano com a preservação do rio. Como na primeira greve de fome em 2005, dom Cappio está na capela de Sobradinho e recebeu o ex-mandatário e os deputados pela manhã. Familiares do bispo estiveram no encontro, cercado de muita emoção, pois dom Cappio tem no ex-governador sergipano uma das mais expressivas lideranças no País contra a transposição. Agora a pouco, por telefone, João Alves Filho disse a este blog que dom Cappio tem uma fibra extraordinária. “Continua de pé, rezando missa. Não é o fundamentalista que o governo federal tenta ignorar, mas um homem santo cuja trajetória de vida está intimamente ligada ao São Francisco. Diante da insensibilidade do governo do PT, resta-nos continuar lutando pela via judicial para impedir a continuidade da obra. Se depender de nossa disposição, a transposição será barrada”. Na edição de hoje, o jornal FOLHA DE S. PAULO publica artigo do ex-governador João Alves Filho em “Tendências e Debates”. Leia o texto:
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D. CAPPIO E O MITO DA FALTA D'ÁGUA JOÃO ALVES FILHO
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Com a retomada da greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio, o presidente Lula e seus áulicos tentam passar a imagem de que ele é um fanático religioso. O ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, ousa desrespeitosamente associar a imagem do bispo a uma espécie de fundamentalista islâmico.
Na realidade, dom Cappio é um líder religioso profundamente comprometido com sua principal missão, que é divulgar a fé aos sertanejos e levar a eles os eternos ensinamentos de Deus, mas sem desconectá-los do mundo injusto em que habitam.
Daí por que, convencido de que quem convive com a miséria não tem serenidade para cultivar dignamente a religião, se empenha em extirpar a miséria, defendendo os sertanejos daqueles que tentam legitimá-la com demagogia e promessas enganosas.
Trata-se de um sábio, culto, avesso à demagogia, conhecedor do sertão nas suas entranhas e, em especial, do Velho Chico, cujas margens percorreu a pé denunciando sua degradação bem antes de se falar em transposição. Um estudioso das técnicas de convivência com as secas e equacionamento dos recursos hídricos locais -tão simples e baratas que os chineses e os indianos as praticam com sucesso há milênios em regiões de climas bem mais hostis do que o nosso.
Dom Cappio tem consciência também de quatro fatos dos quais a nação precisa tomar conhecimento. Primeiro, a transposição não é destinada a salvar os nordestinos da seca, pois apenas uma minoria irrelevante do semi-árido receberá água na porta, mas se destina ao agronegócio, que utilizará uma água caríssima, levada a 700 km, que terá que ser subsidiada a vida inteira. Porém, temos milhões de hectares de terras à beira do rio cuja irrigação, sem subsídio, proporcionaria alimentos baratos e geraria 1 milhão de empregos.
Segundo, o governo, maquiavelicamente, esconde uma realidade que surpreenderia a nação: não há falta de água no Nordeste setentrional, mas, isto sim, ela existe em abundância tal que, teoricamente, daria para abastecer 100% dos nordestinos.
Terceiro, o rio São Francisco está na UTI e a transposição ameaça provocar sua morte, gerando o maior desastre ecológico e socioeconômico da história brasileira. Quarto, Lula mentiu para conseguir a interrupção da primeira greve de fome de dom Cappio, certamente com receio das conseqüências para a reeleição, com promessas enganosas de que iria parar a obra da transposição para discutir com ele, com membros da sociedade civil e ecologistas que têm propostas alternativas, demonstrando tecnicamente projetos racionais para levar água na porta pela metade dos custos para a totalidade dos dez Estados do semi-árido nordestino e mineiro. Por dois anos, o bispo esperou pacientemente a abertura do prometido diálogo, mas a resposta de Lula foi ameaçadoramente mandar o Exército iniciar a obra.
Por falta de espaço, não posso aqui detalhar o gigantesco manancial de água disponível nos Estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba, explicando a simplicidade do supracitado projeto alternativo. Faço, contudo, um convite ao ministro Geddel, que executa a obra que tanto combateu, para um debate aberto, para que a nação saiba de toda a verdade sobre essa obra freneticamente aplaudida pelos empreiteiros, seus felizes apaniguados, pelo agronegócio retrógrado, que pleiteia água subsidiada, e pela indústria da seca, que, após sua conclusão, continuaria abastecendo os famigerados carros-pipas e as latas d'água na cabeça da pobre gente dos próprios quatro Estados "beneficiários" da obra da transposição, que, tardiamente, compreenderia que foi a principal enganada pelo governo Lula, que fomenta a cizânia entre irmãos nordestinos.
Finalmente, uma ponderação final para que o presidente Lula, que, do alto de sua autolouvação costuma ser infenso a conselhos. Avalie melhor o artigo de frei Leonardo Boff, que, com a autoridade de ex-professor do então seminarista dom Cappio, com quem ele já se destacava por "uma aura de simplicidade e santidade", advertiu: "Entre o povo que não quer a transposição e as pressões de autoridades civis e eclesiásticas, dom Luiz ficará do lado do povo. Irá até o fim. Então a transposição será aquela da maldição, feita à custa da vida de um bispo santo e evangélico. Estará o governo disposto a carregar essa pecha pelo futuro afora?".
. JOÃO ALVES FILHO, 66, é engenheiro civil. Foi governador de Sergipe por três mandatos (1983-87, 1990-94 e 2003-06) e ministro do Interior (gestão Sarney). É autor de, entre outros livros, "Transposição de Águas do São Francisco: Agressão à Natureza vs. Solução Ecológica". jaf.sergipe@gmail.com

Quinta-feira, 06.12.2007 - Edição Número 203

::: NOTA
Na terça-feira, recebi a notícia do assassinato do irmão do meu pai, tio Unaldo Bispo, vítima de um assalto ocorrido no interior do Ceará. Como em casos assim, a família esteve mobilizada para tomar as providências legais. Motivo pelo qual não pude postar o material de ontem. Pelos transtornos, nossas desculpas.
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::: SE FALTA MORAL
Quem ouviu a entrevista do presidente reeleito do PT (JOVEM PAN FM, 03.12), secretário de Meio Ambiente Márcio Macedo, deve ter se espantado com a humildade do rapaz, flagrantemente contrastando com a forma beligerante da sua campanha eleitoral. Dos palanques, para impressionar a patuleia e aparentar destemor, Márcio destilava ódio pelo adversário da vez. Referia-se ao ex-mandatário como malfeitor, cuja "navalha" política, tão carregada de simbolismos quanto às usadas pelos mafiosos italianos até hoje para ostentar poder e glória, deve ser combatida sem trégua.
Desprezíveis são os homens que não comungam nem se devotam à seita petista. Bastou a reação de quem não leva desaforo para casa, especialmente quando sente a honra ferida, para a banda podre da nossa imprensa achincalhar a "alma errante" mencionada por Márcio Macedo nos "comícios" como o retrato do atraso e embalar com mimos o "garoto inocente", preposto do verdadeiro dono do PT. Mesmo não disputando o cargo de presidente do Partido dos Trabalhadores, o ex-governador João Alves Filho era o prato fixo para servir às massas.
Tempos estranhos estes, quando para angariar votos dos próprios correligionários um postulante a presidente de partido precise reinventar o Diabo e o inferno, embutindo todos os apetrechos descritos por Dante e Virgílio nas viagens com o barqueiro Caronte, agora na cor vermelho-carmim. Talvez Márcio ignore o final da Comédia, onde o inferno surge frio, muito frio. E lá rumina a alma de quem trai a decência, a ética, a moral...
Na entrevista ao apequenado jornalista André Barros, o reeleito presidente estadual do PT agradeceu a votação e previu que a esquerda vai continuar no comando de Aracaju. Motivação? Apesar de forte, JAF não é imbatível. Aliás, já levou rasteira no ano passado! Márcio Macedo prestaria extraordinário serviço ao governo da mudança, a que serve sem inibição, se aposentasse o lado Mãe Dinah e catasse os cacos da ética pública, a cada dia assassinada por ele com o acúmulo imoral de jetons (são R$ 15 mil mês/mês + R$ 12 mil de salário, fora os extras) e pela condição dúbia de presidente de partido e secretário estadual.
Como bem lembrou algum insatisfeito lisonjeador do governador Marcelo Déda infiltrado no JORNAL DA CIDADE (05.12), caso existisse comissão de ética no probo governo das prometidas mudanças, a situação de Márcio Macedo estaria complicada. Para melhor ilustrar o recado, o "Periscópio" rememorou a conclusão da Comissão de Ética Pública Federal quanto à incompatibilidade do exercício do cargo de ministro com o de presidente de partido. Ou seja, por "jurisprudência" o mesmo deveria valer por aqui. Mas em Sergipe, a moralidade e a ética andam cada vez mais escassas! E quando falta...
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Nos Peitos da Mãe-Estado - Como se não fossem suficientes os colaboracionistas da terrinha, o governo do PT tratou de inchar a máquina com amorais importados. Afeito a tricotar com fofoqueiras, o misto de jornalista "faz-tudo e deixa limpo" Zoroastro Penha Sant'Anna criticou o pessoal do governo da mudança encantado com o canto da sereia dos jetons dos conselhos (portal INFONET (13.11). Maldisse quem recebe de um e os mais exagerados, com até cinco conselhos. Difamou ainda gente que preside órgão do Estado e recebe para aconselhar a própria repartição. Quis saber se seria justo, moral, ético!
O "faz-tudo" comentou terem lhe confidenciado sobre certo "levantamento" de todos os cargos comissionados do governo da mudança: quem é quem, quanto ganha. A lista, garante ele, contém ex-mulher de político, parente, aliado, inimigo político e até empregada doméstica. Amorais? Com certeza.
O DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO de 19.11.2007 publicou o decreto de nomeação do vestuto e zaratustro Zoroastro Penha Sant'Anna para o cargo de consultor técnico-operacional (CCE-07: R$ 2.279,49/mês - Atenção, credores!) na Secretaria de Saúde, a partir de 01.12.2007. Agora, "oficialmente", o jornalista baiano-carioco-paulistano, radicado por aqui desde que foi exilado pelos conterrâneos, poderá dedilhar sobre mais esta tosca corruptela do governo do PT. Será? Como diz prima Bernadete, quem não chora, ô meu filho, pode ficar sem mamar...

