Sexta-feira, 26.06.2009 – 11h00
Algumas Considerações dos Leitores Sobre a Polêmica do Diploma
As minhas opiniões sobre a abolição da obrigatoriedade do diploma de jornalista geraram reações interessantes. Parte escritas, parte por telefone, tais manifestações, ainda apaixonadas de parte a parte, garantem que a querela não findou. Do ilustre publicitário baiano Fred Maron recebi um texto, o qual comento logo em seguida.
Diploma, pra que te quero
Por Fred Maron
David, sou totalmente a favor de uma formação acadêmica para qualquer profissão. Por outro lado, não a vejo como obrigatória em grande parte de profissões. Conheci grandes profissionais que contribuíram com seus talentos nas atividades que exerciam. Como não contar com o trabalho de um grande músico? O nosso inesquecível Luiz Gonzaga e outros tantos não tiveram qualquer formação acadêmica em nenhuma escola de música.
Este grande sanfoneiro nordestino, que usava roupas como as de Lampião, aprendeu e tomou gosto pela música em feiras livres e eventos religiosos. Tocou em bares pelo país afora, conquistando não só o povo brasileiro, mas também tendo o reconhecimento em outras partes do mundo.
Seu filho, o Gonzaguinha, chegou a frequentar uma universidade, teve o seu pai como grande mestre, onde além de ter herdado o talento de colocar no papel tanta coisa boa, teve a capacidade e emoção para transformar tudo aquilo em uma obra belíssima, que assim como seu pai, também a deixou para eternidade.
Alguns artistas plásticos têm suas obras disputadas pelo planeta sem que precisassem cursar escolas de belas-artes. Claro que não gostaria de ser operado por um médico sem formação, mas podemos ter grandes escritores, publicitários, e uma infinidade de outras profissões sendo exercidas por profissionais competentes, sem “canudo”.
O conhecimento pode ser conquistado pelo estudo, dedicação, necessidade e talento. Os diplomas, que infelizmente e em grande parte vêm sendo distribuídos por inúmeras “faculdades” em todo país, não garantem nem qualificam os milhares de estudantes a exercerem de forma competente e ética suas futuras “profissões”.
Vamos exigir, sim, responsabilidade, não só dos jornalistas com os seus textos, mas de todo e qualquer profissional em suas funções. Vamos defender, sim, a liberdade de imprensa e tudo que contribua de verdade com a informação. Cabe ao cidadão aprovar ou não o que realmente soma.
Temos a liberdade de mudar de canal, de estação ou não ler determinado veículo e mídia, seja ela qual for. Quando resolvermos o grande problema da educação básica em nosso país, poderemos escolher melhor quem sabe e quem não sabe fazer, e o quê.
Vale até para alguns dos nossos políticos representantes. Está sobrando diploma e faltando educação.
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Voltei. Esse lance, Maron, de faculdade que “distribui” diplomas é gravíssimo --e verdade seja dita, não se configura exceção. Some-se aí aquelas onde a qualidade do ensino é sofrível.
Caberia ao governo um passo decisivo para melhorar o nível educacional brasileiro: investir maciçamente na educação básica. O Brasil perde muito por causa das limitações educacionais (e de conhecimentos gerais) do seu povo. Jornalistas incluídos, lamentavelmente.
Outras opiniões sobre o assunto serão bem vindas. O debate acaba enriquecido quando há diversidade de opinião.
Volto mais tarde!
Um comentário:
Rapaz, foi a primeira vez que eu li alguma coisa pertinente a respeito dessa querela em nossa imprensa-lambe-bota-de-senador-oportunista! Essa discussão toda me lembra uma passagem de Shakespeare, dramaturgo inglês, um dos mestres da línguagem (pra nossos colegas diplomados e iletrados, ressaltando as devidas exceções, é claro!). "Teriam as rosas outro perfume se não as chamássemos de rosa?". Esse xororô parece coisa de incompetemte. Vamos trabalhor e rezar para que o SIndijor saia de seu torpor simplista e encare de frente as questões que realmente nos afligem!
Grande abraço!
Rian Santos
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