Terça-feira, 08.04.08 - Ano II - Edição Número 248

GOVERNO CHUMBREGA
Deve ter machucado demais o amazônico ego do governador Marcelo Déda a ausência de sua foto entre os seis governadores brasileiros apresentados na edição da revista Veja desta semana como “os melhores sinais de que há um jeito de administrar a máquina pública com profissionalismo e menos politicagem”. Aliás, também deve ter sido terrivelmente dolorosa a falta de administradores do Partido dos Trabalhadores entre os laureados. Os fatores levados em conta por Veja para “eleger” os melhores gestores públicos do país foram os seguintes:
A perseguição implacável do equilíbrio das contas, com utilização de ferramentas de redução de custos e aumento de receita. • A adoção de práticas voltadas para a qualidade do serviço, como o estabelecimento de sistemas de avaliação de desempenho, com metas e cobrança de resultados. • A profissionalização de postos-chave, como Fazenda, Saúde, Educação e Segurança. • A racionalização da atuação do estado, com valorização de parcerias com a iniciativa privada para atrair investimentos. • O estabelecimento de agendas de prioridades, com planejamento estratégico.
O governador sergipano é citado pela maior revista brasileira apenas num único trecho, quando informa que Marcelo Déda está próximo do equilíbrio das contas estaduais, “mas ainda não têm avanços de monta a registrar em outros itens”. Ou seja, a economia de quase R$ 1 bilhão feita pelo governo do PT no ano passado pode ter ajudado na imagem de austeridade. Porém, não representou qualquer melhoria na qualidade de vida dos sergipanos. Ademais, as outras áreas “sem avanços de monta” são justamente as primordiais para o funcionamento satisfatório da máquina num estado extremamente pobre como Sergipe: saúde, segurança e educação. Outra ausência de Marcelo Déda bastante sentida ocorreu ontem durante a reunião do presidente Lula da Silva com os governadores do Nordeste para analisar as cheias na região e apresentar medidas a para amenizar os efeitos das fortes chuvas. Nesta sexta-feira, o presidente assinou uma medida provisória de R$ 540 milhões para ações de defesa civil nas áreas atingida pelas enchentes. Como Sergipe não precisa do governo federal para auxiliar as dezenas de famílias pobres atingidas pelas chuvas, o governador Marcelo Déda resolveu bater pernas em Miami (Flórida/EUA), onde participa de um encontro da Microsoft de Bill Gates. De um lado, a ausência entre os melhores governadores do país; do outro, a omissão diante de problemas graves do estado, como a dengue, a violência descontrolada e o excesso de chuvas. Assim caminha o governo das prometidas mudanças... .
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ANGU PARA CARLOS CAUÊ Um vale-tudo agita os meios midiáticos desde a circulação no final de semana de e-mail com supostas acusações ao secretário de Comunicação da Prefeitura de Aracaju, jornalista Carlos Cauê. Escrita em linguagem de semi-alfabetizado, a missiva tem ingredientes explosivos. Vai de lances pessoais, envolvendo a vida íntima do secretário, a um hipotético superfaturamento de anúncios publicados pela PMA na Folha da Praia, do jornalista e poeta Amaral Cavalcante. O molho nada adocicado usado para temperar a cartinha seria o disparate nos valores pagos pela administração comunista da Capital à bissexta publicação praiana. Pondo fé no e-mail, amargaria sobremaneira a delação de ter sido o caudaloso montante, auferido com a propaganda alimentada com dinheiro do Erário municipal, rateado entre o gestor público e a empresa prestadora de serviço numa festa de arromba. Como a história tem cheiro de defunto de dez dias, este ABRA-O-OLHO resolveu conversar com o companheiro Carlos Cauê. São duas as considerações do honorável secretário para sepultar de uma vez por todas o indesejável presunto:

1 – Peço aos colegas que busquem saber se a pessoa que me acusa de fato existe. Também peço que solicitem as provas. Na verdade, sei de onde partiram tais agressões e mentiras. 2 – Não aceito a calúnia como argumento e não serei refém dessas mentiras. As contas da Secom estão abertas para que o Ministério Público investigue se há qualquer ilegalidade.

Diante dos nomes apresentados por Carlos Cauê ao ABRA-O-OLHO como sendo os reais autores do e-mail acusatório, por tratar-se de gente do submundo do jornalismo sergipano, talvez o prato-feito servido através da Internet seja apenas o cardápio rasteiro de quem não conseguiu aquinhoar anúncios para financiar a nova edição de um jornal alternativo. Tomara que assim seja...

Um comentário:

Unknown disse...

faltou a publicação do e-mail e alista de nomes levantadas pelo secretário.Aí sim, a informação seria completa.Publique-a.
Márcio Plínio