:::Terça-feira, 04.12.2007 - Edição Número 202:::

::: BALELAS DO PT E A GREVE DO BISPO
Os petistas sempre foram arrogantes. Depois que chegaram ao poder, comprovou-se também serem mentirosos contumazes. Quando da primeira greve de fome (outubro/2006) do bispo dom Luiz Flávio Cappio, o presidente Lula da Silva prometeu discutir o projeto de transposição das águas do S. Francisco. Era balela! Além de dar uma banana ao acordo feito para dom Cappio interromper o jejum, o governo do PT agiu em várias frentes e viabilizou o início da obra. Semana passada, cansado de tanta embromação, dom Cappio retomou a greve de fome. Só irá cessar o ato se o Exército for retirado da região e o projeto arquivado definitivamente. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que não se submete à chantagem de ninguém (A TARDE, 01.12). A prova de que fala sério é o pedido ao governador Jaques Wagner para colocar médicos à disposição do bispo. Diante da arrogância do representante do Grande Molusco, a morte do Velho Chico será precedida da de dom Cappio, pois quem o conhece diz que ele irá até o fim. No sétimo dia sem se alimentar, orando na capela São Francisco, em Sobradinho (BA), dom Cappio tem recebido apoio de pessoas do mundo todo. A greve de fome do bispo ganhou adesões na Bélgica e na França. São jejuns solidários, com duração de um a dois dias, cujo objetivo é fazer as autoridades brasileiras considerarem o ato extremo de dom Cappio. Hoje haverá ato pelas ruas de Sobradinho. Movimentos contrários ao projeto de transposição devem reforçar a manifestação. A concentração será em frente à capela, seguida de caminhada e paradas estratégicas até as margens do rio, onde uma missa será celebrada. . Terra em transe – Em março deste ano, num artigo no site CARTA MAIOR sob o título “Transposição da Maldição?”, frei Leonardo Boff alertava: “Se o governo quiser efetivamente levar água aos sedentos do Nordeste, deve reabrir a discussão pública ou então encampar o projeto da Agência Nacional de Águas. Caso contrário, a transposição será feita à custa da vida de um bispo”. Veja o texto completo em:

:::Segunda-feira, 03.12.2007 - Edição Número 201:::

:::HUGO CHÁVEZ, LULA DA SILVA
E O TERCEIRO MANDATO
Representado pela ascensão ao poder de aprendizes de ditadores, o viés autoritário da esquerda latino americana é cada vez mais nítido na forma como lida com o poder e especialmente na questão da alternância do mando político. Portanto, soa bastante eloqüente o enorme e suspeitíssimo interesse do presidente Lula da Silva pela metodologia usada na Venezuela para dar revestimento constitucional à ditadura. As constantes defesas do líder brasileiro e correligionários ao regime de Hugo Chávez agridem sobremaneira o receituário democrático em voga nas nações social e economicamente mais avançadas. Também neste quesito, e graças ao voluntarioso governo do PT, o Brasil ainda é um país do milênio passado. No indigente entender de Lula da Silva, os referendos usados na Venezuela para reformar a Constituição e dar sabor “democrático” ao regime oportunista de Hugo Chávez refletiriam “a vontade do povo” daquele país. É lamentável a cegueira política e a dislexia mental do Grande Molusco leva-lo a “confundir” democracia com realização de eleições e plebiscitos, excluindo do conceito valores superiores sem os quais ele não existe, como respeito às leis em vigor, independência dos poderes, liberdade de expressão, tolerância com as vozes discordantes, convivência respeitosa com autoridades e países. O Brasil merecia uma melhor representação... Ainda sob a ótica dos tais referendos, o criador do PT peca ao “esquecer” uma das características das últimas consultas na Venezuela. A alta abstenção. Na que aprovou a atual Carta Magna (15.12.1999), deixaram de comparecer 55,62% dos eleitores, índice inferior aos 62,35% registrados quanto à convocação de uma Assembléia Constituinte, em abril do mesmo ano. A maior abstenção (76,50%) ocorreu no referendo sobre a renovação da direção da central operária CTV (Confederação de Trabalhadores da Venezuela), em dezembro de 2000. Aparentemente, o povo venezuelano não parece estar assim tamanhamente inclinado a opinar sobre os destinos do País, como poderia imaginar Lula da Silva. Por que será? A oposição tem rejeitado as reformas de Hugo Chávez por considerá-las inconstitucional e ilegal. Grupos de empresários e comerciantes, jornalistas, advogados e o episcopado também rejeitam as mudanças porque elas outorgam poderes imperiais ao ditador e possibilitam eterniza-lo no poder. Talvez sejam estas boas razões para o povo da Venezuela desconfiar da boa fé do querido amigo e companheiro do presidente Lula da Silva e ignorar eleições e referendos.
. Terceiro mandato – Para (momentânea) tranqüilidade de parcela significativa da Nação brasileira, ontem a FOLHA DE S. PAULO publicou pesquisa do Datafolha onde ampla maioria rejeita mudar a lei para Lula da Silva concorrer em 2010. Somente em Pernambuco, Estado natal do Grande Molusco, 51% concordariam em dar a ele o direito de permanecer por mais quatro anos. Realizada entre os dias 26 e 29 de novembro, a pesquisa mostra 65% dos brasileiros dizendo “não” a um terceiro mandato consecutivo. Foram entrevistadas 11.741 pessoas, em 390 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Como se quisesse dizer “calma” aos políticos, a maioria do povo também não acolhe a proposta de um terceiro mandato nem quando o questionamento é genérico (sem citar Lula). Para 63%, presidentes não devem ter direito a re-releição! O porcentual sobe para 66% quando se trata de governadores e vai a 67% no caso dos prefeitos. Ocorre que o Partido dos Trabalhadores se aperreia todo quando imagina um retorno ao macacão das fábricas. Ou seja, ao batente! Sem candidato para concorrer com os tucanos Aécio Neves e José Serra, urde silenciosamente com unhas e dentes para manter Lula da Silva onde está. O Grande Molusco nega querer disputar. Ontem mesmo, depois de saber da pesquisa da FSP, disse ser ele o primeiro a criticar a possibilidade de criar um terceiro mandato: “O número de contrários seria maior se eu tivesse sido ouvido!”. A direção do PT também nega a intenção de mudar a Constituição com esse fim. Como é praxe dos petistas dizer uma coisa e fazer exatamente o contrário, evitar um terceiro mandato passou a ser a prioridade de uma parcela dos congressistas e governadores e de seguimentos representativos da sociedade civil. Agora, tendo o respaldo de pelo menos 65% dos brasileiros (conforme o Datafolha), que não querem ver o País transformado numa Venezuela.
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:::Sexta-feira, 30.11.2007 - Edição Número 200:::

