::: Quarta-feira, 12.12.2007 - Edição Número 207 :::

SEM VASELINA
Dias atrás, o líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca, alertou sobre o comportamento do governador da mudança no trato com o Legislativo. Após denunciar que Marcelo Déda estaria governando por decreto, o deputado desnuda agora a manobra na reta final do ano para a votação de 10 projetos, polêmicos na maioria e que requerem grande discussão antes de ser votados. Reduzida a seis parlamentares, a oposição não pretende aceitar em silêncio as imposições do governo do PT. A atual legislatura se encerra amanhã e os parlamentares teriam teoricamente somente dois dias para apreciar as propostas em tramitação na Casa. Para Venâncio, trata-se de um grande absurdo, pois o governo não teve pressa de votar as proposituras durante os últimos 10 meses: “Por que a Assembléia vai ter pressa para votar tanta coisa sem discussão?”. Para os capangas infiltrados na mídia que já preparam a defesa prévia do governador Marcelo Déda, apontando a má vontade da oposição, surge o contraponto: muitos dos projetos praticamente dão carta branca ao Executivo para fazer o que bem quiser em setores estratégicos. Delegar tanto poder a um governo que flerta com o autoritarismo, o revanchismo e a esperteza não é de bom alvitre. Aproveitar-se das horas finais de um ano legislativo completinho para empurrar apressadamente nos deputados, sem nenhuma conversa, as tais propostas de mudança é mais um dos inúmeros oportunismos descarados do governo do PT. Debater é preciso! Se os deputados estaduais liberarem a prerrogativa, a próxima incursão do poderoso governador num legislativo passivamente ajoelhado poderá ocorrer sem a esperada e providencial “vaselina”...

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