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Terça-feira, 13 de Abril de 2010 – 17h40

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As ratinhas de rádio estão chegando

Motivado pelas denúncias embasadas do jornalista Douglas Magalhães acerca da nefasta participação dos ratos de rádio nos programas "jornalísticos" matutinos, o semanário Cinform publicou matéria (edição 1409, 12 a 18 de abril) onde questiona se murídeos radiofônicos são reais ou mera ficção neste governo.

O próprio jornal, no corpo da matéria, admite "a participação dos mesmos ouvintes com uma frequência quase diária, sempre em defesa do governo". Mais adiante, afirma ainda, "seriam pessoas pagas (...) pela Secretaria Estadual de Comunicação, (por) determinados secretários e até mesmo (por) lideranças políticas". Ouvido pelo Cinform, o secretário Carlos Cauê, como era de se esperar, mais um vez negou a "prática" por ser "inócua e antiquada".

O semanário, apesar do importante alerta feito à comunidade quanto às intervenções dos "ouvintes" pagos por políticos, escorregou ao não inquirir o secretário estadual de Comunicação sobre fatos inquietantes:

1 – Se não são pagos pela Comunicação estadual, quem pagaria os ratos de rádio para, diariamente, defender o governo e atacar os desafetos do governador Marcelo Déda; ou tais "ouvintes" estariam a gastar do próprio bolso em ligações –a maioria originadas de telefones celulares, conforme me informou um produtor de rádio bastante conhecido– e ainda gastar o tempo pessoal em intervenções elogiosas a um governo marcado pelas múltiplas queixas da população, sejam na Saúde, Educação ou Segurança?

2 – Por que somente depois da denúncia de Douglas Magalhães os ratos de rádio sumiram das emissoras de Aracaju; seria mera coincidência; ou haveria aí "ordem superior" para evitar problemas com a Justiça; ou mesmo para simplesmente "dar um tempo"?

3 – Qual o papel do ex-vereador Rosalvo Alexandre no âmbito da Comunicação; porque ele se reúne com um grupo de homens e mulheres em restaurante chiques da cidade, ocasião em que os instrui sobre como intervir em programas de rádio; com quais recursos ele paga as contas desses homéricos rega-bofes, cujos pedidos incluem, além de pratos sofisticados, vinhos importados?

4 – Qual o papel do "empresário" Alberto Jorge, cuja "gata" atende secretarias do governo estadual construindo pequenas obras e, ao mesmo tempo, opera ele no rádio como defensor intransigente do governo, ao ponto de já ter sido classificado pelo deputado Augusto Bezerra como irresponsável por tentar fazê-lo de palhaço?

5 - Por que, ao final das reuniões presididas por Rosalvo Alexandre, vez por outra são distribuídos envelopes lacrados aos participantes; o que os envelopes conteriam?

Caso Carlos Cauê resolvesse abrir o bico, abdicando das tergiversações com as quais tenta passar a imagem de que nada tem a ver com esta história de ratos de rádio, talvez fosse possível entender as contradições entre o dito e a realidade.

Um bom exemplo. Como muitos ratos de rádio estão com a vozes cansadas após anos de exposição, Rosalvo Alexandre urdiu uma brilhante estratégia para manter o "serviço" na ativa: usar mulheres (algumas até esposas dos próprios ratos de rádio), sob o disfarce de donas de casa, para emitir elogios ao governo. A primeira reunião do grupo ocorreu sábado passado, durante um almoço na Orla da Atalaia. Tudo ia bem, até Bocão meter a língua pelos pés.

Lá pelas tantas, entre gargalhas e risos estridentes, regados a vapor etílico chileno, eis que Rosalvo Alexandre, sem pensar certamente, denominou as novas contratadas como "minhas garotas de programa". O mal-estar tomou conta do ambiente. De um total de 18 (quase) ratinhas, 10 desistiram imeditamente, indignadas com a abusada pilhéria do ex-vereador.

Pelo sim, pelo não, fica o alerta: as ratinhas de rádio estão chegando...

Um comentário:

Manú disse...

As ratinhas estão chegando, ou melhor dizendo, as garotas de programa? Afff q mal-estar. Elas cobram quanto? Ou só o queijo paga? Depois os ratinhos (as)não venham gritar: QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO?