INFERNOS DO RETROCESSO
Os capangas midiáticos infiltrados na imprensa sergipana tentam a todo custo minimizar o desastroso primeiro ano do governo do PT. Sem poder apresentar nada de concretamente novo ao ludibriado eleitorado, a cafajestada tapa os buracos das colunas “jornalísticas” falando até da relação de Marcelo Déda com o espelho. O governador da mudança estaria esgotado fisicamente por conta do exercício mental diário, que faz tão logo acorda, para conter o excesso de otimismo. A dificuldade no controle da empolgação advém do fato de o príncipe petista enxergar um excelente futuro para Sergipe.
A conversão de Marcelo Déda à futurologia é pertinente e pelo visto bastante necessária. Como seu governo não deu conta dos inúmeros problemas administrativos do presente, acreditar piamente em dias mais auspiciosos, conforme imaginado quando conversa com o próprio espelho, além da sensação de alívio pelo desapontamento causado nos que nele confiaram, dá ao governador da mudança a chance de pensar em algo positivo.
Atarefadíssimo na perseguição mesquinha aos adversários e no desmonte do programa de gestão deixado pelo ex-governo, Marcelo Déda teve tempo nos últimos 11 meses apenas para guardar quase R$ 800 milhões e assinar os financiamentos dos projetos negociados pelo ex-mandatário, cuja soma prevista chega a R$ 500 milhões. As notícias alvissareiras do crescimento do PIB, melhor qualidade de vida do Nordeste (IBGE/Censo 2006), obras do PAC, conclusão de rodovias, início da ponte Mosqueiro/Caueira, entrega da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e até empreendimentos industriais e turísticos resultam na verdade das intervenções da administração anterior.
Assim dito, o “céu de brigadeiro” sonhado pelo governador da mudança para 2008 nada tem a ver com um provável golpe militar aplicado desta feita pela Aeronáutica ou com alucinações provocadas pelos efeitos colaterais de medicamentosos indicados a combater o estresse. A futurologia só comprova que nem Marcelo Déda agüenta mais tanta notícia desagradável: descontrole total na Segurança, mortes por causa da imundície dos nosocômios, esperteza nas licitações da Saúde, paulada nos estudantes que protestam, desprezo pelos servidores, salários de marajás dos secretários...
Lamentável perder um ano inteiro. Comemorar o quê? Para 2008, as esperanças se renovam. Dinheiro tem de sobra, projetos existem, promessas do presidente Lula da Silva de ajuda não faltam. A escassez de pessoal abalizado no Partido dos Trabalhadores é um problemão. Não se acha na esquina gestores probos e competentes, dispostos a pegar duro no batente. Estes são os grandes desafios de Marcelo Déda no ano vindouro. O PT também precisa descer do palanque e permitir a construção do almejado novo modelo de gestão, declamado em verso e prosa pelo governador eleito em outubro de 2006. Desapegar-se da Mãe-estado já seria um bom começo. Afinal, Sergipe não merece permanecer bancando os prazeres de quem nunca provou do mel nem tacanhamente focado no retrovisor, à mercê de quimeras e sempre a esperar por dias melhores! 2008 deve ser o ano da ação...
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