Domingo, 25 de Julho de 2009 – 00h05
A Nojeira de Edvaldo
O pré-candidato ao governo Nilson Lima sentiu o gostinho de estar na oposição num estado comandado pelo seu ex-chefe Marcelo Déda.
Na quinta-feira, pouco antes do evento promovido na Assembleia pelo PPS para recebê-lo como novo membro, a máquina administrativa da prefeitura de Aracaju mostrou “serviço”. Sob o olhar espantado de convidados e do presidente nacional do PPS, o ex-senador Roberto Freire, fiscais do município arrancaram as faixas comemorativas e de boas vindas fixadas nos limites do prédio do Legislativo.
O líder histórico dos comunistas de Sergipe Wellington Mangueira tentou argumentar com o chefe da “operação” que o evento era político e estava marcado com antecedência. Mas desistiu depois de um curto e grosso “Cumpro ordens, doutor”.
Após a festa na Assembleia, a alta cúpula do PPS seguiu para um restaurante chique da cidade, onde ocorreria a refrega etílica e gastronômica típica de comemorações do porte. Tal não foi a surpresa quando minutos depois Marcelo Déda, acompanhado do “secretário” Edvaldo Nogueira, chegou ao local.
Ex-colegas de parlamento, Roberto Freire foi à mesa do governador cumprimentá-lo. Não reconheceu o prefeito de imediato. Contou o ex-senador ao jornalista Carlos Batalha (“Batalha na TV”, TV Cidade, 23/07): “Não foi deselegância ou atitude de ressentimento pela maldade com as faixas, mas é que ele (Edvaldo Nogueira) estava tão bem vestido que eu sinceramente não o reconheci. Aproveitei a oportunidade e falei sobre o ocorrido. Para minha surpresa, dedo em riste, o prefeito disse que a ordem partira dele próprio, que faria tantas vezes fosse necessário e que tiraria até faixa homenageando o presidente Lula (da Silva) se estivesse irregular, quanto mais minha ou de Nilson Lima”.
Opa, calma lá. Eu não entendi muito bem... Edvaldo Nogueira mandaria tirar da Assembleia uma faixa em homenagem ao compadre-presidente?
Pausa rápida. Comento essa pérola na seqüência, pois não posso ignorar a tal “elegância” do prefeito comunista. Reparou que depois do noivado com a herdeira milionária, Edvaldo Nogueira virou outro. Trocou a cachaça por vinhos caros, o botequim por refinados restaurantes e assumiu um look metrosexual, bem semelhante ao do chefe maior. O visual casual dos surrados jeans e camisas pólo deu lugar a ternos bem cortados, cabelos aparados, barba alinhada, unhas feitas, perfumes sofisticados... Nada contra, afinal o dinheiro do comunista-burguês é dele e ele gasta como quiser. Mas é uma mudança inesperada, quase surreal! Ops, eu já estava esquecendo um “detalhe” pequenino: estamos no governo das mudanças, mudanças gente, mudanças...
Voltando à história das faixas. Edvaldo Nogueira é um grande loroteiro. Ele não teria tamanha ousadia. Digo mais, ele não teria coragem de mandar retirar uma faixa de louvor ao Todo Poderoso, mesmo se o evento não tivesse a presença do presidente. É conversa para boi dormir. Aliás, já teve muitas chances de agir assim, quando faixas homenageando Lula da Silva viraram mulambo de tantos dias expostas sem que ninguém ousasse retirá-las de ruas e avenidas de Aracaju.
Na condição de destacado “secretário” do governo Marcelo Déda, o prefeito comunista quis apenas lambuzar com litros de saliva o requisitado saco escrotal do chefe maior. Está claríssima a intenção de Edvaldo Nogueira no episódio: simplesmente “melar” o evento de Nilson Lima para agradar o “número um”, sabidamente um cidadão que não morre de amores por Nilson Lima. Vá lá, com alguma razão...
Ontem pude comprovar como a maldosa deselegância de Edvaldo Nogueira mexeu com Céus e Infernos. Numa entrevista a Fabiano Oliveira (“Arretado”, FM Sergipe), até o enigmático e eternamente “em cima do muro baixo” Albano Franco saiu em defesa do líder socialista: “Todo mundo sabe que eu nunca fui comunista. Pelo contrário, sou cristão de muita fé. Mas ele (Roberto Freire) é alguém cuja história de luta pela democracia no Brasil merece todo nosso respeito. Foi um ato pequeno (do prefeito)”.
A deselegância quase nunca é vil. Porém, quando se associa à maldade, estraga qualquer ambiente! Edvaldo Nogueira abusou do requinte de incivilidade. Foi medieval e cavalarmente deseducado. Tudo para não perder a oportunidade de babar...
É... trapos de pano gerando tanto tumulto. Esqueca isso, Edvaldo. Nojeira pouca é bobagem!
3 comentários:
REALMENTE É CHOCANTE E INADMISSÍVEL QUE O PREFEITO TENHA SIDO TÃO DESELEGANTE.DE TÃO GRAVE EU AINDA NÃO QUERO ACREDITAR NO QUE LI.
É. O mundo muda. As coisas mudam. As pessoas mudam. Dê poder e conheça-as.
Vou para o PPS. O ato foi generoso com o poder que não deteve o próprio poder. A importância de Ser, não é Ter, mas saber qwue é.
Severo D'Acelino.
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