::: Segunda-feira, 10.12.2007 - Edição Número 205 :::

TRANSPOSIÇÃO DO BANESE
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Altos empresários sergipanos estão preocupados com o destino do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Com receio das represálias, comentam a boca miúda sobre certa operação ultra-secreta, engendrada entre o governo federal e o governo da mudança, visando adequar a instituição financeira à cartilha dos privatizáveis, seguindo o receituário do Banco Central para operações do gênero. Ao lidar com o mercado financeiro no Sudeste, a elite dos empresários sergipanos é sempre questionada sobre os procedimentos adotados pelo governador Marcelo Déda, especialmente na gestão estratégica do Banese. Além de administrar a folha de pagamento do Estado e da maioria das prefeituras e grandes empresas sergipanas, o Banese é responsável por fomentar o desenvolvimento do estado emprestando a juros baixos. Segundo a mais conceituada agência internacional de avaliação de risco com atuação no Brasil, a Austin Rating (05.01.2007), o banco se destaca pela “elevada solidez, tanto no âmbito financeiro como corporativo/institucional, com efeitos positivos no crescimento e sustentabilidade do banco, refletindo no desempenho fiscal do seu controlador, o Estado de Sergipe”. Por estas razões, os grandes financistas brasileiros e internacionais flertam com a privatização do banco sergipano, mas sabem que há um concorrente extremamente forte na jogada. O Banco do Brasil. O mais forte banco do País tem interesse especial pelo mercado onde o Banese é hegemônico. Para atender ao interesse do compadre-presidente Lula da Silva de aumentar ainda mais o raio de atuação do Banco do Brasil, o governador da mudança chega ao ponto de sangrar o banco sergipano, transferindo para o Banco do Brasil parte da receita do estado. No embate com o deputado Mendonça Prado duas semanas atrás, o secretário Nilson Lima (Fazenda) confessou que parte dos mais de R$ 800 milhões economizados desde janeiro pelo governo do PT estavam depositados no banco federal. Em abril de 2004, o então vereador Antônio Gois denunciou a “intenção” do governador João Alves Filho de privatizar o Banco do Estado de Sergipe. Goisinho chegou a detalhou na tribuna da Câmara como a operação era feita. As “visões” do atual presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) podem agora se concretizar, justamente pelas mãos de quem ele ajudou a eleger. O governo do PT nega a intenção de privatizar o Banese. Por mais de uma vez, o líder petista na Assembléia, Francisco Gualberto, rechaçou a possibilidade e disse que quem pretendia vender o banco era João Alves Filho. Diante de tanto alvoroço do mercado financeiro, das várias inquirições de agentes dos grandes bancos aos empresários locais e as ações sorrateiras de sabotagem do Banese realizadas pelo PT, incluindo o assassinato do Banco do Povo, só resta mesmo esperar para ver onde a novela da privatização vai acabar. Mas, como diz o ditado, onde há fumaça...

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