A ESPERANÇA AINDA ESPERA Em 31.08, o Ministério Público Estadual acolheu em Aracaju a Caravana em Defesa do Rio São Francisco. O grupo visitou 12 capitais em busca do apoio de lideranças políticas contra a transposição. Pressionado pelas constantes críticas de ser omisso à causa, o governador Marcelo Déda aceitou receber os caravaneiro. Solicitaram pudesse ele usar da influência para intermediar uma reunião com o Grande Molusco. Sua Alteza Real soube aproveitar a chance de recuperar a imagem junto à opinião pública. Prometeu mediar o encontro dos viajantes com o presidente: "Usarei todo o meu esforço para permitir que o governo federal abra uma conversação com os técnicos e as autoridades (...) visando discutir até a exaustão o tema (da transposição)". Um mês se passou e nada do encontro com Sua Inocência, o compadre-salvador da Pátria! Membro do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco e um dos líderes do grupo viajante, o professor da Universidade Federal de Sergipe Luiz Carlos Fontes lamenta a demora: "Vamos aguardar. Precisamos encerrar a etapa de discussões e o encontro com o presidente Lula é fundamental. Já formalizamos o pedido. Agora, dependemos do governador". A espera pode ser longa. Já nas primeiras querelas expondo os riscos da transposição, Marcelo Déda optou pelo conforto do silêncio. Não queria contrariar o compadre. Apenas dias antes da eleição, pressentindo que poderia perder milhares de votos caso se mantivesse omisso, ele revelou pendor pelo São Francisco. O papo colou! Eleito, as palavras ditas contra a obra foram devidamente esquecidas. Pelo histórico de promessas não cumpridas e também em função da extremada ligação pessoal e política com o presidente, não se deve esperar do governador Marcelo Déda qualquer atitude que implique em mínimo prejuízo aos planos do governo petista. Inclusive (e especialmente) quanto à transposição. Aos que ainda crêem no contrário, recomenda-se o deleite de generosas poltronas! POBREMENTE RICO Por um punhado de vezes o líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca, denunciou o formidável caixa engordado mês a mês pelo governo do PT. Sessenta dias atrás, o próprio governador Marcelo Déda confirmou os números. Agora, pelas contas de Venâncio Fonseca repousariam na Fazenda estadual algo em torno de 300 milhões de reais. Não obstante, aos apelos para cumprir a promessa de campanha de melhorar os salários dos policiais, apenas para citar uma categoria de servidores até hoje engambelada, o governo do PT argumenta não haver dinheiro. Venâncio Fonseca contesta: "É questão de prioridade. Eles estão comprando 307 mil reais de filé de camarão e 352 mil reais em camarão pistola. Nunca vi gostar tanto de mordomia!". O deputado oposicionista revelou ainda outros gastos possivelmente dispensáveis: "Para discutir o programa de combate à pobreza, o PT gastou 80 mil reais no aluguel de uma sala num hotel da orla. A compra de camisas para o Pré-Universitário ficou em mais de 100 mil reais e para colocar o retrato do governador nas paredes das repartições gastaram 88 mil reais em 1.600 molduras. Eles só não têm dinheiro para aumentar salários". Com 300 milhões de reais estocados, certamente o governo do PT poderia sim cumprir a promessa de reajustar os salários dos funcionários públicos. Porém, há outras urgências. As estradas, essenciais para o escoamento da produção de alimentos e fornecimento às indústrias instaladas no interior, estão acabadas. Policiais reclamam da falta de equipamentos, de munição e até de gasolina para as viaturas. São apenas dois rápidos exemplos de demandas sumariamente ignoradas. Dinheiro há de sobra, mas como 2008 é um ano eleitoral...