OS BACANAS DO PAR
O Estado é espécie de mãe-solteira. Além de responsável por abrigar os próprios “filhos” e deles zelar, tem ainda a ingrata missão de arrebanhar e nutrir os filhos dos “filhos”, amigos e amigos dos amigos. Uma rápida olhada no DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO deixa claro como o governo da mudança agregou a si uma imensa legião de ex-desempregados ou de ex-subempregados, a maioria sem qualquer qualificação técnica, transformados junto com papai, mamãe, titio(a), vovô(ó) e aderentes na nova casta do poder reinante. Neste contexto, não causa surpresa a confissão do cunhado do governador Marcelo Déda e candidato dele ao cargo vitalício de desembargador do Tribunal de Justiça, advogado Edson Ulisses (CORREIO DE SERGIPE, 28.11), que seus dois filhos foram sim contemplados com residências do Programa de Arrendamento Residencial, o PAR. Em verdade, é apenas a confirmação de como são sérios os critérios para escolha dos beneficiários dos programas sociais reaproveitados do governo tucano pelo governo do presidente Lula da Silva, que fez deles o principal instrumento de caça-votos. Por definição da Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do PAR, o programa teria sido criado para ajudar os estados e municípios a atenderem à necessidade de moradia da população de baixa renda, especificamente as famílias com rendimentos inferiores a R$1.800 que vivam em centros urbanos. Segundo as regras, os interessados procuram a secretaria municipal responsável pelo cadastramento para se candidatar. É feita, então, uma pré-seleção e as famílias escolhidas são encaminhadas à CEF para a concretização dos procedimentos legais. A prole do douto futuro desembargador (com a graça dos Céus e o desinteressado empurrão do cunhado), depois de considerada pela prefeitura de Aracaju público-alvo do PAR, foi submetida ao sorteio da CEF. Filhos de um bem sucedido advogado, que de tão bem sucedido foi, entre outras destacadas funções, presidente da OAB/SE e procurador-geral do Estado, os venturosos rapazes de classe média alta acabaram beneficiários do PAR. Meninos de sorte esses dois sobrinhos do governador da mudança!
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Mudança – Enquanto os apaniguados do governo do PT seguem chafurdando-se no mel, grandes mudanças estão em curso onde servidores públicos não alinhados são tidos como indesejáveis. Não satisfeitos em afastar profissionais concursados de funções de mando, os áulicos mudancistas agora também transferem para bem longe das repartições de origem quem não tem a estrela vermelha na testa. Uns são encaminhados para setores alheios à formação técnica. Outros ficam no estaleiro, aguardando pela definição dos “chefes”. O setor mais atingido é o da Saúde. O deputado-secretário Rogério Carvalho determinou que servidores suspeitos de ligação com o ex-governo devem permanecer bem longe de áreas consideradas “estratégicas”, para evitar “sabotagens”. No Hospital João Alves, vários profissionais cujo serviço é imprescindível foram afastados, sendo substituídos por gente contratada sem concurso...

:::Quinta-feira, 29.11.2007 - Edição Número 199:::

UM INCÔMODO CADÁVER
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Em meados de 2004, o presidente Lula da Silva desengavetou a transposição das águas do S. Francisco. Quase um ano depois, em outubro de 2005, o bispo dom Luiz Flávio Cappio fez jejum contra o projeto em Cabrobó, sertão de Pernambuco. Pressionado pela opinião pública, o Grande Molusco designou o então ministro Jaques Wagner como mediador. Dom Cappio suspendeu a greve de fome depois da assinatura de um acordo que propunha a formação de uma comissão de negociação e debate entre o governo do PT e as organizações sociais, movimentos populares, povos indígenas e comunidades ribeirinhas. Em novembro daquele mesmo ano, o Ministério Público Federal, o MP da Bahia e o Fórum Permanente em Defesa do São Francisco na Bahia entraram com nova ação no Supremo Tribunal Federal na qual pediam a suspensão do processo de licenciamento ambiental em trâmite no Ibama. No dia 15 de dezembro ocorreu a primeira audiência do presidente Lula da Silva com a comissão de negociação, integrada também pelo bispo dom Cappio. De lá para cá, como havia muito papo e nenhuma ação, a comissão cobrou do Grande Molusco o prometido debate público sobre a obra (fevereiro de 2006). No final do ano passado (10.11), o Tribunal de Contas da União publicou o relatório de Auditoria Operacional do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional e fez recomendações ao Ministério da Integração, dentre as quais a revisão dos custos. Sem considerar o apelo da sociedade civil e o relatório do TCU, o então ministro do STF Sepúlveda Pertence derrubou as 11 liminares que impediam o início do projeto. Era a deixa que o governo do PT precisava para anunciar o lançamento do PAC, que destinava R$ 6,6 bilhões à transposição entre 2007 e 2010. Em março, o Ibama concedeu a licença ambiental e autorizou o início das obras. Enquanto isso, vários recursos chegavam ao STF contra a decisão do ministro Sepúlveda Pertence. Através da imprensa, dom Cappio apelou ao presidente Lula da Silva que retomasse o diálogo. Em reposta, o presidente mandou o Exército reforçar as equipes que trabalham na área da tomada de água dos eixos norte e leste. Como todas as ações –incluindo as jurídicas- contra a transposição de nada valeram, assim como não vale um vintém furado a palavra do Grande Molusco, anteontem dom Luiz Flávio Cappio retomou a greve de fome. Ele diz que só irá cessar o ato se o Exército for retirado da região e o projeto arquivado definitivamente. Pelo histórico aqui apresentado é possível concluir que de bravo lutador contra a morte do Velho Chico, dom Cappio talvez se transforme no cadáver mais incômodo do governo do presidente Lula da Silva...
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:::Quarta-feira, 28.11.2007 - Edição Número 198:::

MAIS DO MESMO
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Peço licença ao respeitável público para retomar o assunto dos marajás do governo Marcelo Déda. O tema é realmente chato, desgastante, porquanto recorrente, e sabe-se, nada neste mundo fará a bancada governista aceitar o corte dos altos jetons pagos aos apaniguados secretários-conselheiros do governador da mudança, conforme proposta do líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca. Mas não dá para engolir a desculpa desavergonhadamente indecorosa do governador Marcelo Déda (JORNAL DO DIA, 27.11) de que os oposicionistas de hoje não reclamavam dos jetons quando estavam no governo. Da mesma forma, nada eles teriam feito para mudar a lei que regulamenta o pagamento de gratificações aos conselheiros de autarquias estaduais à época. Ou Sua Alteza acha que somos todos uns otários... Ou finalmente temos dele a confissão de que aquele belo discurso de mudança era pura balela. Poesia engambeladora, usada apenas para eleger-se e depois dar um pé no traseiro do eleitorado. Marcelo Déda se acha sabichão. Quem inventou a regalia de complementar salário de secretário com cinco, seis conselhos, criando os novos marajás de Sergipe, foi justamente ele, o governador da mudança! E neste caso, a reclamação é sim senhor de ordem moral, pois nunca houve na história deste estado tamanha mamata. Ou não é inescrupuloso e aviltante o pagamento de mais de R$ 30 mil/mês a auxiliares de Sua Excelência pelos cofres de um dos Estados mais pobres do universo? No seu festival de asneiras, Marcelo Déda sugere a quem agora reclama primeiro procurar um espelho e fazer autocrítica, e só depois exigir decência e moralidade. A receita cabe-lhe sob medida! Até mesmo na questão de quem sempre freqüenta escândalos, o príncipe do PT se dá mal. Ele tem razão ao lembrar que quem tem teto de vidro não joga pedra no telhado alheio. Afinal, devem ser amargas as lembranças da capina de postos de saúde com terreno cimentado, a famosa micareta picareta dos cachês superfaturados, o pagamento em dobro das obras da avenida São Paulo, as mortes de crianças e adultos por causa da imundície na Maternidade Hildete Falcão e Hospital João Alves Filho, a farra dos mais de R$ 250 milhões sem licitação na Saúde... Marcelo Déda faria melhor para si, para o governo e para o povo se continuasse submerso nas querelas comezinhas do PT e na tentativa de tocar minimamente a máquina governamental. Sempre que põe a cara de fora, tentando se justificar, ele acaba deixando um rastro malcheiroso, típico de quem diz uma coisa agora e depois faz o diametralmente oposto. Ou pior, típico de quem hoje critica e amanhã faz exatamente igualzinho! E viva a mudança...

