::: Segunda-feira, 26.11.2007 - Edição Número 196 :::

PEDRA NO CAMINHO
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A entrevista de João Alves Filho ao CINFORM desta semana deve colaborar para aumentar ainda mais as já cinzentas madeixas do governador Marcelo Déda. O sonho do petista de manter-se chefiando a administração estadual e a prefeitura de Aracaju tem no ex-governador aquela pedra no caminho. O sentimento das ruas é que nunca esteve tão fácil a oposição comandar a Capital. Os fatores seriam muitos. O mais forte, na opinião do ex-mandatário, seria o fato de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira terem um legado ruim. Não obstante ser o governador sergipano um príncipe do PT nacional e gozar da íntima intimidade do presidente Lula da Silva, de quem é compadre. Os mais antigos conhecem bem a trajetória política de João Alves Filho. O cara não desiste nunca. Parece se alimentar dos desafios. Quanto maiores, melhores! A falta de elementos marcantes à passagem do PT pela prefeitura de Aracaju ilustra como Marcelo Déda poderia ter aproveitado melhor o compadrio em benefício da cidade. O ex-governador adianta, assim, o tom do discurso da oposição para festejar a vitória em 2008. O osso não será fácil de roer. Lula da Silva ainda é o todo-poderoso gestor do “Bolsa-Família”. O próprio Marcelo Déda economizou até agora cerca de R$ 800 milhões. Obras e ações públicas e de bastidores estão em andamento. Apelos emocional e financeiro não faltarão à vastidão dos ingredientes que se somam para seduzir o eleitorado mais servil. Como antídoto, João Alves Filho aponta não ser o aracajuano dado a manter o poder nas mãos de um único grupo. Certamente, a experiência de quem não emplacou candidato quando esteve no poder conta muito agora. João Alves Filho é a pedra no caminho de Marcelo Déda porque não está disposto a vestir o pijama, e por ser um adversário difícil de mastigar e engolir. Tivesse outra personalidade, diante das perseguições e do imensurável poder dos governistas, aposentar-se seria uma saída honrosa. Mas o Negão tem planos para o futuro. E pelo visto, não são poucos!
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. NO PONTO
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O aperreio do radialista e deputado-tampão Gilmar Carvalho promete ser homérico. O metido a esperto terá de desembolsar R$ 180 mil reais para cobrir a indenização por calúnia, injúria e difamação contra o ex-governador João Alves Filho. As ofensas foram proferidas quando o Cão-Cão estava locutor na FM SERGIPE, onde comandava um programa estilo “quem é o gostosão daqui? Sou eu, sou eu!”. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou o falastrão em última instância, não cabendo mais qualquer recurso. Agora, é ver a cor do dinheiro saindo... Por conta desta condenação de Gilmar Carvalho, muitos jornalistas integrantes da banda podre da nossa imprensa estão com os respectivos no ponto. Falaram o que não deviam. Acusaram sem provas. Mancharam imagens públicas. Mentiram. As indenizações prometem alegrar algumas casas de caridade e assistência social de Sergipe!

Um comentário:

Anônimo disse...

Para os que acham que isso é antidemocrático e prática de censura, é bom lembrar que a justiça é a única instãncia legal para os que se consideram vítimas do jornalismo recorram. Liberdade de imprensa não abriga calúnia ou difamação. Censura e ilegitimidade seria pular essa etapa e simplesmente mandar demitir ou intimidar com outros meios informais quem fala ou escreve. Se nem à justiça for possível recorrer, o que cabe ao cidadão?