E.Zine 27/09 N158
A PTBRAS Os fatos confirmam: nos últimos anos a Petrobras foi transformada no grande cabide de empregos para abrigar os petistas. Com as últimas indicações em postos-chave da maior empresa brasileira, o PT consolida a posição de controlador do maior orçamento do governo federal. O poder de investimento (R$ 112 bilhões) faz a Petrobras maior que todos os ministérios juntos. O avanço petista neste gordo orçamento irritou a base aliada. Terça-feira, a tramitação da CPMF foi interrompida. Os partidos da coalizão governista também queriam um quinhão na empresa. O argumento segue a lógica da "representação na máquina". Ou seja, a Petrobrás deve reservar no mínimo 11 funções relevantes para as agremiações governistas. Sabe-se, porém, os partidos ambicionam bem mais do que apenas uma indicação na organização. O balcão de negócios aberto para prorrogar a qualquer preço a CPMF é exemplo sintomático e eloqüente. O aparelhamento da Petrobras beneficia o PT sergipano. Lutando contra o ócio desde julho de 2005, quando renunciou à presidência da Petrobras para disputar o Senado, José Eduardo Dutra foi encaixado segunda-feira na presidência da BR Distribuidora. No discurso de posse, ele defendeu abertamente, em causa própria naturalmente, o avanço petista nos cargos diretivos da Petrobrás: "As nomeações sempre foram movidas por indicações políticas, mas observando a capacidade técnica. Quando fui indicado em 2003, disseram que por eu ser sindicalista e político iria levar a empresa à bancarrota. O resultado foi exatamente o contrário". Eis aí uma meia verdade! O reinado do Grande Molusco coincide com a maior expansão econômica da história humana. Contudo, conforme estudo da consultoria Economática feito a pedido da FOLHA DE S. PAULO, o lucro da Petrobras caiu 34,4% no primeiro trimestre de 2007 (US$ 2,014 bilhões ou R$ 4,1 bilhões). Já as concorrentes norte-americanas: ChevronTexaco (18%), ExxonMobil (10,5%), ConnocoPhilips (7,8%) e Valero Energy (34,8%). O estudo mostra ainda outro dado negativo: nos últimos 12 meses encerrados em março, as ações da Petrobras na Bovespa subiram 12,1%, patamar inferior à valorização da Exxon (26,3%), Chevron (31,6%) e Marathon Oil (32,2%), por exemplo. A valorização também é menor do que a do Ibovespa (20,5%). Diante dos números, o discurso de José Eduardo Dutra cai por terra. Está provado, é apenas uma rara e feliz coincidência juntar filiação partidária e capacidade técnica. Teria o PT e os partidos governistas uma plêiade de afilhados com reconhecida competência técnica e irrepreensíveis credenciais éticas à altura das grandes demandas da Petrobras? Não dá para crer! O sergipano José Eduardo Dutra pode até defender a boquinha que arranjou. Está perdoado pelos quase 28 meses de absoluto ócio. Mas daí querer justificar o apetite voraz, a sanha predatória de petistas e aliados sobre uma empresa como a Petrobras, é muita esculhambação...
E.Zine 26/09 N157
OLHAR DEFEITUOSO Conta o sábio jornalista Sebastião Nery: certo líder político das antigas ao chegar a uma cidade do interior ouviu do aliado local não haver nada a desabonar a conduta do ferrenho adversário. A reação dele explica a essência da alma humana: "Melhor ainda! Se não tem defeitos, a gente bota o rabo do tamanho que quiser". A ponte Construtor João Alves foi vítima da inveja desmedida tão logo começou a ser discutida. De cara, o grande defeito dela era existir apenas na cabeça do idealizador. Seria mais uma obra "desnecessária", "faraônica"... Houve apostas de que nunca ficaria pronta. Muita gente lutou para tanto! Finalmente inaugurada um mês após o prazo previsto, sofreu maledicências de todo tipo, tamanho e padrão. Até de ter sido construída às pressas. Passou a operar normalmente em novembro de 2006. A ponte mais bela do Nordeste é dotada de sistemas especiais. Vão da estrutura básica à iluminação e segurança viária de primeiro mundo. Enquanto as câmeras de monitoramente do tráfego estiveram em operação, o trânsito fluiu livre de acidentes e mortes. Sem entender bem a serventia do equipamento, o governo do PT relaxou na manutenção e o sistema está parado desde março. A iluminação dos pilares centrais só voltou a operar no final de semana passado, após meses desligada. O maior defeito da ponte Construtor João Alves é ter sido construída pelo filho do homenageado. Nada há de errado no projeto físico ou de tráfego, elaborado e empreendido sob rígidas normas internacionais para obras daquele porte e envergadura. A ponte não é culpada pelas mortes que nela ocorrem por excesso de velocidade. A sinalização é clara quanto à quilometragem adequada nas cabeceiras de entrada e saída. Sem ter como monitorar os quase dois mil metros de pista livre, a polícia de trânsito está às cegas. Pior: não sabe como abrandar os limites de velocidade tão necessários à preservação da vida, como ocorre em qualquer via expressa na China e em Saturno. Os colaboracionistas do governo petista infiltrados na imprensa, imbuídos de taciturna inveja e recorrente ressentimento, culpam a ponte (ou melhor, o construtor dela em última análise) pelas mazelas ocorridas nesses três meses. É como a história do sujeito sem defeito, contada por Sebastião Nery. O tamanho do rabo...