:::Terça-feira, 27.11.2007 - Edição Número 197:::

A OPORTUNIDADE BATE À PORTA DE DÉDA
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Essa história dos marajás do governo do PT ainda vai dar muita dor de cabeça ao governador da mudança. Alguns secretários de Marcelo Déda têm rendimentos mensais dobrados com os jetons pagos por participar dos conselhos de secretarias, autarquias, fundações e empresas públicas, que se reúnem geralmente apenas uma vez por mês. Outros, somando o salário (R$ 12 mil) às vantagens, mais os jetons, recebem até R$ 35 mil/mês.
Há casos estranhos, como o do secretário-chefe da representação de Sergipe em Brasília, Pedro Marcos Lopes. Como se trata do "homem de confiança" de Marcelo Déda na arrecadação de proventos financeiros nas campanhas eleitorais, o próprio governador da mudança tratou de defendê-lo. Marcelo Déda mandou dizer que não vê qualquer irregularidade se o companheiro vem de Brasília três ou quatro vezes por mês para participar de reuniões no conselho do Banese, recebendo R$ 2 mil por cada uma. No entender do príncipe petista, a oposição deveria se preocupar com outra coisa! Seria, por exemplo, como Pedro Marcos Lopes consegue dar expediente na Capital Federal e em Aracaju?
Há também casos risíveis. Veja o secretário-chefe da Casa Civil, Oliveira Júnior. Ganha de cinco conselhos e custa aos cofres sergipanos quase R$ 50 mil/mês. Ele defende seus rendimentos de marajá alegando ser uma determinação legal e que o governador nomeia quem quer como conselheiro. Disse também que os conselhos têm a função de melhorar a qualidade da administração, que são éticos, eficientes e democráticos, além de usados pela maioria das instituições em todo o mundo, inclusive empresas privadas. Esqueceu somente de dizer que o PT não pensava assim até dezembro do ano passado e que é do governo da mudança a inovação de premiar secretários com até seis conselhos.
A mamata dos marajás do governador Marcelo Déda finalmente fez acordar o Tribunal de Contas do Estado, que decidiu apurar a legalidade, a moralidade e a constitucionalidade da lei que regulamenta o pagamento dos jetons. A investigação foi proposta pelo procurador do Ministério Público Estadual junto ao TCE, José Sérgio Monte Alegre. Já o coordenador do Sindicato dos Servidores (Sintrase), Waldir Rodrigues, irá solicitar a redução em 50% do valor das gratificações na próxima reunião da Mesa de Negociação com o staff do governo. Promete ingressar na Justiça e no MPE caso não obtenha a diminuição pela via do diálogo.
Quem também quer acabar com a farra dos marajás do PT é o deputado Venâncio Fonseca, que pretende apresentar proposta de emenda constitucional para impedir secretários de receber jetons. Para ele, se o governo da mudança veio para corrigir todos os erros do passado, a proposta de enxugamento só vai ajudar. Como sempre, o enfadonho discurso do líder do governo, Francisco Gualberto, é de que Marcelo Déda não é o criador da lambança e que os conselhos são importantes para o funcionamento da máquina pública porque discutem as decisões das empresas, acompanham seu funcionamento e blá, blá, blá... Ou seja, agora pode tudo, porque quem está no governo é o sacrossanto Partido dos Trabalhadores.
Para fechar este assunto chato: fosse mesmo Marcelo Déda o prometido governador da mudança, começava por extinguir a remuneração de quem já recebe do estado. Evitaria ser lembrado pela História como o criador dos marajás...
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NADA DE NOVO
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O esperado duelo entre o deputado Mendonça Prado e o secretário Nilson Lima, realizado no covil do radialista e deputado-tampão condenado pelo STJ por calúnia, injúria e difamação, Gilmar Carvalho (ILHA FM, 26.11), foi elegante. Afora a ironia do democrata, que se disse preocupado com o nervosismo inicial do secretário petista, a quem aconselhou tomar suco de maracujá, porque se tivesse um infarto durante o programa seria péssimo, já que o SAMU não está funcionando bem, nada ocorreu para desabonar a conduta racional dos envolvidos.
Mendonçinha cutucou Nilson Lima a torto e direito. Contudo, ao final do embate, o ouvinte ficou sem o devido esclarecimento quanto à licitação onde a PostData, classificada em 12º lugar num pregão da Sefaz, acabou "vencedora". O secretário petista foi várias vezes desmentido pelo deputado democrata, que usou para respaldar-se o DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO. Pegou mal também a confissão de Nilson Lima de preferir guardar os quase R$ 800 milhões economizados desde janeiro pelo governo do PT no Banco do Brasil, ao invés de usar o Banese, o que demonstra seu grandioso interesse pelo banco sergipano.
Dizer quem venceu o debate é fácil: o Cão-Cão Gilmar Carvalho, que reuniu duas figuras de peso político considerável no exato momento em que a eleição de 2008 entra no debate político de forma definitiva. Perdeu o ouvinte, que esperava do secretário petista mais verdade, mais coerência e menos empáfia. Pelo menos a semana começou diferente...

::: Segunda-feira, 26.11.2007 - Edição Número 196 :::

PEDRA NO CAMINHO
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A entrevista de João Alves Filho ao CINFORM desta semana deve colaborar para aumentar ainda mais as já cinzentas madeixas do governador Marcelo Déda. O sonho do petista de manter-se chefiando a administração estadual e a prefeitura de Aracaju tem no ex-governador aquela pedra no caminho. O sentimento das ruas é que nunca esteve tão fácil a oposição comandar a Capital. Os fatores seriam muitos. O mais forte, na opinião do ex-mandatário, seria o fato de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira terem um legado ruim. Não obstante ser o governador sergipano um príncipe do PT nacional e gozar da íntima intimidade do presidente Lula da Silva, de quem é compadre. Os mais antigos conhecem bem a trajetória política de João Alves Filho. O cara não desiste nunca. Parece se alimentar dos desafios. Quanto maiores, melhores! A falta de elementos marcantes à passagem do PT pela prefeitura de Aracaju ilustra como Marcelo Déda poderia ter aproveitado melhor o compadrio em benefício da cidade. O ex-governador adianta, assim, o tom do discurso da oposição para festejar a vitória em 2008. O osso não será fácil de roer. Lula da Silva ainda é o todo-poderoso gestor do “Bolsa-Família”. O próprio Marcelo Déda economizou até agora cerca de R$ 800 milhões. Obras e ações públicas e de bastidores estão em andamento. Apelos emocional e financeiro não faltarão à vastidão dos ingredientes que se somam para seduzir o eleitorado mais servil. Como antídoto, João Alves Filho aponta não ser o aracajuano dado a manter o poder nas mãos de um único grupo. Certamente, a experiência de quem não emplacou candidato quando esteve no poder conta muito agora. João Alves Filho é a pedra no caminho de Marcelo Déda porque não está disposto a vestir o pijama, e por ser um adversário difícil de mastigar e engolir. Tivesse outra personalidade, diante das perseguições e do imensurável poder dos governistas, aposentar-se seria uma saída honrosa. Mas o Negão tem planos para o futuro. E pelo visto, não são poucos!
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. NO PONTO
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O aperreio do radialista e deputado-tampão Gilmar Carvalho promete ser homérico. O metido a esperto terá de desembolsar R$ 180 mil reais para cobrir a indenização por calúnia, injúria e difamação contra o ex-governador João Alves Filho. As ofensas foram proferidas quando o Cão-Cão estava locutor na FM SERGIPE, onde comandava um programa estilo “quem é o gostosão daqui? Sou eu, sou eu!”. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou o falastrão em última instância, não cabendo mais qualquer recurso. Agora, é ver a cor do dinheiro saindo... Por conta desta condenação de Gilmar Carvalho, muitos jornalistas integrantes da banda podre da nossa imprensa estão com os respectivos no ponto. Falaram o que não deviam. Acusaram sem provas. Mancharam imagens públicas. Mentiram. As indenizações prometem alegrar algumas casas de caridade e assistência social de Sergipe!

::: EDIÇÃO EXTRA :::

A FORÇA DAS PALAVRAS
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A vivência do poder promove em alguns da espécie humana a sensação de deificação, de soberba. Hoje pela manhã, o secretário Nilson Lima (Fazenda) exibiu com truculência a qualidade inferior dos poderosos deslumbrados. Tratou com extrema deselegância a assessora de Comunicação do deputado Mendonça Prado, jornalista Elis Moura. Ela falava com Gilmar Carvalho (ILHA FM) sobre licitações publicadas no DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO vencidas pela empresa baiana PostData, cujos diretores foram presos pela Polícia Federal na operação “Jaleco Branco”, deflagrada ontem em Salvador (BA). O Cão-Cão então questionou o secretário Nilson Lima sobre as informações de Elis Moura. Foi quando ele disse que não a responderia por ser ela despreparada, sem conhecimento da legislação de licitações (não obstante ter a colega trabalhado na Secretaria de Administração durante dois anos), por não ser gestora pública e, finalmente, porque a jornalista era uma coitadinha que não representava ninguém. Sem argumentos a contrapor as evidências, o poderoso secretário preferiu desqualificar Elis Moura a ter de responder como a PostData acabou por “vencer” uma concorrência na Secretaria de Fazenda, na qual ficou em 12º lugar. O tempo continuou quente quando Mendonça Prado entrou no ar. O deputado defendeu a assessora e iniciou um debate com Nilson Lima. O programa do radialista e deputado tampão Gilmar Cravalho estava no fim e o duelo entre ambos ficou para segunda-feira. Pode ser desagradável, mas caso compareça mesmo na segunda-feira, Nilson Lima vai precisar explicar muita coisa. Como a PostData conseguiu convencer as 11 empresas que a precederam no ranking da licitação a desistir do contrato, que até o ano passado era de R$ 3 milhões e agora foi majorado para R$ 5,5 milhões? Por que ele não tem cumprido a obrigação constitucional de aplicar 12% do orçamento na Saúde e 25% na Educação. Que diabos ele fará dos quase R$ 800 milhões de reais entocados nos cofres estaduais desde janeiro e como economizou tanta grana se o estado estava quebrado, conforme ele dizia? Nilson Lima tem muito a declarar. Já surpreendeu ao confessar como verdadeiras informações aqui publicadas. Não consta que seja covarde. Se realmente aparecer no programa de Gilmar Carvalho para enfrentar o deputado boca-ferina Mendonça Prado, será um espetáculo imperdível. Vale a pena sintonizar a ILHA FM às 06h00 de segunda-feira, pois o duelo promete ser daqueles...
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::: Sexta-feira, 23.11.2007 - Edição Número 195 :::

