Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 |
11h30 | Gestão Pública
Mais um embate – agora pelo ProInvest
Por
David Leite
O
empréstimo ao governo, denominado ProElege – ops, perdão – ProInvest, é o embate da hora
entre a oposição e a gestão Marcelo Déda. Naturalmente, algumas
questões importam muito. Como pilhéria, já havia dito que sou
favorável ao financiamento, posto que, como nada fez de importante
até hoje, seria um "incentivo" ao gestor do PT – digamos!
Num artigo bastante esclarecedor
(Cinformando), Jozilto Lima questiona: "Se os R$ 727 milhões
forem aprovados, como o Governo intenciona, a primeira gestão e a
metade da segunda de Marcelo Déda/Belivaldo Chagas/Jackson Barreto
terão contraído uma dívida, via empréstimo, de R$ 1.747 bilhão,
de 2009 até hoje. Gente, são quase 2 bilhões. E onde foi enterrado
tanto dinheiro, que não serviu à fundação da tão almejada infra
de agora?"
Eis a querela: o governo Marcelo Déda
quebrou o Estado de Sergipe e agora, como todo cabra sem dinheiro
para honrar os compromissos, apela ao financiamento, na esperança de
cumprir a agenda eleitoral – sim, pois aqui o que pesa é o voto de
quem teve o paraíso prometido e encontrou apenas o vazio.
Ademais, no caso em voga, quem se
endivida não é a gestão de Marcelo Déda, mas o Estado de Sergipe.
Trocando em miúdos: salva-se o governo atual, que precisa findar 2013 com
algo de relevante para expor no Horário Eleitoral de 2014, em detrimento dos futuros gestores, não
obstante ser a incontestada quebradeira de hoje (!) fruto da
incompetência e da incapacidade gerencial da estrela máxima do PT sergipano – valei-me!
Cabe então, questionar: por que salvar a
gestão de Marcelo Déda, com o tal empréstimo, se ele tem às mãos
o Governo Federal e as verbas do Fundo de Participação dos Estados
(FPE)? Bem, o primeiro simplesmente virou-lhe as costas. Dilma
Rousseff não se deu nem ao trabalho de receber o governador para
discutir projetos em andamento, quanto mais... – isso é fato! Pelo
outro lado, o FPE, de acordo com o secretário-adjunto de Comunicação
Sales Neto, sofreu queda no Brasil inteiro.
Sergipe, segundo informa, "já perdeu R$ 160 milhões este ano.
Em outubro, recebeu menos R$ 30 milhões".
Enfim, como eu não acredito em milagres
– ou seja, que num surto de "vontade de fazer", Marcelo
Déda desapegue-se da letargia típica dos bichos-preguiça e comece
a trabalhar feito um louco –, acho que o melhor a fazer é
autorizar o empréstimo e, quem sabe, ver a atual gestão finalizar
ao menos algumas obras importantes, como hospitais e pontes – ao
menos isso, espero...
Do contrário, muitos serão os
esqueletos Sergipe afora, legando ao próximo governo, como cenário funesto,
uma terra arrasada, com várias obras e ações por concluir!