E.Zine 25/09 N156
COISA DE CINEMA
O espetacular roubo da loja de jóias finas Guadalupe dentro do Shopping Jardins confirma: ninguém, a não ser quem tem escolta privada em tempo integral, está livre do infortúnio de se deparar com assaltantes!
Dois bandidos armados levaram o estoque da loja em pleno horário comercial no sábado. Nem a empresa de segurança (sic) Nordeste foi capaz de inibi-los. Uma das funcionárias conseguiu acionar o alarme da loja. Mas ao invés de averiguar, a Nordeste optou por tentar falar com a Guadalupe. Por várias vezes um dos bandidos atendeu e desligou. Somente uma hora depois, a empresa de segurança (sic) chegou ao local. Claro, o final da história termina bem para os bandidos...
- PS: Se num local supostamente seguro como um shopping algo assim tão cinematográfico -todo o enredo foi gravado pelas câmeras de segurança da Guadalupe- acontece sem reação e depois os meliantes vão embora tranquilamente, o que esperar do comércio a céu aberto? Detalhe: a polícia também foi acionada, mas não havia nenhuma viatura policial nas proximidades!
O vereador Vinicius Porto chamou a atenção para um fato muito curioso. Com a saída do hoje deputado-secretário Rogério Carvalho da prefeitura de Aracaju, sumiram do DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO os processos de inelegibilidade e dispensas de licitação.O rapaz brilhante assumiu a Saúde estadual e, por coincidência obviamente, lá estão publicadas no DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO as mesmíssimas inelegibilidades e dispensas de licitação.
A observação de Vinicius Porto corrobora assim com a tese de que o uso do cachimbo faz a boca...
SOFISTICANDO A CANALHICE
Para aprovar a CPMF o Grande Molusco prometeu mundos e fundos, atendendo à pressão dos partidos aliados, que condicionaram a aprovação do imposto a nomeações de cargos. Nas palavras do senador Pedro Simon, "compraram a alma de muita gente!". Ninguém duvida da capacidade e dos meios usados pelo PT para garantir a continuidade da Contribuição sobre Movimentação Financeira, cuja arrecadação deve gerar 38 bilhões de reais/ano até 2011, prazo pretendido pelo governo do Partido dos Trabalhadores para estender a cobrança.
A experiência do partido na cooptação de apoio foi demonstrada com requintes de soberba quando se instalou no Palácio do Planalto a Central do Mensalão, chefiada por José Dirceu. Não foi difícil subir uma oitava e inovar o processo. A máquina federal é robusta o suficiente para abarcar a enxurrada de indicações agora negociada para "convencer" os parlamentares da

E.Zine 24/09 N155
FUTUROLOGIA E (IN)SEGURANÇA (ou BOM SE TUDO FOSSE VERDADE!) Como diz um daqueles ilustres notívagos debochados: segurança é como fome, só passa depois da comida no estômago! A mídia da SSP difundindo o projeto “Segurança Cidadã” é uma afronta à barriga na miséria da população, hoje totalmente entregue a própria sorte. Os bandidos agem livremente. Matam, assaltam, roubam, estupram sem qualquer reação do poder público. Ao invés de organizar a polícia e por o efetivo para trabalhar de verdade, o governo do PT faz mais promessas. Promete investir 20 milhões de reais na aquisição de novas viaturas, em modernos equipamentos e na contratação de mais policiais. Promete reduzir os índices de violência e aumentar a segurança em Aracaju e no interior. Quase dez meses depois de assumir o governo, Marcelo Déda ainda se imagina num palanque. A propaganda do tal Plano de Investimentos em Segurança Pública (Segurança Cidadã) causa mais entojo e irritação pelos supostos depoimentos: “As pessoas vão poder andar tranqüilas nas ruas. Vão ter paz dentro de suas casas”; “Se o policial estiver satisfeito, ele irá corresponder”; “Será uma segurança pública de qualidade”. Fechando a peça publicitária, alguém comenta sem muita convicção: “A gente já se sente mais seguro. Dá pra ver que a segurança vai mudar em pouco tempo”. Haja cara de pau! Enquanto o governo do PT gasta em propaganda com as previsões de “pai” Marcelo Déda sobre o provável futuro da segurança dos sergipanos, a criminalidade está na farra! Basta abrir os jornais ou assistir aos noticiosos do rádio e da TV para comprovar que ninguém está seguro de verdade. Promessas e mentiras não enchem barriga...
