Sábado, 10 de Outubro de 2009 – 21h10

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>> Silêncio Estratégico?

>> Estreia do quadro “Curtas e Boas”

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Silêncio Estratégico?

“Meu governo paga rato de rádio para atacar o Sintese”. A grave denúncia foi feita pela deputada Ana Lúcia Menezes na quarta-feira (“Liberdade Sem Censura”, FM Liberdade). O governo aderiu ao silêncio (estratégico?) como resposta.

Pode haver exagero na denúncia da deputada, fruto talvez do abalo produzido pela bombástica discussão com o prefeito de Capela, Manuel Messias dos Santos (Sukita), por quem foi acusada de “sempre ter usado a educação para se locupletar”. Se houve exagero, quem precisa de adversário se possui aliada tão descabida?

Há o outro lado. Marcelo Déda sempre dispensou tratamento especial aos sindicalistas. Já os acusou de traíras por levarem denúncias à imprensa. Classificou de conspiradores quem fez greve, ocasião na qual a máquina governamental foi usada para pressionar servidores. Médicos foram impedidos de visitar pacientes nos hospitais estaduais e defensores públicos de prestar assistência dentro dos presídios.

Não seria surpresa se “ratos de rádio” pagos com dinheiro público tivessem a incumbência de detonar o Sintese –e obviamente também outros desafetos. O silêncio do governo seria um indício da presença de fogo em meio à fumaça produzida pela denúncia da parlamentar? O secretário de Comunicação Carlos Cauê nega.

Por telefone ele me disse: “Nunca reconheci esse tipo de prática. Nunca a usei na Comunicação da prefeitura e no governo não a encontrei ou pus em serviço”. Para o secretário, é fácil desacreditar a opinião de um “ouvinte” desse gênero: “Se sou do governo digo que ele é da oposição e vice-versa. Virou lenda urbana essa história de rato de rádio”.

Inquiri Carlos Cauê acerca do fato de Ana Lúcia Menezes ter generalizado (“meu governo”). Não haveria algum outro setor da administração onde “rato de rádio” fosse bem vindo? O secretário alfinetou: “Somente ela (a deputada) pode dizer. Pessoalmente desconheço”.

Temos então duas palavras controversas de membros graduados de um mesmo governo. Com quem estaria a verdade? Na condição de deputada do PT e ex-secretária (Combate à Pobreza), Ana Lúcia Menezes precisa vir ao público confirmar a acusação e trazer à luz mais detalhes ou resignar-se... Do contrário, sai desse embate desmoralizada.

Um Pouco de História não Faz Mal a Ninguém – Como ignorar a presença desastrosa dos “ratos de rádio” no cotidiano das emissoras de Sergipe? Carlos Cauê deve ter motivos para simplificar tema tão delicado na convicção pueril de tratar-se de uma “lenda urbana”. Permito-me dele discordar.

O abuso dos “ratos de rádio” vem de longas datas. O primeiro a usá-los foi o então prefeito de Aracaju Jackson Barreto, que até hoje mantém uma equipe profissional paga através de cargos em comissão na Prefeitura de Aracaju e no Governo do Estado.

A prática seguiu em uso nas administrações dos prefeitos Wellington Paixão, Jackson Barreto (segundo mandato), José Almeida Lima e João Augusto Gama. Albano Franco foi o primeiro governador a usar “ratos de rádio”. João Alves Filho também fez uso da trupe de roedores do início até para além de meados do terceiro mandato.

No governo Marcelo Déda algo extraordinário ocorreu. Avessa aos “ratinhos”, a orgulhosa ex-secretária (Comunicação) Eloísa Galdino preferiu não se envolver diretamente com o “serviço”. Um ex-parlamentar da boca grande e bastante risonho, ligado desde muito moço ao deputado Jackson Barreto, assumiu o comando dos murídeos radiofônicos oficiais, atendendo a pedidos superiores.

Ao chegar à Comunicação, Carlos Cauê lá encontrou um dos maiores especialistas em “ratos de rádio” da história de Sergipe: seu secretário-adjunto Chiquinho Ferreira. Mas o secretário nega de pés juntos ter usado, usar ou mesmo saber da existência em qualquer setor do governo dessa “lenda urbana” conhecida de todos.