. Agora, os comentários de David Leite também podem ser ouvidos.
Clique no link e ouça o PODCAST ABRA-O-OLHO:
. DÉDA, MENSALINHO E A FARRA DOS CONSELHOS
Digamos que seja “interessante” o comportamento do bando vermelho infiltrado na imprensa sergipana. Digo interessante por considerar a palavra bastante útil para definir certas vagabundagens. Ontem, no programa de uma destas antas que falam no rádio o que nem privada, se tivesse ouvidos, aceitaria ouvir, gargalhei com a resposta do líder oposicionista Venâncio Fonseca por não ter apresentado na gestão passada projeto visando acabar com a mamata das gordas remunerações paga aos membros dos conselhos das autarquias estaduais. Para quem pegou o bonde andando, vale recordar que os petistas e agregados, quando estavam na oposição, desciam o malho no ex-mandatário por conta dos conselhos. Da escolha dos nomeados à remuneração, tudo era um excrescência. Hoje, daí o motivo das minhas frouxas gargalhadas, os caras de pau do PT se lambuzam sem mínima vergonha, recebendo não de um ou dois conselhos, como ocorria até 2006. Mas de cinco, seis. Alguns apaniguados faturam só com jetons R$ 15 mil/mês + salário (R$ 12 mil/mês) + diárias (sabe-se lá quanto!), etc... Se você é do tipo observador(a), já deve ter percebido o jogo de esconde-esconde da banda podre da imprensa local, regiamente remunerada para encobrir certas canalhices do governo do PT. Esses filhos da pauta governamental nada comentam sobre as safadezas e a criminosa irresponsabilidade na gestão da saúde pública, por exemplo. Para os patifes colaboracionistas, a segurança vai muito bem, obrigado. E estudante tomar tapa da tropa de elite da PM do PT é nada mais que corretivo, para ver se deixa de reclamar. A mamata dos supersalários, inchados pela remuneração dos conselhos, nem existe. Venâncio quer acabar com os marajás do governo Marcelo Déda. Quer enquadra esse povo esperto que fatura limpinho até R$ 35 mil/mês na maior cara de pau. Quer queimar a língua de gente como a professora-deputada Ana Lúcia Menezes, secretária de Inclusão social, que até anteontem achava vigarice receber por integrar um conselho. E quer deixar claro que, se antes havia, como faziam questão de dizer os petistas, verdadeira improbidade quando secretários de João Alves Filho recebiam por um ou dois conselhos, que dizer agora dos puros de alma do PT e a mamata patrocinada pelo governador da mudança? Mas não se engane! A trupe de deputados da base aliada tem armadas do diabo. O projeto de Venâncio Fonseca não passa nem que a vaca bote ovo. Ou será também uma fraude mentirosa a gravação da operação Navalha, onde a deputada Suzana Azevedo explicava em detalhes como funciona o mensalinho pago a parlamentares em troca do apoio ao governo do PT, acertado, conforme ela afirmou, pelo próprio governador Marcelo Déda? Com a imprensa infestada de canalhas a serviço do PT e parcela dos deputados agraciada com boa mesada para fazer o que o “chefe” manda, a mamata dos conselhos vai seguir adiante! E quem sabe até engordar. Mas Venâncio Fonseca é persistente e tem uma lábia do Cão. Pelo menos reboliço ele já está causando...
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::: Quinta-feira, 22.11.2007 - Edição Número 194 :::

Agora, os comentários de David Leite também podem ser ouvidos. Clique no link e ouça o PODCAST ABRA-O-OLHO: http://www.podcast1.com.br/canal.php?codigo_canal=2885
. . “VELHA JOVEM GUARDA”
A banda podre da imprensa sergipana e os corações apaixonados pelo discurso fácil do governador Marcelo Déda teoricamente teriam razão ao desconsiderar e descaracterizar as críticas da oposição e dos profissionais da mídia não-alinhados ao governo do PT quando à inércia e a incompetência da administração da “mudança”. Haveria nestas análises uma ponta de sofreguidão pela derrota eleitoral e a conseqüente perda de poder e influência. Mas, e quando as opiniões desfavoráveis vêm de gente sem qualquer ligação com a política suburbana de Sergipe? Ontem, ao traçar o perfil da “Velha jovem guarda” que assumiu o poder em janeiro, o jornalista Melchiades Filho (FOLHA DE S. PAULO) observou certo ar de mesmice e concluiu: “Marcelo Déda pareceu satisfeito em representar Sergipe nos fóruns sempre inconclusos do PT”. Ou seja, o governador da “mudança” fecha o ano sem qualquer ação político-administrativa de relevo a merecer mínima citação na grande imprensa do Brasil. A opção pelo recolhimento, recato e meditação, cuja alegação é a hercúlea tarefa de desmontar a herança maldita deixada pelo ex-mandatário, fizeram do modernoso governador sergipano uma desagradável surpresa para os conterrâneos e para o resto do País, que esperavam dele um governo ágil, criativo, eficiente, realizador. Pior ainda quando a revista VEJA (21.11) o coloca entre os sete administradores estaduais eleitos em 2006 que podem perder o mandato por ter usado dinheiro da prefeitura de Aracaju para fazer campanha eleitoral fora do período permitido. Estrela garbosa entre os laureados do PT nacional, o leniente Marcelo Déda não conseguiu decolar. A impressão geral é que um ano foi jogado fora, desperdiçado. A provável justificativa para tamanha frustração é que o governador da “mudança”, além do desapego às funções executivas, tenha se cercado da mais despreparada e inábil equipe de assessores da história de Sergipe. Diante de tal cenário, para reposicionar a imagem pública, resta ao governador Marcelo Déda arregaçar as mangas e finalmente mostrar a que veio, antes que seja tarde demais...

::: Quarta-feira, 21.11.2007 - Edição Número 193 :::

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ATENÇÃO: A partir de hoje você também poderá ouvir os comentários de David Leite com rapidez e sem complicação. Basta clicar no link abaixo e ouvir o PODCAST ABRA-O-OLHO: http://www.podcast1.com.br/canal.php?codigo_canal=2885
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A MAMATA DOS PELEGOS
O alerta é da revista VEJA (21.11): o vale-tudo das centrais sindicais para evitar o fim do imposto cobrado de todos os trabalhadores visa somente manter os privilégios dos pelegos. Esse povo estava desocupado ou fazendo greve até a chegada de Lula da Silva ao poder. Hoje, os pelegos ocupam postos-chave no governo do Grande Molusco. Comandam orçamentos bilionários e recebem salários até dez vezes superiores aos de quando batiam cartão nas fábricas. O imposto sindical vai render a essa cambada mais de R$ 1 bilhão só neste ano. Você achou muito? Lula da Silva pensa diferente. Os pelegos da Força Sindical e da CUT podem até ter um aumento. Tudo vai depender do Senado, que aprecia projeto do governo do PT, em regime de urgência, para repassar mais um pouquinho: cerca de R$ 100 milhões. Ora gente, isso é apenas uma forçinha a quem ajudou o petismo a trocar o macacão de operário pelo terno Armani! Mas não se engane. A mamata dos pelegos não acaba por aqui. Mão aberta, o presidente que nunca sabe de nada usou da esperteza típica dos petistas para ajudar os antigos companheiros. Como o TCU proibiu o governo de repassar aos sindicatos qualquer grana por conta da roubalheira nos convênios, a verba agora segue através de ONGs e institutos ligados à Força Sindical e à CUT, cuja missão seria implantar cursos de qualificação profissional. Como a dinheirama é realmente usada, ainda é uma incógnita. Ao que parece, pode ter servido para turbinar as campanhas eleitorais do PT a partir de 2003. A cambada pelega é ardilosa. Mama nas tetas do governo federal, mas não larga o osso nos estados e municípios administrados pelo PT. No interior de São Paulo, por exemplo, a mamata é tão grande que virou caso de polícia –aliás, algo rotineiro onde o vírus petista se aloja. São tantos os casos de safadezas envolvendo instituições ligadas aos sindicatos que o MP paulista criou uma comissão especial para investigar “indícios de uso irregular de averbamento público”. Manter os privilégios virou a bandeira do momento para os pelegos. Eles espalham pelo país que o fim da cobrança obrigatória do imposto sindical exterminaria os sindicatos. É balela. Os que verdadeiramente estão comprometidos com a causa dos trabalhadores terão vida longa. Mas a cafajestada que enche o dito cujo de dinheiro, que faz farra com os R$ 33,00 compulsoriamente tirados de cada operário, deve mesmo voltar a pegar duro no batente. E já vai tarde. O PT tem se esmerado na domesticação dos organismos de luta da sociedade civil. A farta distribuição de dinheiro à rede sob controle dos petistas e aliados é notória. Desde sempre, entidades representativas de trabalhadores e estudantes estiveram intimamente ligadas à esquerda. O PT soube aproveitar como nenhum outro partido a capacidade de pressão destes núcleos para chegar aos cofres do governo federal. Agora, através deles, quer manter-se no poder custe o que custar. Pior de tudo, com apoio da miséria brasileira, iludida pelo apelo imediato e eleitoreiro do programa Bolsa Família, cujo exclusivo propósito é subjugá-la e ao resto da Nação.