- Assista ao comercial produzido pela Secretaria de Comunicação com as previsões de “pai” Marcelo Déda sobre o provável futuro da segurança em Sergipe e tire suas próprias conclusões!
O SILÊNCIO DOS ESPERTOS A imprensa sergipana é curiosa. Parte expressiva dela é composta por gente com posição política bem definida. Raros, contudo, são os que assumem a preferência partidária, majoritariamente ligada ao petismo. Por conta disso, talentosos como Marcos Cardoso, Ivan Valença, Luiz Eduardo Costa (vulgo Expedito Maruinense) e Cássia Santana ignoram sumariamente as recorrentes aloprações de Rogério Carvalho, preferindo tratar em suas colunas domingueiras de temas mais amenos ou a falar mal do ex-governo, o prato preferido da maioria. Convenhamos, deve ser estranho aos leitores do JORNAL DA CIDADE e JORNAL DO DIA ver o espírito legalista e o faro investigativo dos melhores da imprensa local sendo usado somente para expor as supostas e recorrentes mazelas do passado, como se o governo do PT estivesse fazendo a melhor e mais séria administração da história de Sergipe. Das duas uma: ou é pura bajulação ou a esperteza real está inchando alguns bolsos... ENFIM, O GANHA-PÃO Após 28 meses afastado de cargos federais, o ex-senador e ex-presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra foi confirmado na sexta-feira para dirigir a BR Distribuidora. Em julho de 2005, o grande baluarte do PT sergipano renunciou à presidência da estatal do petróleo para disputar uma vaga no Senado. Não obteve sucesso! Desde então, lutava contra o ócio, tendo como padrinho o governador Marcelo Déda. Finalmente, a boquinha chegou... E já não era sem tempo!
E.Zine 20/09 N154
OURO DOS TOLOS Operações clandestinas realizadas na calada da noite na nova maternidade de alto risco de Aracaju, mantida fechada desde janeiro, apesar de ter sido inaugurada em dezembro de 2006 totalmente concluída e apta a operar, comprovam a falta de escrúpulos do novo governo. No final de semana passado, um caminhão retirou da Nossa Senhora de Lourdes 16 incubadoras, condicionadores de ar e vasto material cirúrgico e hospitalar. O carregamento foi despejado ainda às escuras na combalida Hildete falcão. Quando os equipamentos novinhos em folha chegaram, funcionários questionaram a origem deles. Foi-lhes dito terem sido emprestados de um hospital particular para aumentar a capacidade de atendimento da Hildete Falcão, onde uma ala está sendo reformada para receber uma nova UTI neonatal. Sem acreditar na história do empréstimo, os funcionários passaram a investigar de onde a tralha realmente teria vindo. A verdade cristalizou-se na quarta-feira, quando o deputado Augusto Bezerra denunciou a estratégia do novo governo para tentar minimizar a situação calamitosa da Hildete Falcão. Com o Ministério Público Estadual na cola e depois do estardalhaço do oposicionista, parte do material surrupiado acabou devolvida à nova maternidade durante a madrugada de ontem. A Nossa Senhora de Lourdes está fechada porque os vermelhos alegam problemas estruturais. O estranho é que, enquanto a solução não chega, seus equipamentos de última geração sejam usados numa outra maternidade, onde as condições sanitárias são precárias e crianças morrem como moscas. É a típica esperteza de quem acha que só há otários no mundo... REAÇÕES ADVERSAS Rogério Carvalho luta para encobrir a enxurrada de desmandos praticados por ele quando foi secretário de Saúde de Aracaju e na atual gestão da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A nova cortina de fumaça surge em meio às mortes de 11 bebês na Hildete Falcão e dos mais de 170 milhões de reais comprados sem concorrência, além da suspeita de falseamento em licitações. O estoque de remédios sem validade é na verdade um fóssil. Há nele medicamentos cuja compra remonta ao século passado. Alguns datam de 1985. Resultam de mais de 20 anos de inspeções da Vigilância Sanitária Estadual nas unidades de saúde do governo, hospitais e postos de saúde conveniados, e farmácias privadas. Rogério Carvalho tentou inicialmente