Estaria a deputado Ana Lúcia Menezes fora do juízo ao acusar o governo do qual faz parte de usar a máquina estatal para atacar um sindicato? Sinceramente não creio. Reconheço vários “ratos de rádio” operando nos programas “jornalísticos” matinais. A própria Ana Lúcia Menezes discutiu com um deles, a quem acusou nominalmente: “Alberto Jorge recebe dinheiro do meu governo para atacar o Sintese”.

Se os “ratos de rádio” não são pagos pelo governo, como garante o secretário Carlos Cauê, quem então os financia (e com quais recursos) para defender Marcelo Déda e atacar os desafetos do Governo das Mudanças para Pior?

Essa história ainda vai render...

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Curtas e Boas

Policiais Trapalhões – Não é título de filme de Renato Aragão. É apenas mais um arremedo da segurança no Governo da Mudança para Pior. Pobre já sofre! Agora imagine ser acordado por policiais armados com um sonoro “acorda vagabundo”. A família (16 pessoas ao todo) de Maria de Lourdes do Carmo, dona de casa, 66 anos, moradora da casa 697 da Avenida Poço do Mero, no Bugio, passou pelo dissabor. Deitados na cama, netas e filhos de Dona Maria de Lourdes do Carmo tiveram a intimidade violada por quatro policiais e um delegado as cinco da manhã da quinta-feira. O Departamento de Narcóticos da Polícia Civil buscava cocaína e crack. Depois do susto, tudo ficou “devidamente esclarecido”. A trupe dos policiais trapalhões havia arrombado a casa errada...

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Palavra Solta, Versos Perigosos – A promotora de Justiça da Saúde, Míriam Teresa Cardoso, foi acusada pelo ex-governador João Alves Filho de “ter ligação com o governo Marcelo Déda e de ser omissa com a saúde pública estadual”. Disse a promotora em sua defesa: “Não sei como Dr. João chegou a esse consenso. O que tenho a dizer é que não tenho nenhuma proximidade com qualquer gestor. Respeito a atual administração e se ela adota as medidas na área de saúde que são de interesse da população, aplaudo. Caso contrário, eu tomo as medidas necessárias”. Consenso? Talvez a promotora tenha escorregado na Língua Portuguesa. Se há consenso, além da própria promotora, a unanimidade da sociedade referenda o que disse o Negão...

Quinta-feira, 08 de Outubro de 2009 – 08h45

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>> O Chilique do Prefeito e a soberba falsidade do governo Marcelo Déda e do PT

>> Fatos Curiosos na Briga da Cozinha de Marcelo Déda

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O Chilique do Prefeito e a soberba falsidade do governo Marcelo Déda e do PT

Antes de adentrar no assunto-tema do comentário, quero acrescer alguns itens ao escrito anterior. Inicialmente, um sobejo aos leitores cujos comentários não foram publicados, especialmente os de quem não se identifica: não adianta forçar a barra, porquanto não vou permitir ilações ao fato de Marcelo Déda optar por realizar simples exames de rotina num hospital de luxo de São Paulo. Como já foi dito anteriormente, outros governadores também o fizeram sem sofrer danos à imagem e ainda hoje os ricos da cidade assim procedem. Portanto...

Atitude de fato condenável é a do secretário Rogério Carvalho!

Quando foi descoberto, num cúmulo de pura sorte, um nódulo benigno no pâncreas do governador, ela já estava num dos mais caros hospitais da América Latina. Não faria sentido retornar ao nosso Sergipe somente para realizar a cirurgia, cujo caráter supostamente seria de urgência-urgentíssima.

Já Rogério Carvalho, ao sofrer um acidente no interior do estado, perdeu uma excelente oportunidade de por a prova a decantada eficiência do nosso tão badalado sistema de saúde pública, por ele gerido como se fosse uma pocilga-modelo. Tendo sofrido apenas uma fratura na perna, o secretário de Saúde conscientemente passou pela porta do Hospital João Alves Filho. Até adeus deve ter dado aos médicos e enfermeiros da unidade de saúde. Mas capou o gato, indo correndo e sem delongas ao Hospital Primavera –para receber “um melhor” tratamento, certamente.

Aí sim, de duas uma: ou o chefe da pocilga-modelo não confiou na qualidade do trabalho dos médicos do Hospital João Alves Filho, para cuidarem de uma enfermidade relativamente simples; ou as condições de atendimento daquela casa não lhe estavam à altura, especialmente por ser ele sabedor privilegiado de como o hospital funciona de fato.