::: Terça-feira, 20.11.2007 - Edição Número 192 :::

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CASA DA SOGRA
Aquela história de “eu não nasci pra trabalho” começa a ficar cada vez mais evidente no governo do PT. Exaustos pelos imensos afazeres, os secretários da administração da “mudança”, que estão entre os mais bem pagos do planeta, sonham com um feriadão. O bando esquerdista infiltrado na imprensa e uns poucos jornalistas mais ou menos independentes nada comentam, mas tem sido difícil encontrar algum assunto positivo se a pauta é o governo estadual. Pior ainda quando a Secretaria de Comunicação passa quatro dias sem alimentar sua página de notícias (http://www.agencia.se.gov.br). A preguiça é um dos sete Pecados Capitais. Caracteriza-se pela falta de capricho, de esmero, de empenho. É própria dos negligentes, dos desleixados, dos morosos, dos lentos. A moleza e a aversão ao batente parecem contagiar o governo do PT de alto a baixo. Seria o governador Marcelo Déda adepto da “lei” do menor esforço? O mago transformador, aquele a quem os Céus legaram o dom de arrancar o lacrimejo dos afeitos à engambelação, espreguiça-se garboso. A segurança, a saúde e todo o resto podem esperar! Dizem notórios especialistas, o preguiçoso contumaz tem alguns raros rompantes de lucidez. Nestes instantes, se desejar, pode até curar-se do mal. Mas não perca tempo à espera de aflorar em algum petista o sentimento de decepção ou mesmo desagravo pelo ócio robustamente remunerado. Ao contrário. Diante da ganância desmedida, tão firmemente arraigada ao desejo de fazer do Estado a continuação da casa da sogra, o nada a fazer é apenas um detalhe! Que venham mais feriadões...
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. ::: CALEIDOSCÓPIO :::
. UM GOVERNO NOVO, UMA DESILUSÃO (Do sítio http://www.mendoncaprado.com ) Por MENDONÇA PRADO O governo "novo" é paradigma para qualquer um que almeje arremedar uma liderança senil. As atitudes atabalhoadas demonstram a decrepitude de uma gestão incapaz de produzir algo de bom para a sociedade. Transformaram a saúde pública em um espaço reservado ao desatino administrativo. A área que deveria merecer uma atenção especial do governo virou uma central de indecências. A educação que seria a grande vitrine para os cidadãos, não passa de um gigantesco cabide de empregos, utilizado de maneira irresponsável por políticos medíocres, que fazem da estrutura governamental um instrumento de politicagem. Os demais setores são ou decadentes ou imperceptíveis. O governo das "mudanças" é um desapontamento em todas as direções. Até mesmo na forma de lidar com os jovens estudantes, os neogovernistas se apresentam como inovadores da truculência, da arbitrariedade e da selvageria. É só desilusão. A forma de administrar tem transformado e descaracterizado pessoas. Gente que o povo se habituou a ouvir em função da loquacidade, das criticas aparentemente lúcidas aos seus antagonistas, agora são os executores dos mais impressionantes disparates. É como se todos tivessem sido enganados coletivamente. A ética tão apregoada é algo inexistente. A moral tão reclamada não dura mais que o tempo destinado aos discursos poéticos e demagógicos. É, portanto, a era da desmistificação. Um novo surge com o andar da carruagem. Um ser dessemelhante, além-mundo, algo que ninguém imaginava.
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. :::: PAINEL DO LEITOR :::
. GRAÇA CAVALCANTI comenta: A essa altura já desejo que continuem se comportando assim, pois João Alves vai findar se tornando vítima e os brasileiros adoram vítimas (ETERNA FIXAÇÃO PELO NEGÃO, 19.11). Isso está lembrando o jargão da vitória em 2006: "Eita que eles estão aperriados!". Só que agora o feitiço está virado para o feiticeiro. Já está mais do que evidente para as pessoas que o tempo que já passou, após a instalação do novo governo, não justifica mais atirar culpa do ex-governo das ocorrências dos dias de hoje. Êta homem forte da gôta esse João, que até a sombra dá eco ad-eternum. Por outro lado, a postura de encontrar culpados há muito está ultrapassada pelos gestores que são comprometidos com o fazer.

Segunda-feira, 19.11.2007 - Edição Número 191

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OS MARAJÁS DE DÉDA
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O recorrente e enfadonho discurso de austeridade do governador Marcelo Déda sofre profundos aperreios. A santificada lisura se apequena com a "economia" de 300 milhões de dólares (R$ 600 milhões) e suas conseqüências dantescas na saúde. O caos reinante na segurança e o espancamento de estudantes pela tropa de elite da polícia do PT pesam sobre a administração da "mudança". Não bastasse tanto vexame, aparecem agora os supersalários pagos a petistas e apaniguados de Sua Alteza.
O povo desembolsa mensalmente uma fortuna para cevar a corriola vermelha. Além dos altos salários, os marajás do governador Marcelo Déda recebem "incentivos" especiais que elevam os proventos à estratosfera. O bilionário Estado de São Paulo, por exemplo, paga R$ 22,1 mil ao governador José Serra e R$ 11,9 mil aos secretários -valores brutos. No austero governo da "mudança", secretários como Nilson Lima (Fazenda) e o todo-poderoso Oliveira Júnior (Casa Civil) custam aos contribuintes cerca de R$ 50 mil reais/mês*.
Há também o caso emblemático do homem que zela pela probidade na administração estadual! O chefe da Controladoria-Geral Adinelson Alves, além do salário de secretário e do órgão de origem (Controladoria-Geral da União), recebe de cinco conselhos (Dehop, Agetis, Banese, Crafi-Gestor e Crafi-Executivo). O holerite do caça-deslizes (alheios, obviamente), descontados os impostos, é de mais de R$ 30 mil -não obstante os cofres públicos sergipanos desprenderem R$ 50 mil/mês para contemplar tão prendada cabeça.
Estranha mesmo é a súbita deificação de um audaz protegido do governador Marcelo Déda, o contabilista Pedro Marcos Lopes, representante do escritório de Sergipe em Brasília. Membro do conselho do Banese, que geralmente se reúne de três a quatro vezes por mês, pagando R$ 2 mil por sessão, Pedro Marcos Lopes deve ter parte com os Céus. O danado consegue despachar no planalto central e ao mesmo tempo estar em Aracaju para as maçantes reuniões banesianas. Ele custa mais de R$ 35 mil/mês.
Noves fora os áulicos citados, a média salarial dos marajás do governo da "mudança" é superior aos melhores proventos pagos pelas grandes empresas brasileiras instaladas em Sergipe e até os de corporações multinacionais no Brasil. Secretários recebem entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, enquanto gerentes podem chegar a até R$ 15 mil/mês. Entre os mortais, a média salarial dos servidores de todas as categorias não ultrapassa R$ 1,5 mil/mês -a maioria recebe entre um e meio salário mínimo e três salários mínimos.
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Mais boquinhas - A pressão de petistas e aliados já devidamente nomeados para "encaixar" coligados ainda "sem função" é tamanha que os mais de cinco mil cargos comissionados da administração estadual são agora insuficientes. Para suprir a demanda, o deputado Francisco Gualberto teve uma brilhante idéia: mandar descansar os servidores que não ostentam a estrela vermelha na testa e substituí-los por contratados "de confiança" (ILHA FM, 14.11).
Mas há um "porém". Criar mais cargos comissionados para abrigar "aliados das mudanças" em substituição aos "efetivos de corações verdes", pois estes são sabotadores das "propostas dedistas", pode acabar queimando o discurso do governador Marcelo Déda de que o estado está quebrado, e que somente economizando será possível tirá-lo da bancorrota. Como se vê, falta, além da mínima competência, afinação ao governo da "mudança".
  • (*) Os valores são brutos; incluem o ressarcimento do governo sergipano ao governo federal pelo "aluguel" dos dois servidores, o salário de R$ 16 mil e os jetons pagos por integrarem conselhos.
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::: CALEIDOSCÓPIO :::
. CONSTATAÇÃO
De O GLOBO: "Sinais e evidências de como o empreguismo na máquina pública não se traduz em mais e melhores serviços para a população existem por toda parte. Desde a posse, em janeiro de 2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva contratou mais de 150 mil funcionários na administração direta, um inchaço significativo de 20% no contingente de servidores. E não consta que a vida de quem depende de serviços públicos federais tenha melhorado. Do aposentado do INSS ao usuário de aeroportos".
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ETERNA FIXAÇÃO PELO NEGÃO
Por GRACE MELO
O deputado Francisco Gualberto, líder do governo na Assembléia, vem cumprindo bem o seu papel de defensor da administração estadual. O problema é que nesta sanha de fazer a defesa com unhas e dentes, acaba cometendo erros que podem macular sua imagem. Antes, quando oposicionista, era visto como um deputado ético, corajoso, atuante, querido e respeitado por todos os seus colegas parlamentares, tanto "verdes" como "vermelhos". Agora é conhecido como o deputado que encontra no ex-governador João Alves Filho todas as justificativas para os erros cometidos pelo governo Marcelo Déda.
Ontem (14.11), em um programa de rádio, chegou ao cúmulo de sugerir que fossem criados cargos de comissão a serem preenchidos por petistas, pois, de acordo com ele, tem democrata empatando o bom andamento da máquina estadual. Se os estudantes apanham da polícia, de quem é a culpa? De João Alves. Tem secretário de Estado recebendo quase 27 mil reais de salário; para ele tudo bem... "No governo de João era pior", justifica o deputado.
É preciso buscar desculpas mais sensatas, ou então os jornalistas vão evitar entrevistar ‘Chiquinho' com medo de seus telespectadores, ouvintes e leitores migrarem para a concorrência. Se tem Francisco Gualberto dando explicação, todo mundo já sabe qual vai ser mesmo: "A culpa é de João Alves e da oposição desesperada".