quantificá-los em 10 toneladas. Não colou! Agora, tudo cabe num caminhão baú. Pressionado pela oposição a explicar a razão de ter ficado todos esses meses de bico calado, o rapaz brilhante contra-atacou acusando o ex-governo de irresponsável. O tiro, contudo, acertou em cheio o deputado Eduardo Amorim, secretário de Saúde à época e hoje aliado do governador Marcelo Déda. Segundo reportagem do CINFORM (04.06.07), a empresa fantasma Milena Santos de Andrade, de Alagoas, teria recebido 3,3 milhões de reais por remédios jamais entregues a SES. Noutros contratos, medicamentos comprados por Eduardo Amorim estariam além das reais necessidades ou tinham preços superfaturados. A tenebrosa gestão do deputado se encerrou com a demissão dele em fins de 2004. A Polícia Federal e o Ministério Público começaram a investigar o caso. As conclusões ainda são aguardadas. Outras vítimas da verborragia incontida de Rogério Carvalho são colegas dele no novo governo. Como no estoque dos imprestáveis há medicamentos adquiridos há mais de 20 anos, o deputado-secretário também culpou antigos gestores do Hospital João Alves Filho pela negligência e falta de planejamento. As pedradas ferem diretamente Roberto Gurgel, hoje no Hemolacem, e George Caldas, diretor da Hildete Falcão. Ambos dirigiram o HJAF entre 1995 e 2002, durante os governos de Albano Franco. Ontem, Rogério Carvalho disse que não pretende alimentar o bate-boca sobre os medicamentos sem validade. Para evitar leviandades, não vai responsabilizar ninguém até as investigações estarem concluídas. Porém, ao dizer tantas asneiras e mentir descaradamente sobre quantidades e conteúdo do estoque apenas para sujar a imagem dos adversários, o deputado-secretário acabou por criar uma situação constrangedora: pôs os próprios aliados e auxiliares na defensiva. É no que dá falar sem pensar...
E.Zine 20/09 N154
TIRO NO PÉ O PT tem um modo peculiar de lidar com quem atrapalha. Os remédios sem validade expostos à mídia deveras tardiamente pelo deputado-secretário de Saúde Rogério Carvalho, por exemplo, embora contra-indicados ao uso medicamentoso, servem agora para camuflar as inúmeras ilegalidades e incompetências cometidas pelos vermelhos na gestão da Secretaria de Saúde. Geram, porém, terríveis efeitos colaterais num grande aliado. Rogério Carvalho tomou conhecimento do imenso estoque de remédios sem validade, sob custódia da Vigilância Sanitária, ainda durante o período de transição. Boa parte remonta ao século passado. Por meio dos aduladores de Sua Alteza Real, ele plantou notas na imprensa abordando o tema para mostrar como o ex-governo era negligente. Recebeu ordens superiores para calar-se e resguardar o assunto. Depois da indicação de Flávio Conceição ao Tribunal de Contas, era vantajoso o PT manter a liderança de Edvan Amorim. Precisava dos seis deputados da bancada dele na composição da mesa diretora da Assembléia. Contudo, Marcelo Déda, um bom aluno de José Dirceu, passou a negociar diretamente com os parlamentares. Em gravação da Operação Navalha, a deputada Suzana Azevedo falou em 15 mil reais por mês. Sem força na Assembléia e sem influência para fins financeiros no novo governo, Edvan Amorim foi usar a lábia no interior. Prometendo bancar campanhas, fechou aqui e ali acordos visando às prefeituras. Os vermelhos ficaram preocupados. O método do PT é usar a máquina contra quem não esteja alinhado. Nem sempre dá certo. Os tais remédios vencidos e não incinerados, por exemplo, viraram brasas ardentes. O CINFORM de 04.06 questionou onde estariam 3,3 milhões de reais pagos a empresa fantasma Milena quando Eduardo Amorim era secretário de Saúde. Sob investigação da Polícia Federal e Ministério Público, a passagem do deputado pela Saúde estadual no ex-governo estava adormecida. Ninguém nem falou da demissão dele a bem do serviço público, motivo para o racha familiar nas hostes do ex-mandatário. Rogério Carvalho trouxe tudo de volta para tentar desviar a atenção pública das próprias mazelas na Saúde. Agora é esperar para ver como o inferno vai reagir...
