“OPERAÇÃO PATIFARIA”
Chama-se “complexo de vira-lata” o fato de não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima dos brasileiros. Faz sentido…
O conceito “científico” foi urdido pelo dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues, também um grande piadista e amoralista. Vez por outra, ele ressurge para invocar a inferioridade voluntária do brasileiro ante o resto do mundo. Como disse certa feita um colega, “O brasileiro é um Narciso às avessas. Cospe na própria imagem”. Faz muito sentido…
Lembram a tal “Operação Controlada” da PF, na qual uma série de inovações tecnológicas foram utilizadas pela Polícia Judiciária para angariar provas à delação muitissimamente premiada dos Irmãos Caipiras? Pois bem, era tudo, na verdade, uma “Operação Tabajara”!
A tal mala dos R$ 500 mil não tinha chip porra nenhuma – foi uma patifaria inventada pela polícia pra forçar a barra; os grampos feitos em telefones de autoridades e afins não faziam parte da dita operação, e sim da Lava Jato [por isso, Edson Fachin deu as cartas]; e até o gravador usado por Joesley Safadão para flagrar o presidente temerário – no meu ouvir, sem sucesso – era xumbrega, um pendrive xingling!
O Brasil da sacanagem mostra a sua cara...



UM GIGANTE NANICO
A aparente contradição dos termos acima pode suscitar o famoso “trocadalho” – com perdão pelo cacófato! No entanto, resume bem o ambiente de desvirtudes expostas no qual vivemos os brasileiros. A política sofreu um nocaute grande, com a divulgada generalização da bandalheira. Estamos no modo “salve-se quem puder”. A dupla caipira [e bilionária, graças ao nosso dindim] Joesley e Wesley Batista já está refastelada num confortável bote salva-vidas, regado ao melhor que o capitalismo norte-americano pode oferecer. Gente de sorte. Muita sorte…
Enquanto isso, no Gigante Adormecido, nós pagamos a homérica farra dos poderosos: nós, os bestas, os otários – a plebe rude e ignara, pobre de dinheiro e de esperança. E ainda rimos, achamos engraçado ver um senador nanico, de um partido idem, com voz de falsete e gestual de macho tipo UFC, agigantar-se sobre uma mesa numa comissão do Senado da República, partindo para o tudo ou nada, para as vias de fato! Engraçado é, não fosse também extremamente trágico.
A esquerda latino-americana, provado está, especializou-se em arruças e roubalheiras, até então focadas apenas em sindicatos. Ao acender ao topo da cadeira “alimentar” da política em várias nações em via de desenvolvimento, a turba de “la sinistra” – como dito em Roma – praticou a bandalheira econômica e surrupiou o quanto pode o Erário. É essa gandaia que agora grita em falsete, máscula, chamando para a briga. Arruaceiros de primeira, de segunda e de terceira…
A foto [aqui reproduzida] na capa da Folha de São Paulo desta quarta-feira (24) diz tudo! É o retrato máximo de um Brasil mínimo…


PATIFARIA DE PROCURADORES DA REPÚBLICA
A provar que vivemos sob uma indisfarçada “Ditadura do Ministério Público” – assim, com maiúsculas –, o que em si pode ser considerada uma tremenda vigarice apenas por acusar grave abuso de prerrogativa de função pública, vê-se o que O Globo faz saber em seu site acerca da patifaria promovida por essa gente contra o jornalista Reinaldo Azevedo.
Para quem ainda ignora a danação, o colega anunciou nesta terça-feira que deixou a revista “Veja” após a divulgação de uma conversa telefônica na qual ele discute as denúncias na Lava Jato contra o canalha do Aécio Neves com a irmã do cujo, a também jornalista Andréa Neves, ora encarcerada sob acusação de corrupção ativa. No diálogo, Reinaldo Azevedo critica reportagem da própria publicação sobre uma suposta conta do tucano em Nova York, [ainda] não comprovada.
Com escritório especializado em temas ligados à liberdade de expressão, o advogado Alexandre Fidalgo disse aO Globo acreditar que a crítica de Reinaldo Azevedo a alguns comportamentos do Ministério Público Federal (MPF) pode ter motivado “uma espécie de vingança” por parte de quem divulgou suas conversas. Sendo verdade, cabe severíssima reprimenda àquele que tratou de executar a “vingança” e, logicamente, ao mandante.
Disse o jurista ao site do diário: “O sigilo de uma fonte do jornalista é princípio básico da liberdade de expressão. O jornalista, sem fonte, não exerce sua profissão. Uma democracia não é plena se ela não garantir a este profissional sigilo absoluto de suas conversas”. Será que é preciso desenhar isso para a turma da PGR?
Alexandre Fidalgo lembra que, para um jornalista, “é fundamental ter boas fontes”; e completa: “As boas fontes estão no centro da informação. A conversa [entre Reinaldo Azevedo e a irmã do fanfarrão mineiro tirado a esperto] é absolutamente natural no Estado Democrático de Direito”. Ou seja, alguém do MPF pisou feio – muito feio! – na bola. Espera-se que, ao menos, haja alguma “explicação oficial” para tamanha patifaria.
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