:: Quarta-feira, 14.11.2007 :: Edição N190 ::

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HAJA CREOLINA
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Quando o assunto é o próprio bolso ou o bolso dos “chegados”, os petistas são capazes de tudo. Os tais Conselhos das empresas (autarquias) do governo estadual, por exemplo. Por conta da cantilena dita no passado, a deputada Ana Lúcia Menezes talvez tenha agora de lavar a boca e escovar a língua com creolina. Em 2006, ela se dizia preocupada com os professores, “os mais prejudicados com a mensagem governamental” prevendo o reajuste da categoria, “enquanto servidores comissionados e conselheiros têm os proventos valorizados”. Defendia também que os indicados a Conselhos fossem eleitos democraticamente. “Na Educação, por exemplo, os pais têm de participar”. Ana Lúcia Menezes, com verve inflamada, acusava o ex-mandatário de beneficiar apadrinhados e desprezar a massa trabalhadora, através dos Conselhos. “A política é só para os amigos do governo, inclusive aqueles que não são funcionários, como é o caso dos integrantes dos Conselhos, que são convidados para ganhar R$ 2 mil, participando de uma ou duas reuniões por mês, enquanto o servidor trabalha todo dia e ganha 300 reais”. De lá para cá, muita coisa mudou. O governador é outro. O partido a comandar o estado é o PT. O ganho dos conselheiros sofreu reajuste, passando de R$ 2 mil para R$ 2,9 mil/mês. Transmutou também a falastrona professora-deputada Ana Lúcia Menezes, hoje secretária de Inclusão Social. Além do salário líquido de R$ 12 mil, ela acumula mensalmente, desde janeiro, e sem qualquer chiadeira, quase R$ 3 mil como “conselheira” da Dehidro, onde nem comparece. A moralização na indicação de conselheiros (eleição) e a valorização (salarial) dos servidores são agora páginas viradas para a nobre petista. A justificativa é simples: se existem os Conselhos, os probos filiados do PT e aliados têm todo o direito de também usá-los para engordar os salários, como faziam os apaniguados das gestões anteriores. Se críticas havia, já foram devidamente “superadas”. A professora-deputada-secretária Ana Lúcia Menezes, contudo, não é a única ex-devota do fim do fisiologismo, do clientelismo, da esperteza a mudar radicalmente de opinião. É apenas mais uma dos inúmeros petistas a chafurdar-se no mel das benesses da mãe-estado. Por todos os lados, onde quer que se olhe, haverá alguém do PT pronto a abdicar da falação dita até recentemente para aproveitar cada gota do manjar governamental! Na lista dos apaniguados do governador Marcelo Déda figuram com quatro conselhos –jetom de R$ 12 mil/mês + 12 mil de salário- os secretários Osvaldo Nascimento (Infra-Estrutura) e Clóvis Barbosa (Governo). Com três Conselhos –jetom de R$ 9 mil/mês + 12 mil de salário- os secretários Nilson Lima (Fazenda), Lúcia Falcón (Planejamento) e Jorge Santana (Ciência e Tecnologia). Os demais recebem, além do salário de R$ 12 mil, jetom de R$ 6 mil por integrarem dois Conselhos, exceção apenas da Ana Lúcia Menezes e de Bosco Mendonça (Transportes), cada um com um único conselho. Mamata - Recentemente, foi aprovado projeto do governo do PT criando o Conselho Estadual de Acompanhamento e Controle Social, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação em Sergipe. O projeto recebeu duas emendas do deputado Francisco Gualberto. Ambas acrescentam ao Conselho um representante da Universidade Federal de Sergipe e outro do Sindicato dos Servidores da Educação (Sintese). Agora são 13 membros, a maioria a ser indicado pelo governador Marcelo Déda. Ou seja, é mais uma boquinha para petistas e aliados.
Haja creolina...
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::: CALEIDOSCÓPIO :::
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DESFAZENDO O MAL FEITO (Do sítio http://cajueirosepapagaios.zip.net/) Por GRACE MELO O jornalista José Cristian Góes, em sua coluna de 27.01.2004 no portal INFONET, criticou de forma ferrenha os deputados estaduais que votaram a favor da taxação dos aposentados e pensionistas. Colocou a culpa em João que tinha maioria na casa. “João tem 16 deputados em suas mãos contra apenas oito contrários aos seus desejos e caprichos. É uma lavada”, afirmou. No meio da história, Cristian lista os deputados que votaram contra a taxação: Belivaldo Chagas, Ana Lúcia, Maria Mendonça, Ulices Andrade, Fabiano Oliveira, Francisco Gualberto, Pastor Mardoqueu, Gilmar Carvalho e Garibalde Mendonça. Como perguntar não ofende, por que não desfazer o “mal-feito”, já que os ex-oposicionistas são hoje os donos da situação? . MAGDA DAS ZAMÉRICAS (Do sítio http://www.pep-home.blogspot.com/) Por ADRIANA VANDONI Não tenho um pingo de simpatia por Paulo Maluf e não concordo com seu relatório favorável a entrada da Venezuela no Mercosul, mas gostei dele chamando Hugo Chávez de "psicopata" e "cafajeste". Além disso, Maluf acusou Chávez de violar a liberdade de imprensa, de provocar uma "corrida armamentista" no continente e de ser o "verdadeiro governante" da Bolívia. Resumindo: Cala a boca, Hugo!