E.Zine 19/09 N153
DESCONFIAR É PRECISO Aqui, na China e em Marte o papel da oposição é contestar. É confiar desconfiando! No caso do Banco do Estado de Sergipe, os deputados contrários ao novo governo agiram corretamente ao repercutir na Assembléia a informação da FOLHA DE S. PAULO (16.09) quanto à possível privatização do Banese. Não houve má fé, como quer fazer crer a bancada da situação. Desde o início da administração petista, o banco sergipano foi alvo de estranhas especulações. Parecia haver dois Baneses. Um deles considerado pela revista CONJUNTURA ECONÔMICA (Fundação Getúlio Vargas, 10/2005) como "segundo Melhor Banco Público do país", cujas ações tiveram a maior valorização na bolsa de valores entre todos os bancos brasileiros (1.357% as OM e 1.122% as AM) e cujo lucro foi multiplicado por seis, fechando em 52,7 milhões de reais até 09/2006. O outro Banese estava à beira de um ataque de nervos. Tão alquebrado, pobrezinho, que necessitaria até da engenhosa reengenharia vermelha para retomar os mínimos padrões de eficiência, conforme denunciavam os aduladores de Sua Alteza Real infiltrados na imprensa. Mentiam no passado e mentem hoje para ver se cola a história do tal passe de mágica do governador Marcelo Déda, que em apenas oito meses evitou a quebradeira do banco estadual e lhe deu novo fôlego. Contrariando a cantilena da turma chapa-branca, relatório da consultoria Austin Rating publicado em 01/2007 (com validade até 30.11.07) destacou a "elevada solidez do banco sergipano, tanto no âmbito financeiro como corporativo/institucional, com efeitos positivos no crescimento e sustentabilidade da instituição... refletindo na melhora do desempenho fiscal do seu controlador, o Estado de Sergipe". Ou seja, o Banese superou todas as expectativas do mercado nos últimos quatro anos e meio. Portanto, é justa a preocupação da oposição ao questionar a real intenção do novo governo de privatizar ou não o Banese. Caso seja ele de fato vendido, perdem todos os sergipanos. Nenhuma outra instituição poderá desempenhar o papel de agente financeiro social e do desenvolvimento econômico como faz o Banese. Resta saber se todo esse discurso de que tudo é mera desinformação da imprensa nacional não seja mais uma daquelas típicas jogadas dos vermelhos de esconder a verdade para fazer exatamente o contrário...