Mas lembrei-me agora de um dado curioso que talvez justifique a atitude do chefe da Saúde estadual. Dizem que no Hospital João Alves Filho algumas especialidades não têm médicos de plantão. Ortopedia seria uma delas. O acidente ocorreu na madrugada de sexta para sábado. Por que se arriscar a ficar com a perna torta? Certo estava Rogério Carvalho...

Antes que eu esqueça: membros do Adulatório Oficial do Governo da Mudança para Pior informam que o governador Marcelo Déda teria solicitado ao vice-governador Belivaldo Chagas que “não diminua o ritmo do governo”. Mais? Seria possível?

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Terno bem cortado, cabelos tingidos, sobrancelhas e unhas desenhadas impecavelmente, maquiagem levemente bronzeadora, perfume francês e linguajar de mulher da vida. Assim foi à luta ontem o prefeito de Capela, Manuel Messias dos Santos (Sukita).

Membro da base aliada do governo Marcelo Déda, ele classificou com adjetivos para lá de fétidos alguns dos próceres históricos do partido do governador. O interessante é o silêncio do governo e do PT. Haja falsidade...

Não queria estar na pele de algum oposicionista, caso ousasse pedir aos deputados Ana Lúcia Menezes (estadual) e Iran Barbosa (federal) para ter “vergonha ao falar em educação, porque nunca contribuíram efetivamente com a área”. O prefeito foi mais longe. Acusou a nobre deputada de sempre ter usado a educação para se “locupletar”.

Rápida parada para uma aulinha de Português. Locupletar. Do Latim locupleto, -are, enriquecer. (v. tr. e pron.) 1. Tornar ou tornar-se rico, enriquecer. 2. Encher-se. 3. Saciar-se...

Ao deputado Iran Barbosa, o prefeito acusou de também nunca ter feito nada pela educação, a não ser promover “baderna e esculhambação”. Mas os maiores pedregulhos foram reservados ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), professor Joel Almeida. “Picareta, cabra safado e irresponsável” foram os termos usados pelo prefeito.

Essa discussão com palavrório tão fedido já estava marcada para ocorrer. Na ânsia de garantir o controle sobre o sindicato dos servidores da Educação e sobretudo evitar perder para outros petistas (ou membros da base aliada do governo) as duas vagas de deputado, a turma de Ana Lúcia Menezes, Iran Barbosa e Joel Almeida agora ataca no interior. Prefeitos de todos os matizes políticos estão “P” da vida.

O caso do prefeito Manuel Messias dos Santos (Sukita) é mais emblemático porque também envolve –além dos estragos causados pelo Sintese à política municipal– o quinhão eleitoral do senador Antônio Carlos Valadares. A briga pelos votos dos capelenses para compor os parlamentos acabou por irromper o desamor entre o prefeito e os sindicalistas.

A deputada Ana Lúcia Menezes promete processar o prefeito Manuel Messias dos Santos (Sukita) e recomendou aos colegas de imbróglio agir da mesma forma. Nada mais justo...

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Fatos Curiosos na Briga da Cozinha de Marcelo Déda

Carlos Cauê Pagaria Mensalmente a Alberto Jorge?

No programa de George Magalhães na FM Liberdade (“Liberdade Sem Censura”), a deputada Ana Lúcia Menezes bateu boca sobre o papel do Sintese com um conhecido “rato de rádio”, o energúmeno bajulador profissional Alberto Jorge.

Alberto Jorge cometeu as besteiras e idiotias de sempre. Mas a réplica da deputada trouxe à luz um problema para o econômico secretário de Comunicação Carlos Cauê: “Alberto Jorge recebe dinheiro do meu governo para atacar o Sintese”, acusou Ana Lúcia Menezes.

Nos governos de Albano Franco (com André Barros) e no início do governo de João Alves Filho (com o mesmo Chiquinho Ferreira de agora), Alberto Jorge era remunerado mensalmente para excretar suas lamuriosas intervenções radiofônicas. Confirmadas as palavras de Ana Lúcia Menezes, revela-se então mais um “esquema” antigo mantido desavergonhadamente pelo Governo da Mudança para Pior: o da mamadeira para a cambada de aduladores oficiais lotados no rádio.

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Algemas, para Que te Quero?