:: Terça-feira, 13.11.2007 :: Edição N189 ::

O AMARELO-NEGÃO
De modo geral, gente não-remunerada que ajudou na caça aos votos para eleger Marcelo Déda agora questiona as reais intenções daquela cantiga monótona, suave e melodiosa de mudança. Afinal, o modernoso governador revelou-se em certa medida mero plagiador do ex-mandatário. Não fosse a estonteante beleza, a sedução pomposamente poética e a tez amarelada, passaria pelo próprio, tamanha a obsessão por copiar-lhe defeitos e virtudes. Na oposição, Marcelo Déda esconjurava as maiores obras do ex-governo, pois seriam “desnecessárias”. As críticas se concentraram especialmente na ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros, cujos embargos tiveram como autor intelectual ele próprio. Primeira grande obra anunciada por Sua Alteza, após oito meses e meio de administração? Uma ponte (!), cujo projeto sem tirar nem por uma única vírgula é do ex-governador João Alves Filho. Através de “porta-vozes” infiltrados na imprensa, de parlamentares a ele ligados e por vezes de viva-voz, o então oposicionista Marcelo Déda considerava “indecente”, para dizer o mínimo, a “complementação” salarial de apaniguados do governo paga através de Conselhos das empresas (autarquias) do Estado*. Agora, como se desmemoriado da falação, o intrépido petista “encontrou” neles a fórmula mágica para cevar de bom repasto o bolso de petistas, aliados e até de afins arraigados à máquina estadual. A lista é imensa. Segundo o JORNAL DA CIDADE (11.11), seriam 72 conselheiros, alguns com até cinco Conselhos. Os mais gulosos protegidos do governador Marcelo Déda a se lambuzar desse mel são o vice-governador Belivaldo Chagas, o presidente do PT e secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Márcio Macedo Babão, e o secretário-chefe da Casa Civil, Oliveira Júnior. Além do salário líquido de 12 mil reais, receberiam a mais 15 mil/mês. Ou seja, fecham o holerite mensal com 27 mil reais na conta bancária... Aduladores com acesso à cozinha do Palácio do Governo falam de uma outra lista muito maior ainda, mais rechonchuda e que incluiria “ex-mulher de político, parente, inimigo político e até empregada doméstica”. Seria a dos comissionados (CC), também inflados com gordos salários. Um língua-solta, do tipo lambe-botas, diz em mesas de bar com voz gutural e estridente ser este o “governo das comadres”, numa alusão à enxurrada de nomeações de “familiares” de secretários e membros de outros poderes, e também do garboso governador. Seja como for, a cada novo dia Marcelo Déda expõe claramente uma faceta torpe da sua personalidade: ao criticar o ex-mandatário, fazia-o por pura inveja. Quando denunciava supostas improbidades ou deslizes, era apenas para iludir o respeitável público. Na verdade, queria fazer tudo igualzinho! De tão similar, pode-se dizer que estamos diante de uma mutante aberração... No pequenino Sergipe, eis que surge o primeiro ser Amarelo-Negão!
  • (*) Aos incautos: as estatais por lei devem ter a administração fiscalizada por conselheiros remunerados mensalmente, independente se prestem ou não algum tipo de aconselhamento.
A MAMATA DOS CONSELHOS Deagro, Dehop, Dehidro, Agetis, ITPS, Hemolacen, Degrase, Detran, DER, Ipesaúde, Ipesprevidência, Pronese e Codise são as jóias da coroa. Têm entre nove e doze conselheiros, recebendo cada um 2,9 mil reais mensais -Banese e Sergás pagam menos: 2 mil reais/mês. Há também Conselhos na Deso, Jucese, Adema, Fundação Renascer, Fundap e Fapitec, pagando valores que variam de 458 reais a 2 mil reais/mês. Têm um número menor de conselheiros. Entre cinco e oito. Existe ainda o Conselho Estadual de Previdência Social, composto por um secretário, um procurador do Estado, um representante da Secretaria de Administração, um da Secretaria da Fazenda, um da Secretaria de Governo, o presidente do Ipesprevidência, um representante do Legislativo, um do Judiciário, um do Tribunal de Contas do Estado, um do Ministério Público Estadual, um dos servidores civis ativos, um dos militares da ativa e por fim um representante dos inativos e pensionistas. Em todos, a maioria dos cargos é de indicação exclusiva do governador.
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::: CALEIDOSCÓPIO :::
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MUITO PAPO, NENHUMA AÇÃO
Geralmente arredia à mídia, a senadora Maria do Carmo quando resolve falar diz sempre o que pensa. É dos poucos entes políticos a não se importar se as opiniões vão ou não agradar. Ou mesmo se destoam do cabedal ideológico ou estratégico do agrupamento que integra. Não sem razão, por vezes criou situações de extrema contradição com o pensamento do líder maior dos Demos sergipanos e marido dela, ex-governador João Alves Filho. Na entrevista domingueira do JORNAL DA CIDADE (11.11), a senadora disse ser contrária à manutenção da CPMF, pois não seria boa para ninguém. “Nem para os pobres com contra bancária”. Culpou o governo do presidente Lula da Silva pelo “apagão” aéreo. “Não fiscaliza as companhias áreas nem os aeroportos. (...) Quem é obrigado a viajar no Brasil tem medo”. Disse não acreditar na candidatura do Negão a prefeito de Aracaju e que tudo vai depender do quadro político (pesquisas) no próximo ano. Também descartou a possibilidade de ser ela própria a candidata. Quanto ao PSDB, não afastou a chance de aliança em 2008 e 2010 e encerrou a entrevista avaliando o governo do PT: “A única coisa que funciona é a comunicação. Trabalho não há nenhum. Tudo não passa de conversa (...) e isso deixa todo mundo desanimado. O povo esperava muito trabalho, muita ação, mas ninguém vê nada disso”.

:: Segunda-feira, 12.11.2007 :: Edição N188 ::

MUITO ESTRANHO
Alguma coisa desandou pelos lados do esfomeado JORNAL DO DÉDA (antigo JORNAL DO DIA). A publicação tem sido nas últimas semanas muito ingrata com o patrono, governador Marcelo Déda. O diário tem tiragens ínfimas, longe dos demais -cerca de 1/3. Também perde de feio no somatório semanal para a tiragem do CINFORM. Porém, recebeu do governo estadual e da prefeitura de Aracaju, até setembro, quase 665 mil reais, contra 93 mil reais do CORREIO DE SERGIPE (tiragem diária de quatro mil exemplares) e 280 mil reais do CINFORM (tiragem semanal de 25 mil exemplares).
A derrocada no "desalinhamento" político tem sido recorrente. Os mais aguerridos colunistas do JORNAL DO DIA e até lisongeadores de Sua Alteza passaram a criticar enfaticamente a politicagem em voga no estado, sem falar dos editoriais contra o governo do PT e o próprio noticiário, recheado de farto material contrário à administração Marcelo Déda.
Ou o JORNAL DO DÉDA parou de receber a portentosa grana, tão necessária para manter-se de pé e cobrir os custos das dezenas de processos perdidos na Justiça por leviandade, calúnia e difamação -o diário teria de vender até as cuecas para honrar as penas, não fosse a providencial ajuda do governo do PT, a quem escolheu apoiar integral e notoriamente, desde o anúncio da candidatura de Marcelo Deda. Ou o JD foi acometido de um surto de lucidez.
Ainda é cedo para chegar a algum veredicto. Mas que está muito estranho, está...
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::: CALEIDOSCÓPIO :::
. O líder dos Demos na Câmara, Onyx Lorenzoni, expõe na ISTOÉ desta semana a estratégia dos petista manter a boquinha no governo federal. Para o deputado gaúcho, a aprovação de um terceiro mandato para Lula da Silva, se sair, não será sem uma grande batalha. Vale a pena ler o artigo. É curto e objetivo: OS "QUERO-QUEROS" DE LULA Por Onyx Lorenzoni Acaba de surgir o movimento quero-quero na Câmara dos Deputados. É comandado por um grupo de deputados companheiros que trabalham para abrir caminho para o terceiro mandato de Lula. O sucesso desta empreitada está diretamente ligado à aprovação da prorrogação da CPMF, imposto que deverá arrecadar R$ 120 bilhões até 2010. O dinheiro do sistema público de saúde turbinará a saúde política do PT e seus aliados. O raciocínio deles é simples: ganhando a batalha CPMF contra a oposição, a classe média e boa parte do empresariado, por que não tentar emplacar mais quatro anos para o presidente? Por que não impor este casuísmo, esta excrescência? Afinal, já há o exemplo de Hugo Chávez e Néstor Kirchner, que passará a faixa para Cristina, sua mulher, e continuará morando na Casa Rosada. Terceiro mandato significa quebrar o princípio da alternância no poder, um dos pilares da democracia. E, se vingar o terceiro, por que não tentar o quarto ou quinto? É lamentável que um bando de petistas aloprados, inebriados pelo poder, se transforme nos cupins da liberdade e da democracia. A própria personalidade do presidente estimula a manobra dos quero-queros. O maior herói de Lula é ele mesmo, que, do alto de sua vaidade sem limites, se julga um predestinado. Tão predestinado e tão candidato de si mesmo que jamais se preocupou em construir uma candidatura capaz de sucedê-lo dentro da normalidade. Os aloprados do PT imaginam aprovar o terceiro mandato na Câmara sem resistência. Estão iludidos. Vão acabar como os pássaros da lenda gaúcha sobre a fuga da Sagrada Família para o Egito. Perseguidos pelos soldados de Herodes, José, Maria e o Menino Jesus se escondiam e pediam silêncio aos bichos. Todos obedeciam, menos o quero-quero. Queria porque queria cantar. E dizia: "Quero! Quero! Quero!" E tanto disse que foi castigado por Nossa Senhora: ficou querendo até hoje. (©ISTOÉ, 13.11)