E.Zine 18/09 N152
EMBAIXO DO TAPETE Em 10.05, a denúncia da micareta picareta pela revista VEJA fez um ano. Lá se vão, então, 15 meses. Como outros escândalos nacionais, a farra com o dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) para lançar a candidatura do então prefeito de Aracaju Marcelo Déda a governador caiu no esquecimento. Nem uma mínima investigação foi feita para averiguar se realmente houve esperteza. VEJA apontou vários mistérios na contabilidade da prefeitura de Aracaju. Os artistas contratados por Sua Alteza Real para o bota-fora da administração teriam recebido cachês muito menores que os registrados nas finanças oficiais. O cantor Daniel, por exemplo, faturou apenas 103 mil reais, e não os 271 mil e 500 reais registrados na contabilidade da prefeitura. Desencontro de valores também ocorreu nos contratos de Fábio Júnior, Agnaldo Timóteo, Ana Carolina e Luiz Caldas. Imediatamente, aventou-se a suspeita de desvio de dinheiro para um caixa dois. Diante do silêncio do Ministério da Saúde, Ministério Público Federal e Polícia Federal, o Partido dos Aposentados da Nação (PAN/SE) encaminhou à Justiça Eleitoral em 20.12.2006 recurso contra a expedição do diploma de governador de Marcelo Déda e do vice-governador Belivaldo Chagas "por propaganda eleitoral antecipada (Art.36 da lei 9.504/97; Art. 73 da lei 9.504/97)". O processo chegou naquele mesmo dia às mãos do relator, ministro José Delgado, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como de praxe, foi encaminhado (02.01.2007) para ser examinado pela Procuradoria Geral Eleitoral (PGE). Passados oito meses e quinze dias, absolutamente nada ocorreu. Sem um parecer da PGE, o recurso do PAN/SE não poderá ser julgado pelo TSE. Será a micareta picareta mais um daqueles escândalos espertamente encaminhados para debaixo de vistosos tapetes sem que um único vivente seja punido? Será como o tal Dossiê dos Aloprados investigado pela Polícia Federal, cuja conclusão é de que o crime aconteceu, mas não há criminoso? Só o tempo dirá...
E.Zine 17/09 N151
O GRANDE APERREADO A semana encerrou com um mosquito engasgando os vermelhos. Trata-se de José Adailton do Nascimento, conhecido como Natá, criador do hit "Aperreado", usado na campanha petista ao governo. Pode parecer piada, mas novamente o PT se envolve com problemas na área musical. Na campanha eleitoral de reeleição de Sua Alteza Real (2004) à prefeitura de Aracaju, o partido deu um cano na principal atração dos comícios, a banda de pagode O Rodo. Além de não pagar pelas apresentações, os músicos denunciaram o PT também por crime eleitoral. Os recibos encaminhados à Justiça Eleitoral eram falsos. Traziam valores bem maiores que os acertados com a banda. No lançamento da candidatura de Sua Alteza Real ao governo, novamente os vermelhos se encrencaram com os shows. A famosa MICARETA PICARETA (revista VEJA, 10.05.2006) denunciou terem os artistas contratados pelo PT recebido cachês muito menores que os registrados nas finanças da Prefeitura. O cantor Daniel, por exemplo, teria recebido 271 mil e 500 reais de cachê oficial. O artista garante, contudo, ter recebido apenas 103 mil reais. E quanto à diferença? Imediatamente aventou-se a suspeita de desvio de dinheiro para um caixa dois. Faltando duas semanas para o término na campanha eleitoral do ano passado, Sua Alteza Real ficou encantado com o jingle Aperreado e determinou fosse ele executado à exaustão até o dia da eleição. Natá denunciou (JORNAL DA CIDADE, 12.09) ter liberado o jingle para ser tocado mediante a promessa de ganhar um bom emprego no governo feita pelo presidente do PT, Márcio Macedo Babão, e pelo locutor oficial da campanha, Sidney Santos. Durante os últimos meses, Natá tentou sem sucesso chegar a Babão para cobrar o prometido emprego! Aperreado, procurou o JORNAL DA CIDADE buscando pressionar o PT. Os vermelhos negam de pés juntos terem feito qualquer acordo com Natá. Porém, o radialista-vereador Fábio Henrique, confirma a veracidade dos fatos. Até o laureado bafejador de escrotos da Corte, e também roedor profissional de rádio, Alberto Jorge, confirma a escabrosa história. Como de praxe, os aduladores de Sua Alteza Real infiltrados na imprensa não deram importância ao caso. Usaram suas colunas e microfones chapa-branca para desqualificar José Adailton do Nascimento. De grande colaborador da campanha vermelha, Natá passou a ser classificado como estorvo. Até processá-lo o PT já cogita. Que aperreio...