Ao trombar de frente com Ana Lúcia Menezes à porta da TV Cidade, depois de ambos terem concedido (separadamente) entrevistas a Carlos Batalha (“Batalha na TV”), o prefeito Manuel Messias dos Santos (Sukita) fez um show particular para a deputada. Tendo o resguardo de um segurança pessoal que portava um par de algemas pendurado às calças como se fosse chaveiro, Manuel Messias dos Santos (Sukita) esbravejou ao telefone celular: “Viu como se trata esses vagabundos? Botei para arrombar. Tem que ser assim mesmo, na base do porrete. Comigo é assim!”.

A deputada achou o desaforo além da conta e dirigiu-se à Secretaria de Segurança Pública. Recebida pelo secretário João Eloy, Ana Lúcia Menezes disse que estava se sentindo ameaçada pelo prefeito. Referiu-se ainda às algemas, que lhe pareceram uma tentativa de intimidação. E não foi?

Terça-feira, 06 de Outubro de 2009 – 12h15

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>> A Saúde Estadual e a Saúde de Marcelo Déda

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A Saúde Estadual e a Saúde de Marcelo Déda

Triste de quem porventura precisar do serviço de saúde pública comandado pelo secretário Rogério Carvalho. Age corretamente o governador Marcelo Déda ao dirigir-se a São Paulo para fazer um simples check-up de rotina e por sorte os médicos depararem com um nódulo benigno no pâncreas, quando se sabe serem inflamações nesse órgão extremante perigosas, com resultados sempre sombrios.

Li muitas críticas de internautas do Portal Infonet pelo fato de Marcelo Déda optar por realizar exames num centro com medicina mais avançada. Outros governadores e pessoas mais abastadas procederam e estão a proceder da mais forma. O governador deve ter lá suas razões e dispõe dos recursos financeiros necessários. Nada demais, portanto.

O que choca de fato são as asneiras e os escândalos produzidos por Rogério Carvalho na Saúde estadual sem qualquer mínima reprimenda. Ou a Justiça tarda, mas um dia o alcançará. Ou Rogério Carvalho terá de acertar-se diretamente com Lúcifer pelos horrores cometidos.

O hospital público de Ribeirópólis é exemplo eloquente da inconseqüência do governo Marcelo Déda com a saúde do povo. Em dezembro de 2006 encontrava-se totalmente reformado e equipado para atender à comunidade 24 horas. Apto a realizar inclusive pequenas e médias cirurgias, Rogério Carvalho simplesmente derrubou o hospital. Em seu lugar, construiu um posto de saúde...

Desnecessário recordar o imbróglio da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e a irresponsabilidade com outro hospital também destruído, o Hospital Pediátrico José Machado de Souza, anexo ao Huse Mas Não Abuse Porque Não Aguenta. As mortes de mais de 60 crianças na Maternidade Hildete Falcão e outras tantas nas UTIs do Hospital João Alves, provocadas pela imundice, sequer foram apuradas. Mas para que apurar, se morreu apenas gente pobre, gente da ralé, gente que não pode pagar para ter saúde de qualidade?

Marcelo Déda tem direito de procurar uma saúde de primeiro mundo para si. Nada contra. Porém, ao retornar de São Paulo, restabelecido fisicamente, o governador deve também fazer um profundo exame de consciência. Com saúde não se brinca e ninguém melhor do que ele, agora ainda mais, para entender o delicado significado dessas palavras.

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É elogiável a transparência do governador Marcelo Déda ao expor seu real estado de saúde. Além de boletins e informes publicados pela Secretaria de Comunicação, o próprio secretário Carlos Cauê fez as vezes de porta-voz. Ouviu-o falar diretamente de São Paulo em duas ocasiões. A primeira ao meio dia da sexta-feira, horas antes da operação de retirada de um nódulo benigno do pâncreas do governador. Numa segunda investida, já no decorrer da cirurgia, por volta das 19h30 do mesmo dia. Ambas as entrevistas foram veiculadas pela TV Sergipe.

Nesse último informe, falando baixo como se estivesse num ambiente próximo ao local onde Marcelo Déda era operado, Carlos Cauê, talvez emocionado, confundiu-se no vocabulário e ao informar sobre o caráter das ações médicas disse que o material retirado do governador iria passar por “autópsia”. Tomei um susto. Pensei: “Oxente, que história da peste é essa? O homem não tava bem?”. Depois, mais relaxado, percebi tratar-se apenas de uma troca de palavras. Na pressa, biópsia sem querer virou autópsia... Haja coração!