A PTBRAS Os fatos confirmam: nos últimos anos a Petrobras foi transformada no grande cabide de empregos para abrigar os petistas. Com as últimas indicações em postos-chave da maior empresa brasileira, o PT consolida a posição de controlador do maior orçamento do governo federal. O poder de investimento (R$ 112 bilhões) faz a Petrobras maior que todos os ministérios juntos. O avanço petista neste gordo orçamento irritou a base aliada. Terça-feira, a tramitação da CPMF foi interrompida. Os partidos da coalizão governista também queriam um quinhão na empresa. O argumento segue a lógica da "representação na máquina". Ou seja, a Petrobrás deve reservar no mínimo 11 funções relevantes para as agremiações governistas. Sabe-se, porém, os partidos ambicionam bem mais do que apenas uma indicação na organização. O balcão de negócios aberto para prorrogar a qualquer preço a CPMF é exemplo sintomático e eloqüente. O aparelhamento da Petrobras beneficia o PT sergipano. Lutando contra o ócio desde julho de 2005, quando renunciou à presidência da Petrobras para disputar o Senado, José Eduardo Dutra foi encaixado segunda-feira na presidência da BR Distribuidora. No discurso de posse, ele defendeu abertamente, em causa própria naturalmente, o avanço petista nos cargos diretivos da Petrobrás: "As nomeações sempre foram movidas por indicações políticas, mas observando a capacidade técnica. Quando fui indicado em 2003, disseram que por eu ser sindicalista e político iria levar a empresa à bancarrota. O resultado foi exatamente o contrário". Eis aí uma meia verdade! O reinado do Grande Molusco coincide com a maior expansão econômica da história humana. Contudo, conforme estudo da consultoria Economática feito a pedido da FOLHA DE S. PAULO, o lucro da Petrobras caiu 34,4% no primeiro trimestre de 2007 (US$ 2,014 bilhões ou R$ 4,1 bilhões). Já as concorrentes norte-americanas: ChevronTexaco (18%), ExxonMobil (10,5%), ConnocoPhilips (7,8%) e Valero Energy (34,8%). O estudo mostra ainda outro dado negativo: nos últimos 12 meses encerrados em março, as ações da Petrobras na Bovespa subiram 12,1%, patamar inferior à valorização da Exxon (26,3%), Chevron (31,6%) e Marathon Oil (32,2%), por exemplo. A valorização também é menor do que a do Ibovespa (20,5%). Diante dos números, o discurso de José Eduardo Dutra cai por terra. Está provado, é apenas uma rara e feliz coincidência juntar filiação partidária e capacidade técnica. Teria o PT e os partidos governistas uma plêiade de afilhados com reconhecida competência técnica e irrepreensíveis credenciais éticas à altura das grandes demandas da Petrobras? Não dá para crer! O sergipano José Eduardo Dutra pode até defender a boquinha que arranjou. Está perdoado pelos quase 28 meses de absoluto ócio. Mas daí querer justificar o apetite voraz, a sanha predatória de petistas e aliados sobre uma empresa como a Petrobras, é muita esculhambação...
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